O Despertar dos Sentimentos escrita por Luana de Mello


Capítulo 8
Missão




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Como combinado, estou esperando Hinata em frente a barraca do seu clã. Estou tão feliz que o pai dela tenha nos dado permissão para namorar. Foi tão bom passar com sua família, eles me acolheram tão bem que até fiquei surpreso; não era por nada, mas conhecia a fama dos Hyuugas, que são muito tradicionais e gostavam de preservar sua linhagem sanguínea. Até pensei que o senhor Hiashi me arrancaria o pescoço quando pedi para ter uma conversa séria com ele, nem achei que me convidaria para entrar; mas o fez e pediu que eu me sentasse e que falasse do que se tratava. Então eu acabei tagarelando sem parar, disse que amo Hinata, que estou disposto a tudo para merecer estar com ela, que quero um compromisso sério. E por incrível que pareça ele estava me ouvindo, não me interrompeu ou me expulsou; então continuei, contei que já estava saindo com ela para almoçar todos os dias e que queria muito a benção dele para continuar cortejando sua filha, disse também que as pessoas da vila estavam começando a fazer mexericos, e não queria isso para Hinata. Quando terminei, o senhor Hiashi estava sério demais, senti medo de ouvir um não, então fiz o que me pareceu mais correto; de joelhos no chão e o rosto prostrado em terra lhe implorei pela sua permissão. Qual não foi a minha surpresa quando ele pôs a mão no meu ombro, e me disse sorrindo que eu tinha sua permissão e benção. 

— Bo-bom dia Naruto-kun! - vejo uma linda Hinata sorrindo para mim, me tirando dos meus pensamentos.

— Bom dia Hina-chan! - respondo entusiasmado, lhe dando um abraço apertado.

— Demorei muito? Eu me perdi um pouco na hora. - me olha ainda muito tímida.

— Não, eu que cheguei muito cedo, estava ansioso para te ver. - digo com sinceridade.

— E-eu ta-ta-também estava Na-Naruto-kun! - confessa de cabeça baixa, corada até a raiz dos cabelos.

Eu sorrio, mesmo tímida, Hinata consegue expressar seus sentimentos, e ouvir da minha pequena que estava ansiosa para me ver não tem preço, sinto meu peito se encher de alegria.

— Então, dormiu bem? - pergunto enquanto caminhamos em direção as obras.

— Mais que bem, acho que foi a melhor noite de sono que já tive. E você dormiu bem? - pergunta enquanto me olha atentamente.

— Sim, muito bem. Sabe o que mais me impressionou? Em anos eu não acordei de madrugada para comer. - digo enquanto a ouço rir com a mão na boca - acho que depois de casarmos, nunca mais vou lanchar de madrugada, sua comida alimenta Hina-chan!

Pronto, bastou isso e Hinata virou um tomate de vermelha. Ela está tão fofa nesse momento que eu não resisto e lhe dou um abraço apertado, seguido de um beijo estalado na bochecha.

— O-obrigada Na-Naruto-kun!- ela me devolve o abraço e me sinto quente por dentro, é uma sensação tão gostosa, que é difícil de explicar.

Mas como tudo que é bom dura pouco, sou tirado da minha bolha de alegria por um furação rosa suicida. Vejo a Sakura se aproximar de nós com um brilho malévolo nos olhos e uma veia saltada na testa, nessa hora sei que vou apanhar. Mais longe vejo Shikamaru caminhando com uma preguiça palpável, vindo atrás da Haruno.

— Narutooo!!!! - ela grita assim que se aproxima o bastante - onde você se meteu? - ela ergue o punho furiosa, e eu só faço me encolher, fechar os olhos e esperar o soco.

Mas ele não vem, por um minuto penso que ela só esta esperando eu abrir os olhos para desferir o golpo, como um gato brinca com o rato antes de matar. Decido abrir os olhos lentamente, pronto para me atirar no chão e escapar, mas fico pasmo com a cena que vejo.

— Na-não faça is-isso Sa-Sakura-chan! - Hinata diz com a voz um pouco falha, mas a postura firme, o byakugan ativado, enquanto segura o braço de Sakura, que está boquiaberta.

Ela foi tão rápida e certeira, bloqueando o ataque, eu nem vi Hinata se mexer ao meu lado.

— Naruto-kun não fez nada, ele estava comigo o tempo todo, e se ele estiver atrasado, a culpa é minha, eu demorei a sair da barraca. - ela diz tão calma.

— Não Hinata, é que estamos procurando o Naruto desde ontem a noite, Shizune tem uma missão para nós e o Naruto sumiu.  - Sakura tenta se explicar.

— Então por que você não pergunta para ele antes de bater, Sakura? - Shikamaru chega até nós, ele também está surpreso com a atitude de Hinata.

Já em pé e aliviado de não ter um olho roxo eu sorrio.

— Eu estava na barraca da Hinata! - digo inocentemente, mas vejo Sakura se enfurecer de novo.

— Naruto! O que você fez! - dessa vez até o Shikamaru me olha apavorado.

Então me dou conta do que falei, bato a mão na testa, e trato de me explicar de uma vez.

— Podem parar de pensar besteira, eu fui falar com o pai dela e acabei ficando para jantar, sai tarde de lá. - digo rápido vendo eles relaxarem.

— Bom vamos logo, Shizune está nos esperando, você também Hinata, ela nos disse hoje de manhã que também te queria na missão. - Shikamaru fala com sua calma exagerada.

Pego a mão da Hinata e vamos andando a frente dos dois. Vez ou outra eu falo alguma bobagem para ver minha pequena rir. Sentia o olhar dos dois me fitando, sabia que estavam se mordendo de curiosidade.

— O que você foi falar com Hiashi-sama, afinal Naruto? - Sakura pergunta não se contendo mais.

Olho para Hinata sorrindo, ela entende meu recado, me dá seu melhor sorriso, derretendo meu coração.

— Naruto-kun foi pedir ao meu pai, permissão para podermos namorar! - fala com simplicidade.

— Namorar não pequena, casar! - corrijo vendo os olhos daqueles dois a ponto de saltarem do crânio.

— Ah sim, foi isso, mas eu não cheguei nessa parte da conversa Naruto-kun. - ela me lembra.

— Esperem um pouco aí, que história é essa de casar, não estou entendo mais nada, ou é namorar ou é casar! - Shikamaru fala exasperado com as mãos na cabeça.

— É que eu pedi permissão para namorar agora, e casar quando eu tiver aprontado tudo que precisa para morarmos juntos. - explico como se fosse algo que acontece todos os dias.

— Então Hinatinha, o que seu pai disse? - Sakura pula no pescoço de Hinata, cheia de expectativas.

— Estamos namorando!- responde segurando minha mão.

Eles pulam e gritam dizendo: "até que enfim o tapado percebeu", "como demorou em, idiota!". Apenas olho a exaltação dos dois, surpreendido que Shikamaru deixou a preguiça de lado e fez todo esses estardalhaço. Não fico ofendido, fui realmente idiota e tapado, mas estou tão feliz que nada me abala. Depois de muito ouvir felicitações daqueles dois, que contavam a cada amigo nosso que cruzasse o caminho, chegamos na barraca que Shizune fica com a vovó Tsunade.

— Ainda bem que chegaram, vocês tem pouco tempo para se arrumar e sair. A missão é simples, vocês só precisam escoltar o carregamento de provisões até a vila. Fiquei com medo que, nas condições atuais, saqueadores pudessem tentar roubar. - diz séria, e me olha intrigada.

— Não vai reclamar da missão, Naruto? - pergunta.

— A Hina-chan vai? - Shizune assente - Então tudo bem! - digo por fim.

Shizune fica incrédula, me olha como se eu tivesse três cabeças, esperando eu começar a reclamar. Não vou fazer isso, estou feliz de passar mais tempo com a Hinata, toda essa obra tem me tomado muito tempo, já era para eu ter falado com o pai dela semana passada, mas essa correria não deixava.

Vou com a Hina até a barraca dela e lhe espero arrumar suas coisas, ela se despede do pai e da irmã e deixa um abraço para Neji; Hanabi me provoca dizendo para cuidar bem da sua irmã, deixando Hinata muito constrangida, o senhor Hiashi nos deseja uma missão tranquila, abraça a filha, e para minha surpresa, põe a mão no meu ombro e dá alguns tapinhas amigáveis. Na minha barraca pego o essencial: roupas, que não são muitas; Kunais extras; Shurikens; papéis bomba e comida. Vamos ao encontro de Sakura e Shikamaru no portão. Quando os encontramos, saímos logo da vila. Percebo o quanto Hinata está feliz, radiante eu diria. Observo ela se movimentar pela floresta, com uma delicadeza e graciosidade; acho que ela percebe que estou olhando, porque diminui o passo e fica ao meu lado. Vejo seus olhos brilhando como duas luas iluminando a minha vida.

— Você está feliz? - pergunto.

— Muito! Isso é mais do que cheguei a sonhar! - declara.

Me sinto leve ao lado dela. Continuamos assim até o meio dia, paramos para comer e descansar um pouco e depois seguimos em frente. A tarde passou calma e sem problemas, como se o mundo estivesse de acordo com nosso estado de espirito. A noite fizemos uma fogueira e ficamos ao redor. Sakura e Shikamaru nos desejaram boa noite foram para suas barracas, alegando estarem cansados da caminhada. Sabia que eles queriam nos dar privacidade.

— O céu está tão lindo hoje, não é? Parece que as estrelas estão até mais brilhantes! - Hinata comenta olhando para cima.

Ela não imagina como fica linda assim, parece  um anjo.

— Eu não sei dizer. - respondo - tenho algo muito mais belo e precioso para admirar! - digo olhando sua face banhada pela luz da lua.

Ela me olha totalmente corada, seus olhos refletindo todo sentimento guardado em seu coração. Minha respiração falhou, quando senti sua pequena mão afagando a minha. Me perdi naquele olhar, não sei quanto tempo fiquei assim, minhas emoções a flor da pele, o coração martelando descontrolado no peito. Senti uma vontade enorme de acariciar o seu rosto, e me sentia necessitado de mais, era como se fosse sufocar, tamanha era aquela vontade. Fui me aproximando devagar, enquanto acariciava o seu rosto, sua pele tão macia. Seus olhos me fitavam com expectativa, ela queria aquilo tanto quanto eu, estava ansiosa também, sua respiração um tanto irregular. Me aproximei mais um pouco, com uma mão abracei sua cintura fina, reprimido um gemido ao senti-la tão perto, seu aroma me embriagando por completo, um cheiro de Jasmim tão suave quanto ela. Vi Hinata fechar os olhos, o peito subindo e descendo, encurtei aquela misera distância e toquei de leve seus lábios, tão macios e quentes. Uma onda de choque percorreu todo meu corpo, apertei mais sua cintura, a trazendo mais perto e movimentei os lábios delicadamente, com calma aprofundei o beijo, sem pressa. A principio seus movimentos eram tímidos, mas depois ela me acompanhou, senti suas mãos no meu pescoço, acariciando meu cabelo, roçando minha nuca, suspirei em seus lábios. Era como se toda doçura do mundo se concentrasse ali, naquela boca que tanto desejei nos últimos dias. Meu coração batia loucamente, e quando nos afastamos por falta de ar, vi Hinata ofegante e lindamente corada, mas com um sorriso maravilhoso no rosto. Me senti bobo, estava ofegante como ela, feliz e satisfeito. Era como se tudo que envolvesse Hinata, fosse mágico, e aquele beijo, que vinha atormentando meus sonhos, foi igualmente mágico.


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Notas finais do capítulo

Bom, mais um capítulo, espero que estejam gostando da história. Até o próximo!



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