The Other Half-Breed escrita por Deh


Capítulo 13
2.6: Sweet Child O' Mine


Notas iniciais do capítulo

Depois de caçadores, lobisomens e uma fuga, teremos agora um desdobramento um tanto quanto interessante!
Divirtam-se bruxinhas(os) *-*



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She's got a smile that it seems to me

Reminds me of childhood memories

Where everything was as fresh

As the bright blue sky

Zaira Spellman dei Machiavelli é: arrogante, egocêntrica e teimosa, não é à toa que é a prole do anticristo, no entanto é também minha filha e não é em vão sua rebeldia, com toda a certeza é esse um traço Spellman, se eu for sincera comigo mesma todas as outras características são dos Spellman também.

Quando estive com o pai dela há algumas semanas me arrisquei ao ficar do lado dela, fui tola ao achar que poderia controla-la, mas que mãe não tentaria proteger seu filho? Até mesmo eu a frígida Zelda Phiona Spellman, sou capaz de demonstrar sentimentos maternos...

Hilda não falou, ainda, mas sei que em algum momento ela dirá que a maneira que ajo com Zaira é para tentar suprir os erros que cometo com Sabrina, e a maneira que sempre tratei Sabrina foi por causa de como criei Zaira e como acabou, tão estranho, mas tão correto. Tento fazer Zaira me obedecer, da mesma forma que tento com Sabrina, mas Zaira é bem mais velha que Sabrina, é mais vivida e realmente não precisa dos meus ensinamentos, mas eu sou mãe dela, eu quero ajuda-la de alguma forma.

Minha irmã com certeza dirá que meu erro é tentar domar ambas as meninas, mas não é... ou é? Sorrio sem graça, é hipocrisia minha. Nenhum de nós nunca foi de se dobrar tão facilmente, eu, Edward e até mesmo Hilda nunca fomos fáceis, quer provas? Edward casou com uma mortal, Hilda batizou Sabrina! E eu? Já fiz uma ou duas coisinhas questionáveis.

A verdade imutável é que Ambrose, Sabrina e Zaira são como nós, são rebeldes, teimosos e arrogantes, eles são bruxos no fim das contas, são Spellmans. Eles podem não concordar com o modo como eu os trato, mas eu sou a chefe dessa família e é meu dever protege-los e isso inclui até mesmo a minha irmã caçula que vez ou outra tenho que colocar na cova de Cain.

—Zelds você quer chá? -Sou tirada de meus pensamentos com Hilda me entregando uma xícara de chá.

—A essa hora da noite seria mais apropriado rum Hilda. -Digo pegando a xícara.

—Por favor Zelda, não são nem nove e meia e você já está encarando a porta com uma expressão assassina.

Rolo os olhos   

—Hilda... -Eu a alertei, mas ela não deu muita atenção.

—Zaira cumprirá o que foi prometido.

Ergui a sobrancelha, como minha irmã podia ter tanta certeza?

—Você parece muito certa disso irmã, mas lembre-se que Zaira não é a criança que conhecemos um dia.

Ela assentiu, mas disse seriamente:

—Eu sei disso Zelds, mas devo dizer se é que você ainda não percebeu: Zaira é igual a você. -Ri sem graça. -Não faça isso Zelda você sabe que é verdade, talvez essa seja sua real preocupação. Zaira e Sabrina, são como você e Edward; e Satanás nos abençoe, porque tenho medo das encrencas em que elas podem se envolver.

Eu então fui a voz da razão:

—As coisas são muito mais perigosas para Zaira, ela não tem como se defender Hilda e a não ser por nós ela está completamente desprotegida. Você estava aqui quando aquele lobo a trouxe... Eu temo pela segurança delas, eu temo pela vida da minha filha.

Ela então me dirige um daqueles seus sorrisos calorosos.

—Você já disse isso a ela?

Eu a olhei horrorizada.

—Zelda... O dia que elas sumiram eu achei que você ficaria louca, eu não te culpo, eu também fiquei preocupada, você foi dura com elas e Zaira também não foi fácil, não vou mentir eu ouvi você a noite na cozinha. Sabrina, Ambrose e Zaira podem lhe questionar, mas você irmã é uma boa mãe não duvide disso.

Ergui a sobrancelha e comentei:

—Você quer que eu libere Zaira do castigo?

 _Seria meu sonho, não aguento mais pegar meus vestidos duros, mas infelizmente eu sei que você não fará isso.

Dessa vez eu sorri sincera

—Não Hilda, não farei.

Ela deu de ombros:

—De qualquer modo isso não torna o que eu falei menos verdade Zelds, você é uma boa mãe, as crianças te respeitam e você pode arremessar essa xícara na minha cabeça, mas sua filha é igual a você, ela cumprirá a promessa.

Eu assenti e ela então se levantou.

—Hilda? -Eu a chamei e ela se virou, então disse algo que raramente digo -Obrigada.

Ela sorriu em resposta e se retirou.

A verdade seja dita o dia que as meninas desapareceram eu estava com tanto medo... e a medida que as horas foram passando eu fui ficando cada vez com mais raiva e me surpreendo em não ter mandado Hilda para a cova, geralmente é um hobby que me acalma bastante. Eu pensei em inúmeras vezes chama-lo, no entanto preferi resolver a minha maneira, provar que eu era capaz, mas coloquei um limite que até meia noite se elas não aparecessem eu o chamaria.

É exatamente dez horas quando elas chegam, nenhuma delas parece surpresa ao me ver ali, me cumprimentam e Zaira faz uma observação provando que sua promessa não foi quebrada. Elas vão para a cama e eu continuo ali pensando, tenho a sorte de Satanás ter nos abençoado por não ter que criar as duas simultaneamente, imagine Zaira e Sabrina crescendo juntas? Certamente seria eu quem pararia na cova de Cain, porque para Hilda seria apenas laços e fitas, sem disciplina alguma, num instante as garotas colocariam fogo na casa.

Suspirando para me livrar de tais pensamentos vou para meu quarto e lá me preparo para ir dormir. Não muito tempo após deitar eu pego no sono.

Estou sentada a frente de uma lareira mesmo com o fogo queimando o local está frio e com pouca luz, não demora muito e ele aparece bebendo algo.

—Boa noite querida, já faz tempo...

Ergo a sobrancelha, enquanto ele se senta ao meu lado no divã.

—Você está invadindo meus sonhos agora Damon?

Ele ri

—E quem disse que não é você que está me chamando?

Eu não esboço reação, me limito a revirar os olhos apenas.

—Então o que fazemos aqui? -Pergunto a ele

Ele dá de ombros

—Meu pequeno demônio ruivo não parece estar irritando ninguém ultimamente, então vim saber da mãe dela como as coisas vão indo.

—Tão tranquilas como era de se esperar. -Eu disse apenas, não iria entregar tudo o que aconteceu nos últimos tempos.

Ele suspirou:

—Isso é sem graça, mas voltamos a você ruiva. Soube por aí que tiveram trabalho no Solstício...

—Sobrevivemos a ele.

Ele assentiu e então chegou o rosto bem próximo ao meu e sussurrou:

—E você o que anda aprontado?

—Nada de mais, decidi parar de brincar com o Blackwood.

Ele sorriu sorrateiramente:

—Isso é um convite senhorita Spellman?

Dei de ombros

—Talvez. -Foi a vez dele me encarar -O que? Só porque brigamos da última vez e não concordamos em como agir com nossa filha, não significa que não podemos nos dar ao luxo de alguma diversão.

—Ah Zelda se você me fala isso mais cedo, com certeza eu teria ido visitar você pessoalmente.

O encarei seriamente:

—Aqui em casa não, mas tenho certeza que podemos arrumar um local apropriado para nossos joguinhos.

—Com medo de não ficar calada Zee?

Dei de ombros e isso só fez com que ele sorrisse.

—Devo ir agora e deixar você dormir. -Ele disse se aproximando de mim e então me beijou, com uma mão na minha cabeça puxando meus cabelos e outra em minha cintura ele me beijava ferozmente e eu respondia a altura. O gosto de whisky era embriagante, seu toque queimava em minha pele, ficamos assim até que ele se afastou e sussurrou em meu ouvido -Tenha sonhos pecaminosos amor.

E após o sonho eu dormi até o horário de costume.

Quando acordei tomei um banho relaxante e me aprontei para o dia, quando fui tomar café da manhã notei que apenas Hilda estava na cozinha, me sentando e pegando meu jornal perguntei:

—Onde está Zaira?

Ela me olhou e com uma expressão de medo disse:

—Ela não desceu ainda Zelds.

Eu então a olhei irritada:

—E por que você não foi acordar o demônio ruivo?

Ops, maldito seja Damon. Ela me olhou com o cenho franzido:

—Já ouvi essa expressão antes, mas foi... -Antes que ela pudesse terminar seu raciocínio Ambrose e Sabrina chegaram juntos dando bom dia e eu lógico ordenei a minha irmã:

—Vá chamar Zaira antes que eu mesma a acorde com um balde de água fria. -Terminei e abri o meu jornal.

Hilda fez o que lhe foi solicitado, ela demorou mais do que eu julguei necessário, foi então que ela voltou com a expressão assustada.

—Zelda?

Eu olhei para ela e disse sem muita paciência:

—O que foi Hilda? Não me diga que ela fugiu de novo.

Ela fez que não, mas fez sinal para que eu a seguisse e assim o fiz, logicamente murmurando sobre a incompetência da minha irmã em acordar uma adolescente.

Foi só quando chegamos no quarto de Zaira que me encontrei paralisada com a visão, sem palavras eu encarava uma garotinha de quatro anos sentada encarando a porta, assim que ela me viu ela disse:

—Mamãe? Você está diferente!

E enquanto ela sorria levemente, notei Ambrose chegar fazendo apostas com Sabrina, a medida que fui entrando no quarto, com bastante cautela diga-se de passagem, a garotinha foi descendo da cama, notei que o short do pijama caiu e a blusa era praticamente um vestido para ela, mas isso não a impediu de vir até mim e abraçar minhas pernas dizendo:

—Bom dia mamãe!

Engoli em seco e me agachei ficando da altura dela. Encarei seu rosto angelical, seus olhos estavam tão azuis quanto o céu e há algumas sardas no nariz e nas bochechas, é ela e eu não consigo entender como.

Eu a pego no meu colo e pergunto:

—Bom dia coccinelle, o que aconteceu? -Deixo o apelido de infância escapar sem notar.

Ela dá uma risada sonora, olha entre os outros que estão na porta e diz:

—Tia Hida veio me acordar e saiu assustada, vovó já acordou? Ela prometeu que deixaria eu ajudar com as poções hoje.

Alisando seus cachos desgrenhados, congelei na menção da minha mãe.

—Mas tio Ned diz que eu sou muito jovem, você pode ir e olhar feio para ele e mandar ele me pedir desculpas?

Eu a olhava sem entender, no entanto, foi Ambrose a expressar em palavras o que estávamos todos pensando:

—Mas o que diabos está acontecendo aqui?

—Mamãe quem é esse moço mal-educado?

Ela olhava de mim para Ambrose com o cenho franzindo.

—Sou eu Ambrose, agora pare com isso Zaira.

Imediatamente ela protestou:

—Não, você não é Ambie, Ambie é um bebê catarrento. -Ela fez cara de nojo no final e Ambrose olhou para ela de cara feia.

—Saiam daqui agora, os três. -Eu disse e logo Zaira estava dando tchau para eles. 

Após eles saírem coloquei ela sentada na cama e fiquei ajoelhada em frente a ela, eu verifiquei seu corpo a procura de alguma marca ou picada de algum ser sobrenatural, mas nada, inclusive as cicatrizes do ataque dos caçadores haviam sumido e ao pegar sua mão, notei que a marca de bruxa no pulso esquerdo estava intacta e não apagada como eu havia notado no dia do ataque.

Transfigurei a blusa do pijama em um vestido e encolhi suas sapatilhas pretas, eu estava pronta para sair com ela, quando ela me olhou seriamente e falou:

—Mamãe meu cabelo!

Respirei fundo e dei meia volta, achei a escova e comecei a pentear seus cabelos, enquanto penteava ela começou a divagar sobre coisas aleatórias, assim como fazia quando era criança:

—Mamãe hoje eu quero uma fita azul.

Achei uma presilha e transfigurei em uma fita azul royal e a coloquei em seu cabelo, mostrei a ela como havia ficado e ela sorriu inocentemente:

—Obrigada mamãe, agora vamos logo quero ver a cara feia do tio Ned antes que ele vá para a academia.

E assim sai do quarto segurando a mão da minha filha de quatro anos indo em direção a cozinha, com a certeza de que aquela manhã estava apenas começando. Afinal de contas no que Zaira foi se meter?

 

 

Now and then when I see her face

She takes me away to that special place

And if I stare too long

I'd probably break down and cry

Sweet Child O' Mine - Guns N' Roses Guns N' Roses


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam do novo estado da Zaira?
Será que um envolvimento Zelda-Damon seria interessante?
Não se acanhe pessoal, deixem um feedback ;)



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