Meu querido sonâmbulo escrita por Cellis


Capítulo 10
Meu querido encontro


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, queridos ♥



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Os momentos seguintes à gracinha de Jimin não foram nada agradáveis, como esperado. A minha raiva do Park aumentava mais um pouco cada vez que um cliente admirado ou um funcionário sorridente vinha nos parabenizar por tão belo casamento, chegando ao ponto em que o meu próprio marido já havia notado a minha insatisfação e assumido uma distância segura da minha pessoa.  

Eu confesso que cheguei a esquecer todo aquele desastre conforme a operadora de caixa passava, praticamente de graça, a minha pedra enorme e brilhantemente branca de mármore bem ali, na minha frente; mas o fato de estar em um carro sozinha com Jimin nesse exato momento voltou a azedar o meu humor, pois o silêncio trazia à tona minha vontade de esganá-lo, no mínimo. Contudo, eu confesso que também nem cheguei a cogitar voltar para casa de ônibus nem nada do tipo, pois Jimin iria me pagar por aquela palhaçada nem que fosse com combustível

Nós passamos o caminho todo naquele mesmo silêncio, ouvindo repetidas vezes pelas rádios apenas ao que parecia ser o grupo de maior sucesso da Coréia atualmente — Como era o seu nome mesmo? BST? BTC? Não faço a menor ideia, sinceramente, mas as músicas até que não são ruins. Quando Jimin estacionou o carro na frente da minha casa, eu destravei o meu cinto num piscar de olhos e teria saltado do veículo na mesma velocidade, se não fosse por ele ter pigarreado no meio do processo.  

Pronto, lá vem. 

— Eu posso vir hoje à noite? — ele perguntou sem rodeios, virando-se na minha direção para me fitar.  

Gelei.  

Ele realmente não iria parar com aquele tipo de brincadeira? 

— Hoje à noite? — rebati, quase que no mesmo instante. — Por que você quer vir na minha casa hoje, ainda mais de noite?  

Ele franziu o cenho, parecendo confuso.  

— Para me mudar?  — indagou, me fazendo perceber porque ele tinha estranhado a minha reação.  

Céus, Jeon Soojin, por acaso você esqueceu a sua cabeça enfiada na terra em algum lugar? 

Pior do que eu ter pagado aquele mico, era eu estar tendo aquele tipo de pensamento quanto ao motivo da vinda noturna de Jimin à minha casa. Sinceramente, eu estava precisando de um longo banho gelado e algumas boas horas de sono, pois a minha atual situação era mais deplorável que o meu normal. 

Talvez eu esteja precisando de ajuda psicológica também. 

— Ah, sim, claro. — concordei, pigarreando. Sendo sincera, eu já estou acostumada a passar vergonha na minha vida, então me recuperar desse tipo de situação com a maior naturalidade do mundo não chega a ser um problema. — Mas você consegue arrumar tudo para se mudar hoje? 

— Hoje eu pretendo trazer só o essencial, então uma mala deve ser suficiente. — respondeu, despreocupado. — O restante a empresa de mudanças traz amanhã, se eu ligar para eles ainda hoje.  

Fitando Jimin, eu me peguei imaginando como seria ter dinheiro suficiente para não precisar embalar minha casa inteira com as minhas próprias mãos, contratar o caminhoneiro mais barato que eu encontrar na parte estranha da cidade e, depois, desembalar e montar tudo de novo e sozinha toda abençoada vez que eu precisasse me mudar.  

Seria magnífico, obviamente, porém só seria mesmo. 

Respirei fundo, fitando Jimin e toda a sua riqueza.  

— Está bem, então. — eu concordei, por fim. Deveria estar parecendo frustrada, contudo, eu estava apenas tentando lidar com a minha inveja. — Você pode ser mudar hoje, se quiser.  

Com um aceno positivo de cabeça, Jimin apenas concordou com o nosso breve acordo. Como eu voltaria a encontrá-lo em algumas horas, não me dei ao trabalho de me despedir dele quando desci do carro — mal educada? Talvez. Porém sempre preguiçosa. 

De repente, eu vi sozinha na minha aconchegante casa, talvez pela última vez nos próximos meses.  

Meses. 

Céus, se antes mesmo de Jimin se mudar a minha cozinha já havia acabado em chamas, imagina a catástrofe que será tê-lo por aqui todos os dias. Era provável que outra parte da casa acabasse destruída, o que me obrigaria a fazer outro empréstimo com ele, resultando em mais alguns meses de aluguel e... 

Nada disso, Jeon Soojin! O foco aqui não é esse. 

Primeiramente, eu batalhei feito uma condenada para conseguir comprar essa casa, então não pretendo desperdiçar o meu suor por não ser capaz de fazer coisas simples do dia a dia, como desligar um maldito forno. Segundo, a minha intenção era manter Jimin por perto apenas por tempo o suficiente para que eu consiga descobrir o que diabos ele está escondendo, o que eu espero que aconteça bem rápido — afinal, Park Jimin não pode continuar mentindo para mim bem na minha cara e debaixo do meu teto. Sendo assim, eu devo unir o útil, que seria não colocar minha casa abaixo, ao agradável fato de poder desmascarar o Park bem diante dos seus olhos traiçoeiros.  

Esse é o plano. 

Respirei fundo, jogando-me no meu sofá de veludo que, graças aos céus, não havia sido atingido pelo fogo. O cheiro de fumaça vindo da cozinha ainda era um tanto incômodo, mas felizmente já estava com os seus dias contados. Era possível fitar o cômodo derretido ali da sala e, por isso, aquela era a visão que eu continuaria tendo se continuasse procrastinando no meu sofá. Ou seja, eu continuaria ali sendo constantemente relembrada da minha estupidez.  

Ótimo, agora nem dentro da minha própria casa eu posso ficar mais. Seria o meu destino morrer sozinha e sem um teto? 

Interrompendo meus pensamentos dramáticos, o toque do meu celular me deu um baita susto no meio daquele silêncio melancólico que eu mesma tinha criado. O nome de Naeun piscava na tela do aparelho, o que me fez lembrar que ela também tinha a sua parcela de culpa no quesito eu estar trazendo Park Jimin para dentro da minha casa. 

— Diga. — atendi. 

— Olha, eu só vou relevar a sua grosseria porque preciso de você. — ela rebateu. E foi naquele momento que eu soube que mais uma encrenca estava por vir. — Você não vai fazer nada hoje à noite, não é mesmo? 

— Você diz além de dar as boas-vindas ao meu mais novo inquilino? — indaguei. — Não, não vou.  

— Mas já? Nossa, vocês são bem rapidinhos... — ela disse e, quando eu estava prestes a berrar alguma coisa em seu ouvido, continuou. — Enfim, será que depois disso você poderia vir aqui em casa? 

Vocês estão sentindo esse cheiro? É a mais pura essência da encrenca. 

— Por que? — perguntei, desconfiada. 

— Porque é um verdadeiro desperdício uma mulher maravilhosa como eu passar o Dia dos Namorados sozinha. — respondeu. — Soojin—ah, me traga alguns pudins de chocolate daqueles com muito gosto de conservante e vamos assistir a um filme juntas. O que me diz? 

Era um fato de conhecimento universal que a única coisa pior do que o aegyo de Naeun, ainda mais por telefone, era o seu jeito de fazer um convite; agora imaginem a união desses dois.  

— Naeun, você sabe que nós não somos um casal, certo?  

— E daí? Só por isso não podemos passar uma data meramente comercial juntas? Esse é um pensamento muito antiquado, Soojin— sim, aquilo era Lee Naeun tentando me convencer a fazer alguma coisa. Existem pessoas piores do que eu nesse mundo e aqui está a prova. — Vamos lá, o que você pretende ficar fazendo? Ficar encarando a sua cozinha carbonizada ou o Jimin a noite toda? 

Tudo bem, agora sim ela tinha um ótimo argumento, o suficiente para me fazer pensar durante alguns segundos sobre a minha futura situação: praticamente sem comida dentro de casa e na companhia de um sonâmbulo sem a menor noção de nada e que, de bônus, é capaz de quebrar uma vidraça dormindo. 

Eu deveria ficar em casa para vigiá-lo? Sim, muito provavelmente.  

Eu estava disposta a fazer isso? 

— Você disse pudim de chocolate com bastante conservante, certo? — perguntei com a cara mais lavada do mundo. — Estarei aí em algumas horas.  

Eu não precisava estar ao lado de Naeun para poder vê-la tentando comemorar silenciosamente.  

— Ótimo. — ela disse, animada. — Venha arrumada. 

— Mas por quê?! — eu protestei. — Nós não vamos assistir a um filme na sua casa mesmo? 

— E eu não mereço um pouco de maquiagem e um salto alto, Jeon Soojin? — ela rebateu. — Você realmente faz tão pouco caso da nossa amizade? 

— Pelo amor de...  

— Até mais tarde, querida! 

E foi exatamente assim que eu tive o telefone desligado na minha cara. Sinceramente, eu não sei como ainda consigo me impressionar com a personalidade nada convencional de Naeun ou, ainda, como nós duas ainda não ateamos fogo em algo muito maior do que uma cozinha — mas ela já explodiu uma panela de pressão, para efeitos de registro aqui. Bufando e ainda com o celular em mãos, eu cogitei seriamente não colocar sequer os pés para fora de casa depois daquela maluquice da minha amiga; contudo, eu ainda tinha alguns ótimos motivos para não ficar em casa naquela noite. 

Tipo uma cozinha incendiada e Park Jimin. 

Levantei do sofá num pulo, pronta para tomar meu longo banho gelado e, em seguida, passar aquela maldita maquiagem. 

 

*** 

 

Já se passava das nove da noite e Jimin ainda não havia dado nenhum sinal de vida — ao contrário de Naeun, que a cada cinco minutos fazia meu celular vibrar com mensagens inquietas. 

Pelo visto, o meu presente de Dia dos Namorados seria uma passagem só de ida para o hospício. 

— O que você quer que eu faça? — eu reclamava sozinha para a tela do meu celular, como se Naeun estivesse ouvindo. — Eu não posso simplesmente dar o código da porta da frente e deixá-lo entrar sem que eu esteja... 

De repente, o meu monólogo zangado foi interrompido pelo toque da campainha. Eu estava no meu quarto, pelo simples fato de me negar a continuar fitando minha cozinha torrada do sofá da sala, e desci as escadas para o primeiro andar pedindo aos céus que fosse Jimin na porta da frente — a propósito, quando foi que eu cheguei nesse nível de desespero? 

Quando abri a porta, deparei-me com o Park vestindo um suéter branco um número maior do que ele, calças pretas e um tênis da mesma cor. Ele trazia consigo uma mala cinza, a qual tentava segurar junto de uma caixa de papelão cheia de bagulhos dentro, e eu tenho que confessar que a precariedade daquela cena quase me fez rir. Seus cabelos loiros (bem, eu havia presumido que aquilo era um tom de loiro e apenas aceitado isso como um fato) estavam bagunçados, o que fazia com que eu me perguntasse se ele penteava aquele cabelo para qualquer outra ocasião que não fosse o trabalho, ainda que os fios não conseguissem chegar ao final do dia bem arrumados.  

— Você precisa de ajuda? — indaguei, segurando o riso. 

Sua atenção parecia estar voltada completamente para a caixa em sua mão e, no segundo em que ele desviou os olhos para a mala de rodinhas ao seu lado, a mesma balançou em seu colo. Jimin se assustou, mas parecia estar conseguindo controlar a situação. 

— Não, está tudo bem. — ele respondeu, finalmente erguendo a cabeça. — Eu só preciso colocar isso... 

De repente, o próprio Park interrompeu sua fala. Ele me encarava tão fixamente e com os olhos tão abertos que, por um momento, eu cheguei a cogitar que ele poderia estar tendo um derrame ali mesmo.  

Justo na minha porta, Park Jimin? 

— O que foi? — indaguei, já começando a me preocupar com o fato de que ele poderia cair duro na minha frente a qualquer momento.  

Eu juro que não estou sendo dramática dessa vez, ele realmente passava essa impressão.  

— Você sempre fica em casa... — iniciou, parando por alguns segundos. Fitou-me da cabeça aos pés, voltando para o meu rosto por fim. — assim

Franzi o cenho, confusa. Em seguida, fiz o mesmo que ele e, quando reparei na minha roupa e me lembrei o porquê de estar vestida daquele jeito, tive que me segurar para não rir da ideia absurda de Jimin de que me encontraria em casa assim regularmente.  

— Você quis dizer de vestido tubinho preto, sobretudo vermelho, salto alto e maquiagem? — além do meu belíssimo cabelo curtinho e escovado, claro. — Mas é claro que não, Jimin. Eu só estava esperando você chegar para sair.  

Tudo bem, talvez eu tenha sido um pouco direta demais com a minha última fala. Eu realmente estava o esperando chegar para sair correndo de casa, mas não era cem por cento por causa dele. 

Uns setenta, eu diria. Talvez oitenta. 

Oitenta e cinco, no máximo.  

— Ah, você vai sair? — ele indagou, parecendo... desapontado? — Eu achei que fossemos discutir as regras da casa e coisas do tipo ainda hoje.  

Mais essa agora, claro. Senhor, eu só queria viver em paz na minha casinha, sem sonâmbulos, cozinhas carbonizadas ou pudins de chocolate extremamente industrializados.  

É pedir demais? 

— Regras? — eu disse, pensativa. — Bem, não mexa nas minhas coisas, não tire nada do lugar, não faça xixi fora da privada e, por fim, economize água, pois tanto o planeta quanto o meu bolso agradecem. Ah, você pode ficar com o quarto no final do corredor. — o mais distante do meu, completei mentalmente. — É isso. 

— Isso? — perguntou, abismado. — Soojin, viver sob o mesmo teto que alguém exige mais do que... 

— Jimin, você está alugando um quarto na minha casa. Não deve ser tão difícil, certo? — rebati, disfarçando perfeitamente o meu pânico em saber que era sim tão difícil. — Além disso, eu estou atrasada. Nós podemos conversar melhor depois? 

Parecendo indignado com a minha péssima hospitalidade, Jimin acabou dando-se por vencido.  

— Tudo bem. — disse, por fim. — Você deve estar indo a algum lugar muito importante e eu não quero atrapalhá-la.  

Aquilo era um deboche? Não, Park Jimin não poderia estar sendo debochado com a minha cara bem na minha casa, certo? 

Certo? 

Quando eu estava prestes a perguntar se ele ainda tinha algum amor pela própria vida, foi atrapalhada pelo vibrar do meu celular. Mais uma vez, Naeun me pergunta onde diabos eu estava.  

— Aish... Se eu soubesse que esse tal encontro me daria essa dor de cabeça, eu nem teria me arrumado, Lee. — reclamei em voz alta, esquecendo da presença de Jimin por um breve momento.  

Quando eu me lembrei, já era tarde demais. Pude percebê-lo espreitar os olhos ao ouvir a palavra encontro. Como se não bastasse ter que aturar aquele abuso da parte debochada dele por estar atrasada, eu teria também que lhe dar satisfações da minha vida? 

Não mesmo.  

— Bem, se você quiser comer alguma coisa, terá que pedir comida, pois tudo que era comestível nessa casa se foi no incêndio. — eu disse, direta. — Eu tenho que ir.  

Sendo sincera, Jimin já era grandinho o suficiente — ainda que a palavra grande fosse bem relativa no caso dele — para poder se virar sozinho e, além disso, ele já conhecia de cor e salteado a casa. Desde que não fosse seguir o meu exemplo e incendiar alguma coisa, não havia problema nenhum em deixá-lo ali.  

E o problema era dele se não gostasse disso. 

Deixei-o na porta e comecei a descer a rua, esperando atenta pelo primeiro sinal de um táxi que aparecesse. Geralmente, eu iria de ônibus para a casa de Naeun, que nem era tão longe da minha, mas eu estava arrumada demais para o transporte coletivo — além do fato de que eu a faria me reembolsar mais tarde pela corrida e pelos pudins, obviamente. Antes de dobrar a primeira esquina, olhei de relance para trás e me deparei com Jimin ao longe, ainda plantado na frente da minha porta escancarada e esticando o pescoço para me espionar. Quando percebeu que havia sido pego no flagra, ele tratou de empurrar sua caixa e sua mala para dentro aos tropeços, como se eu já não o tivesse visto tentando tomar conta da minha vida. 

Abusado. 

Bufei e segui meu caminho, pois estava determinada a não deixar Jimin azedar ainda mais o pouco que restava daquele dia. Acabei encontrando um táxi disponível na outra rua e, assim que adentrei o mesmo, dei o endereço de Naeun que eu já sabia de trás para frente. O senhor de meia idade não demorou a me deixar na frente do prédio da Lee e, diante de tamanha doçura e simpatia da parte dele, eu fui obrigada a abrir um pouco a minha mão de vaca e permitir que ele ficasse com troco.  

Talvez o meu dia só precisasse de uma boa ação para que eu me livrasse de todo aquele karma. 

O porteiro já me conhecia e, por isso, quando me viu apenas me deu um curto boa noite e permitiu que eu subisse sem avisar — sim, eu já era de casa. O elevador estava vazio e eu apertei o número seis assim que entrei, pois, obviamente, Naeun morava no sexto andar. Contudo, antes que as portas se fechassem, um homem também entrou no cubículo e, sorridente, me desejou um boa noite bem mais educado que o porteiro. Só isso em si já seria chocante em Seul, pois por aqui é raro de se encontrar pessoas dispostas a cumprimentar estranhos que sabem que jamais irão ver novamente, mas o fato do homem ser muito bem-apessoado, arrumado e extremamente cheiroso também era um pouco desconcertante. Ele fitou o painel do elevador, mas não chegou a apertar nenhum botão, o que fez com que eu deduzisse que nós coincidentemente estávamos indo para o mesmo andar. 

Nós permanecemos em silêncio e, quando as portas do elevador se abriram no sexto andar, ele abriu espaço para que eu saísse primeiro. Um pouco de cavalheirismo é sempre muito bem-vindo, obrigada. Comecei a caminhar pelo corredor que dava no apartamento de Naeun lamentando que nunca mais veria aquele belo ser humano novamente, quando percebi que ele caminhava logo atrás de mim. 

Tudo bem, não era nada demais que nós estivéssemos indo para apartamentos que ficavam na mesma direção, certo? 

 A minha resposta teria sido positiva, caso ele não tivesse parado de caminhar no exato instante no qual eu havia parado diante da porta de Naeun. Fitando-me, ele ergueu as sobrancelhas, ainda parado. 

Ele estava me seguindo?! Céus, seria ele um bandido? Mas que diabo de bandido anda tão bem arrumado? 

As coisas pioraram quando ele voltou a caminhar, porém diretamente na minha direção. O fato dele não dizer nada e apenas me fitar era ainda mais assustador e, em algum momento do ápice do meu nervosismo, eu achei que gritar seria uma boa ideia.  

Então eu fui lá e gritei alto o suficiente para acordar todo o sexto andar. 

— Quem é você?! — indaguei. — Afaste-se de mim! 

O homem pareceu se assustar e, por isso, ergueu as mãos em um sinal de defesa. 

— Espera, não é nada disso! —  exclamou. — Eu só... 

— Soojin?! — eu escutei a voz de Naeun me chamar antes mesmo dela abrir a porta, também com os olhos arregalados. Ela estava arrumada e veio às pressas de dentro do apartamento direto na minha direção. — O que aconteceu? 

Contudo, ela não estava sozinha. Franzi o cenho imediatamente quando me deparei com a figura branca demais e de cabelos negros logo atrás de Soojin. 

— Yoongi? — indaguei, confusa.  

O que diabos Min Yoongi estava fazendo no apartamento de Naeun? 

Ao contrário do que eu esperava, o Min desviou os olhos de mim diretamente para o homem que me seguia e, naquele momento, sua expressão mudou completamente. 

— Hoseok! — ele exclamou, como se desse as boas-vindas a um amigo de longa data. 

Parecendo ser a única a finalmente entender aquela situação, Naeun bufou alto. Intercalou seu olhar frustrado entre mim e o homem também confuso.  

— Tudo bem, alguém pode me explicar por que diabos você estava gritando com o seu encontro no meio do meu corredor? — perguntou, sem paciência.  

Naquele momento, eu podia jurar que os meus olhos já estavam o triplo do seu tamanho normal diante de tantas anomalias.  

— Encontro?! 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Ninguém tá entendendo é nada, né? Bem, essas são cenas para os próximos episódios... não, pera.

Ah, antes de me despedir, eu gostaria de fazer uma recomendação aos meus leitores que eu amo tanto. Vocês gostam de histórias com comédias malucas, certo (pois se não gostassem, não estariam aqui kkkkkkk)? Quem me conhece sabe que eu não sou de fazer divulgação, mas vou deixar aqui uma história MARAVILHOSA para quem estiver interessado e a fim de não sofrer tanto me esperando reaparecer (rsrs).
https://fanfiction.com.br/historia/774938/O_irmao_da_minha_ex_namorada/
Prometo que não vão se arrepender. Deem muito amor a esse autora que é tão doida quanto eu!

Até breve!