Conte as estrelas. escrita por Amanú


Capítulo 3
Two: So many "welcome back".




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769572/chapter/3

07 de setembro de 1998.

Crystal odiava quando pedia para seu irmão Sean brincar com ela, o garoto dizia que não era menina para brincar de bonecas — uma coisa que não tinha nada haver, já que quando eram mais novos brincavam juntos — A pequena não via problemas em garotos brincar de bonecas!

Mas pelo menos via o lado bom daquilo, não teria Sean ali para rabiscar o rosto de suas bonequinhas que amava tanto. Ainda tem traumas de quando seu irmão mais velho rabiscou o rosto de Senhora Petúnia; ele ficou de castigo durante duas semanas.

— Senhor Wilson, quer quantas pedrinhas de açúcar? – pergunta a garotinha pro unicórnio.

— Ah senhorita Crys, eu quero três pedrinhas de açúcar! – Víctor Greene se encosta na soleira da porta e fala com as bochechas cheia de ar.

— Papai! — A garotinha corre para abraçar o pai, que a pega no colo e dá um abraço apertado afagando seus cabelos loiros. — Onde você esteve? – pergunta ela bagunçando os cabelos do pai com as mãos.

— Estava tratando de negócios. — Fala ele encarando os olhos azuis dela, para Víctor aquele olhos eram sua calmaria.

— Lena me disse que hoje é dia do trabalho, por isso eu não fui para escola! — comentou Crystal confusa com a resposta do pai.

— Cadê seu irmão Crystal? – pergunta ele a ignorando e a colocando no chão logo em seguida.

— Está no quarto dele. — fala ela emburrada por seu pai não a ter respondido.

— Vou lá no seu irmão querida. Comporte-se! – fala ele saindo do quarto.

Crystal se sentou em sua cama, emburrada e triste. Odiava quando seu pai mudava de assunto ou a ignorava. Passou o resto da tarde daquele jeito, com raiva!

— Crystal filha, vamos comer!? — Fala Marie entrando no quarto da pequena. Seus olhos esverdeados estavam tristes aquela noite e a garota era esperta o suficiente para notar aquilo.

— Você está bem mamãe? — perguntou segurando sua mão e olhando para cima.

— Nada amor. Vamos jantar! – Fala Marie fungando. Ela não conseguia ao menos disfarçar, nunca foi tão boa quanto a irmã em Teatro.

As duas foram juntas ao quarto de Sean, que assim que escutou a palavra comida saiu correndo na frente das duas. O garoto era filho de Amberly Watson e Víctor, antes de Marie deixar de ser uma Müller, para se tornar uma Greene.

— Pai, onde o senhor esteve!? – pergunta Sean olhando para o pai, cortava um pedaço de carne, o mesmo sempre zombou de Crystal pois a mesma ainda não sabia mexer com faca.

— Já falei para deixarmos este assunto de lado Sean Edward!– Falou olhando sério para o garoto, que não pareceu intimidado.

— Eu apenas queria… — Sean deu pulo na cadeira quando as mãos de seu pai bateram na mesa, fazendo um barulho alto.

— EU JÁ DISSE…

— NÃO GRITE COM ELE. — Crystal gritou mais alto que o pai indo até o irmão e o abraçando.

— Como ousa gritar comigo mocinha? — Víctor apontou o dedo para os filhos.

— Cale a boca Víctor, não vê que está assustando os dois. — Marie foi até os pequenos e se abaixou para beijar o rosto de cada um. — Vamos meus amores. — sorriu gentil e ofereceu a mão aos dois que pegaram assustados, logo em seguida os três saíram; deixando Víctor sozinho.

Aquela noite ele jantou sozinho, pensando em como sair daquela situação que sua vida estava.

Dias de hoje.

Fazia uma hora que eu estava acordada chorando. Eu estava confusa, e minha cabeça já estava doendo de tanto chorar. Depois de um tempo, respirei fundo e olhei para frente. Demorei bastante tempo no chuveiro tomando banho, a água quente caía sobre as minhas costas e a queimavam e aquilo não estava me relaxando.

Sai do banho extremamente com raiva por não estar relaxada e fui até o closet, procurei uma roupa para mim ficar em casa, eu já havia ligado para a empresa falando que eu estava com uma virose — ainda fiz uma draminha, pra acreditarem em mim.

Me arrependi de ter resolvido ir encher meu bucho, tinha uns dos vingadores ali ainda como: Natasha Romanoff, Steve Rogers e Thor; mesmo com só isso de pessoas ainda me incomodavam e já era de manhã! E eles estavam com algumas roupas estranhas… *Esse povo não tem casa não?* Eu fiz menção de voltar imediatamente, com a minha cara de tédio e raiva. Só que eu não o fiz, eu tenho que ser forte e corajosa — eu já escutei isso em algum lugar, só não me lembro aonde.

— E a casa de vocês? Sumiu? — perguntei assim que desci o último degrau das escadas. — O que fazem aqui de novo? — coloquei as mãos na cintura.

— Precisamos conversar com você urgentemente… — Thor disse sério, eu respirei fundo pedindo paciência pra qualquer deus independente de qualquer religião.

— A S.H.I.E.L.D precisa da ajuda de vocês três. Embora dois já estejam lá! — Natasha interrompe Thor, me fazendo olha-la desconfiada.

— Desculpe? — falei totalmente sem entender.

— Precisamos do Olho de Deus… — Steve Rogers disse, eu olhei para os lados à procura de Anna e Sean. Eu infelizmente eu não os vi!

— Sean e Anna…? — olhei para ele, que colocou as mãos nas cintura. Parecia cansado.

— Eles já foram. — respondeu Steve Rogers.

— Pra S.H.I.E.L.D? — perguntei já sabendo a resposta, Rogers assentiu.

— Você vai ou não? — olhei para Thor que me encarava esperando minha resposta.

— Fazer o que né! — falei subindo as escadas.

— Pra onde você vai? — Thor perguntou olhando-me subir.

— Eu vou trocar de roupa, ou realmente vocês acham que eu vou com esse tipo de pijama? — falei apontando para minha roupa.

(…)

Os dois — Natasha e Steve, já que meu tio ficou me esperando lá fora — me conduzia até uma sala que eles diziam ser a sala de Nicholas Fury, juro, eu estava tremendo não sei se era de medo ou fome.

— E eu falo o que? — perguntei a Natasha, só para ter um assunto sabe?

— O que te perguntarem, você responde… — falou do jeito dela.

Assenti, só estavam Anna e Sean conversando com uma mulher dos cabelos castanhos em um coque.

— Crystal Greene… — cumprimentei os dois desconhecidos na sala.

— Nicholas Fury. — respondeu pegando na minha mão.

— Maria Hill! — a mulher me cumprimentou séria.

— Indo direto ao assunto, foram apenas vocês três que criaram o projeto? — perguntou o homem em quem eu acho que seja Nicholas Fury.

— Não. — Sean respondeu rápido e sem humor. Uma das primeira vezes que o vejo assim, estão o meu irmão a fazer isso? Porque se sim, eu vou dar a louca aqui nessa bagaça.

— Sarah Wright, Mia Greene e Tyler Anderson. — falei sem boas recordações. — Também não posso me esquecer do Zé Droguinha, Liam!

— Você o trouxe com você? — perguntou Nick e eu assenti.

Me levantei e peguei a pequena caixinha dentro do meu bolso, dei em sua mão — demorei para soltar, aquilo deu muito trabalho, quase morri por aquele pequeno chip.

— Isso é o olho que tudo vê, precisa de código para mexer nele! — expliquei.

Maria Hill colocou uns papéis na minha frente.

— Vocês têm que assinar para nos permitir usá-lo… — explicou Fury, eu assenti pegando a caneta da mão de Hill e lendo, para mim não fazer merda depois, é claro.

— Tudo bem, — li e então assinei os quatro papéis, dos quais eu havia lido só um, porque o resto eu estava com preguiça.

Passei o papel para Anna, que deu apenas uma olhada e assinou sem saber, Sean fez o mesmo.

— Como está tudo completo, precisamos ir embora. — sorri falsamente me levantando da cadeira.

— Precisaremos do código, se poder nos dar. — olhei para Maria Hill e assenti, ela me deu um papel e eu anotei os seis números: 236790.

A entreguei o papel, a mesma me agradeceu logo em seguida.

(…)

— Quem dos idiotas de ontem disse que tínhamos um olho que tudo vê? — perguntei nervosa andando lado a lado de Sean e Anna.

— Nossa isso parece Illuminati… — Anna comentou não me respondendo. — Mas respondendo sua resposta: eu não sei, pode ter sido qualquer um deles!

— Anna tem razão. — Sean concordou com a Anã dos sete anões da Branca de Neve.

— Quem os trouxe até aqui? — falei entrando no elevador logo em seguida.

— Clint Barton… — me respondeu Anna apertando o botão para o térreo. —, E você nos deu um grande susto ontem à noite.

— Não foi minha intenção.

Depois que eu falei, ficou um silêncio agradável naquele lugar. Sean olhava para todo o canto do elevador, como se nunca estivesse entrado em um. Quando chegamos finalmente no térreo e fomos para fora do prédio, encontramos Natasha, Steve, Thor e Clint.

— Vamos? — Thor disse assim que eu me aproximei dele.

— Vamos para onde? — perguntei totalmente confusa.

— Ver sua mãe. Ontem ela foi embora chorando e a última vez que eu a vi chorar daquele jeito foi quando ela teve que deixa-la! — ele disse me fazendo olhar para Anna E Sean que assentiram.

— Tudo bem. — falei meio contra gosto.

Dei um abraço antes de ir em todos os outros — pois é, quando eu tô emocionante abalada sou assim mesmo —, o abraço da Natasha foi o mais rápido, ela nem queria me abraçar, percebi que ela é fria assim mesmo; mas já o abraço do Steve, ah esse abraço, eu senti borboletas idiotas e clichês no estômago (eu realmente não sei se era emoção ou fome).

— Tchau Steve, — murmurei, com um sorriso triste no rosto e me afastei dele.

— Tchau senhorita Crystal. — disse sorrindo também.

Me aproximei de Thor — agora meu tio — e ele olhou para cima.

— Heimdall… — disse e logo em seguida algo nos sugou, eu fiquei totalmente horrorizada com aquilo.

— Por que estava tentando seduzir Steve Rogers? — meu tio, quer dizer Thor perguntou me olhando pelo canto do olho, assim que chegamos em um lugar desconhecido por mim.

Depois de uma boa olhada no local concluí que aquele lugar era a sala da Bifrost.

— Eu abracei todos eles, agora não é só porque eu abraço um homem que eu quero dar pra ele. — falei tentando explicar minha situação a ele.

O mesmo me ignorou totalmente e se aproximou de um homem alto e bonitão com os olhos alaranjados.

— Heimdall. —o cumprimentou. — Yla ainda está aqui em Asgard?

— Sim, porém ela se prepara para voltar a Vanaheim. — avisou.

— Vamos Crystal, temos que ir antes que ela se vá… — pegou na minha mão se preparando para correr.

— Mas para ela ir a Vanaheim ela precisa vir até aqui, certo? — ele assentiu.

— Porém eu quero que ela fique durante mais alguns dias. — explicou e eu soltei de sua mão, assenti. Thor saiu na frente um pouco emburrado demais para sua idade.

— Princesa? — eu olhei para Heimdall, estranhei ele me chamar assim.

— Sim? — pisquei algumas vezes antes de desviar meus olhos dos dele.

— Bem vida de volta... — disse me fazendo agradecê-lo com a cabeça.

(...)

A todo momento Thor reclamava que eu andava muito devagar, só que uma coisa que ele não percebeu foi que EU, sou apenas uma humana e não uma deusa. Depois que entramos dentro do palácio ele não parava de me fazer andar, perguntei a onde o mesmo me levava e ele disse que estava me levando para conhecer Odin. Entrei em uma sala onde um homem mais velho estava sentado, respirei fundo, eu estava tremendo e não era pouco.

— Meu pai. — Thor fez uma reverência.

Eu o segui fazendo uma reverência, eu assisto muito Game of Thrones, até hoje eu lembro da Cersei ensinando Shae a reverenciar.

— Minha neta, finalmente voltou para casa! — disse ele se levantando de seu trono, sorri nervosa e ele me abraçou. — Bem-vinda de volta.

— Ér... Obrigado! — respondi olhando para Thor assim que ele me largou. Como eu posso voltar para alguns que nunca nem vim? Só esse povo mesmo.

Depois de muito conversar com Odin, Thor me levou até minha… Yla. Assim que me viu a mesma veio me abraçar, eu não fiz nada, apenas sorri para ela.

— Que bom que veio querida, — passou a mão na minha bochecha, ela estava com cara de quem havia chorado horas. — Venha, eu vou levá-la para conhecer seus irmãos. — disse pegando em minha mão e me puxando.

Olhei para Thor e o mesmo começou a nos seguir também, dei de ombros e a acompanhei.

— Eu não sabia que tinha mais irmãos! — falei para os dois. — Desculpe perguntar, mas são quantos?

— Não tem problema. São dois, Eric e Solarah. — falou toda feliz, eu sorri com isso.

Descemos uma escada que dava para o jardim, de longe eu avistei uma criança que aparentava ter uns três anos de idade e o outro que eu tinha certeza que tinha seis. Quando me aproximei com Yla e Thor reparei que a garotinha tinha longos cabelos castanhos escuros e o garoto cabelos loiros iguais aos meus. Os dois estavam acompanhados de uma mulher ruiva, que parecia ter uns 18 anos.

— Eric, Sol… — Yla chamou os pequenos. — Essa é sua irmã Crystal Freyson... — disse ela apontando pra mim, eu dei um tchau para os dois timidamente (quem vê assim, pensa que é um anjo).

— Oi. — Solarah se aproximou de mim.

— Olá Solarah. — sorriu para ela que abraçou minhas pernas. Olhei para Yla que sorria, me abaixei a pegando no colo.

— Mamãe havia me contando sobre você Crystal, é tão bonita. — Eric se aproximou de mim.

Todos conversamos bastante, até que Thor perguntou a Yla se a mesma não me levaria para conhecer o meu pai. Isso me deixou nervosa, até mais do que quando Thor tinha dito que me traria até Asgard.

E assim aconteceu, fui levada a Vanaheim — Eric disse que era um dos lugares mais lindos que já virá e ele estava certo. Antes de eu vir para cá, minha mãe chamou algumas mulheres para me vestir. Aquele vestido era tão bonito, com certeza me lembrarei dele para desenhar minha próxima coleção de vestidos longos.

Um homem de cabelos castanhos e olhos azuis se aproximava de nós, eu fiquei cada vez mais nervosa. Essa semana eu tô mais fraca emocionalmente do que em toda a minha vida.

— Yla meu amor. — se aproximou de minha mãe, e lhe beijou. — Luz, Eric… — se abaixou para beijar as duas crianças  que lhe fizeram una reverência. — Thor. — cumprimentou meu tio.

Sabe, agora que eu percebi que eu tô chamando todo mundo de tio, mãe. Há duas horas atrás eu estava evitando e me corrigindo.

— Frey, eu lhe reapresento sua filha Crystal! — disse ela com lágrimas nos olhos.

Ele se aproximou de mim e me abraçou sem dizer nada, eu apenas torci para que eu não desmaiasse! Eu sempre fui assim com emoções muito fortes, ainda mais quando eu descubro quem são meus verdadeiros pais e família.

— Bem-vinda de volta minha preciosa Crystal… — sorriu olhando no fundo dos meus olhos.

E uma coisa que eu concluo, que hoje eu recebi tantos bem-vinda de volta; que eu nem me lembro quantos foram ao total.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Conte as estrelas." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.