A Bela e as Bestas escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 2
Gentileza gera gentileza




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P.O.V. Alec.

O Mestre Aro fez um acordo com os pais e um ano ela ia para o Castelo de São Marcus, no outro a Guarda vinha para Forks.

Se passaram sete anos e ela finalmente chegou á sua maturidade física e biológica.

—Trouxe mais malas este ano.

—Sim. Agora eu não faço só água de bruxa e vento de bruxa, faço fogo de bruxa. E fogo azul.

—Fogo azul?

—Sim. O fogo azul é mais poderoso que o fogo de bruxa.

O servo estava tirando as malas dela do porta malas do carro. Então, ela tirou algumas das malas.

—Senhorita eu...

—Sei que você dá conta. Mas, vou te ajudar mesmo assim.

—Porque?

—Porque o que?

—Porque vai me ajudar?

—Carregar uma mala. O que é carregar uma mala? Nada. Mas, a gentileza transforma em tudo. Qual é o seu nome?

—Pietro.

—Muito prazer, Renesmee Cullen.

Eles foram conversando o caminho todo até o quarto, rindo.

—Obrigado, Pietro.

—Disponha senhorita.

O guarda saiu. Era... algo impressionante. Bastava colocar os olhos nela para amá-la, todos no Castelo a conheciam. E gostavam dela.

Faziam coisas de presente para ela, sem ela precisar pedir.

—Como você faz isso?

—Isso o que?

—Faz as pessoas te adorarem.

—Gentileza gera gentileza, Jane. Não é ciência de foguete.

Ela falou a última parte em tom de piada.

—Acham que dá tempo de eu tomar banho e me arrumar?

—Você parece arrumada pra mim.

—Jane, estive num avião por seis horas. Meu cabelo tá bagunçado, meu batom tá rebocado. Prometo que não vou fazer nada muito elaborado, só tomar banho, colocar uma maquiagem descente e uma roupa limpa.

P.O.V. Alec.

Mesmo com o batom rebocado e o cabelo bagunçado, ela tava linda.

—Tudo bem. Só seja breve.

—Relaxa, eu tenho prática.

Então, ela olhou.

—Vocês vão ficar ai me olhando? Por favor, com licença.

Ouvi o chuveiro ser ligado e em dez minutos ela saiu do quarto cheirando ao seu costumeiro sabonete duma erva desconhecida, perfume de champanhe e morangos e creme da Victória Secret.

—Algum dia vai dizer qual é essa erva misteriosa?

—Nunca.

O cabelo estava perfeitamente liso e chapinado.

—Ouvi o secador de cabelo.

—Eu usei o secador de cabelo.

P.O.V. Renesmee.

Sabonete de verbena. É um pouco cítrico e também é protetor. Verbena é tóxica para vampiros além de queimar a pele deles e impedir a cicatrização.

Mas, como eu sou uma híbrida e tomo chá de verbena desde sempre, desenvolvi tolerância e não fere a minha pele. Eu uso no meu colar, bebo chá e uso no sabonete.

—Você tem um cheiro doce.

—Obrigado Félix.

A verbena também me protege de qualquer tipo de controle mental, apesar do meu escudo.

Caminhamos pelos corredores frios de pedra do Castelo de São Marcus, infinitos corredores com retratos de pessoas desconhecidas e conhecidas pendurados nas paredes, alguns candelabros com velas apagadas. 

Passamos pela secretária e...

—O que aconteceu com a Bianca?

—Ficamos com fome.

—Coitados. E coitada da Bianca. Ela era uma boa pessoa.

Depois de uma longa caminhada e de pegar o elevador e caminhar mais um pouco finalmente chegamos á enorme porta de madeira de mogno que dava para o salão dos Tronos.

Os três estavam sentados naqueles tronos que na minha opinião são bregas pra caramba e pareciam estátuas vivas. Estátuas de olhos vermelhos e cabelo na altura do ombro.

—Ah, jovem Renesmee.

—Oi Aro.

—Fogo de bruxa. Se importa em demonstrar?

—Não.

Fechei os olhos e eu acabei ouvindo um grito.

—Porque o grito?

Olhei em volta, as velas da sala dos Tronos estavam todas acesas.

—Magnífico.

Me virei.

—Onde está indo?

—Descobrir de onde veio e o porque do grito.

Quando eu cheguei lá...

P.O.V. Aro.

Ouvi-a dizer:

—Puta merda! Acho que acendi todas as velas desse Castelo.

Então ela voltou.

—Ahm, acho que acendi todas as suas velas. Mas, foi sem querer.

Eu sai da sala e fiquei mais do que maravilhado em descobrir que ela havia acendido até a última vela que havia no Castelo de São Marcus.

—Desculpe.

—Ah, mas não há problema. Depois apagamos. E o tal fogo azul?

—Aqui dentro não. O fogo azul não é como fogo de bruxa, é mais... potente. E resistente.

—Resistente?

—Jogue água, ele não apaga. Espuma de incêndio... ele não apaga. Só eu posso apagar e talvez outra bruxa.

—Não pode estar mesmo acreditando em... fogo azul. Não é Aro?

—Eu já menti alguma vez, Caius?

Ladrou ela com raiva. E Caius respondeu:

—Muito bem. Veremos esse tal fogo azul.

—Vamos lá pra fora. Aqui dentro o fogo vai consumir tudo no caminho.

Fomos para a parte externa do Castelo. O pátio de treinamento para ser mais específico.

—Muito bem. Vá em frente.

Ela olhou para meu irmão encolerizada e pronunciou:

—Incendea Azulis!

Numa fração de segundo chamas azuladas nasceram e queimaram tudo no caminho, o fogo se alastrava numa velocidade impressionante e parecia que quanto mais raiva ela sentia maior as labaredas ficavam e maior a intensidade com a qual queimavam. Como se as chamas fossem provenientes de sua ira.

Caius jogou água nas chamas, ai elas queimaram mais ainda. Ele jogou espuma anti-incêndio e o fogo consumiu a espuma.

—Querendo medir forças comigo, Volturi?! Manda ver então!

Meu irmão tentou usar um extintor de incêndio. De nada adiantou.

—Phesmatos Incendea Movet, Phesthos Incendea Movento. Igo ex vos, vos es unos! Phesmatos Incendea encontra, Phesmathos Incendea Movet!

O fogo começou a se mexer, a se aglomerar como se obedecesse á vontade da híbrida. E então, ela lançou todas aquelas chamas pra cima de Caius. Como uma baforada dum dragão.

Ele só teve tempo de se atirar para o lado. 

Fogo e vento. O vento ajudava as labaredas azuis a se espalharem mais depressa.

Então, ela inspirou fundo e quando soltou o ar, o fogo se extinguiu. Deixando um rastro de inimaginável destruição para trás.

—Acho que eu ganhei.

—Sem precedentes!

—Você me paga.

—Não. Você me paga!

Ela voltou a ficar com raiva, com um movimento de mão ela tirou Caius do chão.

—Pela minha tia... que você matou. E por todos os outros inocentes cujas vidas, você roubou!

Ela o derrubou, o colocou de joelhos. Seus olhos ficaram naquele tom de azul sobrenatural. 

Quando a híbrida arranhou o ar, ela arranhou Caius também. Isso a surpreendeu á princípio, porém ela usou a seu favor.

—Eu te odeio! Verme desprezível!

P.O.V. Caius.

A dor era insuportável. Como tomar chibatadas, ou cortes de papel.

—Morra!

Foi tudo o que eu ouvi antes de ser tragado pela escuridão.

P.O.V. Aro.

Ela o surrou e quebrou-lhe o pescoço. Com uma única mão.

—Eu vou tomar banho na água com sal.

Declarou enquanto marchava para dentro.

—Ele está morto!

—Vaso ruim não quebra fácil!

Gritou ela.

—Isso foi... interessante.

P.O.V. Alec.

Eu senti o cheiro do sal e a ouvi deslisar pela banheira.

P.O.V. Renesmee.

Acho que não sabia que nutria tanta raiva do Caius. Bem, ele mereceu.

—Agora eu sou igual a eles.

A água salgada da banheira de louça se misturou com as lágrimas que caiam dos meus olhos, tudo aquilo que estava engasgado. A fúria assassina, o rancor por ele ter matado a minha tia sabendo que ela era inocente, a tristeza que eu sentia por ser responsável de certa forma... pela morte dela. Jorrou como uma fonte.

Numa débil tentativa de aplacar a tristeza e a culpa esmagadoras eu comecei a cantar. Holding a Heart do Girl Named Toby.

P.O.V. Alec.

Apesar do canto se misturar ao choro e aos soluços, jamais havia ouvido alguém... cantar aqui dentro antes.

—Música? Até que ela é afinada.

—E o Mestre Caius?

—Está dolorido e acamado, mas vivo.

—Acamado?

—Sim. Ela quebrou-lhe o pescoço Alec!

Então, a porta abriu.

—Porque tão revoltada?! Quebrei mesmo. E quebraria de novo. Você tortura gente porque acha graça. 

De repente, ela se apoiou na parede e escorregou até se sentar e começou a falar... como se contasse uma história.

—Com o tempo ela cresceu e desejou mais poder. Ela amava o medo que inspirava nos outros.

—De quem está falando?

—É incrível a ignorância dos humanos. Conseguir confundir vocês dois, com um de nós. Rá.

—De quem está falando? É outra bruxa?

—Quer mesmo saber?

—Quero.

—Então vocês vão ouvir cada palavra do que eu tenho pra dizer. E não pense por um segundo que é folclore ou brincadeira. Porque não é.


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