O caminho foi silencioso, apenas o barulho da chuva estava presente, essa situação estava um pouco incomoda, então Luiz Henrique decidi quebrar o gelo e começar uma conversa, já que devido ao transito provavelmente ficariam um bom tempo juntos naquele carro.

LH: Hmmm, a quanto tempo você trabalha para minha mãe Fernanda?

Fernanda fica surpresa com a pegunta, por um momento pensou que iriam o caminho todo em silencio, ficou contente, pelo menos poderiam desfazer a impressão que tiveram um do outro.

FER: Já faz um ano, estou esperando a faculdade dar certo para pedir uma promoção.

LH: A faculdade dar certo?

FER: (Percebendo a sua cara de interrogação): Sim rs, não tenho certeza se é isso que quero fazer pelo resto da vida.

LH: Ah sim, é complicado essa decisão né?

FER: Mas do que eu pensava rs. Mas e você, faz o que?

LH: Sou formado em administração de empresas, pretendo assumir a empresa do meu pai um dia.

FER: Ah compreendo. É como o Daniel então, ele assumiu a empresa da mamãe de importação, agora sobre a empresa do papai não sei quem assumiria, nenhum de nós herdou o dom dele, a Nati gosta de moda e o Dan gosta da empresa, e eu cozinho super mal rs. Ainda bem que nossos pais sempre nos apoiou nas nossas escolhas.

LH: Vocês tiveram sorte em poder escolher suas profissões, já eu não tive muita escolha, meu pai sempre me impôs e eu acabei aceitando.

FER: Se tivesse escolhido, o que seria?

LH: Veterinária, eu amo os animais.

FER: Serio, não parece.

LH: (rindo) e parece que eu faria o que hein rs.

FER: (pensando) hmmm ... modelo.

Os dois se olham e começam a rir.

LH: Fico lisonjeado em saber que me acha bonito o suficiente para ser modelo Fernanda, mas acho que não é minha vocação. Não sou muito fã de tirar fotos. (disse rindo). Sabe eu gostaria de pedir desculpas por ter falado que a culpa dos nossos pais estar juntos ser sua.

FER: Eu te desculpo se você me desculpar também, por ter falado aquelas coisas sobre ter escolhido seu pai e tal, eu imagino que tomar essa decisão não deve ter sido fácil.

L.H: Não foi mesmo, e eu achei que voltaríamos e eles se entenderiam, não imaginava que minha mãe estaria namorando. A proposito eu te desculpo sim.

Os dois sorri um para o outro, e continuam o papo, o transito começa a andar e Luiz Henrique e Fernanda consegue tirar a impressão que ambos tinham um do outro.

** No Barzinho

Natália tinha ficado no barzinho com Felipe e seu amigos, estava indo tudo bem, vários papos descontraídos ate que chega uma moça que vai em direção de Felipe e o beija, Natália ficou completamente desconsertada com essa situação, a moça cessou o beijo, disse um “que saudade gatinho” e foi cumprimentar os demais enquanto Felipe limpava o batom que ficou em seus lábios. Nati aproveitou essa distração de todos e saiu de la, estava soltando fogo pelas ventas, odeia essa sensação de estar com ciumes, ela sempre foi muito autoconfiante, ciumes não fazia parte de seus sentimentos, não ate aquele momento, Felipe a viu se afastando e a seguiu para fora do estabelecimento, conseguiu alcança-la no lado de fora, ao lado do carro, procurando irritadamente as chaves dentro da bolsa.

Felipe: Nati espera, estava indo embora sem se despedir?

Natália: É que eu fiquei meio que sobrando ali, não tava muito afim de atrapalhar a pegação.

Felipe: (Percebendo que ela falava do beijo) Nati me esculta, deixa eu te explicar, a Karina e eu somos só amigos.

Natália: E você costuma beijar todos seus amigos na boca?

Felipe: Não é isso, bom na verdade a Karina e eu tínhamos o que todos chamam de amizade colorida, mas nos afastamos quando ela foi estudar fora. Eu nem sabia que ela tinha voltado.

Natália: De qualquer maneira eu estou indo embora. Pelo menos você vai ter uma companhia quando voltar pra la. Olha que ótimo.

Felipe: Nati poxa. Eu te chamei aqui porque eu realmente quero estar com você. Quero conhecer você melhor, normalmente não conheço mulheres como vc, linda e inteligente, com bom papo  e tão alegre e...

Natália: (Interrompendo)... e que não tem interesse nenhum em ser sua nova amizade colorida.

Felipe: Mas eu não quero isso, não estou te propondo isso, eu estou tentando explicar que eu gosto de você.

Natália não esboçou reação, ela fazia isso porque gostava de se mostrar forte, não iria admitir que gostou do que ouviu, afinal ela também tinha gostado dele. Decidiu dar uma chance pra ele, afinal eles ainda estavam se conhecendo, então não podia cobrar tanto dele assim.

Natália: Ok. Digamos que eu acredite em você, qual seria o seu próximo passo para me mostrar seu interesse?

Felipe: Eu te convidaria para jantar comigo. ( Ele diz sorrindo)

Natália: (Da um leve sorriso e diz) Esta bem, me pega amanhã as 19 hs. Jantamos e depois cinema.

Felipe: Combinado então.

Natália então beija o rosto de Felipe e se despede com um breve até amanhã, entra no carro e se vai. Deixando um Felipe com um sorriso bobo apaixonado, ele recebe uma mensagem de Karina, e ele volta pro barzinho, mas só se despede do pessoal e vai embora, o que deixou Karina irritada.

Karina: Quem era aquela com o Felipe?

Leandro: A mais nova paixão do cara. Mas da pra entender, a mina é mou gata.

Karina se enciumou ao ouvir isso.

Karina: então essa é a próxima iludida que o Felipe vai ter.

Ana: Ahhh acho que dessa vez ele ta mesmo apaixonado. Ele estava perguntando que tipo de flor dar pra ela, Felipe nunca foi de dar flores.

Karina: até parece, o Felipe só foi apaixonado por mim.

Ana: A fila anda queridinha. A fila anda. ( Ana sai rindo, arrastando seu acompanhante para a pista de dança, Leandro a segue com sua acompanhante deixando Karina com cara brava para trás).

***Prédio Luíza e Otávio***

Luiz Henrique estaciona o carro na garagem aos risos, ele e Fernanda tinham tido um ótimo papo, momentos antes ele havia contado uma piada muito ruim por sinal, e Fernanda ria tão gostoso, ele a olhava e pensava em quanto ela era bonita, tão doce, tão diferente do seu ultimo amor, Fernanda sessa o beijo na medida em que ele vai se aproximando, ela percebe o interesse dele de beija-la, ela também queria beija-lo mas são interrompidos por uma batida na janelado carro, Luiz Henrique se vira e vê seu pai ao lado da porta, então os dois dão um risinho sem graça e saem do corro.

Luiz Henrique: Papai oi, não esperava te encontrar aqui hoje. (Diz enquanto o abraça)

Fer: Boa noite senhor.

Sergio: Boa noite. (ele responde o comprimento de Fernanda) Oi meu filho, vim pois quero falar com sua mãe. Eu não tinha percebido que estava acompanhado.

Fer: Seu filho me deu uma carona, foi muito gentil.

Sergio: (Rindo malicioso) Meu filho é muito gentil mesmo. (Havia um leve sarcasmo na voz dele)

Luiz Henrique: Papai para com isso. (Ele fala sem graça)

Fer: (Vermelha de vergonha) Bom, eu vou indo porque já esta um pouco tarde.

Luiz Henrique: Ah claro. Subimos juntos. Vamos papai?

Sergio: Sim, vamos.

Os três seguiram para o elevador e ficaram num completo silencio por todo caminho.

**Apartamento Luíza**

Ao chegarem no apartamento Luiz Henrique vai para seu quarto tomar um banho já que seu pai disse que não precisava chamar por Luiza pois ele mesmo chamaria. Sérgio deixou seu filho ir e logo se serve de uma bebida, olha ao redor observando detalhes do apartamento, tinha o jeito de Luiza, se imaginava ali os três como uma família. Pensava em um jeito de convence-la a voltar pra ele. Termina sua bebida e vai atras de Luiza no quarto dela.

Sérgio: Luíza… (bate mais forte) Luíza, você esta ai?

Continua...