Meu querido sonâmbulo escrita por Cellis


Capítulo 12
Meu querido efeito Park Jimin


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos! Sentiram a minha falta?
Espero que sim rsrs

Boa leitura ♥



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No dia seguinte ao tal encontro planejado por Naeun, o berro do meu despertado me fez acordar pronta para construir uma casa ou cozinhar uma refeição para o exército nacional; bem, fazer o que, era isso ou colocar uma música clássica e tranquila que não acordaria sequer o meu dedo mindinho do pé. Levantei-me, fazendo uma nota mental para criar coragem para montar a minha cama — sim, eu ainda estava dormindo num colchão no chão — e logo em seguida me veio em mente a mesma pergunta que eu vinha me fazendo nas últimas manhãs. 

Onde diabos estaria Park Jimin? 

Esse era o atual tamanho da minha paranoia. Por um outro lado, vejamos bem, ela não era completamente infundada: eu já o tinha encontrado dormindo no meu quarto, na minha cozinha no meio da madrugada, no meu sofá... Ou seja, acordar e dar de cara com Jimin em algum canto da minha casa já estava virando praticamente rotina, quase um esporte.  

Céus, o que eu estou fazendo com a minha vida? 

Com esse pensamento em mente, eu destranquei a porta do meu quarto (precauções, claro) e pus a cabeça para o lado de fora feito uma tartaruga desconfiada. Chequei que a porta do quarto de Jimin estava fechada e a do banheiro aberta, então tudo indicava que ele ainda estava dormindo. Ótimo, isso significava que eu poderia tomar meu belo banho matinal sem nenhuma preocupação ou, ainda, não viveria uma daquelas cenas de dorama onde ocorre um acidente pela manhã no banheiro quando dois estranhos resolvem morar juntos — se é que vocês me entendem. 

Minha vida até daria um dorama, mas não um desses.  

Obrigada, próximo. 

Já cheirosa, arrumada e pronta para comer uma boiada no café da manhã, pude sentir orgulho da minha eu profissional e madura pela primeira vez na semana, pois aquele era o primeiro dia que eu não estava correndo feito uma louca atrasada pelas ruas e tentando não perder o meu emprego no meio do caminho; inclusive, o episódio da carona na viatura deve ser esquecido, está bem?  

A carona, claro. Na noite passada, eu me deitei no meu colchão e fiquei encarando o teto do quarto durante alguns longos minutos enquanto queimava alguns neurônios. A descoberta da morte dos pais de Jimin havia me deixado ainda mais curiosa sobre ele, sem contar o fato de seu pai ainda vivo e de que a sua ligação com essa cara existia porque ele já tinha morado aqui antes — ou seja, um total de 84 dúvidas e 0 respostas. Isso me fez tomar a decisão de que já estava mais do que na hora de começar a investigar Jimin, porém ainda me faltava um ponto de partida. Cheguei a cogitar perguntar logo a Hoseok, contudo, eu ainda não tinha essa intimidade toda com o rapaz para sair por aí lhe fazendo perguntas sobre o seu primo sonâmbulo mentiroso.  

Eu tinha sim a minha cara de pau, mas não tão lustrada assim. 

Então, já quase pegando no sono, eu tive a ideia genial que me faltava: quem melhor para me ajudar em uma investigação que uma autoridade policial? Exatamente, ninguém. O que eu ainda não sabia era como faria isso acontecer, pois acabei pegando no sono antes de pensar nessa parte do plano.  

Bem, acontece. 

Descendo as escadas, a primeira visão da minha manhã era a minha cozinha carbonizada, o que fez com que eu me perguntasse quando poderia vê-la pronta e brilhante novamente. Além disso, também seria maravilhoso já ter uma noção de quando poderia me ver livre de Jimin e... 

— Bom dia, Jeon. — ouvi a voz do Park vindo de algum canto não identificado por mim da casa, o que me fez pular de susto.  

É como dizem por aí: o diabo não morre nem tão cedo.  

Espera, é esse mesmo o ditado? 

Franzi o cenho, varrendo a casa com meus olhos desconfiados até encontrar Jimin sentado no meu sofá. Ele já estava pronto, usando um terno roxo escuro e com os cabelos bem penteados em um topete (o que era raro de se ver), e tomava um café com as pernas cruzadas como se fosse o dono da casa. Tudo bem, ele poderia facilmente passar a ideia de dono de qualquer coisa vestido daquele jeito, o que era justamente o tipo de coisa que me fazia revirar os olhos. 

Ricos.  

— Bom dia, Park. — eu respondi, o imitando. De repente, uma curiosidade me surgiu. — De onde você tirou esse café? 

Não era como se ele pudesse tê-lo preparado em casa, já que o único ingrediente disponível seria a água da pia, sem contar a minha cafeteira perdida no incêndio. Jimin pareceu levar alguns segundos para processar a pergunta e, quando o fez, ergueu um pouco o copo para que eu pudesse ler o nome da cafeteria do fim da rua estampado no mesmo. Céus, eu amava o cappuccino daquele lugar...  

Mas isso ainda não respondia a uma outra pergunta: se ele tinha saído de casa para comprar aquele café, já arrumado daquele jeito, por que não tinha seguido direto para o trabalho? Digo, é o que qualquer coreano normal e viciado em acumular horas de trabalho teria feito. 

E tratando-se de Park Jimin, tudo era motivo de desconfiança.  

— Eu trouxe um para você. — disse, dando de ombros. — Não sabia do que gostava, mas o cappuccino estava com um cheiro tão bom hoje que eu acabei trazendo. Você gosta de cappuccino? 

Ergui uma sobrancelha, tentando decidir entre ficar chocada ou extremamente feliz com aquela coincidência. Das dezenas de tipos de café que Jimin poderia ter trazido para mim, ele acabou escolhendo justamente o meu preferido.  

Na verdade, o choque mesmo era por ele ter trazido um café para mim. 

Ele não teria voltado para casa apenas para isso, certo? 

Claro que não, Soojin, tenha santa paciência e um pouco de senso, por favor. 

— Sim, eu gosto. — respondi, já me apressando na direção da mesinha de centro, onde eu tinha avistado o outro copo de café. — Obrigada.  

Era provável que aquela fosse a primeira vez que eu estivesse agradecendo algo a Jimin em meio a uma conversa relativamente normal, o que o pegou levemente de surpresa, dada a expressão espantada em seu rosto. Eu teria achado graça dos seus olhos pequenos que, arregalados, eram do tamanho de qualquer par de olhos normais — mas eu estava muito ocupada saboreando aquele cappuccino maravilhoso. 

De repente, terminando o seu café, Jimin se levantou.  

— Bem, me avise quando você terminar, que nós vamos. — disse, ajeitando seu terno.  

Tudo bem, estamos de volta à nossa condição normal de perdidos quando o outro abre a boca para falar alguma coisa. 

— Vamos para aonde? — indaguei, confusa. 

— Para a empresa, oras. — respondeu. — Já que nós estamos indo para o mesmo lugar, eu posso levá-la. Você não precisa continuar indo de ônibus. 

— Park Jimin, você perdeu o juízo? — ou o pouco que ainda tinha, pelo menos. — O que os seus funcionários vão pensar quando me virem descendo do carro do herdeiro da empresa? Eu tenho uma dica para você: não vai ser nada de bom.  

Durante um momento, Jimin franziu o cenho como se aquela possibilidade, que era um fato, na verdade, nunca tivesse passado pela cabeça dele. O fato de que o Park nunca tinha pensado nisso era só mais uma prova de que ele era e sempre fora rico e privilegiado.  

Chocante. 

— Isso é sério? — ele indagou. — Nossa, se você não queria aceitar a carona era só ter falado.  

— Isso é sério? — rebati. — Quem você acha que vai escutar as fofocas e aguentar os olhares tortos depois, Jimin? A recém-promovida aqui ou o vice-diretor executivo?  

De repente, Jimin assumiu uma expressão pensativa. Respirou fundo e, em seguida, pareceu se acalmar.  

Nem oito da manhã, queridos. 

— Você está certa, desculpa. — disse, deixando os ombros caírem. — Eu só queria... Sabe, nós começamos com o pé esquerdo, Soojin, e eu estava tentando consertar isso. Além de trabalharmos juntos, agora nós moramos sob o mesmo teto, então seria bom se pudéssemos pelo menos suportar um ao outro.  

Espreitei os olhos, dando um par de passos para frente para me aproximar do Park. Curvei-me, o encarando.  

— Você está tentando fazer algum tipo de pressão psicológica em mim, Park Jimin? — indaguei, desconfiada.  

Imitando meu gesto, ele também se inclinou para frente.  

— Ficou tão óbvio assim? — sussurrou de volta, com um sorriso maligno no canto da boca. 

E é desse modo que a cascavel sacode o seu chocalho e dá o bote, caros telespectadores. 

Francamente, eu já nem me surpreendo mais. Dada a idade mental de Jimin, era muito mais fácil de se lidar com o meu irmão mais novo do que com ele; a minha sorte é que eu já estava aprendendo a lidar com a sua maravilhosa personalidade, dado o fato de que teria que fazê-lo diariamente. 

Mas, sinceramente, aquilo não deixava de ser um teste para a minha paciência.  

— Tenha um bom dia, Park. — eu disse nada simpática.  

Terminando o meu café e dando as costas para Jimin, eu estava prestes a sair para pegar meu transporte coletivo de todos os dias, quando ele voltou a aparecer no meu campo de visão como se tivesse brotado do chão feito um pé de falsidade.  

— Então vamos. — ele insistiu.  

— Você não cansa?  

— Pois eu estou falando sério dessa vez, Jeon. Vou lhe dar uma carona até o ponto de ônibus mais perto da empresa, assim não corremos o risco de alguém nos ver. — afirmou. Por que diabos isso soava como se nós estivéssemos tendo um caso? — Pense em mim como um transporte coletivo, porém particular.  

Eu o fitei, observando sua expressão facial. Apesar do sorriso travesso, Jimin parecia estar falando sério dessa vez.  

— Você sabe que o que disse não faz o menor sentido, não é? Se é coletivo, então...  

— Ah, pelos céus! — me interrompeu, impaciente. — Vamos logo ou chegaremos atrasados de novo.  

— Alto lá que eu nunca cheguei atrasada! — me defendi. — Em cima da hora sim, mas nunca atrasada.  

— Está bem, está bem. — Jimin concordava como se só quisesse me ver calada e, quando percebi, o abusado já estava me puxando para fora da minha própria casa. — Você está certíssima, vamos andando.  

— Park Jimin, você... 

— Andando.  

Sério, esse homem com certeza foi contratado pelo Inmetro para testar a minha paciência. 

 

*** 

 

Devido à carona de Jimin, eu tinha economizado alguns bons minutos de trajeto e chegado no trabalho com uma antecedência impecável — para os meus chefes, claro, porque para mim aquilo só serviria para me fazer trabalhar mais. Por isso, visando não dar o gostinho à família Park de enriquecer ainda mais sobre o meu lombo de trabalhadora, eu me dirigi primeiro à sala dos funcionários, um lugar onde nós podíamos tomar um café e descansar durante um par de segundos, até algum superior aparecer nos olhando torto. A sala era grande e contava com algumas poltronas cinzas, além de uma pequena cozinha num canto, e cheirava a cansaço e quero matar o meu chefe; ou seja, era o lugar ideal para ter as mais bizarras ideias. 

Seguindo a minha linha de raciocínio da noite anterior, eu só conhecia uma única autoridade policial: Kim Namjoon. Mas convenhamos que eu não precisava nem de um par de neurônios para já antecipar que ele não me ajudaria em nada, pois era amigo de Jimin e aparentemente um policial correto. Não que eu estivesse tentando fazer algo fora da lei, claro, mas Namjoon parecia certinho demais para me ajudar a investigar Jimin pelas costas do mesmo. 

Pelo menos intencionalmente. 

E foi na sala dos funcionários que eu tive a ideia mais genial e ao mesmo tempo mais estúpida da minha vida. Talvez eu pudesse acabar presa tentando colocá-la em prática, mas não custava nada tirar um tempinho da minha hora de almoço para isso. 

Afinal, quem nunca? 

A delegacia estava bem movimentada naquele dia, o que poderia ser algo útil para mim; distraído, Namjoon poderia ser mais facilmente convencido. Aproximei-me do balcão de informações, logo encontrando o Kim no seu cubículo nos fundos da delegacia, aparentemente concentrado em algo na tela do seu computador. Esperei pacientemente até que ele me notasse e, quando me viu, arregalou os olhos no mesmo instante e se levantou, vindo na minha direção como se tivesse cometido um pecado capital. 

Eu era tão assustadora assim? Ótimo. 

— Senhorita Jeon, algum problema?! — indagou, se aproximando. — Não me diga que o Jimin... 

— Essa é uma longa história, Namjoon-ssi. — o interrompi o mais educadamente que consegui, pois quanto menos tocasse no nome de Jimin naquele momento, melhor seria. — Na verdade, eu estou aqui por um outro motivo. Podemos conversar mais reservadamente? Na sua mesa, por exemplo.  

Eu devo confessar que, naquele momento o qual Namjoon me deu uma breve olhada desconfiada, percebi a loucura que estava prestes a fazer e instantaneamente tive vontade de dar meia volta na maior velocidade possível. O que diabos eu tinha na cabeça? Bem, eu estava prestes a descobrir, pois já tinha chegado longe demais para dar meia volta feito uma franga medrosa. Respirei fundo enquanto caminhava até a mesa do Kim, o seguindo. Ele fez com um gesto para que eu me sentasse de um lado e, em seguida, se acomodou do outro.  

— Em que posso ajudá-la? — perguntou, prestativo. 

Coitado, eu estava mesmo disposta a usá-lo daquele modo? Digo, nas únicas duas vezes nas quais nos encontramos Namjoon tinha sido muito solícito e paciente, não merecia que eu viesse a passar a perna nele daquele jeito. Qualquer pessoa com um par de parafusos funcionando em perfeito estado na cabeça pensaria assim, mas os meus aparentemente já haviam enferrujado há muito tempo. 

Uma pena, realmente. 

— Na verdade, isso vai soar meio estranho, mas existe algum modo de checar o histórico de uma pessoa? — indaguei logo de cara, já que não tinha tempo de sobra e estava relativamente nervosa. — Digo, nome dos pais, antigos endereços, escolas frequentadas... Esse tipo de coisa. 

Como eu já esperava, Namjoon me encarou como se eu fosse um extraterrestre verde e deformado. 

— Por que você está me perguntando isso? — perguntou, nitidamente desconfiado.  

Tudo bem, Soojin, essa é a hora de colocar em prática a sua especialidade: o improviso

Respirei fundo, assumindo a expressão mais natural possível.  

— Bem, como eu posso explicar... — pensa, Soojin. — É sobre um colega de trabalho. — bem, bom começo. — Ele trabalha no setor pelo qual eu sou responsável, mas vem demonstrando algumas atitudes bem suspeitas. Mas, como você deve saber, a Maximum não é uma empresa onde eu posso simplesmente denunciar um funcionário por achar o comportamento dele estranho, assim como o que eu tenho é muito pouco para recorrer à polícia. Por isso, eu pensei em investigá-lo por conta própria.  

Até que essa não foi tão ruim, Jeon. 

— Você está querendo me dizer que pretende dar uma de detetive particular? — ele indagou, descrente. — E onde eu me encaixo nisso? 

Mas talvez ainda não tinha sido bom o suficiente.  

Tudo bem, eu posso fazer melhor do que isso. 

— Namjoon-ssi, você é o único policial que eu conheço, além de me parecer ser uma boa pessoa. — disse, aproximando-me um pouco mais dele. — Por favor, tente entender a minha posição como a chefe desse funcionário. Qualquer erro dele cairá sobre mim, no fim das contas. Isso não é injusto?  

Talvez eu já estivesse convivendo demais com a cobra surucucu que era Park Jimin para pensar daquele jeito, contudo, apelar para o psicológico de uma pessoa realmente era sempre a melhor saída. Namjoon fitou o seu próprio chefe do outro lado da sala, o tal inspetor que tinha sido de ajuda nula na minha primeira vinda à delegacia, e pareceu pensativo durante alguns segundos. Ao meu ver, as coisas por aqui deveriam funcionar justamente ao contrário da minha situação fictícia, visto que o homem estava sentado em sua cadeira quase cochilando no meio do caos que estava a delegacia. 

Os outros trabalhavam por ele, o que era igualmente injusto ao meu falso funcionário suspeito. 

De repente, Namjoon me fitou.  

— Tudo bem. — sussurrou. — Há um banco de dados que eu posso consultar, mas não posso permitir que você leve essas informações daqui. Diga o nome completo do funcionário que eu imprimo o histórico, você o lê aqui e me devolve para que eu jogue fora, está bem? 

Céus, eu não acredito que aquela maluquice estava dando certo. Só me faltava um pequeno detalhe: um nome.  

Sem que eu sequer piscasse, nome e sobrenome saíram da minha boca num sussurro idêntico ao do Kim.  

— Min Yoongi. — eu disse, num reflexo. Desculpa aí, ex-chefinho. — Mas eu não tenho nenhuma outra informação pessoal dele. Acha que isso pode funcionar mesmo assim?  

Já começando a digitar o nome em seu computador, Namjoon sequer me fitava mais.  

— É provável que eu consiga com o nome completo e atual local de trabalho... — ele explicava vagamente, focado na tela do computador. Eu posso jurar de dedinho que nesse momento eu estava rezando para todos os santos, entidades e outros seres divinos para que aquilo desse certo; e foi justamente no meio da minha reza que a expressão de Namjoon tornou-se orgulhosa. — Encontrei.  

E que os divinos digam amém. 

Apesar da minha euforia, o problema era que, a partir daquele momento, eu já não tinha muito claro em minha mente o que deveria fazer. Sim, o meu plano desmiolado feito no meio da noite era cheio de falhas, não me julguem. Agora eu teria que pensar ainda mais rápido do que da última vez se quisesse...  

— Vou imprimir isso, já volto. — disse Namjoon, interrompendo a minha linha de raciocínio e se levantando.  

De repente, eu me vi sozinha com o computador logado de Namjoon em um canto da caótica delegacia onde ninguém prestava atenção — teriam os deuses me escutado tão bem assim?  

Não, eu não podia fazer aquilo. Era maluquice demais e qualquer deslize ou ser humano um pouco mais atento a uma mulher estranha sentada na mesa de um investigador policial poderia me colocar atrás das grades.  

Bem, mas era realmente um crime pegar emprestado rapidamente um aparato tecnológico de um policial, sendo toda essa frase entre aspas? Obviamente, eu poderia pensar nisso enquanto me esgueirava sorrateiramente para o outro lado da mesa de Namjoon, no qual eu não deveria estar. 

Deuses, não me abandonem nesse momento tão crucial, por favor. 

A adrenalina corria tão rapidamente em minhas veias, que eu preenchia os campos da página que Namjoon deixara aberta no seu computador numa velocidade facilmente comparada a da luz. Era um formulário meio complicado e numa linguagem que eu não entendia muito bem, vulgo policial, mas em algum momento o algoritmo encontrou o Park Jimin que eu procurava: o herdeiro da Maximum Group e sonâmbulo que atazanava a minha vida.  

Sem tempo para ler o arquivo ali, eu pude usufruir da minha personalidade quase paranoica de tão prevenida (mas nem sempre) e saquei o pen drive que sempre trazia na minha bolsa justamente para momentos como esse — caso eu precisasse roubar algum documento importante. Sinceramente, eu me senti um hacker invadindo o Pentágono quando pluguei o pequeno objeto branco no computador de Namjoon e rapidamente transferi o histórico de Jimin para o mesmo. Arranquei o pen drive com pressa e me levantei logo em seguida, quase pulando de volta na cadeira do outro lado da mesa.  

Meu Deus, o que foi que você fez, Jeon Soojin? 

— Aqui está o arquivo. — eu ouvi a voz de Namjoon um par de segundos depois, que retornava sabe-se lá de onde com algumas folhas em mãos. — Você pode lê-lo aqui.  

E pensar que por uma questão de segundos eu não fui flagrada e acabei atrás das grades.  

Com um sorriso meio torto, eu peguei o histórico de Yoongi — o qual eu não perderia a oportunidade de dar uma bisbilhotada, claro — das mãos de Namjoon e o agradeci, ainda nervosa. Comecei a checar o passado do meu ex-chefe e atual flerte da minha melhor amiga, enquanto mantinha o pensamento em um outro arquivo que eu gostaria de estar lendo naquele momento.  

Aquele era o maldito efeito de Park Jimin sobre a minha vida. 

 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam da "aventura" da Soojin? Muito maluca ou demais?
Aaaaah, para os melhores leitores desse mundo, essa semana eu postei uma nova história! Trata-se de um projeto em parceria com a Min Suga, o amorzinho da minha vida.
Se quiserem conferir, seria eternamente grata: https://fanfiction.com.br/historia/776727/Persona/

Até ♥