Sobrevivente escrita por Bê s2


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oooi, pessoal! Quero agradecer muito pelos comentário! Fico imensamente feliz em saber que estão gostando.
Chegamos na metade da fic, pois ela tem 10 capítulos. Espero que gostem.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769260/chapter/5

Grissom e Sara chegaram em casa antes do anoitecer. A morena precisava de apoio para andar e se movimentar mas, segundo o médico, as dores passariam em breve. O entomologista estava sendo o mais atencioso possível: acomodou-a na cama deles, preparou sua comida preferida para o jantar e ficou o tempo todo ao lado dela.

 

Sara, por outro lado, se sentia estranha. Estava confusa emocionalmente. Feliz por estar em casa, mas com as emoções à flor da pele. Sentia medo, raiva, angústia e alívio. Eram muitos sentimentos para serem administrados ao mesmo tempo. Por isso, mantinha-se em silêncio e sorria para os agrados do namorado.

 

—-Querida, você precisa de alguma coisa?

 

Eles já haviam tomado banho e estavam deitados e prontos para dormir.

 

—-Obrigada, Gil. Estou bem.

 

Ele sorriu ternamente pra ela e lhe deu um casto beijo nos lábios. Era o primeiro desde que ela fora resgatada. O toque macio trouxe conforto para ele e segurança para ela. Ainda um pouco desconfortável por causa do gesso, Sara logo dormiu, enquanto Grissom ficou lendo ao seu lado e pageando seu sono.

 

Mas a tranquilidade durou pouco.

 

Absorto em seu livro, Grissom não percebeu que Sara estava ficando agitada em seu sono. Mas quando ela começou a se mexer, ele parou para olhá-la.

 

—-Não! Não! Você o matou! Mãe! Mãe!! --Ela murmurava e suava frio.

 

—-Sara, querida… --Gil tentou acordá-la.

 

Sara tremia sob o edredom, seus olhos estavam apertados e sua voz saía rouca.

 

—-Não! Gil.. Gil… GIL!

 

Um grito agonizante saiu de sua garganta e ela enfim acordou.

 

—-Sara, querida… Foi só um pesadelo. --Grissom tentou acalmá-la.

 

Ela arfava e suava. Tentou se levantar e não conseguiu. Grissom a ajudou assustado e ficou olhando-a, sem saber o que dizer.

 

—-Eu… eu… --Sara começou com a voz embargada. --Me desculpa, eu…

 

A morena desatou a chorar, deixando Grissom muito preocupado.

 

—-Sara, foi só um pesadelo. --Ele a abraçou, enquanto ela chorava de soluçar. --Não vai acontecer mais nada com você. Eu não vou deixar.

 

Ela nada respondia, só chorava.

 

—-Honey, tente se acalmar. --Ele se afastou e a olhou nos olhos. --Você está segura.

 

Ele pegou um pouco de água ao lado da cama e entregou à ela. Sara bebeu devagar, tentando se acalmar.

Grissom nunca havia visto a morena daquele jeito e não sabia bem o que fazer. Voltou a abraçá-la e aconchegou-a em seus braços.

 

—-Estou aqui com você, honey. Nunca mais vou deixar nada acontecer com você.

 

Ela soluçou nos braços dele até pegar no sono novamente. Grissom tardou a dormir e a cada movimento dela durante a noite o fazia acordar.



De manhã, Grissom preparava o café quando Sara foi até a cozinha. Seu semblante estava carregado e as olheiras profundas.

 

—Bom dia! Estou fazendo panquecas.

 

—Bom dia. - Sara respondeu sem emoção.

 

Grissom parou o que fazia para observá-la por um momento. Sara não o encarava. Ele sabia que ela precisava de ajuda, mas que também precisava de um tempo. Optou pelo segundo e voltou sua atenção para o fogão.

 

—Pensei de passarmos o dia juntos. Podemos ver algum filme. -Ele  sugeriu animado.

 

—Pode ser, Gil.

 

—Falei com o Ecklie hoje e ainda tenho quatro dias com você.  Mas se precisar, posso pegar mais alguns…

 

—Não precisa. Pretendo voltar para o laboratório logo. Não gosto de ficar sem fazer nada.

 

O tom amargo dela o surpreendeu, mas ele nada disse. A serviu com panquecas e mel e sentou em sua frente.

 

—Querida, o que acha de tirarmos umas férias?

 

Ela o olhou friamente e disse:

 

—Acha que vou aproveitar alguma coisa desse jeito?

 

Ele a olhou nos olhos. Não via aquela raiva no olhar dela há anos. Desde antes de ficarem juntos.

 

—Podemos esperar um pouco. -Ele disse simplesmente.

 

Ela revirou os olhos e ele não aguentou:

 

— Sara,  eu sei que você está mais ferida por dentro do que no próprio corpo, mas eu só quero te ajudar. -Ela desviou o olhar. -Me diga do que precisa.

 

Ela bateu a mão boa na mesa e saiu sem dizer nada, deixando Grissom aflito para trás. Ele suspirou e terminou seu café da manhã sozinho.

 

Durante a tarde eles não se falaram muito. Sara dormiu e ele ficou trabalhando em seu escritório. Estava anoitecendo quando ouviu a campainha.

 

—Oi, Gil.

 

—Entre, Jim.

 

O capitão entrou e olhou ao redor, procurando por alguém.

 

— Sara está dormindo. -Grissom disse. -Aceita uma bebida?

 

O capitão aceitou uma dose de whisky e os dois se sentaram na sala.

 

—Como estão lidando com isso tudo? -Jim indagou baixinho.

 

Grissom sorveu um grande gole da sua bebida antes de responder com calma:

 

—Ainda não sei. -Disse simplesmente.  -E no lab?

 

—Não se fala em outra coisa.

 

O entomologista assentiu e eles permaneceram um minuto em silêncio.

 

—O que o Ecklie vai fazer?

 

—Não conversamos ainda, Jim, mas…

 

—Gil? -A voz rouca de Sara vinha do quarto.

 

Com medo de ser outro pesadelo, ele foi rapidamente para o quarto. Grissom encontrou Sara sentada na cama.

 

—Precisa de alguma coisa, Sara?

 

Ela esfregou os olhos.

 

—Acordei com a campainha.

 

—Brass está aqui. Venha, te ajudo a se vestir.

 

Grissom a ajudou a colocar um robe e prender os cabelos. Sara sorriu e agradeceu.

 

—Está melhor? -Ele perguntou baixinho.

 

Ela assentiu com a cabeça e respondeu no mesmo tom:

 

—Tive uma noite difícil. Me desculpe por hoje mais cedo.

 

Ele sorriu levemente para ela e respondeu com um beijo terno nos lábios. Juntos, foram para sala.

 

—Oi,  querida. Como está hoje? -Brass indagou preocupado. -Nao consegui te ver antes, pois estava resolvendo umas pendências na delegacia.

 

—Estou bem, Jim. Obrigada. -Ela sorriu.

 

O Capitão a analisou por alguns segundos e percebeu algo estranho, mas nada disse sobre isso. Preferiu mudar de assunto:

 

—Estou sendo interrogado por todos. Aparentemente, eu sabia que meus amigos estavam juntos e escondi o jogo.

 

O casal se entreolhou.

 

—Não estou ressentido. -Ele continuou, rindo. -Desde aquela declaração do Grissom no caso da enfermeira eu desconfiava. E sei que as paredes do laboratório têm ouvidos.

 

—Vamos marcar um jantar para conversarmos sobre isso. --Sara disse calmamente.

 

Grissom se mexeu desconfortavelmente ao seu lado, e ela emendou:

 

—-Você sabe que precisamos fazer isso, Gil.

 

Ele concordou a contragosto e o capitão sorriu.

 

—-Mal posso esperar!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sobrevivente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.