Heroes escrita por Madness


Capítulo 3
Verde


Notas iniciais do capítulo

Olá
Sinto muito pela demora!
Obrigada na todos que comentaram, emfixo muito feliz em ver que estão gostando!
Espero que gostem!
Boa leitura!



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Estou entrando em pânico. Olho para baixo e vejo uma queda direto para a morte, foi uma péssima ideia, mas situações desesperadoras requerem medidas desesperadas.
A chuva se transformou em uma tempestade e está ficando cada vez mais difícil manter meu vôo sobre controle. Não sinto que estou longe o suficiente para descer, então irei continuar.
As gotas de chuva acertam minha pele como pequenos alfinetes, está tão frio, como eu gostaria de poder me deitar em uma cama quentinha para descansar, e que tudo isso fosse um sonho ruim.
Me retiro desses devaneios impossíveis e mantenho o foco, me esforço para continuar controlando, me sinto cada vez mais fraca. Meu corpo já debilitado não iria aguentar o uso de meus poderes dessas forma, mas eu tinha que fazer isso.
Tenho a impressão que algo passou na minha frente, mas o céu está escuro e a tempestade compromete minha visão a longa distância.
Deve ser o cansaço me enganando, ignoro.
Sinto meu corpo bater contra algo frio, não consigo ver o que,  começo a desabar em alta velocidade contra o chão, e não consigo subir novamente, não tenho forças, fecho meus olhos e enquanto sinto o vento frio em meu rosto, espero pelo impacto.
Mas ele não vem.
Algo me puxa pela cintura, abro meus olhos tentando ver o que seria, mas só vejo um borrão negro, que quase se camufla no céu da noite.
Sem conseguir mais resistir, fecho meus olhos e me entrego ao cansaço.

Sinto meu corpo sobre algo úmido e pinicando. Abro lentamente meus olhos,me adaptando a claridade, e vejo um céu azul, tão bonito, fazia tempo que não via um desses. O cheiro de terra molhada é reconfortante.

Não estou mais trancada
Repito essa frase repetidamente, para acreditar que é real, tudo aconteceu tão rápido, que eu nem consigo assimilar.
Me sento, e vejo que fui coberta com uma camisa verde, o que explica não ter morrido de frio na noite anterior. Mas não encontro seu dono.
Olho ao redor e não vejo ninguém,estou em uma clareira, no meio de uma floresta de árvores altas, não deve ser muito longe de onde eu estava, isso me causa um frio na barriga. Me lembro da noite anterior, nada se encaixa, eu deveria estar morta agora, mas algo me impediu de cair, ou alguém.
Me levanto, ainda fraca, não como algo nem bebo água a um tempo considerável.
Amarro a camisa em minha cintura e vou em direção às árvores, atenta a qualquer ruído, ao longo do percurso um som de água corrente vai ficando cada vez mais alto, me apresso, eu poderia beber um rio inteiro agora.
Finalmente chego até ele, a água cristalina, tão convidativa. Vou até a beirada e fica sobre meus joelhos, fazendo uma concha com as mãos pego uma quantidade de água e levo até a boca.

— Que bom que acordou.
 
Me levanto de supetão com o susto, mas acabo me desequilibrando e caindo sentada na água.

— Meu Deus me desculpe, não foi a intenção te assustar eu juro!

Observei seu rosto, era familiar,os cabelos castanhos na altura do ombro, alto, era magro, porém seus músculos estavam marcados na regata preta molhada, mas foi quando ele me olhou com aqueles olhos verdes brilhantes,que a memória veio instantaneamente.

— Você...era você ontem na floresta vestido de guarda?! - Me levanto receosa.

— Ah... Isso, sim era eu, mas não sou um guarda, estava disfarçado. - Ele coçou a cabeça com um sorriso tímido.

— Foi você que desligou o sistema de segurança?

— Sim.

Olhei pra ele desconfiada, ele não parece mentir, e também não faria sentido se estivesse, ele tem poderes como eu, não ajudaria o inimigo. Eu acho.
Me levantei, estava encharcada, de novo.

— Então...- ele começou- me desculpe por derrubar você ontem, é difícil voar na chuva.

— Tudo bem, pelo menos você não me deixou morrer...

— Não poderia fazer isso! Aliás, meu nome é Henrique, mas pode me chamar de Soluço. - ele estendeu sua mão para mim.
 
Apelido engraçado.

— Astrid. - Disse estendendo a minha também.

Ele pegou uma mochila que estava no oco de uma árvore, e voltamos em silêncio até a clareira.
Eu ainda tinha algumas perguntas, mas resolvi deixar para depois, quero ver qual é a desse garoto antes.
Coloquei a camisa verde para secar sobre uma pedra, e me aproximei dele.

— Desculpe pela camisa.

— Não se incomode com isso!

— Soluço...?

— Eu sei - ele riu - bem estranho, mas é um apelido que meu pai me deu, eu gosto.

  Me sentei no chão, e ele se sentou a minha frente.

— Você sabe que aqui não é seguro certo?!

Assenti com a cabeça.

— Pois bem - ele continua- Sei que não me conhece, mas não quero lhe fazer mal, sou como você, e se deixar gostaria de te ajudar.

— Como poderia? - questionei.

— Eu venho de um lugar, uma espécie de sociedade, onde quem tem poderes pode viver tranquilo, é bem escondido, longe daqui.

Era tentador, para alguém que não tem pra onde ir, nem família para recorrer, é a melhor opção.
Mas, é bom até demais, poderia ser outra prisão, ou até pior.
Se eu ficar sozinha aqui, poderia ser achada, ou ficar vagando até morrer de fome, ou conseguir chegar a uma cidade, mas não parece ter nenhuma por perto.
Às duas opções estavam pesando igualmente.

— Mas como sei que posso confiar em você? - uma pergunta direta.

— Não da pra saber, não posso provar pra você que sou confiável.

— Realmente. - suspiro frustrada- devo arriscar então?

— Ficar aqui também seria um risco, qual risco você acha que acabaria dando certo?

— Você é bem convincente.

— Acredita que vivem me dizendo isso?!

Sorrio, me dando por vencida. Ele  sorri de volta.

— Já que convenci você com meus incríveis dons persuasivos, vamos indo, antes que anoiteça.

— Anoiteça?! Mas que horas são?

— Quase 5 da tarde, foi uma noite cansativa realmente.

Começamos a caminhar floresta a dentro, Soluço parece ser uma pessoa boa, me traz um ar de confiança, espero não estar enganada.
Chegamos a uma estrada de terra, onde havia uma pedra enorme bloqueando o caminho, ou era o que parecia, ele foi até ela, e retirou várias folhas grandes e galhos de cima, e a pedra se revelou na verdade ser um carro.

— Você é realmente bom em se camuflar não é?!

Ele sorriu vergonhoso, e abriu a porta do passageiro para que eu entrasse.

— Entre, my lady.


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui, não se esqueça de comentar ;)
Até o próximo capítulo!



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