Miranda: Starve escrita por wickedfroot, mandyziens, HappyCookies


Capítulo 9
Blonde Trouble




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Greeny Wicked

Eu acordei cedo depois da última madrugada, aquela voz me assombrava. Toda vez que eu fechava meus olhos eu imaginava Thay como algum tipo de fantasma pedindo socorro e eu não podendo fazer nada.

Logo que acordei eu tomei um banho quente e rápido, em seguida vesti uma blusa de manga comprida e gola alta preta com flores lilás e folhas verde-jade, vesti também uma calça verde-aspargo e coloquei uma pantufa qualquer. Fui no jardim e colhi uma maçã. Ela estava perto de apodrecer por causa do frio e nem tinha caído do pé. Retornei para o meu iglu sem tirar a misteriosa voz da minha mente. Eu só pensava naquilo. Às vezes eu me pegava olhando para um ponto fixo pensando sobre o que ouvi.

Eu precisava desabafar com alguém, isso era fato. Terminei de comer e fui pegar um casaco e calçar um sapato, eu queria ver meus amigos.

Meu casaco era azul com estampa floral de veludo, por dentro ele tinha um forro preto e era extremamente confortável, eu tinha esquecido de como eu amava usá-lo. Acho que com o tempo eu fui me tornando um pinguim muito sério e fechado, mas agora meus sentimentos estavam evidentes pra quem visse minhas expressões, seria bom trocar de roupas. Coloquei uma bota preta de cano baixo levemente alta e um chapéu verde com uma faixa de seda preta. Prendi um colar ouro-rosé com um pingente verde-kelly no meu pescoço e coloquei um anel de mesma cor. Fazia muito tempo que eu não me sentia confortável. Nem sempre roupas sociais são legais usar, são lindas, mas eu percebi que era muito desconfortável e é muito melhor se sentir confortável do que bonito às vezes. Na verdade, eu me sentia muito mais bonito com aquelas roupas. Era a primeira sensação boa que eu sentia depois da morte de Thay.

Vesti meu casaco, o chapéu e as botas. Preparei alguns biscoitos e coloquei em uma cesta. Depois fiz um chá e coloquei em uma garrafa térmica. Peguei tudo e desci a montanha tranquilamente. Como eu tinha muitos biscoitos eu resolvi dar um pouco para os pinguins que eu via passando muita fome. Cheguei no quartel general da EPF, estava trancado. Toquei a campainha várias vezes até algum agente descer, se não me engano seu nome era Jonas.

— Posso falar com Juan, Minkis e Marcus?

— Eles estão em uma investigação e eu não tenho tempo para lidar com bruxas. Receio que nem eles vão querer ver uma bruxa.

— Eles são meus amigos, docinho de coco.

— Certo, entre. Seja rápido, nós precisamos continuar a investigação logo.

Ele abriu a porta e falou com meus amigos: “Greeny Wicked está aqui para vê-los” foi o que ele disse pelo alto falante.

Subi o elevador acompanhado de vários agentes, o que eles achavam que eu faria? Matar algum deles? Eu até poderia fazer isso, mas não adiantaria nada, não traria Thay de volta.

Quando finalmente cheguei no meu destino, Minkis, Juan e Marcus estavam verificando papéis na mesa central.

Desci alguns degraus e os cumprimentei.

— Olá, irnadadeiras. — Eu disse.

— Oi Greeny! — Responderam em uníssono.

Eles pareciam realmente concentrados, mas resolveram parar um pouco para me ouvir.

— Eu trouxe chá e biscoitos!

Coloquei a cesta em um lugar ali perto e tirei as xícaras de dentro, pegando também a garrafa térmica com chá.

— Como a investigação está indo? — Perguntei enquanto colocava a bebida quente para eles.

— Estamos meio parados ainda... Mas logo tudo vai se resolver! — Minkis respondeu organizando os papéis que estavam perto dela.

— E você? Como anda? — Juan perguntou.

— Com os pés. — Respondi entregando a xícara de chá para ele dando uma pequena risada.

— Você parece melhor, até trocou as roupas! Faz tempo que não o vejo sem tanto preto.

— Bem, eu precisava mudar um pouco. Depois do incidente com Thay eu senti que deveria tirar o peso das minhas costas, e trocar de roupas foi a melhor forma de fazer isso.

— Eu gostei, o azul do sobretudo realçou seus olhos. Da última vez que nos vimos você parecia tão triste... O que aconteceu? — Indagou a pinguim loira, Bella.

— Hm. Imagino que meus amigos já tenham contado sobre Thay... Enfim, acidentes acontecem. — Respondi com certo desinteresse entregando um biscoito a garota. Algo nela me irritava, e eu nem sabia o quê.

— Agora falando realmente sério: o que você está fazendo já que não pôde nos ajudar? — Juan perguntou comendo um dos biscoitos.

— Eu entrei na mansão misteriosa e escutei uma voz lá. — Respondi me sentando em uma mesa ali próxima enquanto bebia um pouco de chá de hortelã, meu favorito.

— Credo! Uma voz? Deus me livre. De quem? — Minkis perguntou.

— Thay. — Respondi friamente e com receio de pensarem que eu era maluco.

— Isso não é só por que você a viu morrendo? Talvez esteja só se sentindo culpado. — Marcus disse bebericando a bebida.

— Eu não tenho plena certeza, a voz disse que era Thay. Ela disse algo tipo “Greeny, sou eu, Thay!”. — Respondi.

— Meu deus, garoto. Você tá enlouquecendo! — Indagou a garota loira irritante.

— E quem é você para se referir a mim dessa forma, estúpida? — Rebati colocando a minha xícara na bandeja que eu havia trago.

— Calma, eu só estava brincando!

— Você nem me conhece direito! Só porque está entre os meus amigos isso não te torna um deles!

Ela era muito irritante e inconveniente, mais algumas palavras e ela poderia não responder mais.

— Greeny! Ok! Já deu, né? Como você disse ela nem te conhece, então pare de respondê-la com grosseria! — Marcus se intrometeu.

— Sim! Chega Greeny! Ela está ajudando, não se meta! — Juan disse em seguida.

Eu não conseguia acreditar ou talvez eu simplesmente não queria.

— Isso tudo é ciúmes só porque ela está nos ajudando e você não está fazendo nada porque matou a Scott? Talvez você seja o verdadeiro cavalo da morte e não a sua mãe. — Marcus disse.

— Nunca mais em toda a sua vida repita isso. — Contrapus com a cabeça baixa encarando-o.

Aquilo pareceu uma facada, eu não havia matado Thay. Eu nunca faria isso, foi tudo um acidente. Eu fui manipulado.

— Ele está certo Greeny, isso parece ciúmes. — Minkis respondeu cruzando as nadadeiras olhando para mim.

— Eu não acredito que vocês estão me trocando por essa garota insípida!

— Se é nisso que você acredita... — Marcus contrapôs.

— Certo, podem continuar o trabalho. Se precisarem de ajuda peçam para a maravilhosa Bella, pois a bruxa assassina vai trair vocês e vai transformá-los em sapos. — Respondi com deboche guardando minhas xícaras e biscoitos. — Eu vou provar que Thay está naquela mansão e vou trazê-la de volta. Quem sabe ela me entenda, não é?

— Greeny, você está fazendo uma tempestade em um copo d’água! — Marcus disse pegando em minha nadadeira.

— Não. Quem faz tempestades é a tal da Miranda que o Juan inventou, já que tudo que vocês não conseguem ver é apenas loucura. — Soltei a nadadeira de Marcus e guardei todas as xícaras em minha cesta, eu estava com muita raiva.

— Q-quem é Miranda? — Gaguejou a loira oxigenada.

— E isso é da sua conta, loira de farmácia? — Respondi olhando para o rosto da desgraçada, infelizmente ela era muito bonita.

— Se você a tratar dessa forma de novo teremos que te tirar do quartel, é desacato a autoridade. — Respondeu o agente que me deixou subir.

— Primeiro de tudo que ela nem é autoridade para mim, ok? Segundo, eu sei andar até a porta de saída, docinho.

— Greeny, por favor...

— Nem mais uma palavra para você, Marcus, nós nunca demos certo. Agora além de monstro a gente pode colocar no meu currículo que eu sou a bruxa monstro assassina louca demente que odeia loiras, mas gostei, achei diferente.

— Vá embora, nós não queremos te magoar. — Todos disseram em uníssono.

— Não tem problema, vocês já o fizeram. — Respondi com uma expressão horrível em meu rosto.

Eu tinha trago algumas flores, as favoritas de cada um para presenteá-los, mas eu não iria entregar para eles, nunca mais.

— Aproveitem a investigação com a agente Bella belíssima, ela é incrível, não é? — Terminei fazendo um feitiço de teletransporte.

Minha magia tinha voltado, talvez pela raiva que senti eu a reativei... Eu estava completamente magoado, e demoraria para eu conseguir perdoá-los. Talvez Thay me entenderia se estivesse viva.


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