One in a Million escrita por sayuri1468


Capítulo 4
Uma tarde estranha, uma noite de confissões


Notas iniciais do capítulo

Voltando após tanto tempo! Sorry =/~ prometo finalizar dessa vez ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769320/chapter/4

Quando Arnold abriu os olhos na manhã seguinte, pode ainda sentir um cheiro familiar e único de baunilha em seu travesseiro. Porém, em uma desagradável surpresa, percebeu que a dona desse aroma tão exclusivo não se encontrava mais presente.

 

Os acontecimentos da noite anterior voltaram repentinamente para sua cabeça, e Arnold finalmente, pode se preocupar pela ausência da amiga.  Olhando para os lados, percebeu que realmente estava sozinho no quarto. Correu para o banheiro, onde o único ocupante era seu avô.

 

— Hey, está ocupado baixinho! - foi a resposta dada pela súbita intromissão do garoto

 

— Desculpe, vovô! - disse fechando a porta tão rapidamente quanto a abriu.

 

Arnold desceu para a cozinha. Recebeu cumprimentos dos inquilinos e de seus pais, mas nada de Helga. Foi só quando voltou para seu quarto que notou o pequeno pedaço de papel dobrado em cima da sua mesa. Ao abrir, sorriu ao ler o bilhete escrito com tinta roxa.

 

“Muito obrigada por ontem a noite, Cabeça de Bigorna! Tive que voltar pra casa mas te vejo mais tarde!” Helga G. Pataki”

 

Arnold notou que Helga ainda colocava um coraçãozinho no lugar do pingo no “i” ao final de Pataki. Ele não sabia dizer, porém, se era o jeito dela de voltar ao passado ou se ainda era uma hábito da garota.

 

Agora, tendo certeza de que sua conversa com Helga não havia sido um sonho, Arnold desceu para tomar o café da manhã repassando tudo o que havia acontecido entre eles.

 

Seu semblante sonhador e levemente abobado, no entanto, não passou despercebido pelos seus pais.

 

— E então, quais as novidades, filho? - perguntou Miles depois de trocar olhares suspeitos com sua esposa. 

 

— Oi? - perguntou Arnold percebendo pelos olhares em sua direção que estavam falando com ele.

 

Miles riu.

 

— Ah, esse olhar! Eu conheço bem! Então me diga, voltou com a Lila ou é outra garota no páreo?

 

Arnold enrubesceu violentamente após a pergunta.

 

— Miles, deixe o Arnold!  

 

Arnold notou que o tom que sua mãe usou, era muito mais uma brincadeira provocativa do que uma censura de fato.

 

— Está tudo bem! Não tem nada demais… - mentiu Arnold tentando parecer despreocupado.

 

— Por sinal, baixinho! Quem era sua amiga loira de ontem? - Arnold ouviu assim que Phill surgiu na sala. - Não lembro de tê-la visto por aqui antes!

 

Arnold percebeu que seus pais trocaram sorrisos animados. Foi o suficiente para seu rosto corar novamente.

 

— Eleanor! - respondeu sua avó chegando da cozinha carregando uma panela. - Há tanto tempo não a via! Não mudou nada!

 

— Do que você tá falando, minha velha? Quem diachos é Eleanor?

 

— Eleanor é como a Gertie costumava chamar a Helga, não era? - perguntou Stella.

 

Agora Arnold já não sabia mais onde ia se enfiar. Todos os olhares da mesa viraram na direção do garoto.

 

— Sim...era Helga ontem! - assumiu com certa hesitação.

 

— Eu não acredito...os Patakis voltaram?! - Miles exclamou levemente surpreso.

 

— Você está bem com isso, Arnold? - perguntou Stella preocupada.

 

— É baixinho, o sumiço da garota engraçada com uma única sobrancelha baqueou você de verdade!

 

— É, eu lembro dele andando pelos cantos suspirando - comentou Arnie.

 

— Eu lembro dele olhando pro nada por vária horas seguidas - disse Oskar.

 

— Pois eu lembro dele pedir minha coleção de cd’s do Jim Brickman emprestado! - complementou Hyunh. 

 

Arnold suspirou impaciente.

 

— Certo, certo! - começou o garoto - Mas tudo isso já foi tem tempo! Eu inclusive já namorei outra garota depois da Helga, caso vocês não se lembrem!

 

— Mas tem certeza de que está tudo bem? - insistiu sua mãe, ainda preocupada - Eu sei o quanto você gostou dessa menina e sei o quanto ela era importante pra você!

 

— Está tudo bem, de verdade! - reafirmou - Eu, na verdade, estou bem feliz que ela tenha voltado para Hillwood!

 

Mais uma vez, Arnold percebeu que seus pais trocaram olhares preocupados.

 

— Se você diz! - disse Miles.- Mas tome cuidado, certo!

 

— Certo, pode deixar! 

 

Arnold se levantou da mesa e andou em direção ao cabideiro para pegar sua jaqueta. Em partes porque já estava perto da hora combinada, em partes porque não queria mais ter aquela discussão.

 

— Vou sair...vou encontrar...o Gerald! Nos falamos depois! 

 

Não era mentira, pensou Arnold. Mas era melhor omitir toda a verdade até que ele soubesse o que dizer, ou melhor, sentir a respeito.

 

Claro, pelas coisas que haviam ocorrido na noite anterior, era claro para ele que ele ainda tinha sentimentos pela Helga. Mas, como isso seria possível depois de tanto tempo? Seu relacionamento com a Lila também não havia sido uma mentira. Eles tinham de fato se gostado e se divertido juntos. E Helga...bom, ela era outra pessoa agora. Tudo bem, ponderou o rapaz após um tempo, ela ainda era um pouco como a velha Helga. E seu sumiço meio que tinha se justificado por tudo o que ela havia contado ontem. Mas era isso? Eles iriam voltar? Arnold e Helga seriam novamente um casal? 

 

De repente, o pensamento de Arnold voltou ao beijo que eles compartilharam. Foi incrível. Só de lembrar, seu coração já havia acelerado e um calor imenso lhe invadiu o peito e o rosto. Mas e Helga? Ela havia retribuído o beijo também, será que ela ainda gostava de Arnold? Será que ele era o “One in a Million” da música que ela havia escrito? E se ele fosse? Como ele se sentiria em relação a isso?

 

— Hey, Arnold! Está neste planeta ainda?

 

Arnold percebeu Phoebe á sua frente. Ele olhou a sua volta e notou que havia caminhado até o campinho onde eles costumavam jogar baseball. 

 

— Phoebe! Desculpa, eu estava...pensando demais!

 

— Devido ao fato de eu ter chamado seu nome umas três vezes, eu consigo acreditar que sua mente, provavelmente, estava focando em problemas internos! - respondeu a garota mexendo em seus óculos.

 

Arnold sorriu.

 

— É...um pouco! 

 

— Gostaria de falar a respeito ou quer que eu casualmente mude de assunto para você se sentir mais a vontade?

 

— Vamos da segunda opção…- respondeu controlando a vontade de rir. Phoebe tinha mesmo um jeito único.

 

Phoebe ajeitou seus óculos e, mais que imediatamente, puxou seu celular.

 

— Estava tentando ajeitar as coisas para o show beneficente! Falei com meu pai e ele disse que provavelmente vai conseguir o apoio de alguns lojistas!

 

— Seu pai não é médico? Como ele conhece donos de lojas? - rebateu confuso.

 

— Nossa família é composta por lojistas e mercadores! Meu pai é o primeiro a ter faculdade! - respondeu normalmente.

 

— Uau! Não sabia disso! Acho que Helga e Gerald vão ficar muito animados com essa notícia!

 

— Concordo! Com o apoio da minha família, acho que conseguimos equipamentos de som e estrutura pra um palco e platéia!

 

— Você pensa em tudo mesmo! - falou Arnold empolgado. - Bom trabalho, Phoebe!

 

— Confesso que me esforço também se deve ao fato de que vou poder publicar o feito no meu currículo para a faculdade! Trabalhos voluntários e beneficentes contam muitos pontos!

 

Arnold sorriu levemente. Realmente, sua amiga pensava em tudo.

 

—------------------------------------------------



Quando Arnold e Phoebe chegaram a sorveteria, viram que Helga e Gerald já estavam sentados, aguardando por eles.

 

Arnold, porém, não pode deixar de reparar que Gerald, ao vê-lo, mostrou-se incomodado. Atitude que o deixou curioso a respeito de que tipo de conversa Gerald e Helga estavam tendo antes da chegada deles.

 

Phoebe foi quem iniciou o assunto principal após os cumprimentos, e contou aos dois tudo o que já havia adiantado para Arnold.

 

— Caramba, Phoebe! Que legal! - exclamou Helga. - Quer dizer, eu imaginei um show meio um banquinho e um violão, mas você vai transformar isso num Lollapalooza! 

 

Arnold riu com o comentário. Gerald apenas desviou o olhar.

 

— Por favor, sem exageros Helga! - disse Phoebe, agora um pouco mais tímida. 

 

— Ah, qual é! Não seja modesta! Você foi incrível! - insistiu Helga, fazendo Phoebe sorrir.

 

— Certo...bom… sobre a minha parte...já peguei algumas músicas do Dino Spumoni pra tocar no piano! - começou Gerald cortando o assunto anterior - Vou estudar elas até o fim da semana, daí já podemos ensaiar, que acha Arnold?

 

— Claro! Sem problemas!

 

— Ok, nossa próxima reunião é na quarta feira! Espero ter a confirmação de todos os integrantes até lá!

 

— Eu espero que todos topem participar! - falou Helga dessa vez mostrando uma certa insegurança.

 

— Vão topar! Eu estou trabalhando em formas de convencê-los através de cada um dos seus interesses pessoais!

 

A fala de Phoebe chamou a atenção de Helga, Arnold e também de Gerald. Quase nunca Phoebe demonstrava algum tipo de malícia, e descobrir esse lado repentino de sua amiga, divertiu Helga, que não podia deixar passar batido.

 

— Uau! Que manipuladora você, Phoebe! 

 

— Bom, ser uma pessoa observadora tem suas vantagens! - rebateu Phoebe em brincadeira.

 

As duas riram.

 

— Bom, se estamos resolvidos, vou embora! - anunciou Gerald já se levantando de sua cadeira.

 

— Mas já? - exclamou Helga com um certo tom na voz que chamou a atenção de Arnold.

 

— Eu ligo pra você depois, Helga! - falou Gerald, e Arnold não pode deixar de perceber que o amigo chamou Helga pelo primeiro nome. - Até mais, Arnold!

 

Arnold, de fato, não planejava ir embora junto com Gerald, mas a forma como o amigo falou deixou claro que, mesmo que Arnold quisesse, não era bem vindo.

 

— Até mais, Gerald…- respondeu o garoto para um amigo que já estava quase na porta. 

 

Alguma coisa, de fato, estava muito errada.

 

— Eu acho que vou também! Ainda tenho muitas coisas para ajeitar para amanhã! 

 

— Não quer ajuda, Phoebe? - perguntou Helga

 

— Não, de verdade! Tenho tudo sob controle!

 

E, despedindo-se de Helga e Arnold, Phoebe foi embora.

 

— Parece que somos só nós dois de novo, Arnoldo!- falou Helga animada.

 

— É…- respondeu tentando não transparecer o quer que o estivesse incomodando.

 

Helga encarou seriamente o garoto a sua frente.

 

— Está tudo bem, Cabeça de Bigorna? 

 

Talvez fosse pelo tom de voz preocupado que Helga usou a fazer a essa pergunta, mas Arnold, de repente, sentiu um calor em seu peito.

 

— Sim, tudo bem! - até porque, de repente, estava. 

 

— E aí, quer aproveitar esse domingo ou quer fazer que nem nossos amigos losers e trabalhar? - brincou a garota.

 

Arnold riu.

 

Era impressionante, pensou Arnold enquanto caminhava com Helga pelo parque, o quanto Helga temperava sua vida. Os últimos seis anos tinham sido tranquilos, tranquilos demais até para o gosto de Arnold. Era uma rotina onde todos viviam suas vidas e nada demais acontecia. Arnold sempre pensou que ele era o aventureiro. Assim como seus pais, a aventura caía em seu colo e ele era levado por ela. Mas na verdade, era Helga. Mal Helga havia chego em Hillwood e já estava juntando pessoas para criar um show beneficente e salvar a antiga PS 118. 

 

Helga, concluiu Arnold, era quem o levava à aventura. 

 

Durante todo o percurso que os dois fizeram juntos, nenhum deles mencionou a noite anterior. Arnold contou para Helga tudo o que ela havia perdido na escola. Como Rhonda e Harold namoraram escondidos por dois anos. Rhonda só assumiu o namoro publicamente após Harold entrar no time de Rúgbi e se tornar popular. Contou da banda de rockabilly onde Stinky cantava e Iggy tocava. Que Stinky e Glória namoraram por um ano, mas terminaram antes de entrar no colegial. Arnold deixou Helga a par de tudo o que podia se lembrar, que Eugene assumiu sua homossexualidade graças a ajuda do Senhor Simmons. Que  o garoto chocolate agora treina crossfit. Que Eugene e Shenna viraram veganos. Que Patty saiu da escola para competir na liga de luta. 

 

Helga ouvia tudo surpresa. Arnold percebeu o quanto a amiga devia ter sentido falta deles. A Helga de nove anos jamais admitira ter qualquer interesse na vida particular de qualquer pessoa. Mas agora, Helga ouvia e perguntava, ria e se empolgava a cada história que Arnold contava.

 

— E você? - perguntou Arnold abruptamente - Eu contei tudo até onde podia me lembrar! Mas e você na sua nova escola? Como foi?

 

Helga ficou em silêncio por uns instantes.

 

— Eu...não fui pra uma nova escola! - falou após um tempo - Eu tive aulas particulares em casa! Algumas vezes com a Olga, outras vezes com...um professor que meu pai chamou!

 

— Sério? - Arnold exclamou um pouco espantado.

 

— Sim...meu pai e eu nos revezamos! Ninguém queria deixar minha mãe sozinha depois do….bom, você sabe! Então, quando meu pai ia trabalhar, eu ficava em casa. Eu tinha aulas em casa, então...bom...a gente tentava ter controle sobre as coisas!

 

Helga parou de falar e ficou observando o céu. Foi nessa hora que eles viram o Sol se pondo entre as árvores do parque, e perceberam que já estava anoitecendo.

 

— Eu...sinto muito, Helga! - falou Arnold após um tempo.

 

Helga sorriu.

 

— Está tudo bem, Cabeça de Bigorna! De verdade! Olha, eu sei que é uma história trágica e talz, mas...eu acho que foi a melhor coisa que aconteceu na minha família!

 

Arnold olhou para a amiga surpreso.

 

— Sabe...eu sempre achei a minha família muita quebrada, e mal percebia que estava quebrando junto com ela. Na verdade, a gente estava rachando...e precisou o vaso quebrar pra gente poder colar tudo de volta, sabe! 

 

Helga sentou-se num banco de madeira que estava próximo deles, encostando seu violão no braço do banco.

 

— Quando a gente percebeu e assumiu que tinha problemas, a gente conseguiu melhorar! Não temos o melhor relacionamento do mundo e nem acho que vamos ter, mas as coisas melhoraram bastante! Eu, de verdade, nem odeio mais a Olga, pra você ver! 

 

— Uau, isso sim é uma surpresa! - falou Arnold calmamente, sentando-se ao lado da amiga. 

 

Helga riu e, como se devesse uma explicação para sua última sentença, começou:

 

— Olga se mostrou uma grande companheira! Ela é um pouco mimada, e isso não vai mudar, eu acho! Mas ela estava ao alcance, sabe...apesar de eu sempre ter reclamado do jeito Branca de Neve dela de ver a vida, foi esse jeito que me ajudou a superar algumas coisas…

 

— Que bom, Helga! Eu...fico feliz de ouvir que apesar de tudo, você conseguiu superar a situação! 

 

Arnold tinha mais alguma coisa a dizer, e ficou ruminando a frase em sua cabeça até que saísse da forma mais amena que ele podia pensar. Quando se sentiu satisfeito, aproveitou para quebrar o pequeno tempo de silêncio que se fez entre eles.

 

— No entanto, Helga...eu não gosto de pensar que você passou por tudo isso sozinha…

 

Arnold tentou conter a hesitação no tom de sua voz, mas a expressão de Helga mostrou para o garoto que ela havia entendido por entre linhas o que ele queria dizer.

 

— Sabe, Cabeça de Bigorna, eu estou acostumada a ser o cavaleiro branco de armadura, não o contrário! Nossa relação, sempre foi assim! - foi o que a garota respondeu após um tempo.

 

Arnold não sabia bem do que ela estava falando. Mas não teve que se pensar por muito tempo, pois Helga continuou:

 

— De uma certa forma, eu sempre tentei te ajudar a conseguir tudo o que era importante pra você...mesmo que eu tenha atuado nas sombras na maioria das vezes! Por isso, estou mais acostumada a lidar com os seus problemas do que pedir sua ajuda pra lidar com os meus…

 

— Não me leve a mal - recomeçou a garota ao perceber que Arnold ia se manifestar - Você me deu algo que eu jamais imaginei que fosse ganhar de alguém! e que nunca conseguirei retribuir Você foi gentil e carinhoso comigo, mesmo sem nem me conhecer direito e você não tem nem idéia de como isso foi importante pra mim…

 

Arnold esperou para ver se Helga ia continuar, mas após um tempo de silêncio, ele percebeu que finalmente poderia falar o que estava engasgado na garganta dele.

 

— Eu não quero ser esse garoto, Helga! Eu não quero ser uma lembrança de um jardim de infância onde, a única coisa que fiz foi te oferecer uns biscoitos! Eu sei da maioria das coisas que você fez na sombras...me ajudou com a filha do Sr. Hyunh, encontrou meu boné, perdeu de propósito na competição de pais e filhos, me ajudou a salvar o bairro...e...no auge de todas as coisas maravilhosas que você fez, você me ajudou a encontrar e salvar meus pais! Você sempre teve uma enorme parte na minha vida, Helga...e eu sou só o garoto do biscoito!

 

— Você não dá muito valor para as atitudes singelas... 

 

— Não, Helga...eu dou valor sim! - Arnold percebeu que estava um pouco alterado, mas já que havia começado, ia terminar - Eu só quero mais que coisas singelas com você! Eu quero fazer parte da sua vida! Quero estar lá para colocar um sorriso no seu rosto todos os dias...quero….mais!

 

A percepção de que havia se excedido bateu em Arnold assim que ele terminou de falar e percebeu o rosto vermelho de Helga o encarando.

 

— Isso, é o que eu queria quando a gente namorava…isso que eu queria ter dito pra você naquela época! - acrescentou sentindo um certo amargor ao pronunciar essas palavras. 

 

Depois dessa confissão, Arnold e Helga ficaram em um silêncio extremamente constrangedor. Arnold só não batia a cabeça em alguma coisa dura, para manter a compostura. Sabia que tinha grandes chances dele ter assustado a amiga com a confissão que acabara de fazer. Ele disse o que sentia, de fato. Mas lhe faltava o entendimento se esses sentimentos ainda estavam ativos, se ainda eram reais. Durante todos esses anos, ele pensou e pensou e pensou no que diria para Helga quando a encontrasse de novo. Isso o consumiu por tanto tempo. Agora, ele havia despejado tudo em cima dela. Sem aviso prévio, sem nenhum entendimento entre eles. Arnold não era nem capaz de dizer se ele queria voltar a namorar Helga.  Por um lado, sim...por outro...será que...as coisas dariam certo dessa vez?

 

 - Arnold...você quer vir na minha casa amanhã depois da escola? - Helga perguntou quebrando o silêncio.

 

— Que? - rebateu confuso.

 

— Amanhã, na minha casa! Quer jantar lá? - repetiu Helga. - Fica como retribuição pela festa do pijama! - acrescentou em tom de brincadeira. 

 

Arnold, sem saber exatamente o motivo do convite inesperado e sem conseguir raciocinar se deveria aceitar ou não, apenas disse:

 

— Claro! Vou adorar...















Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "One in a Million" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.