Thema Nr1 escrita por Berka


Capítulo 20
Hope you die.


Notas iniciais do capítulo

Vingança;
Pesadelo;
Mudanças.



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Após nossos corpos desabaram de cansaço, Tom virou-se ofegante para mim e beijou minha testa demoradamente. Abraçou-me e enrolou-me na coberta levantando-se do sofá.

- Onde você vai? – sentei-me confusa. Tom foi até o chão, vestiu sua suas boxers pretas e virou-se para mim.
- Vou pegar mais uma coberta no seu quarto. Não fuja! – riu baixinho e correu para o andar de cima.

Levaintei-me do sofá rapidamente e vesti minha calcinha de volta. Peguei a camiseta de dormir de Tom que estava jogada logo ao lado da calças de moletom. Vesti a peça de roupa sentindo o cheiro maravilhoso dele e corri para o sofá ainda quente pelos nossos corpos. Não demorou muito para os passos apressados de Tom ecoarem pela sala.

- Cheguei sua coisinha! – Tom pulou no sofá enrolado no edredom e puxou minhas cobertas. – Tá com a minha blusa, é? – sorriu largamente.
- Ahhh, que friiiiio! – lutei pelas cobertas bravamente.
- Tá linda assim. – Tom puxou-me pela mão e me colou ao seu corpo, envolvendo-nos no mesmo edredom.

Sorri mais feliz do que nunca. Só ele fazia eu sentir um frio na espinha só com um toque, mesmo que estivéssemos totalmente entregues um ao outro. Tom segurou minha cintura levemente, beijando meus lábios tão suavemente que comecei a me irritar. Avancei contra seu corpo com pressa e sentei sobre suas penas ne frente pra ele apoiando-me nos joelhos. Levei minhas mãos até sua nuca e o beijei com o mais completo desejo que estava contido em mim até aquele dia. Ele retribuiu a cada gesto, levou sua mão até minha coxa e a outra até minhas costas, por baixo da blusa. Logo estávamos tão ofegantes e exaltados que ele deitou-me no sofá. Tive a certeza de que ele iria fazer algo, mas ao invés disso, Tom me encarou sério.

- O que houve? – fitei seus olhos tentando desvendá-los.
- Você ouviu isso? – seu olhar passou a me preocupar. Virou-se rapidamente e saltou do sofá em direção a porta.
- O que? O que você ouviu? – levantei-me também e me coloquei passos atrás dele.
- Tem alguém atrás da porta. – olhei a sombra projetada na luz lá de fora. – Vai pro quarto. – sua voz soou aterrorizada.
- Não! – abafei um gritinho quando a sombra se moveu. – Que droga, quem será?
- Eu não sei, mas vou descobrir. – Tom destrancou a maçaneta, mas a sombra desapareceu antes mesmo que ele pudesse abrir a porta.
- Eu não acredito nisso... – comecei a tremer.
- Fique calma. – Tom me abraçou. – Vamos pro meu quarto, ok?
- Pode ser. – nos trocamos e subimos as escadas em direção ao quarto dele.

Tom trancou a janela e virou-se pra mim. Nossas respirações tensas e o ar gelado da noite me alertavam de que algo muito ruim estava por vir.

Sentei na cama ainda tremendo com co susto. Não poderia imaginar quem seria a misteriosa sombra do lado de fora da casa, mas algo dentro de mim gritava a resposta.

- Vou ligar para a minha mãe. – levantei num pulo e corri em direção ao telefone. – Posso?

- Claro! – Tom acenou. – Vou trancar a janela. – virou-se e passou a chave na janela, fechando a cortina.

Esperei alguns toques, mas nada de ouvir a voz de minha mãe. Isso realmente me preocupava. A cada toque meu coração pulsava e sentia uma louca vontade de vomitar.

- Tom, ela não atende. Tem algo errado... Vou pra lá. – coloquei o telefone na escrivaninha e o encarei séria.

- Kris, você não vai a lugar algum! E se quem estiver lá fora for o Peter?! – senti um soco no estômago. Então ele descobrira o meu retorno à cidade.

- Mein Gott! O que será que ele fez com a minha mãe?! – as lágrimas começaram a verter em meus olhos. – Tom, por favor!

- Espera aqui, eu vou lá buscar suas coisas no seu quarto. FICA AQUI. – ele virou-se em direção à varanda antes mesmo que eu pudesse impedir.

Tom desapareceu pela janela rapidamente. Não sei se era pelo meu nervoso, mas ele estava demorando a voltar. Aproximei-me da janela do meu quarto esperando vê-lo.

- Você tá ai, sua vaca! – senti um puxão de cabelo no escuro.

- Larga ela! – Tom gritou desesperado.

O pânico se instalou em mim. Peter tinha voltado. O pesadelo recomeçou.

- Cala essa boca, seu imbecil! – Peter me segurava pelo cabelo enquanto senti uma arma ser colocada em minha têmpora.

- Peter, por favor... – a voz rouca de minha mãe surgiu do canto do quarto.

- Mãe!? – comecei a chorar.

- Quietos! – Peter me jogou na parede junto dela e de Tom, que me segurou para que eu não caísse. Ainda apontando a arma em nossa direção, a pouca luminosidade do quarto me permitiu ver que tanto minha mãe quanto Tom tinham sido agredidos. – Por acaso vocês pensaram que eu não iria descobrir que essa vadiazinha estava na cidade?! – ele berrava e me encarava com raiva. – Fui pra cadeia por sua causa, sua vaca!

- Peter, deixe eles irem... O que você quer? – minha mãe chorava silenciosamente,

- Não! Eu vou me livrar de todos vocês! Inclusive você, seu garoto de merda! Sempre achando que é suficiente bom pra defender a Kristin? Você é patético! – Peter ria descontrolado.

- Seu filho da puta, largue elas!

- Cala essa boca! – Peter acertou uma bofetada na cabeça de Tom que cambaleou e caiu no chão desacordado.

- Tom! – gritei e me ajoelhei ao seu lado. Ele havia batido a cabeça na parede, certamente tinha sido muito forte.

- Por favor, eu imploro! Solte-os! – minha mãe soluçava. – Deixe a minha menina!

Peter juntou-a pelo braço e a arrastou para o corredor.

- Se você sair daí, eu mato sua mãe. – me olhou seco e a jogou no corredor. Voltou em poucos segundos e pegou Tom pelo braço. Só ouvi o barulho de algo caido pela escada.

- Não, o que você fez, seu merda!? – gritei correndo para o corredor.

Tom desacordado no andar abaixo, minha mãe na parede e eu fui jogada ao lado dela. Peter foi até o primeiro degrau da escada e gargalhou ao ver o braço de Tom totalmente quebrado.

- Filha, você está bem? – minha mãe me abraçou e ofegou ao ver Peter retornando o olhar para nós.

Antes que eu pudesse me dar conta, uma figura surgiu na porta do meu quarto. Ela veio na escuridão e empurrou Peter com tamanha força que o fez voar pela escada, quicando em todos os degraus. Passado os gritos de horror, corri até o interruptor e liguei a luz. A figura esguia de Bill estava branca, imóvel, olhando para o corpo inerte de Peter ao lado do Tom desacordado.

- B-Bill!? – comecei a chorar e o abracei muito forte. – Como será que Tom está? – o choro me consumia. Minha mãe ainda sentada no chão, encostada na parede.

Bill correu para o primeiro andar e ajoelhou-se ao lado do gêmeo. Suas lágrimas ao ver os ferimentos no rosto do irmão me matavam. O sofrimento era enorme.

- Tom, acorda! – Bill sentou-se ao lado de seu irmão e apoiou a cabeça em seu colo. – Kris, chama o Gordon!

- Tô indo! Mãe, você tá bem?! – corri até ela que estava sentada no corredor no anda de cima.

- Sim, filha... Corra, vá chamar Gordon!

Corri pelo meu quarto e passei pela varanda do quarto de Tom. Para minha surpresa, simone estava de pé, ao lado da cama dele.

- Onde eles estão? – sua expressão era séria.

- Peter voltou. Chame o Gordon, Tom e ele estão desacordados! – senti medo pela sua reação. Simone ficou pálida.

- Gordon. GORDON! – começou a tremer e gritar. – Os meninos! Peter! Mein Gotto, o que aconteceu com o meu Tom? Onde está Bill? – suas lágrimas começaram a molhar o carpete do quarto de Tom.

- Calma, Dona Simone! Chame a polícia rápido! Vou ver como Tom está!

- Kristin, o que aconteceu?! – Gordon apareceu de pijamas no quarto, espantado com o estado da esposa.

- Vem comigo, Peter voltou! – corri pela janela sendo acompanhada dele.

Corremos pela escada e Gordon foi até Peter que estava inerte. Tom estava acordado, gemendo de dor e minha mãe o tentava acalmar.

- Kris, ele quebrou o braço! – Bill soluçava. – Eu tô com medo, o Peter ainda não se mexeu! Será que eu matei ele?! – seu choro tornou-se desesperador.

- Você fez o quê?! – Gordon congelou e encarou os olhos inundados de Bill.

- Ele tinha tacado Tom pela escada e estava armado, ia matar Kris e Samantha, eu só o empurrei, mas ele rolou da escada! – Bill soluçava ainda mais.

- Bill, acalme-se! A polícia já está chegando. Vai dar tudo certo! – Gordon falou firme.

- Kris... – Tom gemeu. – Tá tudo bem com você?

- Tudo sim... – sentei ao lado dele. – Tudo vai ficar bem... Me desculpa.

- Você não tem culpa. – Tom fechou seus olhos e respirou fundo.

A sirene da polícia tocava pelas ruas. Não demorou até chegarem ao local do crime. Simone impediu que movessem Tom de lugar pela queda. Pderia ter fraturado mais que o braço. Gordon cuidava do corpo de Peter e minha mãe estava chorando muito.

- Eu não queria! Me desculpe, Kris! – ela chorava abraçada em mim. Só sentia pena. Como ela pôde viver tanto tempo ao lado desse troglodita?

- Tudo bem, mãe...

- Kris, a polícia chegou. – Bill surgiu ao meu lado. Era visível o medo e culpa em seus olhos.

Dois policiais entraram pela porta da frente. Gordon falava nervoso com um deles, enquanto outro checava os sinais vitais de Peter.

- É, ele está morto. – o policial sussurou para o outro. – O que houve por aqui?

- Eu explico. – minha mãe ficou de pé e encarava o fardado séria. – Tudo começou quando Peter atacou minha filha, seu namorado e o padrasto dele ano passado. Peter foi preso e tudo se resolveu. Minha filha foi morar com o pai e voltou essa semana para passar uma semana aqui. Peter tinha saído da prisão e vivia me ameaçando. Não estava com ele porque eu o amava como antes. Ele jurou que se eu me separasse ele mataria Kristin e eu duvidei disso. Estava arrumando minhas coisas para sair de casa quando Kris chegou na cidade, então um medo tomou conta de mim e continuei com ele. Eu tinha me mudado com Peter para outra casa, então hospedei minha filha nessa aqui para que ela não tivesse que continuar no mesmo teto que Peter. Então tudo parecia estar bem. Ia esperar até ela voltar para a casa do pai e só então eu iria realmente me separar. Só que ele descobriu minhas intenções quando descobriu que Kris estava na cidade. Ele viu que tinha movimento na casa., então ele me buscou em casa, me bateu e veio aqui pegar Kristin. Viu barulho na casa e resolveu entrar com a chave reserva, só que quem estava na casa era Tom. Como ele estava armado, Tom não pôde reagir. Ficamos esperando aflitos que Kris não viesse atrás de Tom, mas ela o fez. Quando ela chegou, ele a surpreendeu e a agrediu, tudo com uma arma em sua cabeça. Bateu em Tom e me jogou no corredor, sempre nos ameaçando com a arma. Jogou Tom pela escada e juntou Kristin a mim no corredor. Foi então que Bill surgiu da janela e o empurrou, mas acabou que Peter despencou pela escada e acabou ferido. Então Kris chamou Simone e Gordon e agora estamos aqui.

O policial anotou tudo e virou-se para o outro. Tom gemia de dor e Peter morto no chão da sala.

- Chame uma ambulância. Vou levar o menor para depôr e encaminhar o resto para delegacia. – acenou. – Vamos.

Tudo demorou horas. Bill interrogado, Gordon e Simone ligando para o advogado da família, Tom engessando o braço, única fratura, minha mãe fazendo corpo de delito, eu prestando depoimentos. Tudo tão doloroso. Bill não podia ser penalizado por defender seu irmão.

Peter não tinha parentes, então foi enterrado sem nenhuma cerimônia. Ninguém foi ao enterro. Minha mãe estava muito perturbada. Meu pai veio até a cidade e tentou confortá-la, mas o clima era tenso. Tom e eu perdemos a paz de saber que Bill carregava um processo desses nas costas.

- Bill, acalme-se! Você vai sair dessa, foi legítima defesa ou qualquer coisa do gênero! – Tom disse alterado. – Estamos com um ótimo advogado, tudo vai dar certo!

- Tom, eu matei um cara. Não é simples assim! – Bill suspirou.

- Ele está certo! Tudo vai ocorrer bem! – sentei no sofá da sala da casa dos Kaulitz.

A campainha tocou e Bill foi abrir.

- Kate? – Bill deu um pulo e começou a tremer. – O que você faz aqui?

- Bill... Tudo bem? – ela estava sem graça. – Eu vim ver como você está. Fiquei sabendo do rolo que deu... Que loucura! – Kate suspirou e esperou ser convidada para entrar.

- Ah... Entra. – Bill afastou a porta e acenou com a mão. O clima entre eles era visivelmente tenso.

- Oi. – Kate acenou envergonhada para mim e Tom.

- Olá. – Tom sorriu e virou-se pra mim. – Vamos pro meu quarto, Kris?

- Oi, Kate. – sorri e virei para Tom. – Vamos sim. – dei um beijo estalado na sua bochecha e pisquei para Bill.

Tom subiu rindo e mordendo meu pescoço enquanto eu ria e apressava maus passos pela escada. Chegamos no quarto já nos beijando, tomando muito cuidado com o braço engessado dele.

- Bill vai acabar é se dando bem com essa história. – Tom riu e sentou-se na cama.

- Ai, Tom! Que horror! – ri. – Isso é sério. Essa situação é muito tensa. – suspirei e me larguei na cama ao seu lado.

- É, mas agora acabou. Peter está morto e enterrado, literalmente, e nosso advogado disse que nada vai acontecer a Bill. Ele é menor de idade e foi só nos defender. Não foi intencional. Tudo vai ficar bem. – Tom sorriu e deitou-se ao meu lado.

- Eu espero. – susurrei de olhos fechados.

- E então? Você vai mesmo ir embora no final dessa semana?

- Acho que sim. – abri meus olhos encarando o teto.

- Vou sentir sua falta. – Tom segurou minha mão e puxou o ar.

- Eu também. Muito.

A semana passou voando. Bill voltou a namorar Kate. Previsível, eu sei, mas eles se amam. Nós já esperávamos por isso. Tom e eu nos aproveitamos ao máximo. Aquele besta sabia como me deixar louca.

Arrumei minha mala na casa de minha mãe. O apartamento estava interditado por causa das invertigações e tinha que ser arrumado ainda. Não fazíamos questão mesmo de voltar para lá por enquanto. Meu pai me esperava do lado de fora com um olhar ressentido de voltar para casa sem minha mãe, mas essa semana os aproximou de uma maneira muito especial. Tinha a esperança de que eles reatassem. Meu pai estava disposto a perdoar minha mãe por tudo, pois era muito apaixonado, e minha mãe ainda gostava dele e estava muito arrependida. Eles estavam retomando tudo calmamente, sem atropelar os fatos. Meu pai deu um útimo beijo terno em seus lábios discretamente e levou minha mala até o carro.

- Bom, então adeus, Samantha. – ele suspirou. – Temos que resolver muitas coisas. Espero que você pense bem na minha proposta. – sorriu. Ela o retribuiu.

- Pensarei com carinho. – acenou e me mandou um beijo.

Entrei no carro e dei um tchau desanimado. Estava indo embora mais uma vez, deixando as pessoas que amo pra trás.

- Kristin, logo você vai voltar... Eles não vão fugir. – meu pai falou distraído manobrando o carro.

- Vou sentir falta de todos eles. – suspirei. – E que proposta é essa? – instiguei curiosa.

- Nada que uma garotinha tenha que saber. – ele riu e concentrou-se no trânsito.

Desanimada, olhei pela janela relembrando o último beijo que dei em Tom antes de partir, prometendo voltar para visitá-lo. Bill e Kate juntos, sorrido, e eu e Tom separados por culpa do maldito falecido.

Gordon e Simone compraram uma flor pra mim e me deram um tchau cheio de saudades. Foram como pais pra mim, grandes amigos e que sem eles não estaria aqui.

Saindo da estrada tive a certeza de que tudo iria mudar.


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Notas finais do capítulo

Fim da descritiva de Kris, agora é o Tom de novo!



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