Desejo Oculto - TDA escrita por Débora Silva


Capítulo 3
《 Número três 》


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura meninas ♥



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— Eu nunca irei fazer isso! - falou assim que as meninas voltaram a ensaiar com a professora.

— Você é meu padrinho e esse será o melhor presente de casamento! - apelou.

Ele riu alto.

— E o que eu ganho com isso? - cruzou os braços e sem pensar ela respondeu.

— O que quiser! - falou sem se dar conta do peso que tinha aquelas palavras.

Heriberto sorriu a olhando nos olhos, o verde tão vivo e uma beleza que ele nem conseguia piscar, Osvaldo era mesmo um homem sortudo por ter tamanha mulher a seu lado e até certo ponto dava razão a seus ciúmes e controle com ela, mas tinha percebido que Victória fazia o que lhe dava vontade e não o que ele queria. Ela tocou a mão dele esperando por sua resposta e ele a puxou para ele ficando com seus corpos quase colados um ao outro.

— Você sabe que esse tipo de proposta é bem ousada né? - era somente para ela ouvir.

Ela sorriu e tocou o peito dele com a mão e pode sentir o peito dele subir e descer sem se delatar com aquele toque tão estranho para ele naquele momento.

— Eu adoro propostas ousadas e sei que você não vai pedir nada! - piscou para ele que riu.

— Eu posso te pedir um milhão de reais, você sabia? - falou brincando e ela o puxou para sair dali.

— Eu pago! - falou sem rodeios. - Dinheiro não é problema!!!

Heriberto soltou uma gargalhada e a seguiu.

— Ótimo! - ela ria com ele. - Saberei guardar a minha proposta muito bem!!

Eles voltaram ao elevador e ela o olhou com um sorriso enorme no rosto.

— Então quer dizer que aceita? - comemorou. - Você, não sabe o bem que está fazendo as minhas meninas!

— O que eu não por crianças! - falou como se resmungasse, mas amava tanto criança que faria até de graça aquela vergonha somente para ver o sorriso das meninas novamente. - Agora a arvore aqui pode ir embora? - estava cansado da viagem.

Victória sorriu saindo do elevador em seu andar e caminhou com ele dando boa tarde a todos que passavam por ela, era sempre muito educada e gentil com todos ali e Heriberto continuava a segui-la.

— Não vai me responder? - falou agoniado.

— Você está muito preocupado em ir para o hotel! - deixou sua bolsa sobre a cadeira. - Vamos conversar as coisas do balé e depois eu peço a um dos motoristas para te levar de volta! - estendeu a mão para que ele sentasse na cadeira e ele o fez assim que ela sentou na sua. - Prometo que será rápido porque eu sei que está cansado!

Heriberto assentiu e ela começou a falar como seria o espetáculo e ele por diversas vezes a interrompeu e ela ria com o desespero dele em ter que usar colã e se apresentar para mais de duzentos pais. Levantou, tomou água e a olhou, Victória ria depois daqueles minutos todos em que conversaram, não tinha mais volta atrás e estava decidido por ela que seria sim ele a apresentar a peça junto as meninas.

— Acho que eu deveria te odiar! - ai que ela riu mais ainda deixando o corpo jogado na cadeira. - Não ria porque eu estou te odiando muito já! - deixou o copo sobre a mesinha. - Eu vou embora antes que fique louco aqui!

— Você precisa se acalmar e o principal! - ficou de pé. - Não pode contar nada a Osvaldo! - foi até ele.

— Por que não?

— Porque ele é um ciumento!

— Isso eu sei! - levou as mãos ao bolso a vendo andar pela sala. - Desde sempre ele foi assim! - contou.

Ela apenas assentiu quando a porta se abriu e por ela passou Pepino afobado com muitos papeis na mão, um lápis na boca e seu companheiro fiel e elegante terço laranja, queria que ela visse uns desenhos, mas quando olhou para a cara de Heriberto todos os papeis voaram porque ele jogou soltando o lábios da boca. Victória quis rir mais esperou porque sabia que teria mais.

— Minha nossa senhora das marmitinhas! - olhou Vick e depois ele. - Essa espécie rica em delicia está perdido? Ou veio encontrar o amor de sua vida? - arrumou o bigode dando três passos a frente ficando cara a cara com ele. - Pois já encontrou o seu amor! - e num rápido relance de Heriberto o pegou nos braços com ele fingindo um desmaio.

— Pepino... - Victória o repreendeu mais tinha o sorriso no rosto que nem conseguia disfarçar.

— Essa é a hora em que você faz respiração boca a boca! - Pepino falou com apenas um olho aberto.

Heriberto gargalhou e entrando na brincadeira o pegou nos braços e o levou ao sofá o deitando.

— Victória peça para que tragam uma ambulância esse aqui precisa ser internado! - ria com Victória ao lado. - Peça para trazer a injeção de agulha maior para que ele fique novo rapidamente.

Pepino ficou de pé no mesmo momento, tinha pavor a agulhas e a brincadeira para ele tinha ido longe demais e ele olhou para Victória bem serio.

— Tire esse maluco daqui que meu cofrinho não vai levar esse tipo de agulha! - arrumou a gravata nervoso enquanto os dois morriam de rir do modo dele.

Heriberto o olhou ele era uma figura muito mais engraçada do que tinha presenciado segundos antes e mudava de humor com uma facilidade que ele adorou.

— Você, não estava morrendo? - tinha um riso solto nos lábios.

— Eu queria ser beijada por um príncipe, mas ele é um sapo! - até ele teve que rir do que dizia junto aos dois que o contagiaram com a risada alta que se ouvia até mesmo do lado de fora da sala. - Não ria que é muito serio isso! - começou a pegar os papeis do chão quando ouviram uma voz imponente vindo da porta.

— Boa tarde!

Os três olharam rapidamente para ele e Victória sentiu seu coração gelar e respirou diferente sem saber o porquê dele depois de tanto tempo estar ali em sua porta novamente, quis fugir e Pepino a olhou sabendo como ela ficava depois daqueles encontros e ele quis falar, mas ela disse primeiro.

— O que está fazendo aqui, papai? - os dois quase se duelavam naquele olhar que era somente dos dois e idêntico. Pai e filha estavam ali um de frente para o outro depois de meses de ausência e ela nem sabia que rumo teria aquela conversa...


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