Do Not Let Me Fall escrita por Gabizinha


Capítulo 6
Capítulo 6 - Choque.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Boa leitura ♥



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Alina

Depois da minha pequena invasão, eu voltei para o meu dormitório sentindo uma dor de cabeça que parecia vir diretamente do inferno, me deitei e adormeci rapidamente.

Autora

Zanael estava indo em direção ao dormitório dele, quando uma figura pequena e loira para a sua frente.

— Olá, sou Alina.

— Oi.

— Anjo da Escolha. 

— O quê?

— Você é um Anjo da Escolha.

— Como sabe disso? Você é uma - Ele examinou a garota - Professora? 

Alina baixou o rosto e soltou uma risadinha curta.

— Quem me dera, minha vida seria menos complicada do que é. Não, eu sou uma aluna, simples como você. E percebo que seu pai é Barachiel... Meu pai me contou sobre todos os Arcanjos quando eu tinha 8 anos, você se parece com seu pai. Ele alguma vez lhe visitou? Oh, sinto muito, eu tendo a falar muito quando sei que a pessoa não está interessada no que eu digo.

— É você se parece com uma pessoa bem faladeira, quase como uma humana, a não ser por esses olhos roxos... Gênese de Alexandria hã? 

— Gosto de pensar que Deus - Alina apontou para o teto - Me fez diferente. Por exemplo, seus olhos são azuis, como explica isso? Muita gente por aqui tem diferentes tons de castanho nos olhos mas você tem um azul quase turquesa, muito difícil de achar.

O garoto queria rir, mas diante daqueles olhos não conseguiu formular uma expressão que pudesse esconder o que pensava "Essa garota conseguiu roubar a beleza do mundo todo, e não dividiu com ninguém".

— Eu não sei, talvez eu tenha ficado dentro d'água por muito tempo. Já que você é a sabe-tudo por aqui, onde fica a ala dos dormitórios?

— Receio que o senhor esteja indo para o lado errado, posso ver seu papel por favor?

Zanael entregou o papel na mão de Alina e instantaneamente um choque percorreu o corpo de ambos, mas pareciam tão surpresos que não comentaram nada.

— Bom, seu dormitório fica perto do meu, vamos eu te mostro o caminho.

— Você primeiro, por favor.

Alina deu seu melhor sorriso amarelo, e seguiu pelo caminho que os levaria até seus quartos.

Pov Diana

Eu havia acabado de sair da minha aula de Pesquisa sobre a Antiguidade, quando vi Ian, nosso novo estudante, conversando com a minha professora favorita, Lenobia. Me aproximei o suficiente para escutar o assunto deles... Alina.

— Olhe Ian, para o seu bem, não procure nada sobre Alina ou sobre qualquer ato dela, essa garota sofre demais pelos dons que tem.

"Hunff, claro que sofre, ela tem poderes inexplicáveis, suas asas nasceram mais cedo e ela é filha do casal mais poderoso do céu... A vida dela é tão complicada"

— Eu só quero ajudar, eu tenho dom da compreensão, por favor eu preciso entendê-la, eu consigo sentir ela, consigo saber quais são seus pensamentos internos e não consigo parar com isso. 

Eu me aproximei dos dois e dei um Oi.

— Oi. não pude deixar de ouvir o que falavam sobre Alina, e eu digo que ela não precisa de ajuda nenhuma, ela é ótima em tudo que faz e ri o tempo todo - Eu olhei diretamente para Lenobia, que com certeza ficaria muito brava comigo pelo o quê eu disse, aqui nesta escola todos protegem Alina incluindo o diretor - A vida dela é perfeita! Não precisa de ajuda de ninguém, ela se cuida sozinha. Já eu, tenho me sentido um pouco solitária esses dias, posso conversar com você? 

Vi o olhar que Ian me deu, parecia ter nojo nele.

— Sua inveja, e rancor me enojam sabia? Você é bonita por fora, mas suas questões internas só apresentam qualidades ruins sobre alguém que você no fundo considera amiga. Como quer ser da Armada do Senhor, se você quer se voltar contra os da sua própria espécie? 

Eu senti aquelas palavras como um tapa, Lenobia pediu desculpas e segurou meu pulso, me puxando para longe de Ian. Eu não conseguia entender, que dom era aquele afinal?

Pov Zanael

Andar com Alina afinal de contas, me fez muito bem. Ela com certeza tinha um dos dons da mãe, ser engraçada na hora certa.

— Você não pode escolher dois tipos.

— Uma pessoa pode ser bissexual? - Ela me pergunta com aqueles olhos cravados nos meus.

Eu assenti em concordância.

— Então eu posso escolher dois tipos de sabor sim. Chiclete e Menta, já tentou essa combinação? Não me responda se a resposta não for sim!

Eu gargalhei.

— Então eu vou ficar calado.

— Vamos fazer um show esse ano, todos da escola são obrigados a participar.

— Vocês podem obrigar alguém a fazer algo aqui?

— Não, mas tentamos. - Ela gargalhou e foi um som tão gostoso de ouvir que ecoou nos meus pensamentos - Você sabia que alguns anjos conseguem ouvir nossos pensamentos? 

— Tipo ler nossas mentes? Nossos pensamentos mais depravados e tudo mais?

— Sim, você tem muitos pensamentos depravados?

— Digamos que eu esteja nesse exato momento pensando que se não estivéssemos numa escola para anjos, você estaria na minha cama.

— Fazendo o quê?

— Jogando Strip Poker, já jogou? - Eu falei rapidamente, com um tom de brincadeira.

Ela me olhou curiosa demonstrando a sua falta experiência nisso.

— Você tem que entender, que eu... Nunca fui a uma festa de humanos, ou tive uma experiência humana como jogar Strip Poker, o contato mais humano que eu já tive foi você, que viveu grande parte da vida no mundo deles. Aliás, eu sempre quis saber, como é lá? Cinema, escola, shoppings...

— Espere, você nunca foi ao Cinema?

— Nunquinha. Mas vejo os filmes que saem de vez em quando, aqui eles dão, notebook e celular e o Wi-fi daqui é maravilhoso, todos os alunos usam e nunca trava.

— Isso que eu chamo de Wi-fi divino.

Nós dois rimos e ela parou em frente a uma porta.

— Bom aqui é seu quarto. Ele é só seu. 

— Espere, eu não terei que dividir um quarto?

— Só se você pedir, quer dizer, você pode pedir para ter um quarto compartilhado com algum amigo.

— Posso pedir para compartilhar com você?

— Seria lindo, mas não. A regra é clara, menino com menino e menina com menina. Talvez quando Deus voltar e decretar que meninas e meninos podem ficar no mesmo quarto juntos e sem transar, aí a escola acredite que não faríamos isso.

— Mas eu posso te visitar e você me visitar né? 

— Claro, e se eventualmente você dormir no meu quarto, ninguém irá reclamar.

— Por que? 

— Eles irão descobrir lógico mas os professores enten... sabem que as vezes a gente estuda junto para ajudar e ficamos cansados. Mas eles irão saber. Anjos sabem de tudo.

— Tem câmeras no quarto? 

— Claro que não, nós nos trocamos aí dentro. Bom agora chega de perguntas, entrei aí.

 Eu virei a maçaneta e me surpreendi com o tamanho do quarto e com a cama de casal que havia ali.

— Todos os quartos são assim?

— Só dos alunos com dons.

— E eu tenho qual dom?

— Eu chequei sua ficha, seu dom é considerado inexplicável... Como os meus.

— Quer dizer que somos os únicos da nossa espécie?

— Não, quer dizer que eu sou a única da minha espécie, muitos Anjos da Escolha possuem histórico de terem poderes inexplicáveis porque geralmente tem influência do que mora "lá embaixo", então você continua em estado de pesquisa. Brevemente, se você escolher o caminho certo iremos descobrir se você tem um dom mesmo. Bom meu quarto é aqui do lado, se precisar grite. Boa noite, Zanael.

Pov Alina

Depois de deixar o novato no quarto, finalmente deitei e me peguei tentando lembrar de seus traços. Peguei um papel e um lápis na cômoda e comecei a rabiscar algo, no final disso, pude ver que o desenho era ele com uma asa preta e uma asa branca. Será que eu vou conseguir finalizar essa missão? Qual caminho ele vai escolher? O que foi aquele choque mais cedo? Será que ele sentiu?

Não consegui dormir com tantas perguntas então fui tomar um banho quente, para me acalmar. Comecei a pensar nele, Zanael era alto, e aparentava ter uma força dos anjos, seus olhos turquesa combinam muito bem com os meus violeta... Mas porque diabos eu estou pensando nisso? Alina ele é uma missão, você vai ajudá-lo e é isso, não se envolver com aqueles que você tem que ajudar. 

Assim que saí do banho, alguém bateu na porta e eu me enrolei na toalha, abri e tive a surpresa de ver Ian, esperava que fosse Diana ou até mesmo Zanael...

— Ian... O que você faz aqui? Está tarde não?

— Sim, mas eu precisava de você. 

— Você pode esperar um pouco... é que nessas condições eu não estou apta a resolver nada.

— Não! - ele me assustou com o grito repentino - Eu posso te sentir melhor assim.

— Como... Se isso é uma forma de me chamar para cama, já aviso que não deu certo.

— Oh perdão, eu não quis ser tão indelicado, eu tenho o dom da compreensão e seu corpo me chama, quando nos topamos mais cedo você não sentiu o choque!?

Oh meu Deus, eu tive o choque com ele também? 

— Não, eu acho que a pancada foi tão forte que eu nem pude sentir o choque... Mas meu corpo te chama? 

— Sim, eu sou como um psicólogo humano, mas consigo sentir sua alma chamando meu nome e querendo ser compreendida por mim. Agora mesmo você quer outra pessoa em sua porta mas não vejo seu rosto - Graças a Deus ele não vê eu pensei - Mas sei que é um menino que precisa de sua ajuda e você se reprime por estar afim dele.

— Okay, chega! Isso já é demais para uma conversa logo às - eu olhei no relógio pendurado na minha parede - 23:00 da noite, por favor Ian eu peço que vá para o seu quarto. Não eu estou afim de ser lida como uma carta agora.

— Você só está irritada porque está confusa e não gosta de se sentir assim, gosta de ter o controle das coisas. Eu posso ajudá-la com isso, me deixe entrar.

Eu olhei para ele com pavor, não tinha medo dele em si, porque achava que ele era um tipo de urso bem fofo, mas pavor de como ele me lia tão bem, e nem me conhecia. Ele pegou minha mão e veio o choque repentino, e eu logicamente me assustei.

— Você sente certo? Não pode ser somente de minha parte.

Eu respirei fundo várias vezes, atordoada. Até que resolvi que aquilo não me levaria a lugar algum. 

— Entre por favor.

Eu dei passagem para ele, o mesmo entrou rapidamente e eu fechei a porta.

 

Pov Zanael

Sem conseguir dormir, ouvi vozes vindo do corredor, só pude reconhecer a de Alina. Com quem ela estava falando? Saí do quarto e por sorte havia uma pilastra entre nossos quartos em que eu me escondi. Ela estava com os cabelos molhados e numa toalha vermelha, o que ficava surpreendentemente bem nela. E ela conversava com um garoto, que estava desesperado, depois de longos 5 minutos de conversa eu pude ouvir o que não queria, ela havia sentido o choque com ele e deixou ele entrar em seu quarto. Minha ira nunca esteve tão elevada, quase fui lá para chutar a cara dele mas me contive, eu não namoro ela e só tivemos um choque momentâneo, não significou nada... 

 


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Notas finais do capítulo

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