P.O.V. Renesmee.

Eu não sou besta. Sei que ele está olhando para a minha filha de um jeito não muito respeitoso.

—Alec, eu posso não estar aqui a tento tempo quanto você, porém eu não sou cega. A minha filha é mesmo uma mulher muito bonita e poderosa, entretanto se você partir o coração dela vou te fazer sofrer de maneiras que você nem consegue imaginar e o Elijah vai me ajudar. Estou sendo clara?

—Muito.

P.O.V. Alec Volturi.

Ter uma mãe. Alguém que lutaria e faria qualquer coisa por mim, eu nem me lembro de como é isso.

—É uma pena. Mas, se a sua mãe foi nem que tenha sido um pouco como eu, ela lutou por vocês até o fim.

—Sua filha incitou uma greve e depois uma rebelião.

—E dai? Pelo menos ela fez isso pra ajudar os outros.

Trocar a mãe pela filha. Eu sou mesmo um maluco.

—Nisso nós concordamos.

Fui falar com o pai.

—Pois não?

—Vai ficar feliz que Renesmee e eu não somos mais nada. Mas, eu estou apaixonado pela sua filha.

—Garoto, você é problemático. E se ela for nem que seja um pouco como a mãe dela... ela vai chacoalhar a sua vida como um tornado desgovernado.

—Ah, pai assim você parte o meu coração.

—Você se tatuou inteira?!

—Não são tatuagens. São runas. Elas me concedem poderes adicionais.

—Você é uma encrenqueira.

—Eu sou Mikaelson e Petrova e tenho o sangue do diabo. Você esperava o que?

—Você serviria muito bem para ser uma Volturi.

—To fora ein! Eu não sirvo para ser serva. E se alguém aqui não presta é você. Fala de lei e de proteger as pessoas e mata porque acha graça. Vocês são iguais.

—Não está com fome, querida?

—Estou sempre com fome.

Ela sorriu e eu vi as covinhas fofas, o sorriso. Era um sorriso autêntico, lindo. A quanto tempo eu não via um sorriso desse?

—Isso é triste. Você é triste. Olhar pra você me deixa triste. Ainda mais com essa roupinha ridícula. Esse é o século vinte e um sabia?

—Estou á par.

—Você sabe o que é um cartão de crédito?

—Sei.

—Tem um?

—Tenho.

—Então amanhã nós vamos fazer compras. Vou te ensinar a vestir que nem gente.

P.O.V. Clary.

Infelizmente, o Cálice não vem com manual de instruções. Levei um tempo para fazê-lo funcionar e o meu padrinho me ajudou, ele me avisou dos riscos e eu avisei os que beberam.

—Atenção. Esse é o Cálice Mortal, é um dos três Instrumentos Mortais. Ele pode ser usado para transformar mundanos em Shadowhunters, porém há um risco. Se aquele que bebe do Cálice não for forte o suficiente... ele morre. Então, agora que estão cientes do risco. Ainda querem continuar?

—E porque vamos arriscar nossas vidas?

—Porque se você beber do Cálice e viver, será mais forte e terá habilidades com as quais só pode sonhar.

Depois de uma rápida demonstração eles concordaram. Dois ou três morreram, porém os outros sobreviveram.

—Bem vindos ao mundo das sombras. Agora vocês são guardiões do mundo das sombras. E temos dois códigos a seguir. Nous Chassons ceux qui chassent.

—E o que quer dizer?

—Nós caçamos aqueles que nos caçam. E Nous protégeons ceux qui ne peuvent pas se protéger. Protegemos aqueles que não podem se proteger. Aqueles que quebrarem os códigos, pagarão com a vida. Bem vindos á Irmandade.

Valentim criou a runa do ciclo, eu decidi usar o triscle para identificar os membros da irmandade.

—O que isso faz?

—É uma marca. Da cultura celta, um triscle representa a invocação dos quatro elementos fundamentais da natureza e a sabedoria. Por isso escolhi o Triscle para ser a marca da irmandade.

Treinei-os, ensinei-os a lutar,a respeitar.

—Vocês são shadowhunters agora, mas não pensem nem por um mísero segundo que ser um shadowhunter os torna superiores aos outros seres sobrenaturais. As outras facções, o Ciclo e a Clave chamam os outros de submundanos. Eu não gosto deste nome. Porque eles o usam para se colocar acima dos demais. Os Shadowhunters fazem parte do submundo tanto quanto um vampiro, um seelie, um feiticeiro ou um lobisomem. Nós precisamos deles e eles precisam de nós. Entendem?

—Sim. Ótimo. Olá Hodge.

Me virei.

—Gostei do seu vestido. É meio espalhafatoso não acha?

—É uma cerimônia. Merece um traje especial.

—Você roubou o cálice da Clave e está fazendo um exército. Parece muito com Valentim.

—Não me compare com ele. Valentim Morgenstern é um fanático maluco que matou mais pessoas do que eu posso contar, que torturou um anjo, tirou crianças de suas famílias. Ele é um louco que quer afogar o mundo em sangue. Mata humanos, transforma eles em esquecidos, vira família contra família, irmã contra irmão, ele matou a vó da Madzie, mandou seus soldados para matar os outros feiticeiros.

—A lei é dura, mas é a lei.

—E o que isso deveria significar? Para renascer, devemos sacrificar. É o que as bruxas de Nova Orleans falam para justificar sua crueldade, para justificar matar seis garotas a cada ano, cortar suas gargantas. A lei, torna os adeptos da Clave um bando de cegos que não se importam com nada além deles mesmos. Eu gosto de regras, sou a favor das regras, porém isso que a Clave faz é errado. Condenar pessoas a queimar naquela fogueira.

—As emoções nublam seu julgamento.

—Não, as emoções são importantes. Elas nos fazem ver com clareza, minha humanidade me faz mais forte. Me mostra o caminho. Poder. É só o que importa para eles, tanto para o Ciclo quanto para a Clave, eles não se importam com a humanidade ou o submundo. Existe um propósito para todas as criações de Deus, até mesmo vampiros, lobisomens, feiticeiros, seelies e bruxas. Nós não somos ninguém para interferir no equilíbrio da natureza.

—Falou como uma verdadeira bruxa.

—Porque é uma parte do que eu sou e de quem eu sou. Valentim.

Ele mudou de forma.

—Impressionante. 

—Outro motivo por eu ter escolhido o Triscle. Eu sou parte vampira, parte bruxa, parte shadowhunter. Três em um.