Splash escrita por Jubs


Capítulo 2
Getting Away To Get Closer


Notas iniciais do capítulo

DAÊ RAPAZIADAAAAAAAAAAAAaaaaaªªªªª

Espero que todos estejam bem nesse fim de ano (ou tanto faz a época que tu ta lendo)!

Como eu não lembro o que eu tava escutando enquanto escrevia esse capítulo vou recomendar uma música que eu não consigo parar de ouvir:
Bicycle Race do Queen.

Tenha uma boa leitura e lets go.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/770342/chapter/2

Me sentei na arquibancada como fazia toda quinta para observar o treino da equipe de natação. Olhá-los toda semana era como um alívio, um suspiro. Naquele dia em particular era melhor ainda já que eles estavam escolhendo quem iria competir nas classificatórias para o campeonato estadual, o que significava esforço em dobro.

Ver Will em seu "habitat natural" era um deleite. Ele conversava espontaneamente fora da piscina enquanto esperava sua vez, rindo e fazendo piadas. Vê-lo assim me fazia sorrir involuntariamente. Por um segundo me perdi em pensamentos e quando voltei a realidade ele acenava para mim tentando chamar minha atenção. Sorri e acenei timidamente de volta para ele.

Quando o treino terminou ele me mandou uma mensagem pedindo para esperar por ele fora dos vestiários. Tirei um print da tela e mandei para Ella. Estava surtando, não sabia como agir perto de Will, principalmente se estivéssemos sozinhos. Tentei mentalizar que ele sairia com todos seus amigos e nos falaríamos por cinco minutos e deu. Fiquei pensando nisso enquanto ia em direção a porta dos vestiários.

Enquanto esperava por Will, Patrick saiu e avisou que ele já vinha. Dito e feito, não demorou para ele sair de lá com sua bolsa esportiva e o cabelo todo molhado.

— Eu te vi na arquibancada e me perguntei se não queria uma carona.

— Ah não, eu vim de carro pra escola. — nós começamos a andar em direção a saída.

— Estava esperando alguém então?

— Não.

— Então o que estava fazendo lá sentada sozinha?

— Eu... — travei na hora, não podia simplesmente dizer "sou apaixonada por você por isso te observo toda quinta". — Eu gosto do ar que bate nas arquibancadas durante esse horário. O treino é só o bônus.

— Ah então você gosta de observar os garotos de sunga?! — seu sorriso aumentava enquanto eu enrubescia mais e mais, levando-o a gargalhar alto. — Não se preocupe, não contarei a ninguém que temos uma super fã.

Fomos andando em silêncio até chegarmos no meu armário onde eu deixei minha agenda e peguei as chaves do carro. Ele disse que meu armário era muito desorganizado e precisava de uma limpa, dando ênfase nas embalagens de doce que se acumulavam entre os livros. Em seu armário ele deixou o que faltava e então me acompanhou até meu carro. Ele se apoiou na janela do motorista quando eu me acomodei finalmente.

— Desculpa por agora a pouco, não queria te constranger.

— Não liga pra isso, eu to sempre corando por qualquer coisa mesmo. Além do mais o que tu disse é verdade no final das contas, eu realmente vou lá para ver todos vocês de sunga. — enquanto corava eu esfreguei as minhas mãos e soltei uma gargalhada malvada. — Tu descobriu meu plano maligno.

Tentei fazer piada para encobrir que na verdade eu queria enterrar minha cabeça no chão e nunca mais tirar ela de lá. Will caiu pela cena direitinho, fazendo-o rir alto.

— Está bem, da próxima tire fotos também, eu até posso fazer uma poses indecentes se tu quiser. — ele disse virando seu bumbum para mim mordendo seu dedo indicador.

Nós rimos juntos e fizemos graça por algum tempo até Will checar seu relógio de pulso e se espantar com o horário.

— Nossa já é tarde assim? Desculpa Linds eu preciso ir pra casa, mas a gente se vê por aí. Te mando mensagem mais tarde.

Eu acenei e quando ele saiu de vista eu soquei o volante de tão eufórica que estava. Era extraordinário como esse bendito garoto era tão incrível comigo. Mesmo quando eu era chata, faladeira ou até mesmo quando falava coisas idiotas. Ele era simplesmente a pessoa mais amigável do mundo, e isso me assustava. Afinal das contas, por que ele iria querer algo comigo que não fosse amizade?

Os pensamentos e as dúvidas transbordavam de minha cabeça. Tanto que meu nariz começou a sangrar. Em momentos de muito estresse isso acabava acontecendo comigo, mas não era muito normal. Botei um lenço para estancar e dirigi até em casa ainda aflita com as perguntas desgostosas que pairavam sobre minha cabeça.

・*:.。. .。.:*・゜゚・*☆

Nos dias que se seguiram eu evitava falar tanto com Will quase para testar ele. Queria saber se ele acabaria se afastando mas ele continuava falando comigo toda vez que me via nos corredores e eu respondia cada vez menos. Mesmo que gostasse dele imensamente minha cabeça pregava peças em mim tentando me fazer ver algo que não existia. Mas não podia negar que em alguns momento não pude deixar de acreditar. Afinal, para ele querer ser meu amigo só poderia ser por interesse.

Passada algumas semanas em que eu evitava completamente me encontrar com Will, até mesmo me escondendo para ele não me ver, acabamos nos encontrando no corredor vazio. Estava tarde e poucas pessoas ainda estava fazendo algo na escola e ele era uma dessas pessoas infelizmente. Ele veio ao meu encontro na porta da biblioteca. O silêncio era desconfortável.

— Oi. — ele disse e eu apenas acenei de volta. — Tá tudo bem?

— Sim, tudo ótimo.

— Estava estudando?

— Sim, e tu? Tava no treino? — ele confirmou com um aceno.

— Tu não tem aparecido por lá né? Aconteceu alguma coisa?

Por um longo minuto Will ficou me encarando enquanto eu olhava para o chão evitando ao máximo seu olhar. Era difícil mentir para aqueles olhos. Malditos. Abri minha boca algumas vezes antes que pudesse conseguir formar uma frase coerente.

— Tu tá tentando me ignorar? Toda vez que eu te vejo no corredor tu foge, parece que viu uma assombração. Eu pensei que tu quisesse ser minha amiga, mas se não quer é só me falar que tá tudo bem.

Por mais um minuto inteiro aqueles olhos que queimavam a carne repousaram sobre mim tentando entender o que estava acontecendo. Quando finalmente consegui olhá-los era como se ele já tivesse aceitado, e quando Will se virou para ir embora foi como se o ralo tivesse desentupido de repente.

— Eu só não entendo... — ele se virou para mim quando eu hesitei.— Por que eu? O que eu tenho de especial? Eu sou realmente interessante pra tu querer se aproximar de mim? Não entenda mal, eu adoro sua companhia mas eu não entendo, por que eu de todas essas pessoas que tanto tentam te agradar?

— Linds, é exatamente por isso. Todas essas pessoas tentam me agradar e elas acabam não sendo elas mesmas, mas tu simplesmente não se importa. Quando tu gargalhou daquelas minhas piadas bobas na aula de química eu sabia que tu tava sendo honesta, e era com aquela pessoa que eu queria fazer amizade. Era só isso. — ele se virou escondendo seu rosto e passando as mãos nos cabelos loiros. — Desculpa eu não to acostumado a falar tão abertamente sobre meus sentimentos.

Por um momento eu fiquei sem reação. As dúvidas ainda fincavam em meus pensamentos e me deixavam cautelosa. Nunca fui de confiar muito nas pessoas e não era agora que começaria. Ele me olhou esperando uma reação mas ao invés disso nós começamos a rir. Will não era como ninguém que eu conhecesse, era como se ele harmonizasse com minha personalidade idiota e eu com a dele.

— Não fique com medo de me dizer as coisas quando precisar. Já me acostumei demais com a tua presença, eu ia odiar se tu me ignorasse agora.

・*:.。. .。.:*・゜゚・*☆

Alguns meses já haviam se passado desde que eu e Will viramos amigos de verdade. Nos falávamos quase todo dia na escola, e quando não dava trocávamos mensagens até a hora de dormir.

Um dia enquanto procurava um lugar com sombra no terreno da escola acabei esbarrando com Will, que se assustou e rapidamente jogou um cigarro no chão pisando em cima dele logo em seguida. Eu o olhei estranhando. E enquanto eu via seu rosto corar eu ficava com mais raiva.

— Mas que merda, tu fuma? — eu disse quase berrando.

— Ei, fala mais baixo, a gente ta na escola.

— William pelo amor de Deus o que tu tá fazendo? Vai foder teu pulmão e depois vai nadar como? O treinador sabe disso?

— Desculpa mãe... — ele disse rindo me fazendo lançar-lhe um olhar repressivo que logo o calou. — Ninguém sabe, tu foi a primeira a descobrir.

— Mas que inferno.

— Ei calma, não é o fim do mundo. Eu só fumo quando to muito estressado.

— Calma nada eu to com vontade de bater em ti. — eu disse respirando fundo procurando ser paciente com ele.

Por alguns minutos ele ficou sem falar nada então num surto de ódio me virei para ir embora. Se tinha algo que me deixava com raiva era cigarro. Meu tio favorito havia fumado por anos e anos, e apesar de eu adorar sua presença ele fumava mesmo se eu estivesse por perto. Não só comigo por perto, mas minha prima e meu irmão quando nós três eramos crianças também. Minha tia odiava quando ele ia fumar na cozinha, mas mesmo assim ele fazia toda vez. Tinha pouco tempo que o câncer no pulmão havia o vencido, e ver meu melhor amigo se levando para o mesmo caminho inconsequentemente me deixava indignada.

— Linds espera, não vai acontecer nada comigo. — ele disse segurando meu braço, mas quando me virou e viu as lágrimas descendo pelo meu rosto ele logo largou meu braço e me abraçou. — Calma, vai ficar tudo bem. Eu juro que vou tentar parar.

— Tu vai parar nem que eu te obrigue. — eu disse entre soluços.

Depois de finalmente me acalmar em seus braços eu respirei fundo, limpei as lágrimas em seu moletom e nos separei. Ele me olhava preocupado esperando que eu começasse a falar, e depois de respirar fundo eu finalmente me tranquilizei.

— Meu tio morreu de câncer no pulmão faz dois anos. Eu não quero te ver definhando numa cama de hospital no futuro... — ele sorriu de leve enquanto olhava meus olhos. — Por favor para de fumar se não eu te mato. Se tu tá estressado pode falar comigo, sabes que eu to aqui pra te dar apoio droga.

Ele voltou a me abraçar pedindo desculpas e explicando que estava tentando parar, mas por um momento, meus sentimentos cresceram como uma enchente no meu peito, me tirando o fôlego. Eu só conseguia pensar em seus braços me envolvendo e o cheiro do seu perfume. Aquele era o lugar perfeito para se estar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Own chegamos ao fim de mais um capítulo, espero que tenha gostado e que tire um tempinhozinhoinho da sua vida pra comentar o que achou. Pode dizer se tava ruim, se tava bom, se tu acha que tem alguma forma de eu melhor minha escrita (apesar de que já to escrevendo o quinto capítulo).
Lembrando mais uma vez que quem comentar ganha um beijo de um sabor ଘ(੭ˊᵕˋ)੭* ੈ✩‧₊˚
Antes de eu falar tchau quero fazer aquela propagandinha pro meu único anjinho que comentou o primeiro capítulo. Leiam Top Five: https://fanfiction.com.br/historia/769993/Top_Five/
Okay agora foi beijões e até a próxima anjos de luz.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Splash" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.