A Bela e as Bestas escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 19
Irmandade




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P.O.V. Hope.

Minha prima está criando um novo exército de Shadowhunters. Soube que um deles foi capturado pelos discípulos da Clave.

—Temos que salvá-lo. Não vamos deixar eles ferirem o nosso irmão.

—Porque essa roupa?

—Não se tenha em muita alta conta por isso, mas eu sou meio vampira e percebi que todos os vampiros sempre foram retratados de preto e com uma capa então, resolvi fazer uma pra mim.

—E como vamos resgatá-lo?

—Conheça suas forças, saiba como usá-la e um homem pode valer por mil. Para conhecer seu inimigo, deve se tornar seu inimigo. Saber como ele pensa, o que ele pensa e usar sua fraqueza contra ele. E é isso o que vou fazer.

Ela pegou o Cálice.

—Vai dar o Cálice pra eles?

—Vou. Em troca da vida do nosso irmão.

P.O.V. Imogen.

Estamos torturando ele a horas.

—Onde está o Cálice?

—Ela estava certa. Você e a sua Clave não valem nada, nem mesmo o ar que respiram.

—Vocês e sua crença de que o amor conquista tudo. É nosso dever...

—Você realmente acredita no que está dizendo não é? Uau! Ela não exagerou nem um pouco quando falou sobre a lavagem cerebral por vocês sofrida. Um bando de robôs, cascas vazias com uma soberba do tamanho do mundo. Você não se importa com a humanidade, daria seu neto de presente para o outro, o tal do Valentim se isso lhe concedesse mais Poder.

Eu ouvi o bater de saltos. Os saltos vinham em nossa direção.

E então, lá estava aquela figura de vestido e capa preta, os cabelos ruivos.

—Senhora Herondale.

—Como passou pelos guardas?

—A senhora precisa de guardas melhores. Eles não estão mortos, apenas inconscientes. Eu não tiro vidas á toa. Vim buscar o meu irmão.

—Então perdeu a viajem.

Ela tirou o Cálice de dentro da capa.

—A senhora, jura? 

—O Cálice Mortal!

—Então, talvez eu devesse levar isso de volta.

—Me entregue o Cálice.

—Me entregue o meu irmão.

—Porque está fazendo isso? Não pode deixar eles terem essa coisa.

—Estou fazendo isso porque acredito em proteger o submundo e a humanidade. Porque se eu não fizer, serei uma casca vazia como eles. Que mais se importam com uma taça dourada do que com a vida de uma pessoa.

P.O.V. Jace.

Ela não me viu. Clary não me viu entrar no subsolo, mas eu a vi e quando a vi eu me escondi.

—Me entregue o Cálice.

—Me entregue o meu irmão.

O homem, o Shadowhunter que ela havia criado perguntou:

—Porque está fazendo isso? Não pode deixar eles terem essa coisa.

—Estou fazendo isso porque acredito em proteger o submundo e a humanidade. Porque se eu não fizer, serei uma casca vazia como eles. Que mais se importam com uma taça dourada do que com a vida de uma pessoa.

Minha vó soltou o prisioneiro e ela deu o Cálice em troca.

—Vamos Benjamin.

Ela usou a estela para ativar a runa de cura do shadowhunters. 

—Me diga. Conte-me as coisas vis que ela fez com você. Com o seu corpo.

Ele só mostrou a runa.

—Runa da agonia. Mostra o que você viu.

Ela soprou e depois aspirou.

—Sinto muito. E você? Se fosse metade da mulher que finge ser, metade da pessoa que o seu neto é, não teria feito isso com ele. Bom, mas ao menos você tem a sua taça dourada de volta.

Eles saíram.

Então, minha vó descobriu.

—É falso! Ela me deu uma réplica.

P.O.V. Clary.

Não confie em ninguém, além de você mesma. Não em tempos de guerra, lute todas as batalhas dentro de sua mente, assim jamais será surpreendida. Isso eu aprendi assistindo Game Of Thrones.

A soberba dos membros da Clave é sua maior fraqueza. Eu trouxe o meu irmão para casa e agora estamos celebrando.

—Você é mesmo filha do seu pai. É mesmo minha filha. Foi uma jogada de mestre querida.

—Mamãe!

P.O.V. Alec.

Eu não sei o que fazer, então vou fazer algo que jamais pensei que faria.

—Oi.

—O que você quer?

—Tenho necessariamente que querer alguma coisa?

—Menino, estou aqui á mil anos. Eu aprendi algumas coisas nesse tempo.

—Você conquistou a mãe da sua filha. Como?

—É o que você acha? Ainda estou brigando por sua afeição. As Petrova são encrenqueiras filho, todas elas. Elas tem aquele rostinho de anjo, aquela cara fofa, a meiguice no olhar, mas elas são fogo! E pode apostar que você vai ter concorrência. A minha filha é uma moça muito bonita.

—Isso ela pegou de mim.

P.O.V. Jace.

Ela enganou a minha vó.

—Temos que recuperar o Cálice.

—Eu temo que não seja tão simples assim senhora. Ela tem metade do submundo com ela. É descendente de duas famílias da realeza submundana.

—Porque você quer o Cálice?

—O Cálice Mortal é um dos objetos mais importantes e poderosos do mundo das sombras.

—Não foi o que eu perguntei vó. Eu perguntei porque você quer o Cálice.

—O Cálice pertence á Clave.

—Pra ser um enfeite? Você não vai usá-lo para criar mais shadowhunters ou vai?

—Não. Você sabe muito bem que é proibido. Mas, ela está criando um exército! E não podemos deixar isso acontecer.

—Porque não? Ela quer proteger o submundo.

—Isso é o que ela diz. Mas, ela é uma submundana Jace, submundanos são escravos de suas vontades.

—Talvez seja por isso que ela tem tantos aliados e nós estamos em menor número e diminuindo. Ela é um deles, ela é uma submundana e os submundanos querem alguém que entenda eles, as necessidades deles.

—O Jace tá certo. Nós não somos submundanos, jamais poderemos entender o que é ser um deles, talvez ganhemos mais fazendo uma aliança.

—Uma aliança com quem?

—Com ela.

—Ela está nos encurralando senhor Lightwood.

—Permita-me concordar.

—Magnus.

—Vê? Até o feiticeiro concorda comigo.

—Concordo com os dois. Ela está encurralando vocês e vocês jamais entenderão o que é ser um de nós. O desejo de sangue de um vampiro, a emoção extra que uma bruxa ou um feiticeiro sente ao usar seus poderes, mas ela entende. E queremos mesmo uma mudança. Não nascemos para servir a Clave e vocês não merecem o Cálice. 

—Mãe, tenho más noticias. Os Seelie estão considerando trocar de lado.

—Isso é totalmente irracional Isabelle.

—É auto-preservação. Eles acham que a Clary vai vencer e Seelies sempre escolhem o lado vencedor.

—Nunca confie em pessoas que não conseguem mentir, elas encontram formas muito mais criativas de te trair.

—E está acontecendo de novo. Porque vocês não aprendem? Está acontecendo de novo. 

—O que?

—Quando ouvi pela primeira vez sobre Valentim, foi muito antes da Revolta. Ele havia levado o nome Morgenstern á sinônimo de virtude, ele era um ávido defensor da lei e da Clave. Valentim não saiu do ar. Aquele monstro foi criado. Por vocês. E quando meu pessoal o conheceu, apenas dois anos depois, seu nome havia se tornado sinônimo de devastação, tristeza e morte. Ele matava famílias inteiras, devastou cidades sem remoroso. Jamais encontramos os corpos, vocês tomaram eles de nós.

—Senhor Bane, eu insisto que...

—Cale a boca!

—Porque não pararam ele?

—Valentim estava obcecado em assegurar a pureza do sangue. Convencido de que nós, as impurezas éramos uma ameaça á paz.

—Ele era uma ameaça a paz Magnus.

—Mm. Mas, os malucos raramente fazem sentido Alexander, eles apenas odeiam e ele odiava os submundanos graças aos dons que nós possuímos e que ele jamais possuiria. Ele nos invejava. Nos odiava o suficiente para matar todos nós, até mesmo crianças.

—E como nós nos encaixamos nessa sua história?

—Valentim enganou vocês, usou vocês. Lhes convenceu de que todas as vidas que ele roubou, que todos os submundanos que matou haviam violado os acordos de alguma forma. Vocês acreditam na sua lei como algo absoluto, são fanáticos. Jamais aceitariam que um de vocês se perdeu. O que aconteceu a dezenove anos está acontecendo de novo. Vocês estão tão cegos. Se recusam a crer que Valentim é uma ameaça e vão afogar o mundo em sangue outra vez. Á dezenove anos sua falta de visão quase permitiu que o Ciclo dizimasse todo o mundo das sombras. Valentim destruiu os acordos, matou centenas de milhares de submundanos e roubou o Cálice. E vocês não fizeram absolutamente... Nada!

—Senhor Bane... cuidado com o que vai dizer.

—É a verdade. A verdade que você alega não saber senhora Herondale é meramente aquela que você negou. Se não fosse por Jocelyn Fairchild... a Revolta não teria sido findada. Não até ter destruído tudo e todos. Nas Omnia Malom. É isso o que vocês vão fazer. Lucian Garroway e Jocelyn Fairchild são os verdadeiros heróis. Eles pararam Valentim, eles fizeram tudo e vocês ficaram com os Louros. Nas Omnia Malom.

Então, Magnus saiu.

—O que é...

—É latim. Para vai destruir a todos nós. Eu segui as regras a minha vida toda, mas dane-se a regra. Dane-se tudo isso! Eu to fora.

Alec pegou seu arco e flecha e saiu.

P.O.V. Clary.

Imagine a minha cara ao ouvir a chegada daqueles dois.

—Ora, ora. Vieram se juntar a mim. É isso o que realmente desejam?

—Sim.

—Sim. A Clave mentiu pra mim minha vida toda.

—Antes tarde do que nunca. Estamos preparando uma festa.

—Uma festa?

—Um casamento. Um ritual.

—Um casamento cerimonial.

—Bingo.

—O que é isso?

—O poder dos lobisomens pode ser rastreado de volta ao mito da cerimônia de unificação, um ritual que dividiria certas habilidades únicas com todos os membros da alcateia.

—Uma aliança?

—Algo assim. É mais complicado que isso. Antigamente, todas as linhagens de lobisomens eram distintas, cada uma com uma habilidade específica. Uns eram fortes, outros velozes, outros podiam sentir inimigos a quilômetros de distância. Agora, para evoluir eles começaram a realizar um ritual. Um xamã, casava os alfas de cada linhagem sanguínea e as habilidades especiais de cada um era herdada místicamente por cada um que participava do ritual. E depois de alguns séculos todos tinham as mesmas habilidades. Então, os casamentos dos alfas se tornaram políticos, era sobre poder, sobre território.

—E a sua prima tem uma habilidade única. Porque ela é uma tri-híbrida. Pode se transformar sempre que quiser.

—Não vou usar a minha prima pra isso. Vou usar outra alfa, outro híbrido.

—Porque?

—Porque esse ritual não é apenas uma festa. É um sacrifício.

—Eles tem que morrer?

—Você claramente não conhece o real significado desta palavra. Vem do latim sacrificium, é quando você abre mão de algo para um bem maior. Se os votos não forem honrados então, o ritual não funciona. Tem que ser um casamento de verdade, de todas as formas para o resto das vidas deles. Eu jamais obrigaria alguém a fazer isso. Os noivos foram voluntários. Mas, o que alguém como você saberia sobre sacrifício, ou unificação ou sobre o mundo das sombras? Nada.

—E quem vai casar?

—Eu. Isso é o que é certo, para o meu filho, para a minha matilha. É assim que nos libertaremos de vez do controle da Clave. Como híbridos poderemos controlar quando e se mudamos. Poderemos nos transformar até mesmo no meio do dia. Seremos mais fortes.

—Eu fiz o seu vestido Emily. Vai olhar vê se está do seu agrado.

 


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