Fechei meus olhos, pedindo aos deuses que quebrassem aquele maldito despertador. Por que eu fui naquela festinha do Stark? Aquele retardado idiota!

— Aff que raiva… — grunhi e joguei aquele despertador de merda na parede.

— Oi irmãzinha, como está sua ressaca! — Sean me olhou com aquele maldito sorriso dele na cara.

— SAI DAQUI DEMÔNIO! — gritei com todas as minhas forças, eu acho que até os vizinhos escutaram.

— Sai daqui demônio! — imitou minha voz e saiu. — Levanta, Anna está fazendo o café. — escutei sua voz longe.

Fiz toda a minha higiene pessoal, vesti minha roupa de boa moça — que inclusive eu não sou— e fui até a mesinha onde estavam os desenhos dos vestidos que eu havia desenhado ontem à noite, peguei uma pasta e os coloquei dentro.

Quando eu cheguei na cozinha Anna e Sean já comiam, e nem me esperaram! Coloquei a pasta em cima da mesa mal humorada e me sentei.

— Nossa que cara é essa? — Anna perguntou semicerrando os olhos.

— Eu nem vou perder meu tempo te respondendo Anna. — falei começando a comer.

— Crystal hoje você está insuportável! — Sean falou sério.

— Eu tô sentindo que hoje vai dar muita merda...

— E o que isso tem a ver com o seu mal humor? — Anna perguntou, se levantando e me olhando logo em seguida.

— Tudo.

(...)

— E você está bem, como foi o seu primeiro dia? — Scott perguntou do outro lado da linha, me fazendo soltar um muxoxo.

— Foi melhor que aí. Fui tratada bem! — disse sorrindo por escutar sua voz rouca.

— Que bom, pelo menos você, Anna e Sean tem sorte de estarem longe de Vicent Greene! — comentou me fazendo gargalhar.

— Ele te fez alguma coisa? — perguntei sentando-me, peguei os papéis com alguns rascunhos e fiquei observando.

— A mesma coisa de sempre, nada nunca está bom pra ele! — reclamou.

O telefone em cima da minha mesa começou a tocar, eu sem me importar nem um pouco deixei tocar até desligar. Porém parecia que a criatura que me ligava, não queria me deixar em paz.

— Espera um pouquinho Scott... — falei tirando o meu celular do ouvido, e atendo o telefone. — Oi? — perguntei com a maior calma do mundo.

— Sua retardada, falta cinco minutos para a reunião começar e só tá faltando você aqui sua trouxa! — Anna vociferou e eu arregalei os olhos.

— Tô indo. — falei desligando na cara dela. — Scott, eu vou ter que desligar. Esqueci completamente que hoje tem uma reunião com os nossos sócios!

— Tudo bem a gente se fala depois então. — falou e desligou.

Peguei a pasta com todos os desenhos em cima da mesa e sai. Sorte que não tinha ninguém no elevador.

— Boa tarde… — falei sorrindo simpática sentado do lado de Sean.

Eles me cumprimentaram, e começaram a reunião.

—Por que demorou tanto? — Sean sussurrou.

— Eu estava conversando com o Scott. — sussurrei de volta.

— Scott? — perguntou e eu assenti.

(…)

Sorri e olhei para o céu agradecendo aos deuses por aquela reunião ter acabado. Como eu, Anna e Sean moramos na mesma casa, eu sempre venho com o meu irmão no carro dele; e hoje não foi diferente.

— Crystal, deixa de ser boba e entra logo. — meu irmão mais velho falou sem paciência, revirei os olhos.

 No momento que eu abri a porta do carro, meu celular começou a tocar. Na tela brilhava "Tony encosto Stark", pois é coloquei mesmo esse nome de contado do Homem de Ferro.

— Alô! — falei rude.

— Cristalina, onde você está? — Stark perguntou, ele pareceu falar algo para outra pessoa.

— Que diabos de apelido é esse, Tony?-perguntei após dá uma longa revirada de olhos.

— Estou na porta da sua casa, junto com uns amigos, e eu vou entrar. — avisou.

— Com quem? Espera, como o porteiro deixou você entrar? — falei quase desesperada. Sean me olhou sem entender nada e Anna apenas me chamou de maluca.

— Eu tenho os meus truques. E eu trouxe os vingadores e a irmã do Thor. Já que dá última vez que eu te vi, você disse que queria conhece-los. — eu respirei fundo para não gritar e xingá-lo de todos os nomes horríveis do planeta.

— Tony, eu estava bêbada ontem, — falei calma, tentando explicar a minha situação. — Espera como você se lembra?

— Eu bebi uns gole, e deixei vocês três se embebedarem com o resto! — o desgraçado estava rindo de mim.

— Eu vou ter minha vingança. — vociferei com raiva desse idiota.

— Onde você está agora?

— Dentro de um carro, imbecil! — o xinguei logo após entrar no carro.

— Está bom, eu vou pegar a chave, debaixo do tapetinho e entrar. — me explicou sem paciência.

— Eu te odeio Tony Stark! — gritei após ele desligar na minha cara.

— Você e o Tony tem uma relação de amor e ódio... — Anna provocou, eu apenas a olhei com raiva.

Yla Odinson:

Ir na casa de Crystal, era o plano! Meu coração de mãe estava tão feliz, nunca me senti tão feliz assim. Para ela saber sua origem, tínhamos que estar todos em sua casa. O motivo disso? Agora os Vingadores iriam conviver com a minha filha, pois uma tal de S.H.I.E.L.D queria saber mais sobre o coração de Crystal.

— Senhor Stark, eu gostaria de saber mais sobre a minha filha… — falei para ele, que havia acabado de me oferecer uma bebida. — Sabe, você a conhece desde de bebê…

— Tudo bem… — concordou.

— Stark, de onde conhece minha sobrinha? — Thor perguntou o olhando, depois me olhou.

— Eu conhecia o "pai" dela e é óbvio que eu a conhecia também. — explicou e meu irmão assentiu. — Crystal as vezes é chata, mas bem no fundo mesmo, ela é legal. — Tony sorriu e depois suspirou. — Ela é cheia de problemas! — explicou.

— Esses desenhos são dela? — Steve Rogers mostrou alguns papéis. Me aproximei dele e vi os rascunhos, eram lindos.

— Quem são? — eu olhei para Thor que segurava um porta-retratos.

—Scott Lins, Sean, Anna Prince e Crystal. — apontou para as pessoas na foto. — Scott Lins foi quem os ensinou a lutar...

— Os três sabem lutar? — perguntei o olhando.

— Sim, briga de rua e Jiu-jitsu…

— Pelo menos ela é educada? —pergunta Thor.

— Sim, mas só quando ela quer… — falou sorrindo e logo em seguida bebeu o líquido de seu copo.

— Olá… — uma garota dos cabelos castanhos e olhos verdes fala confusa e nos cumprimenta com a cabeça, fazemos todos o mesmo.

— Anna, cadê Crystal e o Sean? — Stark perguntou se levantando, Anna se aproximou dele e lhe deu um abraço; ele estranhou, mas a abraçou de volta. — Você está doente?

— Crystal e Sean estão vindo, os dois estão conversando com a síndica. — explicou. — E eu não estou doente.

Ela me olhou e eu sorri e a mesma me devolveu o sorriso.

— Você me lembra alguém… — apontou para mim e se aproximou.

— Com certeza sim… — Natasha Romanoff concordou.

Crystal Grenne:

Eu tinha acabado de sair do elevador, Anna tinha saído primeiro e corrido assim que viu a síndica — minha amiga odeia essa mulher. Senhora Lysa falava coisas de sempre, agradeci quando ela nos pediu licença e foi embora. Olhei para Sean e sorri.

— Ela sempre fala as mesmas coisas… — falei fazendo graça. Abri a porta e vi os tais Vingadores e a irmã de Thor. — Eu pensava que você havia ligado só para me incomodar Tony. — falei semicerrando os olhos.

— Quando eu digo que eu venho, eu venho! — falou Tony todo macho alfa.

— Nossa Ned Stark… — Anna falou, fazendo-me rir de lado pela sua piada.

— Crystal Greene… — estendi minha mão para o loiro que estava mais próximo de mim.

— Steve Rogers… — pegou na minha mão.

Cumprimentei todos os outros e cumprimentei por último uma mulher Loira platinada dos olhos azuis.

— Olá… — falei sorrindo, totalmente encantada com aquela mulher. Ela é tão bonita e me traz um conforto tão, tão… Eu não sei explicar!

— Meus modos. — Fala Sean se aproximando para cumprimentar as pessoas.

Eu me afastei de Yla, sem tirar meus olhos dela.

— Bruce Banner…

— Doutor Banner, eu adoro como você perde o controle e de transforma em um monstro verde. — Sean falou emocionado. — Eu sou seu fã… Me inspirei em você, para criar o olho de Deus!

— Não foi só você seu idiota, eu e Crystal ajudamos. — Anna falou tomando a frente.

— To nem aí, a maior parte do projeto foi minha. — O otario do Sean parecia uma criança esperando um picolé.

— Foi minha. — corrigi meu irmão.

— Estraga prazeres! — reclamou se sentando, enquanto os outros nos olhavam.

(...)

Os vingadores são realmente bem divertidos, fazia exatamente meia hora que conversamos. Agora Thor contava uma de suas histórias, fiquei encantada. De todos as mitologias, a nórdica sempre foi a minha favorita. Minha mãe por um motivo por qual eu não sei qual, me obrigou a estudar Escocês e Norueguês.

Me afastei do pessoal sorrindo e fui até a cozinha, eu cheguei com fome, nada mais que justo eu comer algumas coisa.

— O céu está lindo hoje não é mesmo? — Yla apareceu do meu lado me dando um susto, olhando o céu através da janela de vidro.

— Sim… — comentei a olhando.

— Desculpe, eu te assustei?! — perguntou me olhando e se aproximou.

— Não, é que… Eu tenho uma sensação diferente quando estou com você! — falei olhando o céu também. — Eu me sinto tão completa! — sorri, deixando uma lágrima escorrer por minha bochecha. Por que diabos, eu estava chorando?

— Endelig fant jeg henne datteren min. Jeg føler meg så komplett også.¹ — Yla disse em norueguês. Eu dei um passo para trás, como assim?

— Eu… — não saia nada, minha voz sumiu.

— Crystal eu preciso que se acalme… Eu… — pediu se aproximando e eu me afastei. — Eu sou sua mãe querida!

— Minha mãe morreu! — falei chorando, andando para trás. — Uma mãe nunca abandona um filho, não importa o que aconteça.

— Eu era jovem, eu não queria…, Mas eu tinha que fazer. — se aproximou de mim. — Eu e o seu pai estávamos tão felizes com o seu nascimento, estávamos prestes a ir para Vanaheim quando tudo aconteceu. Foi tão rápido, Heimdall me informou que haviam inimigos, Crystal! Eles queriam você, queriam seu coração. — disse tentando pegar-me, só que eu corri para trás do balcão. — Você tem ideia de o quanto eu sofri? Eu custei a acreditar, até que eu percebo que seria melhor para você se ficasse longe de tudo aquilo! — sorriu em meio a lágrimas se aproximando cada vez mais de mim. — Eu estou tão feliz que eu a encontrei finalmente.

— Eu não consigo acreditar nisso. Eu não consigo! — falei chorando, percebi ela se aproximar de mim e finalmente conseguir me abraçar.

— Minha bebê… — beijou minha cabeça.

Tudo parecia rodar, minhas vistas escureceram de repente. Tentei me manter forte, só que não consegui. A última coisa que eu escutei foi Yla gritando por ajuda.