A arte de se expressar escrita por TMfa


Capítulo 16
16 - Aquele em que Jirou evita Yoarashi


Notas iniciais do capítulo

Maaaaano, agora que vi que tem alguém acompanhando essa bagaça, perdoe-me pessoa desconhecida, eu tava fazendo umas notas aleatórias aqui só para salvar a fanfic huheueheu. Ah, e desculpe os termos nada sutis na escrita tbm (tem 23 capitulos, eu comecei a me irritar por ter demorado quase três meses para escrever algo que pensei em duas noites).



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Jirou estava guardando e organizando os seus instrumentos para se acalmar, não sentia mais seu rosto tão aquecido e conseguia respirar devagar, embora ainda profundo. Ela estava dando uma particular atenção ao posicionamento do arco de seu violino clássico em suas mãos quando ouviu uma batida na porta e se assustou.

A voz de Momo soou lá fora, porém Kyouka não respondeu, ela estava tentando proteger o violino da queda, e conseguiu, deixando o arco cair no chão. Yaoyorozu ouviu o grunhido assustado de Jirou e, em seguida, o barulho de algo caindo. Preocupada, a garota mais alta entrou nervosa no quarto da amiga.

— Kyouka-cha, tudo bem?

— É só você – Jirou suspira aliviada.

— O que aconteceu? Por que você está assustada? E tão vermelha? – Interroga Momo aproximando-se da amiga.

— Nada. Não aconteceu nada – afirmou Kyouka

— Kyouka, claramente alguma coisa aconteceu – contrariou Yaomomo séria – Eu não gosto de violência, mas se Yoarashi fez alguma coisa errada eu...

— Não, Momo, ele não fez nada de errado – interrompeu a garota punk timidamente.

— Então o que aconteceu? – insistiu Momo aflita, pondo a mão no ombro de Jirou – Por favor, Kyou-chan, você sabe que pode me contar qualquer coisa.

Kyouka suspirou, ela confinava em Momo, o problema era explicar exatamente o que estava acontecendo, por que a própria Jirou sentia que suas ações eram tolas e exageradas.

— Tudo bem, eu conto – cedeu Jirou – Mas não hoje, ok? Eu preciso dormir de verdade hoje. É muito vergonhoso para mim. – pediu ela abraçando Momo.

— Ai meu deus, ele tentou alguma coisa com você? Foi isso, não foi? Foi quando vocês ficaram sozinhos?!

— Momo! – protestou Jirou em um resmungo choroso.

— Desculpe – ofegou Momo apertando sua melhor amiga no abraço – Eu fiquei preocupada. Quer ir para o meu quarto? Não vamos falar nada, vamos tomar um chá e eu vou ser seu travesseiro essa noite – ofereceu Momo com um sorriso materno.

— Não, nós não dormimos direito esses últimos dias, e por enquanto, eu quero me esconder na minha cama e fingir que nada aconteceu, mas obrigada – agradeceu Jirou saindo do abraço.

— Então boa noite.

Yaoyorozu sabia quando insistir com Kyouka e quando não. Por isso a garota da criação voltou sozinha para seu quarto e esperou até que sua amiga estivesse pronta para falar.

No dia seguinte, nada de descanso para os inocentes. Apesar de ser sábado os treinos continuavam, com a regalia de começar uma hora mais tarde que durante a semana. Kyouka continuou como de costume, sem mudanças aparentes, então os amigos agiram como normalmente. Exceto Yaomomo, ela percebeu os olhares furtivos de Kyouka ao entrar nos lugares, procurando Yorashi. Ela o viu uma vez durante a manhã, nesse momento, Kyouka deu uma desculpa sair dali.

Momo não mencionou o assunto no café da manhã, nem durante a primeira aula, muito menos durante o almoço. Ela sabia que Kyouka a procuraria quando fosse a hora certa. Quando estavam no caminho para o Ground Beta para os treinos da tarde, Kyouka segurou o dedo mindinho da amiga discretamente. Yaoyorozu olhou para ela com a cabeça inclinada, esperando uma resposta.

— Depois do jantar, ok? – Foi tudo que Kyouka murmurou, sem nem olhar para Yaomomo.

— Chá? – sugeriu a garota da criação o mais doce que poderia. Kyouka concordou com um aceno.

Foi isso, durante o treino vespertino a operação “Evitar Yoarashi” correu bem até que, antes de voltarem para os dormitórios, ele a encontrou.

Kyouka estava no meio das outras meninas da classe 1-A (uma prevenção bem eficaz para evitar ser vista) quando ouviu a voz de Inasa atrás de si. Kyouka tropeçou nos próprios pés com a surpresa e acabou esbarrando em Tsui, que estava na sua frente.

— Está melhor? – perguntou Inasa por cima do ombro de Mina – Ontem a noite não parecia bem.

— Ela está bem – interpôs Momo com um sorriso nervoso enquanto segurava Kyouka.

— Azura e eu pensamos que talvez você quisesse conhecer o dormitório temporário da Shiketsu conosco – contou ele pondo-se ao lado de Mina para poder ficar mais próximo de Jirou. – Todos estão curiosos sobre você.

Isso não ajudou nem um pouco. Atenção indesejada, de novo. Como ela se meteu nisso?

O grupo de meninas já havia dado espaço para Inasa ficar à sua frente enquanto elas ficavam ao lado de Jirou. Momo era a mais próxima, sempre segurando o ombro da amiga, esse era a única coisa que a impedia de sentir-se vulnerável agora.

— E-eu não posso – começou ela. Por que mesmo que ela não pode? Ah, meu! Rápido, cérebro, uma desculpa!

Ela estava tão nervosa que esqueceu o compromisso com Yaomomo, seu cérebro estava em branco. Ela só não queria se sentir envergonhada de novo. O que era Exatamente. O. Que. Estava. Acontecendo agora. O fato de todas as garotas estarem ali a deixou assustada, preocupada que Yoarashi abrisse a boca novamente e a deixasse corada até a raiz dos cabelos de novo.

— Jirou-chan prometeu que hoje vai dormir no meu quarto – Manifestou-se Momo, chamando a atenção de Jirou, quem estava com os olhos suplicantes e a respiração irregular – Quase não tivemos tempo para conversar essa semana. Me desculpe, Yoarashi-san, mas hoje Kyouka-chan é minha – brincou ela com um sorriso gentil.

Por sorte, até Yoarashi é vulnerável à doçura de Momo, concordando rapidamente e pedindo desculpas por separar duas amigas tão próximas durante a semana. Ele aproximou-se mais um passo de Jirou, a garota tentou recuar, porém, Uraraka estava atrás dela. Com Mina de um lado e Momo do outro, Kyouka não tinha opção a não ser se encolher e corar furiosamente.

Enquanto isso, à alguns metros dali, Aizawa-sensei e Uchitaki-sensei estavam conversando sobre o plano de aula de amanhã. Foi quando Uchitaki viu Jirou encolhida entre as amigas e com as mãos erguidas, claramente desconfortável, ao passo que Inasa falava cada vez mais perto da garota.

 - Hm? Parece que um dos meus alunos está importunando um dos seus – comentou Uchitaki inclinando o corpo para ver melhor atrás de Aizawa.

Aizawa virou-se para acompanhar o olha de Uchitaki e soltou um gemido compreensivo.

— Pensei que os dois estavam se dando bem, mas parece que Jirou não está tão a vontade quanto pensei – concordou Aizawa pingando colírio nos olhos – Ontem o sistema de segurança notificou música alta no prédio High Aliance depois do horário de dormir. Geralmente é Jirou, então dei alguns minutos de tolerância para que terminasse, então recebi outra notificação de dois alunos saindo do prédio, Yoarashi era um deles.

— Azura Demi era o outro, não? Recebi a notificação do atraso dos dois também. – Aizawa confirmou com um aceno – Como era a segunda vez que isso acontecia com os dois, eu os adverti. Azura assumiu a culpa, dizendo que perdera a noção do tempo tocando com sua aluna.

— Parece que estamos pegando leve demais com eles se ainda tem tempo para isso.

— Não seja tão duro, Aizawa – riu Uchitaki – Os garotos não tem descanso nem no fim de semana, deixe eles se divertir um pouco.

— Jirou não parece divertida agora – ele apontou para a garota agarrada ao braço de Momo, praticamente escondida, com um sorriso torto.

— Eu posso dizer à Yoarashi para deixar a menina em paz, mas se ela não fizer isso, não vai adiantar nada. – Explicou Uchitaki – Inasa melhorou muito seu comportamento nos últimos dias, só que ainda é o mais animado dos alunos.

— Jirou! – chamou Aizawa após um suspiro.

A garota olhou para ele rapidamente, como um susto. Aizawa gesticulou para que ela viesse até ele, o que Kyouka fez correndo. A garota punk estava aliviada de poder fugir de Yoarashi, pelo menos até ela conversar como Yaomomo, sua melhor amiga sempre tinha solução para os mais diversos problemas.

— Sensei – cumprimento Jirou ao chegar.

— Uchitaki-san quer falar com você – explicou Aizawa – Kamura?

— Com todas essas aulas e treinos eu ainda não tive tempo de parabeniza-la pelo trabalho com Inasa – começou o sensei da Shiketsu pondo a mão no ombro de Jirou – Ele tem agido com mais calma durante os treinos e, apesar de continuar curioso e muito agitado, tem pedido conselho e permissão antes de tomar atitudes exageradas.

Kyouka apenas encolheu os ombros. Por que toda essa maldita semana parecia girar em torno de Yoarashi Inasa? Ela estava tentando ignorá-lo, droga!

— Mesmo você tendo o ajudado, sabe que não tem obrigação de aturá-lo, certo? – Agora foi Aizawa que a aconselhou

— Se ele estiver te importunando, sinta-se a vontade para manda-lo embora. – concordou Uchitaki-sensei.

Kyouka arregalou os olhos surpresa e piscou duas vezes. Dentre todas as soluções, ela não pensou na mais simples de todas: Só manda-lo embora. Por que ela não fez isso? Simples, porque ela não queria. A companhia do garoto dos ventos era muito boa, o problema era quando ele a elogia e acaba exagerando, por isso ela fica nervosa e envergonhada, porque sabe que, se algumas das garotas ouvir, podem não deixa-las em paz.

— Não é ele que está me incomodando, são as minhas amigas que entendem tudo errado – resmungou Jirou, verbalizando o pensamento acidentalmente.

— Bem, nesse caso, esclareça para elas – declarou Aizawa monotonamente.

— Eu gostaria de saber, Jirou, como você fez para Inasa ficar mais prudente? – pediu Uchitaki.

— Eu não fiz nada demais – Kyouka juntou a ponta dos fones de ouvido – Tudo o que eu fiz foi dar a ele lápis e umas folhas soltas.

— Está se diminuindo outra vez – Alertou Aizawa acusador - Já conversamos sobre isso.

— Eu estou tentando! – ela resmunga – Não é tão simples assim.

A cômica careta infantil de Kyouka arrancou uma risada de Uchitaki e um sorriso minúsculo de Aizawa.

— Seu sensei tem razão, menina. Yoarashi fala muito bem de você.

— Até demais – balbuciou ela cruzando os braços e baixando os olhos. Fazendo Uchitaki gargalhar, Kyoua corou por isso – Sem ofensa, sensei, mas ele é muito sincero, é... um pouco vergonhoso. – Confessou ela sem jeito, enrolando um dos fones no indicador.

— Tudo bem, Inasa fala demais mesmo. Raramente segura um pensamento só para si. Fico surpreso que vocês tenham se dado bem sendo tão diferentes.

— Na verdade, somos bem parecidos – ela riu e virou para o garoto empolgado conversando com suas amigas – nossas individualidades não são simplesmente ativadas e desativadas. Eu ouço quase em todas as frequências, pff, eu posso distinguir as pessoas pela respiração – ela enfiou a mão nos bolsos e revirou os olhos – e ele? Ele realmente pode sentir as curvas que o vento faz! Tudo que o vento toca! Acredite ele me descreveu. – ela comentou contundente sem tirar os olhos do grupo - Nós meio que temos um sexto sentido, o mundo é um pouco maior para nós, especialmente para ele. – continuou ela ao ver que Inasa se aproximando junto com as meninas - E falando no diabo.

— Jirou-san, eu e as suas amigas pensamos em juntar a turma A do primeiro ano da Shiketsu com a 1-A da UA e prepararmos um jantar amanhã! Não é incrível?! – Disparou Inasa tão animado que ignorou os professores ali.

— O que acha, Kyo-chan? – perguntou Ashido – Eles fazem o jantar e nós fazemos as sobremesas.

— Vamos comer bolo do Sato! – comemorou Uraraka também empolgada.

— Como o dormitório da Shiketsu é provisório, faríamos tudo no High Aliance, depois, quem não ajudou na comida, fica com a limpeza – continuou Tsui.

— Eu vou levar meus desenhos para mostrar pra todos!

— Ahem – Aizawa limpou a garganta para chamar a atenção – Vocês planejam fazer isso sem consultar os professores?

Os seis piscam, ou engolem em seco, ou sorriem nervosos.

— Claro que não, sensei, só queríamos ter tudo planejado antes de mostrar para vocês, sabe? Para explicar exatamente como vai ser – Mina, como sempre, encontrando uma boa desculpa para escapar de um sermão (Anos de prática).

— Serão quantos alunos? Até que horas farão isso? Inasa, você ao menos perguntou de seus colegas de classe se eles estão interessados? – interrogou Kamura.

— Ainda não – confessou Yoarashi murchando – Eu posso convencê-los, tenho certeza que vão gostar da ideia! – continuou ele reanimando-se – Mas primeiro preciso saber se Jirou-san aceita a ideia.

— Eu? – piscou Jirou – Por quê?

— Ora, não importa para mim se você não estiver lá – explicou ele como se falasse do tempo.

— Cala a boca! – murmurou ela com o rubor subindo ao rosto, os fones apontados em direção a ele, sem conseguir ataca-lo realmente.

— Traduzindo, quer dizer que ela concorda – brincou Hakagura jogando-se sobre Jirou em um abraço.

— Eu não vejo problema com isso, Aizawa, e você? – disse Kamura.

— São quase 40 adolescentes em um mesmo lugar, dentre eles um Katsuki e um Fumikawa – pontuou Aizawa

— Fumikawa não será problema, sensei! – recorreu Yoarashi austero – Eu me responsabilizo por ele.

— Os dois são bons amigos, se Yoarashi conter seus próprios ânimos, Fumikawa não dará trabalho – ponderou Uchitaki, Aizawa deu de ombros.

— Desde que não passem das 22h e não destruam propriedades da escola, eu dou permissão – concordou o sensei da UA. Os alunos comemoraram – Mais uma condição: Jirou, você e Kirishima mantenham Katsuki sobre controle, Yaoyorozu, você e Iida terão responsabilidade com o restante. Essa é a sua escola, vocês são os anfitriões, se alguma coisa der errado, a 1-A será punida com duas horas extras de treino físico na próxima semana, entenderam?

— Sim, senhor! – concordaram as garotas com a respiração presa.

Na próxima semana eles ainda estariam com a Shiketsu aqui, duas horas de treino extra destruiria até os mais resistentes.

— Bom, amanhã vocês serão liberados duas horas mais cedo dos treinos da tarde para ter tempo de preparar tudo, agora vocês estão dispensado, boa noite!

Todos suspiraram de alívio e surpresa ao mesmo tempo. Aizawa-sensei tinha esse hábito de os assustar e depois dar uma boa notícia, o que os deixou nervosos e felizes ao mesmo tempo.

Com isso, as garotas seguiram para o vestiário, Momo incumbiu Mina de explicar a situação para todos. Bakugou foi o único contra, contudo – com uma estratégia pré-formada com Kirishima – ele aceitou com a desculpa de mostrar para a Shiketsu que a UA cozinhava melhor.

Depois do jantar, Yaoyorozu preparou um bule com seu chá preferido, colocou duas xícaras em uma bandeja, desculpou-se com Todoroki por não acompanha-lo hoje e subiu para seu quarto. Quando estava no meio da primeira xícara, duas batidas na porta anunciaram a chegada de Kyouka.


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Notas finais do capítulo

Ah, e eu não tô revisando, sorry.



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