Maria Beatriz Valência comunicou que a entrega de presentes seria em sua casa, para poderem comemorar em família e após a pronúncia da mesma, todos foram liberados para o alívio de Betty. Ela pegou sua pasta e retirou-se do local que a sufocava imediatamente, mas para sua surpresa, Armando a seguiu e acabaram por entrar na outra sala juntos.

“Betty! Nós conseguimos, Beatriz! Conseguimos!”

Ele a abraçou, mas a mesma não retribuiu.“

Então isso significa que você não precisa mais de mim, Doutor.”

Ele estava confuso. O que aconteceu para ela estar assim?  

“Claro que não, Beatriz. É claro que eu preciso. Você é minha secretária, estamos juntos nessa. Ainda tem seis meses para que possamos reerguer a Ecomoda de uma vez. Mas antes, eu estava planejando levar você para uma viagem.”

Armando iria realmente seguir o plano que estava escrito na carta. Porque ela deixou se enganar pensando que ele seria diferente dos demais? E ainda tinha a coragem de falar sobre os seis meses que o balance falso causou. Ela queria jogar tudo na cara dele, mas não podia. Decidiu que seria a última vez que ele a veria, mas o mesmo não podia descobrir de maneira nenhuma.

“Sim, Doutor… mas o senhor sabe como meu pai é, não deixaria que eu fosse e mesmo assim eu não iria querer. Aqui tem minha família, meus amigos. Não posso largá-los.”

Estava fingindo surpresa. Iria fazer o jogo deles. Se eles achavam que comandavam, iria provar ao contrário.

“Betty… é como se fosse uma viagem de negócios e como sou seu chefe, seu pai não iria se importar que fosse comigo. Pense em como será bom para nós dois passarmos mais tempo juntos, entendeu? Pense, pense sobre isso!”“

Ai, Doutor. Não sei, eu… eu preciso ir pra casa. Pois como acabaste de falar sobre papai, lembrei que tenho um compromisso com ele hoje mesmo.”

“Por favor, Beatriz preciso de sua resposta o quanto antes” disse ao puxá-la para mais perto, fazendo-a sentir um arrepio.

          “Deixe-me ir, doutor!”

Ele a soltou e ela se foi, deixando um Armando confuso e irritado.