A Luz dos Olhos Teus escrita por SBFernanda


Capítulo 2
Olhos Vibrantes


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Juro que quis vir mais cedo, mas não consegui. Ando conseguindo escrever apenas à noite/madrugada, por isso os horários acabam sendo uma bagunça. Acredito, porém, que o que importa é que tá saindo, né? kkk

Jacke, sua linda, espero que esteja curtindo e perdão se não ficar muito "de época" hahaha ♥



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2

Olhos Vibrantes

 

Mansão Namikaze, 1834

 

A carruagem parou em frente a escadaria para a entrada principal da mansão Namikaze. Assim como a família Hyuuga, os Namikaze eram de uma longa linhagem que tinha herdado terras e passado o legado de pai para filho. A mansão, construída com tijolos avermelhados, era reconhecida em toda a área e ficava há meio dia de distância da residência dos Hyuuga.

A primeira pessoa a sair, com auxílio do cocheiro, fora Hanabi, uma menina de longos cabelos castanhos e alegre. Ela sorria, animada com o passeio e ansiosa para rever Kushina, uma pessoa que sempre lhe agradava a companhia.

Hiashi saiu logo em seguida, aproximando-se da filha mais nova para pedir que ela se comportasse. Logo, os dois começaram a subir as escadas. Enquanto isso, a última pessoa saía da carruagem, também com a ajuda do cocheiro. Hinata estava nervosa. Ficara por último para controlar seus sentimentos e nervos. Não conseguira completo sucesso, mas acreditava estar dando o seu melhor em conter o misto de sentimentos dentro de si.

Caminhou atrás se seu pai e irmã, segurando a barra do vestido pra poder subir as escadas. Como se não bastasse a cor da casa, um destaque para a época, ela também ficava acima do nível das demais. Hinata sempre tinha admirado aquele lugar. Mas, naquele dia, ela o temia.

O pai já havia batido à porta quando os alcançou, por isso, a porta já estava abrindo e o mordomo da família já a abria, convidando-os a entrar. Assim que as portas se fecharam, ouviram passos. Kushina, a bela mulher de longos cabelos ruivos se aproximava com um sorriso amplo no rosto.

— Meus queridos amigos, quão belo é esse dia por virem aqui!

Kushina era uma mulher linda, mas também muito mais “escandalosa” do que a sociedade costumava indicar. Hinata se surpreendia por seu pai confiar a ela a tarefa de ajudar Hinata, justamente por ele sempre fazer tal comentário. Mas estava feliz, pois a proximidade das famílias fizera com que a jovem confiasse na ruiva.

— Kushina, é uma alegria revê-la! — Hiashi comentou, pegando a mão da mulher e beijando-a ali. — Onde está Minato?

— Acredito que voltando da visita a um dos nossos arrendatários. Foi uma emergência, ele não pretendia sair para não perder sua chegada. — Ela então se virou para as meninas, que agora estavam lado a lado. As mãos foram até o peito e ela suspirou. — Como estão lindas! Tão parecidas com a mãe, não é mesmo?

Hiashi abriu um sorriso saudoso, também olhando as filhas. Hanabi se parecia mais com ele, mas Hinata... Sempre que olhava para a linda moça, via a esposa.

— Venham, queridas, venham me dar um abraço! Senti tanta falta de vocês, meus doces! — enquanto falava, Kushina abria os braços. Ela tinha um jeito doce de falar, cheia de apelidos, mas a sinceridade estava em seus olhos, que naquele momento estavam marejados.

Ambas caminharam até a mulher e lhe abraçaram ao mesmo tempo. A Namikaze ria, deixando as lágrimas caírem. Apesar de terem se reencontrado muitas vezes depois da morte da amiga, nos últimos meses, quase um ano, eles tinham se visto menos por conta das viagens de Minato. Tinham, inclusive, perdido o aniversário de Hinata.

— Vocês estão lindas e nunca me cansarei de dizer isso. Mas a viagem até aqui é muito desgastante. Pedi que nos fizessem um chá, podemos? Assim esperamos Minato voltar.

— Não iremos nos demorar, Kushina — Hiashi informou e logo viu o bico que Hanabi fizera.

— Ah, mas um chá não será um grande atraso. Minato ficará desolado se não os ver.

— Por favor, papai? — Hanabi pegou a mão do pai e o olhou.

— Um chá não nos fará mal — decretou, vendo Kushina e a filha mais nova comemorarem.

Todos caminharam até a sala de estar, onde o chá estava sendo servido com biscoitos recém assados e geleia. Hanabi imediatamente foi até a bandeja, sendo repreendida pelo pai e incentivada por Kushina.

Hinata, nesse tempo, ainda em silêncio, observava tudo a sua volta. Nada havia mudado. Tudo era exatamente com em suas lembranças. Não podia evitar sorrir ao lembrar a quantidade de vezes que ela e Naruto tinham andado por aqueles corredores e se escondido em meio aos móveis e estátuas.

— E Naruto? — Estavam todos sentados em poltronas confortáveis e com suas xícaras em mãos quando a voz de Hiashi despertou Hinata de suas lembranças.

— Acompanhando de perto a reforma na casa grande. Lembra-se? Aquela casa que fica em nossas terras, que era do pai do Minato quando nos casamos. Ele diz que já está velho para morar com os pais. Veja bem!

— Não tiro-lhe a razão. Provavelmente está pensando no futuro, depois da temporada. Ele pode estar pensando em desposar alguém.

— Se for isso, então seremos muito felizes. Ver meu filho sozinho naquela casa não me agrada.

Ao notar o olhar de Kushina em sua direção, Hinata desviou, fitando um vaso do outro lado da sala. Era nova e ela tinha gostado muito.

— Veja quem está aqui! — A saudação quebrou o breve silêncio, chamando atenção de todos para o homem loiro que entrava na sala. — Meu amigo, como vai?

Minato Namikaze era um homem que todos paravam para olhar quando entrava em uma sala, não apenas por ser muito bonito, mas também por ter uma aura alegre e tranquila que passava aquilo para todos a volta. Quando ele falava, mesmo sem elevar a voz, atraía a atenção de todos.

Hiashi se levantou e trocou um abraço breve com o Namikaze. Eles trocaram cumprimentos que Hinata não prestou atenção, mas quando o homem se aproximou para falar consigo, ela se levantou e fez uma mensura para ele. Minato pegou-lhe a mão, beijou e, em seguida, envolveu com ambas as próprias.

— É muito bom lhe rever, Hinata! Está uma linda moça. Sua mãe estaria emocionada, assim como minha adorada esposa parece também estar. — A brincadeira era porque ele tinha notado como Kushina olhava para a menina. — Será um prazer tê-la conosco pelo próximo mês. Espero que se sinta em casa.

— Obrigada, senhor Namikaze!

— Ah, não! Não, querida. Acredito que nossa amizade de longa data possa nos dar o privilégio de nos chamarmos pelo primeiro nome. Sei que já chama Kushina, por favor, estenda essa gentileza também a mim.

— Sim, claro. Obrigada, Minato!

Ele sorriu uma última vez para a moça e então se virou para a menina que já o aguardava de pé. Abriu os braços e Hanabi se jogou ali. Desde muito pequena, era assim que ela cumprimentava o “tio Minato”.

— Como você cresceu, pequena! O que andam lhe dando para comer?

Eles emendaram em uma conversa em que Minato ria e incentivava a menina a falar. Kushina observava com um grande sorriso. Ela sempre tivera o sonho de ter uma menina, porém, depois que teve Naruto, tivera uma complicação no parto e todas as demais gravidezes não iam até o final. Desistira e adotara em seu coração aquelas meninas.

Conversaram e tomaram chá por mais algum tempo até Hiashi anunciar que precisavam ir. As malas de Hinata já tinham sido levadas pelos empregados da casa para o quarto a ela destinado e eles desejavam chegar em casa não muito tarde por conta da estrada.

Se despediram nas escadas. Minato e Kushina garantiram que a Hyuuga seria muito bem tratada — não que Hiashi tivesse alguma dúvida — e que eles poderiam aparecer quando quisesse para uma visita até a temporada. Hinata garantiu que iria se esforçar e que sentiria saudades dos dois. Após abraçar a irmã mais nova, os observou entrar na carruagem e se afastarem.

Kushina caminhou até ela, passando o braço por seus ombros.

— Iremos nos divertir muito juntas, Hinata. — Sorriu e a moça a olhou, sorrindo. — Não se preocupe, vai ser bem divertido treinar para a temporada. Aliás, acho que vai adorar participar.

— Obrigada por me ajudar...

— Ah, nem comece. Não há o que agradecer!

Elas começaram a caminhar para o interior da mansão. Minato já havia entrado sem que a Hyuuga notasse.

— Agora se quiser ir descansar antes do jantar, pedirei para que lhe mostrem seu quarto. Acredito que meu filho já terá voltado. Faz tempo que não o vê, não é mesmo?

— Sim — ela respondeu, abrindo um pequeno sorriso. — Será que poderia pedir que preparassem um banho para mim? Me sentirei melhor para os encontrar no jantar.

— Claro, querida. Vamos!

Hinata foi para o quarto que tinha sido arrumado para ela. Podia notar o carinho depositado naquele lugar, com flores recém colhidas colocadas em vasos, lençóis com cheiro de recém lavados e quadros de pinturas de paisagens, como ela gostava. Precisava se lembrar de agradecer Kushina mais uma vez mais tarde.

O banho que tomara havia sido relaxante, por alguns instantes tinha conseguido esquecer o nervosismo e se sentira muito mais segura. Escolhera um vestido de mangas curtas e em um azul escuro que contrastava com sua pele clara. Quanto ao cabelo, tinha prendido em um coque baixo, deixando-o leve e informal.

Desceu para o jantar na hora que Kushina lhe indicara. Estava bem mais tranquila e confiante enquanto descia as escadas para encontrar a família Namikaze para o jantar.

Só que ela não esperava que ele a estivesse esperando. Ao pé da escada, olhando para ela descer, estava Naruto. Ela quase parou quando o viu, mas seu corpo agiu sozinho, por sorte.

Encarou os olhos azuis que lhe fitavam. Um azul que parece trazer luz para o cômodo já iluminado por velas. Um sorriso que parece trazer o sol, que já estava se pondo, para dentro da casa e iluminar o caminho.

Ele estava bem diferente de quando o tinha visto pela última vez. Apesar de serem poucos anos de diferença, Naruto não parecia mais um menino. Ele tinha traços mais fortes, mais másculos e até mesmo a sombra de uma barba que tinha sido feita. O cabelo, mais curto, ainda era uma bagunça incontrolável, mas apenas dava-lhe o ar de jovial que lhe era de direito.

Quando ela parou de frente para ele, no fim da escada, ele não desviou o olhar ao fazer uma mesura, que foi correspondida pela Hyuuga. Pegando-lhe a mão, Naruto a beijou ali e então sorriu. O rapaz olhou a volta e, percebendo que não tinham ninguém por perto, a abraçou.

Hinata suspirou sem emitir som, fechando os olhos e retribuindo o abraço. Sempre haviam se tratado dessa forma e era reconfortante saber que poderiam continuar, apesar dos longos meses sem se verem.

— Está linda, senhorita Hinata! Por meu bom Deus, como você está linda! Quanto tempo faz que não nos vemos?

— Quase um ano — ela respondeu e abaixou a cabeça, pois sentia o rosto corar.

— Fico muito feliz por minha mãe aceitar lhe ajudar nessa pré-temporada, assim poderemos conversar. Espero que ninguém tenha roubado meu lugar como seu melhor amigo durante esse tempo.

— Não, claro que não! — Ela sorriu.

— Ótimo! Eu iria duelar com essa pessoa se isso tivesse acontecido. Aprendi muitas coisas nos últimos meses. — Ao ouvi-lo, Hinata riu. Era bom ver que o Naruto que conhecia ainda existia. Ele passou o braço dela pelo seu e começou a conduzi-la para o salão de jantar.

— Finalmente! Estava me perguntando se você tinha esquecido que estávamos os esperando — Kushina comentou, olhando diretamente para o filho.

— Como não esquecer olhando para Hinata assim toda reluzente? — Apesar do rapaz usar um tom de brincadeira, recebeu um olhar mais atento do pai. — Mas peço desculpas. Agora podemos todos nos acomodar e apreciar essa deliciosa comida?

Alguns criados da casa tinham puxada as cadeiras para os dois jovens e eles se acomodavam em seus assentos. Foram servidos com o jantar e trocavam novidades de como estavam as terras Namikaze, assim como Hinata contava como estavam as coisas por sua casa.

— Naruto, aproveitando seu ótimo humor, tenho que lhe informar que você estará incluso em meus próximos planos.

— Não gosto de seus planos. O que tem em mente, mamãe?

— Preciso de alguém para ser par de Hinata nas aulas de dança. Ela conhece as danças que fazemos em nossas festas aqui, mas as novidades ainda não chegaram ao campo. O que me diz, estaria disposto a ceder o seu tempo para ajudar sua velha amiga?

Naruto olhou para a moça e notou o quanto aquele momento tinha sido constrangedor para ela. Sorriu, pensando em como sua mãe não notava as coisas que estavam tão claras.

— Será um enorme prazer. Hinata, irá notar o quão bom professor eu sou! — brincou com ela, piscando quando a viu lhe fitar.

— A professora serei eu, vocês dois estarão sob minha tutela. Pare de se gabar pelo o que não é! — Kushina ralhou e Naruto logo começou a implicar com ela, arrancando risadas da Hyuuga.

Minata observava. Uma das características do patriarca da família Namikaze era o seu silêncio, procedido de uma descoberta. E, naquele momento, ele percebia que muito mais que laços de amizade, algo mais profundo poderia unir sua família com a de seu amigo. Só precisava ter certeza de que os jovens a sua frente saberiam reconhecer os próprios sentimentos.

Especialmente o seu filho.


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Notas finais do capítulo

E eles se viram! E então, gostaram? Muito ruim, muito forçado? A relação deles vai ser melhor mostrada nos próximos capítulos, aqui eles estão apenas se revendo mesmo.
Espero que tenham gostado.

Obrigada a todos que lerem!



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