A arte de se expressar escrita por TMfa


Capítulo 8
8 -Aquele em que Jirou e Hitoshi perdem


Notas iniciais do capítulo

Acho que não é um spoiler né? Que seja, se for, vai ficar assim mesmo. Agora rola um momento fofo entre os dois, por algum motivo vindo dos céus, eu associo a Kyouka com a Raven (Teen Titans) então eu imagino Jirou sendo uma espécie de amiga/psicologa, ela não se mete na vida alheia, mas protege os amigos e tá sempre querendo o melhor para eles. (O próprio Kohei disse isso nas especificações da Jirou)



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Para a tristeza dela, antes que ela pudesse comemorar, Kyouka ouviu a voz de Kaisa vibrando a vitória. Ele pegara a fita de Shinsou, eles perderam.

— Parece que não vamos precisar encerrar a luta de vocês – brincou uma voz grave. Que depois eles descobriram ser do sensei do segundo ano da Shiketsu.

Kyouka jogou-se no chão, sentada com um suspiro pesado.

— Jirou! Cê tá legal? – a voz de Kaminari vinha longe.

Agora que acabou, eles podiam se aproximar e os alunos vinham em diferentes velocidades para ver de perto dos combatentes.

Shinsou levantou-se lentamente e caminhou pesado até Kyouka.

— Sinto muito - desculpou-se ele ficando ao lado dela - você sabe, eu e espadas...

— Sim – ela riu apoiando-se para trás no braço direito e largando o braço machucado no colo – Espadas. Esse foi o problema.

Então os dois soltaram uma risada cansada. Domo começou a se levantar com alguns gemidos e a ajuda de Kaisa.

— Como vocês estão? – perguntou Midnight se aproximando com os outros professores. Midorya e All Might estavam afastando os outros alunos curiosos. – Consegue retirar a jaqueta? - acrescentou ela falando com Jirou.

— Posso tentar. Dói um pouco – respondeu Jirou cruzando as pernas e puxando sua jaqueta com cuidado.

— Ei, desculpa pelo corte – começou Kaisa, agora bem amigável – Vocês dois deram trabalho. Foi preciso irmos com tudo.

— Tudo bem – disse ela calmamente. Uma careta de dor pelo tecido que tocava o ferimento – Só espero que não fique uma cicatriz.

— Parece fundo, mas Recovery Girl tem um jeito especial de não deixar marcas – brincou Midnight – Agora, vamos ver esse aqui – Disse ela quase sedutoramente ao se aproximar de Shinsou.

— Eu estou bem – respondeu ele rapidamente afastando-se um pouco – As orelhas dela estão sangrando – ele apontou para Jirou com o polegar.

— Não é nada, elas vão ficar legal.

— E vocês, como estão? – questionou Aizawa pondo-se ao lado de Domo, que ainda estava sentado.

— Com o orgulho ferido – respondeu o grandalhão com a voz grave – Eu tenho que saber, como você sabia onde eu estava, garota?

— Você parece uma avalanche quando se move. – respondeu Kyouka deixando Midnight avaliar suas orelhas - Com a minha peculiaridade você é como um trator invisível quando corre: não posso ver, mas sei exatamente onde está e para onde vai.

— Ok, um beijinho da nossa senhorinha e você fica nova em folha – declarou Midnight recebendo um “obrigado” de Jirou antes de erguer-se e levar a espada consigo.

— Do que são essas fitas, afinal? – perguntou Kaisa cutucando alguns pedaços de faixas de Shinsou espalhadas pelo Ground Beta. – Elas são muito difíceis de cortar.

— Aço retorcido com nano fibras de carbono - respondeu Shinsou

— Bem, isso explica algumas coisas – riu Kaisa

— Ei, - chamou Jirou olhando para Kaisa – Você pode me ensinar a usar duas espadas? – Kaisa levantou uma sobrancelha – Eu sei que são seus braços e tudo mais...

— Aquela lá parecia seu braço também. – interrompeu Kaisa apontando para a espada na mão de Midnight que se afastara – Parece que você já sabe como usá-la. – acrescentou ele risonho.

— É, mais ou menos. O problema é usar duas espadas, eu perco o equilíbrio ou acabo desleixada com a esquerda – explicou ela abrindo e fechando a mão esquerda.

— Eu duvido que consiga segurar uma espada com a esquerda agora. Pare de conversar e vá para a enfermaria – Repreendeu Aizawa ligeiramente irritado.

— Sim, sensei – Jirou se encolheu. Ela ainda estava sentada no chão de pernas cruzadas e Aizawa estava em pé intimidadoramente.

— Muito bem, ouçam todos – começou Aizawa – O treino acabou, aqueles que estiverem machucados, dirijam-se para a enfermaria. Os demais sigam para o vestiário. São 8:15 da manhã, vocês tem 45 minutos para chegarem nas salas. Lembrem-se, o primeiro ano da Shiketsu terá aula comigo sobre imobilização do inimigo. O segundo ano, com a Midnight sobre ataque defensivo. Os alunos da UA terão aula com os professores da Shiketsu sobre camuflagem, turma 1-A e B no auditório e o 2-A e B na antessala de reunião. Agora vão.

A massa rapidamente começou a se dispersar. Alguns amigos dos que estavam lutando foram persuadidos pelos demais professores a seguirem para suas classes e deixarem os quatro respirarem.

— Eu te levo para a enfermaria, Jack – declarou Shinsou esticando a mão para ajudar Jirou a levantar.

— Ei, cuidado – brincou ela aceitando a ajuda – Alguém pode pensar que você é um cara legal.

— Parece que você já está bem – Shinsou refletiu o sorriso sarcástico de Jirou – Seu sarcasmo está com força total. – continuou ele começando a andar.

— Ele nunca me deixa – Comentou ela inclinando a cabeça para o lado assumindo um olhar entediado.

— Bem, então eu devia deixar você ir sozinha para a enfermaria.

— Oh, não. – Começou ela pondo o dorso da mão na testa dramaticamente – E agora, o que eu vou fazer?!

— Me diz: Por que eu ainda falo com você? – debochou Shinsou segurando o riso.

— Por que somos dois estranhos. – afirmou ela virando-se para ele. Então ela se encolheu, o movimento causou um pouco de dor no corte forçando Jirou a fazer uma careta e a apoiar o braço machucado.

— Tch, o que há com vocês da turma A? – resmungou ele apoiando-a preocupado – Vocês são todos masoquistas. – Jirou soltou uma risada dolorida e revirou os olhos – Não estou brincando. Você, Midorya, o de cabelo vermelho...

— Não somos todos masoquistas – interrompeu Jirou retomando a caminhada.

— Então você admite que é masoquista – Shinsou rebateu sarcástico. Jirou travou um passo antes de espelhar a expressão de Shinsou.

— Bem, como eu disse, não todos, só aqueles que falam com você. Então... – ela o encarou segurando uma risada com a mão boa – O que isso diz de você?

— Ok, justo – desistiu ele erguendo as mãos para cima.

Eles voltaram a caminhar. Estavam perto do portão quando Shinsou olhou em volta e viu que os outros alunos caminhavam longe a frente deles. A maioria deles já havia passado do portão ou estavam passando. Bom, eles não podem ouvi-los.

— Jirou – chamou ele. Ela respondeu com um gemido curto – Na luta... Sobre eu não usar minha peculiaridade...

— Tá tudo bem. Sério – ela olhou para ele com um sorriso complacente – Você tinha razão, era uma péssima ideia. Você teria que tomar decisões por mim também. Isso só ia sobrecarregar você e atrasar nós dois.

— Não foi por isso – ele afirmou sério.

Jirou percebeu que ele parou de andar e virou-se para ficar na frente dele, com uma sobrancelha erguida e um pouco confusa.

— Minha peculiaridade... mesmo com ela, você ainda confia em mim, você, Midorya, Kendo... Vocês acreditam que eu não vou controla-los, mesmo sabendo que eu poderia fazer isso só por falarem comigo. Eu nunca vou usar isso em vocês. – Todo o tempo Shinsou estava desviando o olhar, gradativamente seu tom de voz foi ganhando confiança e então ele finalmente olhou para Jirou determinado – Eu nunca vou quebrar sua confiança.

— Idiota!

De todas as reações, Shinsou nunca esperaria que Jirou o repreendesse e o atacasse com seus fones.

— AI! – exclamou ele com dor - MAZOQUÊ?

— Às vezes você é tão idiota que supera o Kaminari!

— E-ei, você está gritando! – sussurrou ele nervoso percebendo que uma ou duas pessoas viraram-se em direção a eles.

— Cala a boca e me escuta. – ordenou ela aborrecida, ao menos não estava gritando – A gente tá nem aí para qual seja a sua peculiaridade. Essa é a minha – Então ela começou a espetá-lo com seus fones sem ativar sua peculiaridade

— Ei, para! – ele resmungou confuso e tentando prender seus fones e falhando miseravelmente.

— Por um acaso você vai deixar de ser meu amigo por eu usá-la em você? – continuou ela com o sermão.

— N-não é a mesma... – o garoto de cabelo roxo congelou.

Jirou havia soltado um resmungo e se encaixado em um abraço desajustado com Shinsou.

— Nós não confiamos em você apesar da sua individualidade. Não importa se você usá-la em nós ou não. – começou ela apoiando o queixo no ombro dele – Eu sei que você nunca faria algo desrespeitoso comigo, nem me obrigaria a fazer algo errado ou que eu não concordasse. – Shinsou engoliu seco. Ele continuou parado, com os braços afastados, mal respirando. - Nós confiamos em você porque sabemos que ficaremos bem, mesmo que você a use. Entendeu?

Jirou sentiu o amigo relaxar um pouco os ombros, ainda mantendo os braços afastados, e o ouviu murmurar algo em concordância.

— Bom, agora me abrace. Fazer isso em público é constrangedor o suficiente. Se você não abraçar de volta vou me sentir muito estranha.

Shinsou soltou uma risada baixa enquanto abraçava sua amiga de volta, com cuidado. Para não tocar no braço machucado, ele dirigiu sua mão direita para a cabeça da garota punk.

— Esse é um daqueles dias que você muda de humor quatro ou cinco vezes e no final eu tenho que me desculpar por algo que eu nem sabia que fiz, não é? – perguntou ele em um tom cansado e ainda mantendo um pequeno sorriso.

— Provavelmente - Kyouka gemeu em resposta. – Com toda essa coisa de interação entre escolas eu me esqueci de prestar atenção nisso – suspirou ela soltando-se do abraço e voltando a caminhar. – Agora que você mencionou, faz sentido eu ter feito umas coisas estúpidas esses dias. - Eles deram alguns passos em silêncio – Você não vai falar nada?

— Hey, se tem uma coisa que eu aprendi com esse internato misto é que o silêncio é o melhor que eu posso fazer quando uma garota está irritada sem motivo. – defendeu-se ele recuperando seu tom monótono e fazendo Kyouka rir.

— Acredite em mim, não é sem motivo. Mas chocolate faz milagres – apontou ela.

— Sério? Hm... Eu preciso dizer isso para os outros caras – comentou ele franzindo a testa. Kyouka riu novamente.

— Por que essa cara, soneca? As garotas da classe B são tão estressadas assim?

— Esse não é o problema. O problema é que elas escolhem a mesma semana para enlouquecer e fazer da nossa vida um inferno.

— Ah meu... – Jirou caiu na gargalhada – Eu totalmente me esqueci disso. – ela continuou rindo.

— O quê?

— Bem, não é exatamente uma escolha – começou ela corando um pouco – Quando garotas passam muito tempo juntas... Nós... bem, nos igualamos.

— Eu não vou perguntar – decidiu Shinsou.

— Agora eu quase tenho pena dos garotos da 1-A – soltou Jirou ainda achando graça – Normalmente eu e as garotas nos reunimos no quarto da Yaomomo para tomar sorvete e... Você sabe – Jirou encolheu os ombros. Shinsou ergueu uma sobrancelha – não matar ninguém.

— Pelo sua reação no Ground Beta eu diria que não está acontecendo esse mês.

— O que você disse antes? Sobre o silêncio ser a melhor coisa para fazer? – ironizou ela franzindo o cenho, um pouco irritada.

— Parece que chegamos! – exclamou Shinsou mudando de assunto rapidamente.

Ele se adiantou alguns passos para alcançar a porta da enfermaria e abrir pra Kyouka.

— Bem, eu vou me trocar. Vejo você no auditório. – despediu-se ele.


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Notas finais do capítulo

Ah, e eu também imagino as garotas atacando os nervos da Jirou por estar sempre andando com meninos, tipo o Kaminari, Shinsou e Bakugou (sim, eu acredito que eles vivem tocando juntos ou jogando video game).
Ao memos tempo em que as meninas vivem insinuando romances para ela, também imagino os meninos sacaneando com ela não ser tão feminina e, sem perceber, deixando ela meio desanimada com isso.



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