Meu querido sonâmbulo escrita por Cellis


Capítulo 13
Minha querida (e maldita) verdade


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta com mais um capítulo saindo quentinho do forno!
Espero que gostem ♥



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Estava tudo bem, claro. Tudo sob controle. Eu não tinha ido a uma delegacia no meu horário de almoço, enganado um policial extremamente prestativo, roubado documentos do seu computador e ainda, de bônus, descoberto sobre o passado peculiar de Min Yoongi (esse daria um enredo à parte para uma outra história, diga-se de passagem). Eu sequer estava nervosa e tremendo da cabeça aos pés nesse exato momento, já de volta à minha humilde mesa de escritório, ou olhando ao meu redor a cada cinco segundos com medo da polícia invadir o andar atrás de mim.  

Está bem, eu confesso que estava tremendo mais do que vara verde no meio do vendaval. 

E sabe qual era a pior parte? Mesmo com toda a correria estilo filme do James Bond, eu ainda não tive tempo para almoçar. Ou seja, a minha maior preocupação naquele momento era, na verdade, que a minha próxima refeição fosse comida de presídio.  

Mais um dia normal na vida de Jeon Soojin, a menina que roubava documentos relacionados a Park Jimin. 

E por falar na figura loira que vinha fazendo da minha vida uma catástrofe, eu ainda não tinha cruzado com o Park pelos corredores da empresa, o que me deixava mais tranquila sabe-se lá o porquê. Sentada diante do meu computador — computador da Maximum, no caso, mas eu trabalho nele então posso chamá-lo de meu — eu encarava uma pequena janela virtual que me perguntava se eu desejava abrir os arquivos do meu pen drive. 

Querida janela, desejar é uma coisa, enquanto reunir os nervos para o fazer é outra quilômetros de distância diferente. 

Teoricamente, eu sei que deveria parar de enrolar e começar logo a fuçar a vida de Jimin porque, pelos céus, eu não tive todo aquele trabalho para pôr as mãos nesses documentos para hesitar agora — mas eu estava tendo o meu momento de covardia, então, por favor, me respeitem. De repente, a hipótese de que eu poderia não querer realmente descobrir a verdade me veio em mente. De primeira, aquilo me soou extremamente ridículo, porque se eu quisesse continuar ouvindo as mentiras de Jimin eu não teria feito tudo isso feito uma maluca desgovernada. Contudo, após alguns segundos pensando, cheguei à conclusão de que o meu medo poderia ser do que eu estava prestes a encontrar. 

E se Jimin fosse uma pessoa ruim?  

Pior: como eu continuaria vivendo sob o mesmo teto que ele, o meu teto, sabendo disso? 

Não, já chega de palhaçada, Soojin. Se eu viesse a descobrir algo podre sobre Jimin ou em sua personalidade, eu o colocaria para fora da minha casa a pontapés e pronto, sem conversa ou indecisões. Para quem tinha lidado com tudo sozinha ao longo da vida, dar jeito em uma cozinha carbonizada por conta própria não seria problema. 

Jimin que fosse para o espaço se não gostasse disso. 

Decidida, eu respirei fundo e abri o tal arquivo roubado da delegacia. A vida de Park Jimin tinha, ao todo, oito páginas, mas eu não fazia a menor ideia se isso era algo bom ou ruim. Apesar da linguagem bem típica de policiais do relatório, eu conseguia entender as informações mais essenciais e, assim, comecei a devorá-las uma por uma.  

Começando por dados pessoais: nome completo, data de nascimento (o safado era exatos cinco anos mais novo do que eu, acreditem), filho único e mimado (essa parte é por minha conta, na verdade), nascido em Busan. Engraçado, eu poderia jurar que Jimin tinha nascido aqui mesmo, em Seul, mas podemos ver que nem tudo é o que parece.  

Logo em seguida, vinha o motivo pelo qual ele passava a impressão de ter nascido na movimentada capital do país:  tinha vindo para cá com apenas dois anos de idade. O arquivo era bem detalhado e especificava que o motivo da mudança da família para Seul tinha sido o novo negócio começado pelo pai, o que atualmente era a Maximum Group, em sociedade com o seu irmão mais novo.  

Tudo bem, essa leitura merece uma pequena pausa por motivos de: a Maximum tinha se tornado uma das maiores empresas do país em apenas vinte anos de sua criação, o que era um tanto bizarro. Eu sei que vinte anos pode parecer muito, mas, para quem faz parte desse meio corporativo extremamente competitivo e cruel, esse tempo equivale a umas vinte semanas, no máximo.  

O que quer que tenha feito essa empresa crescer assim, eu gostaria de ter no meu café da manhã, por favor, nem que seja só um pouquinho.  

Enfim, onde eu estava? Ah, bem, resumindo, Jimin tinha sido um típico filho único burguês. Frequentou os melhores colégios e viveu em uma ótima casa — a minha, o endereço no relatório dizia e confirmava as minhas suspeitas — mas isso tudo somente até os onze anos de idade. Lá pelo final da página três, as coisas começaram a escurecer, metaforicamente. Aos onze anos, Jimin tinha se tornado órfão. Perdera ambos os pais de uma só vez, em um acidente com seu avião particular no Japão, como Hoseok me dissera.  

Um provável trauma de infância. 

De repente, eu me recostei em minha cadeira e tirei os olhos do arquivo. Investigar o passado de alguém assim, sem o conhecimento da pessoa, repentinamente me pareceu errado e desconfortável. Até então eu nem sequer tinha descoberto algo muito relevante sobre Jimin, apenas que ele realmente já tinha morado na minha casa e que perdera os pais tão drasticamente, mas eu não sabia se era certo continuar. Permanecer lendo sobre o que deve ter sido um dos maiores sofrimentos da vida do Park, de repente, soava errado demais para que eu continuasse. 

Se fosse a minha vida, eu teria vontade de perseguir até o inferno quem me bisbilhotasse assim. 

A Soojin louca e aventureira que roubou esse arquivo de dentro de uma delegacia que me perdoe, mas ela tinha feito uma tremenda besteira.  

E, de bônus, agora eu me sentia culpada pelas minhas duas versões. 

— Droga. — murmurei para mim mesma, bufando. — Por que eu tenho que ser assim? 

— Assim como?  

A voz atrás de mim estava perto e, por isso, meu susto foi ainda maior. Dei um pulo na cadeira, acertando a minha cabeça na de quem quer que fosse o maldito ser atrás de mim, e soltei um grunhido de dor logo em seguida. A pessoa responsável pela minha reação também resmungou, provavelmente por causa da pancada, e foi por causa do mesmo que eu reconheci o seu dono. 

Filho de uma... 

— Você perdeu o juízo? — sussurrei no ápice do meu ódio, olhando para trás já sabendo quem encontraria.  

Com uma expressão dolorida, Jimin massageava a têmpora esquerda. 

— O que diabos você estava fazendo de tão errado para levar um susto desses? — ele resmungou, porém também num tom mais baixo.  

Para a nossa sorte, havia apenas dois funcionários ao nosso redor e, aparentemente, eles estavam ocupados demais se matando de trabalhar para prestarem atenção naquela cena deplorável.  

O que eu estava fazendo de errado mesmo? 

Quando Jimin esticou o pescoço para fitar a tela do meu computador, eu tenho que confessar que o desespero me consumiu da cabeça aos pés e eu teria ficado verde se aquilo fosse um desenho animado. Às pressas, eu acertei uma dúzia de teclas diferentes no teclado até finalmente conseguir fechar a página e, unindo isso aos meus olhos certamente arregalados, o Park franziu o cenho, desconfiado.  

— Jeon Soojin. — ele disse em tom de advertência, espreitando os olhos na minha direção.  

Como ele poderia ser cinco malditos anos mais novo do que eu e ainda assim ser tão informal quando falava comigo?  

Controlando a minha indignação com aquele fato, eu respirei fundo e fiz a minha melhor cara de paisagem.  

— Eram documentos confidenciais, oras. — bem, eu não estava mentindo.  

— Mas a empresa é minha. — ele rebateu.  

Droga, ele também não estava mentindo. 

Encurralada na minha própria mesa, eu fiz o meu melhor para escapar daquela situação: cruzei os braços e ergui uma sobrancelha, ficando em silêncio. Sim, eu estava pronta para agir feito uma criança e negar minha culpa até a morte. 

Ao contrário do que eu esperava, Jimin riu da minha atitude. Um sorriso natural e inocente que me lembrava algum outro que eu já tinha visto há muitos anos. 

Céus, era isso! Como eu ainda não tinha percebido? 

— Enfim. — ele iniciou, no meio do meu raciocínio confuso. — Eu vim lhe perguntar se você quer carona de volta para casa. Eu posso lhe buscar no mesmo ponto de ônibus de hoje de manhã. 

Por algum motivo, eu me mantive estática diante de Jimin, processando aquela enorme coincidência — ao ponto dele precisar estalar os dedos na minha frente para me despertar. 

— Carona? — eu indaguei, ainda meio perdida. De repente, me obriguei a recobrar os meus sentidos. Era só uma coincidência. — Você veio até aqui só para isso? Podia ter me mandado uma mensagem, ligado ou eu sei lá.  

— Eu estava entediado. — retrucou, dando de ombros. — Vai querer a carona ou não?  

Entediado. Eu tive vontade de rir de desgosto ao ouvir aquilo. 

— Sim, vou. — respondi, já nem cogitando mais negar o transporte gratuito.  

Jimin pareceu espantado com a facilidade com que eu tinha aceitado sua sugestão, porém apenas balançou a cabeça positivamente.  

— Combinado então. — disse, logo em seguida indo embora.  

Ignorando o quão aleatório aquilo tinha sido, eu o encarei, de costas e sumindo pelos corredores do escritório. Ele parecia tão relaxado e caminhava pela empresa sorrindo para os outros funcionários, não deixando transparecer em nada que em suas costas havia um passado digno de ser escondido. 

Afinal, quem diabos era você, Park Jimin? 

Aparentemente, eu teria de encontrar outro jeito de descobrir aquela maldita verdade. 

 

*** 

 

O bom de voltar para casa acompanhada do seu chefe, em especial quando ele já não gosta muito de trabalhar, é ter que sair no horário certo do final do seu expediente — nada de fazer horas extras para você hoje, Maximum Group, pois o meu chefinho felizmente era pontual e já me esperava no ponto de ônibus no horário marcado.  

Até que Jimin tinha lá as suas utilidades. 

Contudo, isso não anulava o fato de que eu ainda tinha uma infestação de pulgas atrás da minha orelha em relação ao Park. Ele dirigia em silêncio e estava concentrado na estrada, o que me permitia analisá-lo sorrateiramente de escanteio. Sinceramente, Jimin era um homem um tanto atraente. Apesar de baixo, ele tinha traços faciais bonitos, um par de bochechas que inflavam feito balão quando ele ria e, além disso, aparentemente tinha a habilidade de ficar bem em qualquer terno do mundo.  

O que você está fazendo, Jeon Soojin? Você está aqui para descobrir defeitos no Park, não para ficar o analisando desse jeito. 

Foco. 

Apesar da personalidade que me irritava, nada parecia errado em Jimin, o que era duas vezes mais preocupante. Eu não engulo esse negócio de gente perfeita nem mesmo com muita vodka — não façam isso em casa, crianças — então a imagem de Jimin de homem rico e bem-sucedido não me descia de jeito nenhum. Contudo, por um outro lado, quanto mais eu o olhava, menos defeitos em encontrava.  

Bufei, frustrada, e me afundei ainda mais no banco do passageiro. Fitei o retrovisor distraidamente, mas, nele, algo acabou me chamando a atenção. Talvez eu estivesse no ápice da minha paranoia e desconfiança, contudo, um carro preto e com os vidros completamente escuros seguia há alguns carros atrás de nós desde o momento que Jimin havia me encontrado no ponto de ônibus, sendo que já estávamos perto de casa. Poderia não ser o mesmo carro ou, ainda, o condutor coincidentemente poderia estar indo para o mesmo lugar que nós. 

Mas eram muitos “poderia” numa só frase. 

Mantive meus olhos no tal carro durante mais algumas ruas, até Jimin estacionar na porta da minha casa. Ele ainda não tinha percebido nem o veículo atrás de nós e nem que eu prestava toda aquela atenção no mesmo e, por isso, desceu do carro primeiro. Eu estava prestes a dar fim naquela paranoia, quando, de repente, o mesmo veículo preto surgiu no final da rua em baixíssima velocidade, até parar na frente de uma casa no final da quadra. O veículo permaneceu parado lá, algumas casas depois da minha, e o seu dono não ousou sequer abaixar um vidro. Eu não sabia quem estava lá dentro e, aparentemente, essa pessoa não estava querendo ser vista.  

O barulho da minha porta se abrindo acabou me roubando a atenção, mas não toda. 

— Por que você está parada aí? — Jimin indagou, referindo-se ao fato de eu ainda não ter descido do carro.  

Eu acabei o fazendo, mas, quando ele bateu a porta do carona, eu não movi um músculo sequer.  

— Eu sei que isso vai parecer maluquice da minha cabeça, mas... — pausei, fitando disfarçadamente o veículo no fim da rua. — eu acho que aquele carro nos seguiu até aqui.  

Jimin franziu o cenho, logo em seguida seguindo o meu olhar. Eu esperava que ele sacudisse os ombros e me chamasse de doida, contudo, o que eu vi foi a sua expressão se tornar preocupada. No mesmo instante em que pousou os olhos no veículo, o semblante de Jimin tornou-se sério e ele segurou o meu pulso.  

— Vamos entrar. — ele disse, ainda sério.  

Ameaçou me puxar, contudo, eu fiz uma força contrária para permanecer onde estava.  

— Você conhece aquele carro? — indaguei, confusa. — Ele nos seguiu mesmo? 

— Isso é coisa da sua cabeça, Soojin. — manteve o tom e, novamente, tentou me levar para dentro.  

Contudo, eu puxei meu braço de volta. Não sairia dali até que ele me explicasse o que diabos estava acontecendo, não importava o quão nervoso ele me parecesse agora.  

Estava cansada dos mistérios de Park Jimin. 

— Por que tem alguém nos seguindo, Jimin? — eu insisti. — Não minta para mim, está escrito na sua cara que...  

Eu estava prestes a continuar a enxurrada de perguntas para cima do Park até que ele desembuchasse, contudo, ele me interrompeu do jeito mais inesperado possível. Segurou meu pulso novamente, mas desta vez só me puxou o suficiente para colar nossos rostos — nossas bocas, mais especificamente.  

Espera um segundo.  

Mais um. 

Um momento.  

Park Jimin estava me beijando?! 

Biologicamente falando, sim. Seus olhos estavam fechados, sua mão segurava o meu braço e sua boca estava colada à minha, o que eram sinais de um beijo — mas por que diabos ele estava fazendo isso? Talvez ele tivesse surtado de vez... Sim, aquela era a única explicação possível.  

Mas ele tinha lábios tão macios...  

Espera outro segundo.  

Por que eu estava correspondendo?!  

Quando me dei conta, meus olhos estavam fechados como os seus e meu corpo tinha relaxado. Em algum momento eu cedi passagem à sua língua, o que atou de vez o nó na minha cabeça. Uma voz estridente gritava em meu cérebro para que eu desse um fim àquilo e empurrasse Jimin na frente do primeiro carro que passasse na rua, contudo, meu organismo simplesmente parecia desligado ao toque de Jimin. Ele pareceu nitidamente surpreso por eu ter correspondido o beijo, o que o fez terminá-lo em poucos segundos.  

De repente, porém não de uma forma brusca, o Park interrompeu o beijo, se afastando apenas o suficiente para as nossas testas permanecerem muito próximas. 

Apesar de ainda não entender o que raios estava acontecendo, eu parecia imersa demais no momento para fazer qualquer outra coisa que não fosse tentar respirar. 

— Vamos entrar. — ele sussurrou, ainda de olhos fechados. — Por favor.  

A voz baixa e rouca de Jimin que fazia aquele pedido dava ao mesmo um tom de imploração, o que fez um tremor estranho percorrer as minhas pernas. Meu coração estava acelerado e meu estômago comprimido, o que fazia com que eu me sentisse extremamente impotente. 

Apenas um beijo, apesar de completamente fora de contexto, não poderia me fazer sentir tudo aquilo de uma vez, certo? Era impossível, nunca tinha acontecido antes. 

Só podia ser a força do ódio dentro de mim. 

Quando me dei conta, eu estava me deixando ser puxada por Jimin para dentro de casa. Apesar de me segurar pelo pulso, ele não aplicava nenhuma força no local e me conduzia gentilmente pelo caminho, o que me deixava ainda mais confusa, pois ele não parecia irritado comigo.  

Por um momento, eu seria capaz de trocar qualquer coisa desse mundo pelo o que se passava naquela mente perturbada do Park.  

Ele tinha me beijado. Eu ainda não estava sabendo como processar aquela informação. 

Quando entramos em casa, eu fechei a porta atrás de mim e permaneci estática próxima à mesma. Jimin, que andava na minha frente, estava de costas para mim, no meio da sala. Eu nunca o tinha visto tão sério assim, mesmo não conseguindo enxergar seu rosto naquele momento.  

— Desculpe, mas eu tive que fazer aquilo. Você não me ouvia e... — suspirou alto, parecendo estar com dificuldades de encontrar as palavras certas. Como se existissem palavras certas para aquele absurdo que acabara de acontecer. — Por que diabos você nunca me escuta, Soojin?  

— Espera um minuto. — eu disse, abismada. Já não tinha mais o filtro que separava os meus pensamentos do que saía pela minha boca, então eu sabia que estava prestes a começar a dizer várias coisas. — Você me beija do nada, sem nenhum aviso ou autorização, e a culpa disso ainda é minha? O que você tem na cabeça, Park Jimin, um vazio eterno?  

— Eu disse para você entrar! — exclamou, virando-se para mim. Havia um nítido conflito interno estampado em seu resto, mas nada disso lhe dava o direito de levantar a voz para mim. Percebendo isso, ele respirou fundo e se acalmou um pouco. — Você sabe que eu tenho um passado. Até então, eu estava tentando evitar a todo custo que você se envolvesse nisso, mas eu não tive outra escolha agora há pouco. 

— Do que você está falando? — indaguei, firme. Dei alguns passos para frente, me aproximando dele. — Então você lembra do seu passado, não é? Você sabe o que lhe traumatizou ao ponto de desenvolver o seu sonambulismo, mas mentiu para mim. Por que você insiste tanto em mentir?  

— Para proteger você. — ele respondeu no mesmo instante, como se nem precisasse pensar duas vezes. Desviou os olhos, fitando o chão. — O que aconteceu comigo... Eu ainda não tenho certeza, mas pode ter sido grave. Pode ter sido causado por alguém e a última coisa que eu queria era que essa pessoa soubesse sobre você, que não tem nada a ver com essa história. 

— E por isso você foi lá e me beijou? — retruquei, sentindo as minhas bochechas esquentarem ao lembrar da cena. Contudo, mantive a voz firme. — O que raios aconteceu com você, Jimin? Você pode confiar em mim para me contar, eu prometo que não...  

— Esqueça. — interrompeu-me, de repente.  — Por favor, esqueça o que aconteceu.  

Assim, sem mais nem menos, Jimin me deu as costas e começou a caminhar na direção da escada. Todo o sangue correndo pelo meu corpo ferveu quando eu percebi que ele achava que tudo ficaria por aquilo mesmo: ele iria me beijar e continuar mentindo para mim com a justificativa de que só queria me proteger

— Park Jimin. — eu o chamei, fazendo com que ele parasse ainda nos primeiros degraus da escada. Sem honoríficos e sem brincadeiras, apenas um aviso de que ele estava prestes a me ouvir falar, mesmo que decidisse permanecer de costas para mim como estava naquele momento. 

Qualquer que fosse a maldita verdade por trás do passado de Jimin, agora quem estava prestes a ouvir algumas verdades era ele. 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?

Até a próxima ♥