Heroes escrita por Madness


Capítulo 4
Madrugada


Notas iniciais do capítulo

Quem é vivo sempre aparece!
Não tenho muitas justificativas, mas sigo firme.
Espero que gostem!!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/770531/chapter/4

A madrugada lentamente chegou, diferentemente do auge de meu cansaço.
Estou dirigindo a horas, com apenas pequenas paradas para comprar mantimentos e usar o banheiro.
A estrada é totalmente escura e deserta, sendo iluminada apenas pelos faróis do carro e a luz da lua cheia que iniciava seu ciclo.
É curioso como o céu é mais estrelado quando se está longe dos grandes centros urbanos. Tão mais bonito.
Me lembra o céu de minha cidade natal, Berk, uma pequena cidade, onde todos se conheciam, principalmente a minha família, já que meu pai era o prefeito.
Vivíamos eu, minha mãe e meu pai, tudo era bem pacato, até o dia que minha mãe faleceu.
Meu pai e eu sempre tivemos um relacionamento complicado, eu nunca fui como ele esperava que eu fosse, eu sentia a decepção em seu olhar constantemente, e depois que minha mãe morreu, tudo ficou mais difícil.
Ele começou a beber, ficar em falta com suas obrigações com a cidade, e comigo, as discussões eram constantes, tudo isso fez com que o poder que estava preso em mim fosse solto. E eu tive de fugir.

Ouço Astrid, que estava adormecida, soltar um estranho gemido ao meu lado, o que me tira de meus devaneios. Olho para ela, que está acordando. Desde que a vi na floresta, não consegui para de pensar nela, não consegui ir embora, por isso voltei, e acabei a derrubando de uma altura enorme por acidente. Não sei explicar, a forma com que ela me intriga, me faz querer saber mais sobre ela, protege-la, essa menina sofreu muito, consigo ver em seu olhar.
Seus grandes olhos azuis se voltam para os meus, e ela dá um sorriso tímido.
— Você parece cansado.
— Eu?! Imagina, o que são horas dirigindo sem parar?!
— Hahaha,que cara mais engraçado você! - disse debochada.
— Eu sou, obrigada pelo reconhecimento!
— Sem gracinhas Soluço— ela dá ênfase ao meu apelido. - É perigoso ficar forçando seu corpo a ficar acordado, se você dormir, nós dois morremos.
— Seu otimismo é comovente.
— Sou realista.
— Pois bem my lady, você está certa, se eu eu não estou louco, tem um motel a alguns quilômetros, podemos parar lá e amanhã continuamos.
— Vai me levar pra passar a noite num motel? Sagaz.
— Claro, não posso perder a oportunidade de passar a noite com uma mulher bonita assim.
Seu rosto fica avermelhado, e ela desvia o olhar para a janela do passageiro, não consegui conter a minha risada.
— Você é um besta.
— Eu me esforço.
Noto que há uma mancha de sangue na barra de sua camisola, que um dia havia sido branca, mas agora está toda suja de terra.
— Está ferida?
— Ah, acabei sendo baleada na floresta, depois que você saiu voando.
Sinto uma fisgada de culpa, eu poderia ter tirada ela de lá, mas estava desnorteado, sem pensar direito, e acabei indo embora.
— Se importa de me mostrar, não foram feitos os cuidados necessários, você pode ter uma infecção.
— Não me importo.
Ela levanta a barra da camisola e sobe a perna, fazendo uma careta de dor, para que eu possa vizualizar melhor o ferimento.
Não sou médico, mas tive que aprender algumas coisas para cuidar dos meus próprios ferimentos e de meus companheiros. Sei reconhecer uma infecção, e agora estou olhando para uma.
— Mas que merda... Devia ter mostrado antes!
— E agora?
— Agora precisamos cuidar disso, antes que cause mais problemas, tenho alguns materiais lá atrás.
— Certo...- Ela ficou cabisbaixa.
— Hey, não se preocupe, você vai ficar bem!
— Obrigada... Por tudo que está fazendo, não precisava fazer tudo isso por alguém que mal conhece.
— Não tem que agradecer, sinto que é meu dever como pessoa, não consigo imaginar o que você passou lá, e fico feliz por poder ajudá-la.
Ela sorriu pra mim.
— Mesmo assim, espero um dia poder te compensar, talvez por realização pessoal.
— Mas olhe só...
Ela solta uma risada gostosa, que se pudesse, gostaria de ouvir mais vezes, e encosta sua cabeça no vidro do carro, e assim volta a pegar no sono.

Após uma grande batalha contra o cansaço, que mais parece um elefante em minhas costas, as luzes do motel finalmente aparecem na estrada, e eu solto um suspiro aliviado.
Paro o carro nos estacionamento, decido não acordar Astrid ainda, então vou sozinho até a recepção.
Lá, enquanto duas moças, uma ruiva e outra loira, mas incrivelmente parecidas finalizam o check in, vejo meu reflexo no enorme espelho que fica na parede atrás da atendente, estou péssimo, a digna aparência de quem fez uma loucura e agora está em fuga.
Logo chega minha vez, uso documentos falsos para fazer o procedimento padrão, essencial quando se é procurado. Meu maior desejo é me jogar numa cama quentinha e dormir o sono dos justos, porém preciso cuidar do ferimento de Astrid, que por sinal está bem feio.
Volto ao carro para acordá-la, mas ela já está a minha espera, sentada no banco do passageiro com as pernas para fora. Algo não estava certo, podia ver o suor em sua testa, mas ainda sim ela está tremendo, e sua respiração um pouco pesada.
— Astrid, o que foi?
— Não é nada, só estou com um pouco de frio.
Me ajoelho em sua frente, colocando as mãos em sua testa, está com claramente com febre.
— Você está com febre... Certamente por conta da infecção, vamos cuidar do ferimento, e tenho alguns analgésicos que vão ajudar a cortar a febre por um tempo, mas você provavelmente vai precisar de antibióticos.
— Estou te dando muito trabalho não é?! - ela deu uma risada fraca.
— Não é trabalho algum, deixe de besteira. Vamos para o quarto sim?!
Consegue andar?
— Sim, sou mais forte do que pareço.
Ela se levantou, mesmo mancando um pouco foi caminhando sozinha até o quarto.
Pego minha mochila, uma sacola com mantimentos que tinha comprado mais cedo, e vou logo atrás.
No quarto, demos de cara com uma única cama, de casal, havia um pequeno frigobar, uma tv antiga, e um banheiro. A questão, temos apenas uma cama.
— Bem, não acho que eles trabalham com camas separadas né.
Ela suspira.
— Não tem problema, mas qualquer gracinha,te mato com minhas mãos.
— Não duvido nada.
Ela se senta na beirada na cama, pega o controle da televisão e a liga, sua atenção fica totalmente ligada ao telejornal que passa. Imagino que ela não tem ideia de como está o mundo.
Pego uma camisa e uma calça de moletom que trouxe e as coloco em suas mãos.
— Suponho que queira roupas limpas, o banheiro é seu, quando terminar vou fazer seu curativo.
Ela assente com a cabeça. E vai em direção ao banheiro.
Percebo que meu celular não está em meus bolsos, procuro na mochila, também não está, sendo assim, só pode estar no carro. Caminho até o estacionamento, como pensei, lá está ele, no porta luvas.
Vejo algumas várias chamadas perdidas de Jack, mas antes que possa ligar de volta, ouço uma voz próxima proferindo alguns xingamentos.

— Maldito Soluço, se ele não estiver morto eu mesmo mato aquele escroto... - a figura de cabelos brancos está a alguns metros a frente.
— Jack?! - ele me olhar surpreso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não esqueçam de comentar gente, não custa nada e tem um valor muito grande pra mim rsrs
Minha cabeça está cheia de criatividade, então o próximo deve sair em breve ( de verdade)
Até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Heroes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.