Stardust escrita por Tulipa


Capítulo 3
Dois - Os remanescentes


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários no capítulo anterior , é muito bom saber que há leitoras que me acompanham desde a primeira história postada aqui ♥

Quando eu vi as pessoas desaparecerem em Vingadores eu só lembrei da série The Leftovers, esse capitulo foi inspirado nela.



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Durante a viagem à Nova Iorque as lágrimas voltaram aos olhos de Tony, precisaria lidar com o desaparecimento de Peter. Mas como contar para a tia do menino que ele havia morrido? Jamais daria tal notícia por telefone, comprometeu-se a se encontrar com May em sua casa, pelo tom usado por Tony ela já estava esperando pelo pior. Tony ainda não havia parado para apurar os fatos, mas pelo pouco tempo na Terra, mesmo numa curta viagem entre Nova Iorque e a Califórnia pode perceber que o caos havia se instaurado, mas não poderia lidar com as circunstâncias naquele momento, tinha algo importante a fazer.

Parado diante da porta do modesto apartamento no bairro do Queens, buscava coragem para apertar a campainha. Era muito mais fácil estar diante de dezenas de  jornalistas e dizer “Eu sou o homem de ferro”, mesmo sem saber que aquela revelação o traria para este momento. Ao ameaçar tocar a campainha pela, talvez, décima vez a porta foi aberta.

 

—Graças a Deus vocês chegaram— May disse ao surpreendê-lo —Onde Peter está?— perguntou ao olhar para os lados no corredor.

 

—O Peter, ele…

 

—Ele está fugindo!— ela concluiu ao convidá-lo para entrar —Ele não tinha que ter saído, eu nem o deixaria ir a essa excursão da escola se não valesse nota… E eu nem tenho certeza se realmente valia nota.

 

—Talvez fosse melhor tê-lo deixado em casa mesmo…

 

—Pois é.— ela concorda —Ele não atendia ao telefone, a cidade virou um caos, estava acompanhando na TV. Tive que ligar pro Ned, o amiguinho dele, só fiquei mais tranquila quando ele me disse que Peter havia atendido um chamado do Sr...— na verdade Tony não o tinha chamado, o Sentido Aranha de Peter pressentiu o perigo e o menino apareceu durante o confronto, ainda na Terra, porém devia tê-lo mandado embora, devia ter feito com que Peter voltasse pra casa, liberar um novo traje com cheiro de carro novo foi uma péssima ideia

 

—Sra Parker, não é algo que eu possa explicar, mas precisamos conversar, não queria, em hipótese alguma, lhe dar essa notícia…— ele disse —Peter, ele...

 

—Sim?— ela se mostrava ansiosa.

 

—Ele…, ele estava comigo, mas...— Tony estava reticente —Peter desapareceu.

 

—Como desapareceu?!

 

—Ele estava comigo...— Tony repete atordoado —Realmente ele estava, e num momento depois ele...

 

—Peter foi arrebatado?!— ele levou as mãos à boca em surpresa.

 

—Arrebatado?— Tony perguntou confuso, não que fosse religioso, mas o termo não lhe era estranho.

 

—Ele foi arrebatado como o que está acontecendo com as pessoas nas ruas.— May afirmou convicta —Na tarde de ontem as pessoas começaram a sumir no ar, as pessoas estão sendo arrebatadas.— ela disse, e Tony se deu conta de que na Terra já havia se passado 24h —Estão falando disso na TV.

 

—Estão falando disso na TV?— Tony questionou, incrédulo.



—O âncora do jornal sumiu durante o programa, diante do país inteiro. Pessoas sumiram enquanto dirigiam seus carros, estavam em seu trabalho,  fazendo suas coisas… só pode ser o arrebatamento.



—Isso é insano.— Tony comentou, estranhando a reação resignada da mulher diante dele —Nada do que a Sra está falando faz sentido.— Tony comentou —A Sra não faz ideia da gravidade da situação, Peter, desapareceu, eu estava lá, eu vi…

 

—O Sr. poderia ter usado a palavra “morreu”, mas é a segunda vez que usa a palavra “desapareceu”, e era exatamente assim que estava previsto.— ela diz —“Quando chegar a hora, os salvos, que estão vivos, serão levados para junto do Senhor”. Peter é um bom menino, claro que ele seria salvo, ele está num bom lugar. Eu só queria ter sido levada também.— ela concluiu.

 

—Você disse que isso estava previsto?— ele perguntou demonstrando curiosidade, para pessoas que não fossem céticas como ele, crer numa força maior e saber que talvez as pessoas estivessem num bom lugar fosse um conforto.

 

—Na bíblia.— ela responde. Talvez  essa fosse uma conversa pra alguém mais evoluído espiritualmente, para ele não fazia sentido algum, mas não pode deixar de se sentir um pouco melhor, já que May parecia estar reconfortada.

 

—Bem...— Tony diz, desconcertado —Eu acho que eu...— ele não pôde terminar, pois a mulher começou a chorar e dizer coisas desconexas.

 

—Porque não eu?— ela perguntou quando, um tanto apavorado, Tony a amparou tentando fazê-la cessar seu choro —Porque Deus não me levou também?  Eu não tenho mais ninguém…— o questionamento de May era o mesmo de Tony, ele só não questionava Deus, pois sabia que ele nada tinha a ver com o sumiço da humanidade —Os pais de Peter, meu Ben, e agora o meu menino. Eu estou sozinha.

 

Enquanto amparava May, Tony pensou na quantidade de pessoas que poderiam estar na mesma situação naquele  instante. Segundo Thanos, seu plano era equilibrar o universo liquidando metade da população. Mas nada estaria equilibrado, uma vez que as pessoas viram-se, de repente, sem alguém que sempre fora fundamental em sua vida. “O âncora do jornal da tarde desapareceu durante o programa”, ele lembrou da fala de May e pensou em quantas pessoas podem ter sumido no exercício de suas funções. Quantos aviões caíram por perderem seus pilotos? Quantos acidentes graves foram causados?  Quantas crianças ficaram órfãs? Quanto pais perderam filhos? E quantas famílias foram desfeitas? Sua família que estava prestes a começar, a aumentar, estava desfeita. E todo o sofrimento, nem de longe, parecia equilibrar o universo. Thanos não passava  de um sádico.

 

(...)

 

Já era noite quando Tony deixou o apartamento de May. Ela lhe ofereceu biscoitos e, embora fossem horríveis, não pôde recusar. Sentia-se culpado e a ouviu falar e chorar por horas, até que a mulher caiu no sono. Deixou-lhe um bilhete colocando-se a sua disposição. Tentaria ser presente, na medida do possível, mas no fundo, não queria que ela precisasse ligar, já que seu plano era reverter todos os desaparecimentos o quanto antes.

 

Embora soubesse o que precisava fazer,  após deixar o Queens parecia andar em círculos. Não era impressão. Estava mesmo sem rumo até decidir ir para o complexo d’Os Vingadores.Voltar pra Califórnia estava fora de questão, tudo naquela casa lembrava Pepper, e ele sequer conseguiu mexer na caneca que ela deixou sobre a bancada na cozinha na última vez que tomaram café juntos, a borda do objeto ainda tinha marca do protetor labial que ela passara naquela manhã antes de tudo acontecer.

 

Ao chegar ao Complexo, antes de ir ao laboratório, Tony buscou informações sobre o “arrebatamento” que não passavam de especulação, até perceber que aquele lugar também era grande demais e ele estava sozinho.

 

—Sexta-feira, alguma posição d’Os Vingadores?

 

Achei que Os Vingadores não existissem mais, Sr.— a IA replicou.

 

—Alguma posição do Happy e do Rhodey?— Tony desconversou.  

 

—Nenhum sinal do Sr. Hogan...— Sexta-feira avisa, e Tony leva as mãos à cabeça com pesar. Happy estava de férias, o amigo havia avisado que ficaria incomunicável por algum tempo, torcia para que fosse apenas isso, que ele apenas estivesse nas Maldivas alheio a todos os acontecimentos terríveis do resto do mundo —Já o Tenente-Coronel James Rhodes encontra-se em Wakanda.

 

—Wakanda?!

 

—Sim, onde também estão o Dr. Banner, a Agente Homanoff, Thor e…



—Quem mais está um Wakanda?!

 

—Steve Rogers, Sr.

 

Tony não pôde ignorar a informação, com certeza havia algum motivo para todos estarem em Wakanda. Após conseguir a joia do tempo, Thanos só precisava da joia da mente e ela estava com Visão.

 

 —Nada sobre o Visão?

 

Ainda off-line, Sr.

 

—Sexta-feira…

 

Sr. Stark?



— Continue as pesquisas sobre o tal Reino Quântico, enquanto vou ver o que está acontecendo em Wakanda.





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Notas finais do capítulo

Já estou trabalhando no próximo capítulo, volto em breve.

Starkisses



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