The Other Half-Breed escrita por Deh


Capítulo 14
2.7: “I still can remember a time when it wasn't like this”




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Get up again
Turn it on again
Stare and try to find some meaning
Let the day begin
But you feel that urge in your mind

Quando adentramos a cozinha eu me sento em minha cadeira e Zaira logo vai sentando na cadeira ao lado de Sabrina. Ela observa todos sentados então volta a sua atenção para Hilda e dispara:

—O que aconteceu com você tia Hilda?

Hilda então franze o cenho não entendendo a pergunta dela:

—Como assim Zaira?

—Você está mais velha e mais gorda... algum feitiço errado? -Ela perguntou curiosa.

—É... -Hilda se enrolou nas palavras.

—Zaira isso não é educado. -Eu a repreendi

Ela então olhou culpada para Hilda, mas não pediu desculpas, lhe dirigi um olhar repreendedor.

—Desculpe-me tia Hilda.

—Oh tudo bem querida. -Hilda a tranquilizou e instantaneamente Zaira sorria novamente.

Minha irmã então serviu um pedaço de torta para minha filha e enquanto eu a observava comer, observei também os olhares curiosos dos demais, foi Sabrina no entanto a perguntar:

—O que aconteceu com ela?

—Eu não sei, aparentemente ela regrediu em corpo e mente a idade de quatro, talvez cinco anos.

Após terminar de comer então Zaira questionou:

—Onde está todo mundo?

—Todo mundo? -Hilda a questionou e ela assentiu.

—Vovó, vovô e tio Ned.

Hilda abriu a boca para responde-la, mas eu fui mais rápida:

—Eles estão viajando.

—Por quê? -Zaira perguntou curiosa como sempre.

—Porque foi preciso Zaira. -Disse colocando fim aquela conversa, ela suspirou voltando a encarar Sabrina e Ambrose.

—E quem são vocês?

—Eu sou Sabrina.

—E eu sou Ambrose.

—Você não é Ambie... -Ela olhava desconfiada para Ambrose.

—Ele é outro Ambrose Zaira. -Eu disse antes que uma longa discussão se seguisse.

Ela assentiu e logo pediu para sair e brincar lá fora, eu permiti com a condição de não sair de perto de Vinegar Tom, ele lógico não gostou muito, mas era meu familiar no fim das contas é dever dele me obedecer.

Assim que ela saiu, eu comecei:

—Nenhuma palavra para ninguém sobre o estado dela, se os mortais perguntarem ela está viajando e Satã nos ajude que Damon não apareça por aqui até eu ter uma boa explicação. Ambrose preciso que procure todos os feitiços que regridam a infância…

Ambrose assentiu.

—Sabrina por favor não traga ninguém para casa.

Sabrina fez que sim com a cabeça.

—E Hilda sem doces após às cinco.

—Mas Zelda…

Eu a encarei com uma expressão assassina.

—Se você der doce a ela, eu juro que te coloco na cova de Cain.

A contragosto minha irmã concordou.

—E eu precisarei da ajuda de todos vocês para ficarem de olho nela. -Então virei meu olhar diretamente para Sabrina e Ambrose. -Em hipótese alguma, deixem que ela saia dessa casa desacompanhada. E nunca, nunca mesmo, levem-na a floresta.

—A senhora não está sendo protetora demais tia Zelda? -Sabrina me perguntou, abri a boca para respondê-la, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ouvi os latidos de Tom. Respirando fundo corri para fora o mais rápido possível.

E lá estava Zaira brincando no cemitério e um demônio se aproximando dela, Tom latia bravamente para a criatura das trevas. Instantaneamente lancei um feitiço de incineração na criatura a mandando de volta para as profundezas. Corri até Zaira e perguntei:

—Você está bem querida?

Ela assentiu.

—Ele só queria brincar mamãe. -Ela disse docemente.

—Querida, nunca brinque com esse tipo de criatura. Você promete?

Ela não parecia querer concordar:

—Mas mamãe…

—Por favor Zaira.

Ela então assentiu e me deu um abraço:

—Tudo bem mamãe.

Abraçando ela bem forte eu disse:

—Que tal irmos para dentro desenhar?

Ela balançou a cabeça concordando.

—Podemos ter biscoitos?

Fiz uma cara de quem estava pensando, ela me encarava com grandes olhos azuis pidões.

—Tudo bem.

Logo entramos dentro da casa e fiz papeis e giz de cera aparecerem na mesinha da sala de estar e a deixei lá com a desculpa que iria buscar os biscoitos, ela claro nem ligou muito, pois estava fascinada com o giz de cera.

Hilda manteve Sabrina e Ambrose na cozinha, eu mal havia chegado quando Ambrose disparou:

—Mas que diabos foi aquilo tia Zelda?

Eu suspirei:

—O motivo pelo qual não podemos deixá-la sozinha Ambrose. Zaira é uma espécie de imã para demônios.

—Ela atrai demônios!? Mas como?

Eu olhei para ele ceticamente:

—Devo lhe lembrar quem é o pai dela Ambrose?

—Por que não apareceu nenhum antes? -Sabrina perguntou.

—Ela estava aqui sem poderes Sabrina, Damon me garantiu que isso não aconteceria.

—Isso significa que ela tem magia de novo!? -Ambrose perguntou.

—Provavelmente. -Eu ainda não tinha pensado nessa hipótese.

—Aquele demônio apareceu muito rápido, não tem nem um dia que ela está assim. -Essa foi Hilda -Zelda precisamos fortificar os encantos de defesa.

Eu assenti e então suspirei.

—Bom crianças agora que já sabem de tudo, é melhor irem para suas tarefas, vocês não devem deixar que isso altere a rotina de vocês ou vão levantar suspeitas. E isso inclui você também Hilda.

—Mas Zelda o feitiço…

—Ele será mais eficaz se o lançarmos na hora das bruxas, de qualquer forma ficarei aqui com ela. Não haverá problemas.

Ambrose e Sabrina sairam meio desconfiados, já Hilda não queria sair de jeito nenhum.

—Nós vamos ficar bem Hilda, eu prometo.

Ela me fez prometer que se algo acontecesse eu a chamaria imediatamente.

Após todos sairem de casa, passei a manhã desenhando com Zaira, sorte minha não ter que ir a Academia. No almoço tive que me empenhar bastante para fazer ela comer os legumes, embora fosse um trabalho árduo foi até divertido.

Quando Hilda chegou ela foi fazer tortas e Zaira insistiu em ajudá-la, deixando as duas sozinhas fui para a biblioteca pesquisar feitiços que pudessem trazê-la de volta.

No jantar fazer Zaira comer aspargos foi outra luta, havia me esquecido que desde pequena ela já possuía um gênio forte.

Após o jantar Ambrose e Sabrina apresentaram a ela a televisão e ela ficou maravilhada com a “caixa mágica”. Sentei na poltrona enquanto as crianças ficaram no sofá, era engraçado a pequena Zaira maravilhada com Tom e Jerry, suas risadas inocentes davam vida a nossa velha casa.

Percebi que ela já estava com sono, quando ela saiu do sofá que estava com Sabrina e Ambrose, e subiu no meu colo. Ela estava se aconchegando quando eu disse:

—Acho que já é hora de alguém ir para a cama.

—Eu não estou com sono mamãe. -Ela bocejou.

—Oh claro que não….

Em questão de minutos ela se encontrava dormindo em meu colo. Me levantei com a pequena Zaira em meus braços e disse aos meus sobrinhos.

—Estejam aqui em baixo na hora das bruxas, Hilda e eu precisaremos de ajuda.

Os dois assentiram, então fui levar minha filha para sua cama. Coloquei ela na cama e mudei sua roupa, me certifiquei que sua janela estava trancada, acendi uma vela, caso ela acordasse à noite, pois me lembro muito bem do seu medo do escuro, me aproximei dela e acariciei seu cabelo vermelho. Minha pequena e selvagem Zaira, minha filha.

Fui para meu quarto, troquei de roupa e dei uma passada no quarto de Hilda, ela estava deitada em sua cama lendo um daqueles seus romances idiotas.

—Tenho um compromisso, Tom está no quarto com Zaira, você dá uma olhada nela de vez em quando?

Hilda assentiu e eu tratei logo de ir, antes que ela perguntasse algo.

Cheguei ao local que havíamos combinado de nos encontrar, ele claro já estava lá.

—Boa noite Damon.

—Boa noite amor, você demorou.

Rolei os olhos.

—Pensei que fosse paciente.

Ele riu secamente:

—Paciência é uma virtude minha cara Zelda e eu não sou nada virtuoso. -Ele sorriu maliciosamente.

—Se é assim… -Eu disse e retirei o pesado casaco preto que eu usava.

Ele me olhou de cima a baixo e por um longo minuto ele ficou calado.

—O que foi Damon, o gato comeu a sua língua?

Ele sorriu de lado:

—Eu estava com saudades Zelda.

Fui me aproximando dele devagar…

—Quando você ficou tão meloso Damon querido?

E essa foi sua deixa para ele avançar como um animal. Em instantes minhas costas se encontravam com o colchão.

—Zelda... Zelda… Você adora brincar com fogo não é mesmo?

—O que posso dizer? Sempre fui uma bruxinha travessa. -Sorri para ele enquanto ele me beijava.

Ali não havia nada de Zelda Spellman, nem Damon Maquiavel, apenas dois pecadores em um quarto de motel barato, louvado seja os feitiços silenciadores.

—Uau! -Ele disse quando nós dois caímos exaustos na cama. -Zelda, você…

Dei uma gargalhada sonora, nem um pouco parecida com minhas risadas habituais, menos tensa e mais relaxada, não era como se eu estivesse carregando o peso do mundo em minhas costas.

No entanto ainda sou Zelda Spelman, a chefe da família, irmã, tia e mãe, ainda possuo minhas responsabilidades, sendo assim levantei-me e comecei a me vestir.

—Já vai? Não é nem a hora das bruxas. -Ele disse se sentando na cama e olhando o relógio no criado mudo.

Caminhando até ele, sorri maldosamente:

—Você não achou que eu ficaria à noite toda achou?

Ele enlaçou os braços em minha cintura:

—Um pobre demônio tem o direito de sonhar você não acha?

Com as mãos em seus ombros e encarando aqueles olhos negros eu disse por fim:

—Você é um demônio muito ocupado, não quero tomar muito do seu tempo.

Ele enrugou o nariz em desaprovação, contive o sorriso, Zaira faz isso com frequência.      

—Além de que se eu ficar aqui a noite toda com você, como poderei deixá-lo ansioso para o nosso próprio encontro? -Agora sim sorri vitoriosa.

—Ah Zelda Spellman você é uma bruxa cruel.

Abaixei meu rosto e com a boca em sua orelha eu sussurrei:

—Eu tento.

E tratei logo de sair dali, deixando um anticristo muito sorridente para trás.

Quando voltei para casa faltava ainda quarenta minutos para a hora das bruxas. Fui para meu quarto, tomei um banho e vesti minha roupa de dormir, em seguida fui ao quarto de Zaira e minha filha de quatro anos encontrava-se dormindo como uma rocha, Tom estava deitado nos pés da cama, ele levantou a cabeça quando notou minha presença.

—A pirralha dorme como uma pedra.

Fiz cara feia para ele e disse:

—Já falei para você não chamá-la assim.

Ele fez aquela cara de quem não se importa:

Prefere que eu a chame de senhorita Anticristo ou bruxademônio?

—Tom...

—Desde quando você é tão sentimental Zelda?

—Zelda está na hora. –Hilda interrompeu meu dialogo com meu familiar.

Enquanto descíamos as escadas ela perguntou:

—Você foi ver Faustus a uma hora dessas?

Rolei os olhos, Hilda estava ficando abusada, talvez estivesse na hora de colocá-la na cova.

—Não Hilda, fui garantir que Damon não nos visite tão cedo.

—Pelo amor de Satan Zelda você tá se envolvendo com ele de novo?

Parei e a encarei fixamente:

—Não que seja da sua conta irmã, mas enquanto Damon estiver entretido ele não fará visitas surpresas.

—E se ele descobrir que você está enganando ele?

Eu engoli em seco:

—Para o bem de todos nós é melhor que ele não descubra.

Dito isso voltei a descer as escadas e logo ela me seguia.

Na sala estamos nós quatro reunidos quando demos as mãos:

—tenebris noctis excitabatur, profana luna, domum fidelem, auferat Daemones, devinctus erit sanguis, praesertim in singulis. Daemonium discedite, Quod Spellman sede hic salvus.

Após o feitiço, as crianças retornaram para seus quartos e eu fui para a cozinha beber um pouco de rum, Hilda decidiu que era um bom momento para o chá.

Após dois goles de rum, ascendi meu cigarro enquanto Hilda enchia sua xícara de chá, minha irmã se arriscou:

—Não seria melhor mandar Zaira para Desmelda até que encontremos um feitiço que possa reverter?

Eu a fuzilei instantaneamente:

—Seria perigoso para Desmelda e Letícia Hilda, além do mais nem sabemos quem a transformou.

E isso era verdade, Zaira não havia virado criança sozinha, havia a mão de mais alguém ali. Ambrose e Sabrina estariam ajudando ela em algum plano profano?

—Não sabemos nem ao menos se ela era o alvo... -Eu a encarei instantaneamente, minha irmã havia feito uma indagação interessante.  –Ela estava em casa há dias e então a única noite em que ela sai e acontece isso, mas ela não estava sozinha.

—Você está tentando dizer que o alvo podia ser Sabrina Hilda?

Ela deu de ombros.

—Zaira é praticamente fora do radar Zelds, ninguém sabe sobre ela, já Sabrina... Ou ainda e se for o pai dela? E se tudo não passar de uma prova para testar sua lealdade?

—Hilda…

Ela suspirou:

—Não vou contra sua decisão irmã, vou proteger meus sobrinhos até o fim, mas só tenha certeza do que está fazendo.

Ela terminou de dizer e bebeu seu chá me olhando fixamente, logo ela saiu.

E eu fiquei ali na cozinha fumando e encarando o nada, pensando no que diabos fomos nos meter, a verdade é que a cada dia parece que perco mais o controle dessa família.

Oh, I still can remember a time when it wasn't like this

In Another Time - Disturbed


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