Thema Nr1 escrita por Berka


Capítulo 19
Confia em mim?


Notas iniciais do capítulo

Desconfiança;
Sorvete;
Primeira vez.



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Acordei em meio a pouca iluminação da aurora. Bill dormia como um anjo. Senti seu braço sobre minha cintura, tentei afastá-lo com cuidado e fui para o banho. Quando saí ele estava acordado e com uma carinha amassada.

- Bom dia, magrelo. - ri e lhe beijei a bochecha enquanto ele bocejava.

- Bom dia, chatinha. - ele riu e retribuiu o beijo. - Acho que vou para meu quarto. Se a minha mãe desconfiar que eu dormi aqui ela me castra! - riu de sua própria piada e me deu tchau. Passei a tarde toda sozinha em casa. A dor de cabeça pelo dia anterior massacrava-me.

Já era noite. Nenhum sinal de Tom ou Bill. Algo tinha acontecido e só eu não sabia. Resolvi tirar a prova. Subi pela varanda e cheguei ao quarto de Tom.

- Olá? - bati no vidro da janela. Não demorou muito para Tom surgir.

- Fala. - ele soou seco. Respirei fundo.

- O que aconteceu? Não deram sinal o dia todo... - ele me encarava sem expressão.

- Nada. Passei o dia com Andy. Bill você que deveria saber, afinal passou a noite com ele, não é? - Tom engoliu as lágrimas e me deu as costas.

- Não! Tom, nada disso! - entrei em pânico. - Não aconteceu nada! Bill e eu pegamos no sono depois de conversarmos a noite toda!

- Pegaram no sono ABRAÇADOS! - ele me encarou com raiva.

- Não ficamos juntos! Nem mesmo nos beijamos! - respirei fundo já derrubando lágrimas. - E você não pode me cobrar nada! Está com a Andy!

Tom me encarou profundamente chateado e fechou a janela.

Sabia o que aquilo significava. Ele não tornaria a falar comigo. Dei as costas deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto até entrar em meu quarto.

Sentei na cama ainda soluçando. Era impossível que Tom pensasse que realmente tivesse algo com Bill. Ele era apenas um amigo, um grande amigo. Tudo estava confuso. Andy, apesar de ser um doce de pessoa, realmente tinha estragado com a minha ideia de rever meu besta convencido e tascar-lhe um beijo naquela boca que eu tanto sentia falta.

Coloquei um casaco e saí pela porta da frente em direção ao interior do conjunto habitacional para os bancos da pracinha. As árvores balançavam com o vento frio que soprava naquela noite. Limitei-me a sentar em um banco no escuro e aspirar o ar gélido de deprimente que girava em torno de mim. Como tudo isso pode acontecer? Peter estragou minha vida, impediu o meu amor e de Tom e agora estamos aqui, um ao lado do outro sem poder ao menos nos tocar...

Minha respiração falha e a dor na garganta pelo olhar cortante que ele me lançou da janela pioravam meu estado a cada segundo. Não conseguia pensar em nada pra resolver meu problema. Como Tom soube que eu dormi com Bill? Ele não teria contado, ao menos que Tom tivesse ido me visitar durante a noite, mas ele tinha ido dormir na casa da namorada...

Mais uma vez escutei a voz de Andy soar do quarto de Tom. As lágrimas não paravam de escorrer só de lembrar do beijo que eu vi Tom dar nela.

- Tom, não precisa se grosso! - Andy berrou no quarto do Tom. Eu levei um susto e prestei atenção na briga.

- Eu não tô bem, mas que saco! Você fica colada em mim, deixa eu passar um dia pelo menos sozinho! - Tom berrou de um jeito que eu nunca tinha visto fazê-lo.

- Você nem quis dormir ontem lá em casa, mal me deu tchau e agora que convido você pra dar uma volta, você me trata assim?! Que idiota! - Andy berrou com a voz embargada. Devia estar muito chateada. Então Tom dormiu em casa... Droga, ele nos viu.

- Aff, só não quero que pense que é minha dona! Quero sair sozinho com meus amigos e você reclama, não posso nem mesmo passar dois segundos falando com a Kris que você já vem me beijando. PORRA, ISSO IRRITA! - ele estava alterado. Enxuguei minhas lágrimas sentindo-me péssima por escutar a discussão dos outros.

- Olha, se tá tão ruim assim, melhor terminar! - ela já chorava magoada. A voz foi diminuindo, provavelmente teria saído do quarto em direção à sala.

Levantei-me limpando minha calça e voltei para minha casa. Antes de entrar, ouvi a porta do carro de Andy bater com violência. O carrou deu uma guinchada e saiu em alta velocidade, deixando Tom na porta de sua casa sem reação. Limitei-me a lançar um olhar magoado e entrei pela porta já destrancada.

Coloquei um moletom, peguei uma coberta, um pote de sorvete de chocolate do freezer e joguei-me no sofá para assistir qualquer filme meloso que estivesse passando na TV. Não sabia se ficava triste pela discussão com Tom anteriormente ou feliz por ter visto o fim do seu namoro. A culpa pelo último pesamento me atingiu, então enfiei na boa uma boa colherada de sorvete na boca e encarei a TV sem prestar atenção direito no filme.

- Kris? - Alguém me chamou na janela do meu quarto. O susto que eu levei quase me matou, corri desesperada para dizer ao Tom que ele estava enganado e...

- Bill?! - minha face murchou. Não era ele.

- Nossa, que animação. - ele notou meu desânimo e fez uma cara meio desapontada. - Volto depois então.

- Nein, tudo bem... - sentei-me na cama fazendo sinal para que ele também o fizesse. - O que aconteceu? Tom pirou comigo e ainda depois gritou com a Andy...

- Então, eu não contei nada, Kris... Eu juro. Ainda mais que não tinha nada pra falar, a gente não fez nada! - ele puxou um travesseiro e encostou-se na parede.

- Claro... Eu não acho que você tenha falado nada, além disso ele dormiu em casa, deve ter vindo falar comigo e ter nos visto. Sei lá. - dei de ombros. - Bom, se ele quer ajeitar as coisas, eu que não vou correr atrás. - bufei levantando da cama.

- Certo... Ah, não te chamei antes porque ele tava neurótico. Até chamei ele pra vir aqui, mas ele não quis. - Bill levantou-se também e ajeitou seu cabelo impecável.

- Tudo bem, eu estava afogando as mágoas em sorvete e filmes melosos. Topa? - ri e apontei pra sala.

- Claro! - Bill riu e me guiou até a sala pelos ombros.

Ficamos enrolados na coberta e tomando sorvete até tarde. O filme era tão meloso que chegava escorrer mel da TV. Rimos um pouco e conversamos muito.

- Acho que vou ligar pra Kate amanhã. - Bill falou meio sem jeito.

- Ah, boa sorte! - sorri e lhe dei um tapinha nas costas.

- Acha que ela vai querer voltar? - ele deitou-se em meu ombro fazendo um biquinho.

- Acho sim, Bill. Ela era louca por você! - sorri tentando dar algum tipo de conforto a ele.

Bill deu um grande suspiro e sorriu. Não resisti e fiz cócegas nele até aquele magrela começar a dar gritinhos agudos implorando pra parar.

- Nossa, tão matando meu irmão! - a voz de Tom surgiu no andar de cima, no meu quarto.

Bill me encarou sorrindo e levantando do sofá. Eu comecei a tremer e suar. Ele certamente iria ter uma crise de ciumes.

- Bom, Kris... Eu vou indo. Vou fazer o que te falei e se der certo te conto. Tá tarde, né? - riu e deu uma piscadela para mim enquanto subia as escadas.

Não demorou muito até Tom aparecer de moletom de dormir na minha sala escura, apenas iluminada pela TV. Ele tinha um sorriso no rosto e sentou-se ao meu lado puxando a coberta para o lado e segurando minhas mãos.

- Desculpa. - no seu rosto brotou o mais belo sorriso que ele sabia dar.

Encarei aqueles olhos castanhos repletos de culpa sem acreditar no que ouvia. Depois do olhar que me lançou pela janela, agora está me pedindo desculpas? Baixei meus olhos e mordi meu lábio na espera de alguma resposta.

- Você acredita agora em mim? - respirei pausadamente esperando pelas próximas palavras dele.

- Sempre acreditei. - seu sorriso murchou e ele desviou o olhar. - Foi o maldito monstrinho do ciúmes que me mordeu. Sei que vocês nunca fariam nada...

- Você é um besta. - uma lágrima escorreu pelo canto do meu olho ao lembrar da discussão que tivemos. - Mas como não te desculpar? - sorri de canto.

- Eu terminei com a Andy. - Tom me encarou esperando uma aprovação.

- Por que fez isso? - fiquei séria e soltei minhas mãos das suas.

- Porque é você que eu amo. - ele tomou fôlego e colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha. - E eu vou te beijar agora.

Antes mesmo de eu poder pensar sobre suas últimas palavras, Tom tomou meu rosto com firmeza e selou nossos lábios com pressa. Segurei seus pulsos sem separar nossos lábios enquanto ele se ajoelhava no sofá diante de mim, com os olhos fechados e respirando com dificuldade. Fiz o mesmo e me aproximei de seu corpo intensificando o contato de nossos lábios. Ele largou meu rosto, passou a mão pelas minhas costas e parou na cintura me puxando para cima. Sentei de joelhos afastados sobre suas pernas agarrando-o pelo pescoço. Tom invadiu minha boca com sua língua sedenta e hábil, acariciando meus lábios e envolvendo minha língua num beijo cheio de volúpia. Estávamos abraçados e nos beijando como se todo o ar estivesse no outro. Se ele me soltasse eu iria morrer. Arranhei sua nuca enquanto minha língua desvendava todo o sentimento contido em Tom por todos aqueles dias. Ele sorriu entre o beijo e apertou-me mais contra seu corpo.

- Eu te amo. - ele riu e beijou minha clavícula subindo em direção à minha orelha. - E sempre vou te amar. - sussurrou ofegante.

Não respondi, apenas tomei seus lábios da maneira que eu queria. Suguei seu lábio inferior e apertei nossos corpos mais intensamente. Podia sentir os dedos de Tom deslizarem por minha pele, pois por onde eles passavam deixavam mina pele em brasa. Tom intensificou mais ainda nosso beijo que começou a me deixar tonta. A única coisa que fiz foi passar a mão por dentro de sua camiseta erguendo-a. Ele riu abafado por beijos e ainda sorrindo, largou meu corpo e arrancou-lhe a camisa por completo. Seu corpo não era mais o mesmo. Tom tinha os músculos definidos e ombros largos que me faziam sentir protegida. Ele voltou a me abraçar e dessa vez foi ele que passou a mão por baixo da mina blusa. Não esperei que ele fizesse, apenas a tirei de uma vez só, ficando apenas com meu sutiã preto e branco listrado. Também tinha mudado desde a vez que deixei a cidade. Com certeza eu já tinha mais corpo e parecia mais com uma mulher do que nunca. Tom sorriu e tornou a me beijar na sala escura. Não sentia mais frio, todo o calor dele me aquecia e até me fazia suar. Tom ajudou-me tirar a calça de moletom preta que eu vestia enquanto ele ainda usava a sua cinza Não demorou muito para estarmos apenas de roupas íntimas abraçados, eu sentada em sua coxa de frente pra ele, ajoelhada sobre seu corpo apenas coberto com sua boxer preta. Podia sentir ele arfar cada vez que eu apertava meu corpo mais ao seu.

- Eu também te amo. - sorri encarando seus olhos castanhos e apreciando um belo sorriso brotar em seus lábios.

- Ah, bom... Por um momento duvidei disso. - riu.

Sorri novamente e logo senti os lábios de Tom tocarem os meus com pressa. Ele seguiu o beijo pelo meu pescoço até o lóbulo de minha orelha. Sussurrou algo que eu não compreendi antes de morder levemente e depois voltou ao meu pescoço até o meu tórax. Depositou vários beijos demorados em cada centímetro de pele descoberta até deslizar a alça do sutiã pelo meu ombro, beijando-o. Ofeguei de olhos fechados e aguardei o próximo passo que ele tomaria. Tom deslizou a outra alça e envolveu-me em um abraço, beijando-me soltou a parte de trás do sutiã com todo o cuidado que a situação pedia. Comecei a tremer de vergonha e não correspondia os beijos da mesma forma, enquanto Tom retirou todo o meu sutiã e abraçou-me forte, beijando-me ternamente.

- Fique calma, pequena. - sussurrou docemente e beijou minha bochecha carinhosamente. - Eu estou com você. - sorriu.

Tom curvou-se para trás e alcançou o controle remoto da TV para desligá-la. Agora a única luz que nos iluminava era a dos próprios olhos de Tom que, mesmo no breu mais escuro, nunca se ofuscavam. Ouvi um sorriso seu e novamente ele me agarrou em um beija cheio de desejo. Suas mãos deslizaram delicadamente sobre meus seios de maneira sutil e habilidosa. Podia sentir seu membro desperto logo abaixo de mim, o que me fez ter pensamentos que nunca sequer tinham passado em minha mente algum dia. Pressionei meu corpo com mais força contra o seu até senti-lo ofegar. Ele retribuiu o ato deslizando sua mão calmamente sobre minha calcinha, fazendo-me corar. Segurei seu braço logo quando senti que ele estimulava mina intimidade. Tom parou no mesmo instante e respirou fundo ainda sorrindo, beijando o canto da minha boca.

- Está tudo bem, acalme-se... - ele riu e tornou a direcionar sua mão para minha intimidade.

A cada movimento que ele fazia eu arfava e pressionava meu corpo com mais força contra seu membro agora totalmente desperto. Tom ofegava tentando manter o controle e não fazer nada que eu não gostasse. Após alguns minutos de beijos e amassos mais quentes, ele desceu sua mão pela minha cintura deslizando o elástico de minha calcinha pela minha perna. Ofeguei e o abracei firme, sentindo que ele também tirava sua boxer. Tom beijou-me mais uma vez meus lábios com carinho e olhou em meus olhos mesmo que mal pudesse vê-los pela escuridão.

- Confia em mim? - sibilou em meus lábios.

- Confio. - ofeguei. - Cegamente. - beijei seus lábios em retorno.

Tom deitou-me no sofá delicadamente sobre a coberta e, ainda depositando beijos em meu corpo, amou-me por completo pela primeira vez.


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Notas finais do capítulo

Acho que esse capítulo descreve exatamente o amor que eles sentem um pelo outro. Não me batam, sei que me empolguei. =X



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