O Herói da Profecia escrita por Zarana


Capítulo 5
Uma Investigação Começa




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    O rei entrou na sala e foi se aproximando de seu trono, Arya ia atrás dele o seguindo, para ela, essa era a chance perfeita de falar com seu pai. Ela queria falar sobre a profecia, sabia que algo ruim iria acontecer, pois havia tido um sonho noites atrás, mas ele não acreditou nela. Agora, ela acreditava que poderia fazê-lo pensar melhor.

— Papai, você viu o campeão? - Ela disse se aproximando.

— É claro que eu vi, Arya. 

— Você não percebeu?

— Perceber o quê?

—  A semelhança dele e o Herói da Profecia! 

    A expressão do rei mudou, ele ficou sério ao ouvir o que ela disse.

— Pare de bobagem, Arya. Isso são apenas lendas!

— Você ainda não acredita em mim?! - Ela ficou furiosa, e começou a gritar. - Eu sei que tive uma premonição! Alguma coisa horrível vai acontecer!

— Chega de besteiras! - O rei aumentou o tom da voz.

— Besteiras que a mamãe acreditava!!

    Ela olhou para ele ainda furiosa, achava um absurdo a maneira como o pai tratava as lendas antigas. Quando pequena, ela havia decorado inúmeras histórias que sua mãe lhe contava com tanta convicção. Como ele podia ignorá-las dessa maneira?

— Já chega!! - O rei gritou furioso com ela.

    Alex entrou na sala e parou de frente para o rei, vestia uma roupa nova em folha. Uma túnica de guerreiro num tom azul real com o brasão de Fairth. Em seu ombro direito havia uma ombreira de ferro e em cada um de seus antebraços, havia uma braçadeira também de ferro. Arya olhou para ele, ela continuava furiosa com seu pai, e vendo que não havia mais nada que pudesse fazer para que ele mudasse de ideia, ela virou as costas e andou na direção da porta, sem dizer uma palavra. Alex continuou esperando que o rei lhe dirigisse a palavra.

— Alex... Vejo que lhe deram uma roupa digna de um campeão! - Rothgar disse enquanto caminhava até ele. - Espero que cumpra o prometido, e proteja minha filha custe o que custar.

— Tem a minha palavra.

— Ótimo!

    O rei o guiou até um balcão no canto da sala, onde havia uma espada em exposição. Ele pegou a espada e a ofereceu para Alex. Era uma espada simples, o cabo revestido com um tecido vermelho, enrolado no local onde se colocava a mão, e uma pequena pedrinha azul para ornamentar a ponta do cabo. A lâmina era do tamanho certo, e bem afiada. No geral, era uma das melhores espadas que Alex já tinha visto.

— Quero lhe dar isto em sinal de minha gratidão. Esta espada foi minha há muito tempo, não é a melhor espada do reino, mas vai te servir bem.

— Obrigado. - Ele pegou a espada.

    Alex empunhou a arma e a observou com atenção, para então guardá-la na bainha em seu cinto.

— Agora vá Alex. Cumpra sua palavra.

    O jovem acenou levemente com a cabeça e saiu da sala, seguindo no corredor até encontrar o quarto  de Arya. Ele bateu na porta, esperando para que ela abrisse. De dentro do quarto, ela gritou para que ele entrasse. Alex entrou no quarto dela, ela estava olhando alguns papéis em cima da escrivaninha, mas assim que ele se aproximou, parou para olhar para ele, e logo percebeu a espada presa em sua cintura.

— Ah... Ele te deu a espada? Ele deve confiar em você... - E ela continuou em um tom irritado. - Mesmo não acreditando em mim...

    Alex parou para observar um mapa preso na parede do quarto, ele mostrava todo o reino de Fairth e até mesmo as cidades e vilarejos que o compunham. Ela continuou concentrada nos vários papéis em cima da mesa, mas não deixou de notar que ele examinava o mapa atentamente.

— Eu não esqueci o que te prometi. Peça o que quiser, eu te darei se estiver no meu alcance. - Ela disse enquanto escrevia algo em uma folha em branco.

— Na verdade... Só quero uma coisa. - Ele apontou para o mapa, um vilarejo pequeno ao sul de Fairth. - Que envie suprimentos e alguns guardas para este vilarejo.

    Curiosa, ela chegou do lado dele, observando o mapa.

— Então você veio de lá? Nunca imaginei que um herói lendário viria de um lugar tão pequeno... - Ela continuou olhando o mapa por alguns segundos. -Espere um minuto. 

    A princesa voltou para a escrivaninha e começou a escrever de novo. Alex apenas a observava silenciosamente. Ela escrevia rápido, mas sua letra era quase impecável, muito diferente da dele. Quando ela terminou de escrever, foi até a porta de seu quarto com os dois pergaminhos que havia acabado de redigir. Gritou por um guarda, que logo apareceu correndo, então entregou a ele os papéis.

— Leve isto ao mensageiro do castelo e certifique-se de que serão entregues ainda hoje. - Ela disse ao oficial.

— Sim, vossa alteza!

    O guarda real saiu apressado pelos corredores. Arya fechou a porta do quarto e virou para Alex, que ainda estava praticamente imóvel.

— Você me disse no outro dia que coisas estranhas estavam acontecendo no seu vilarejo?

— A cada ano era comum que um ou dois Drakmon atacassem. Mas de um tempo para cá, não passa uma semana sem que o vilarejo seja atacado. Parece que os Drakmons resolveram vir para perto da civilização de repente, eu não sei porquê...

— Que estranho... Nos últimos tempos várias cartas chegaram com pedidos de ajuda por causa de Drakmons, eles nunca chegaram tão perto assim de Fairth... - Arya pensou por um instante. - Algo de errado esta acontecendo...

    Arya sentou na cadeira e começou a vasculhar os papéis em sua mesa.

— Acho que algumas cartas estão por aqui... talvez possamos achar algum motivo por trás dos ataques...

    Ela continuou olhando folha por folha, Alex também a ajudou a procurar alguma pista, mas não parecia haver relação alguma entre os ataques, apenas relatos sobre invasões de Drakmons, criaturas repugnantes, incrivelmente fortes e altas, os mais altos poder chegar até quase três metros de altura, apenas um Drakmon é capaz de fazer um estrago enorme em vilarejos. Alex se lembrava da primeira vez que vira um deles. Um monstro horrível, que quase acabou tirando sua vida.

    Ele olhou para o lado, e para sua surpresa, Arya havia pego no sono com a cabeça apoiada nos braços. Já estava tarde, e olhando como ela parecia cansada, ele não teve coragem para acordá-la. Apenas se levantou sem fazer barulho e saiu do quarto para que ela pudesse descansar ao menos um pouco. Mesmo a conhecendo tão pouco, ele sabia que se a acordasse, provavelmente ela se recusaria a dormir e continuaria buscando por pistas nas cartas.


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