[Ilha da Rainha da Morte – Seis anos antes da Guerra Galáctica]

Uma estranha embarcação chega ao pequeno porto da Ilha. E dessa embarcação desceram dois homens de terno que começaram andar pela ilha e conversar com os moradores e comerciantes perguntando sobre cavaleiros e armaduras e quem era o responsável pela ilha e lhes foi respondido que o guardião da ilha chamava-se Guilty e que ele também era o responsável em treinar aspirantes a cavaleiros. Os dois homens então perguntaram onde poderiam encontrar esse tal de Guilty e os moradores apontaram o caminho.

— Vamos voltar para o barco e pegar o garoto - Disse um dos homens.

— Quando estávamos saindo eu mandei ele nos esperar no cais - Respondeu o outro homem.

— Muito bem, então vamos logo, ainda temos vários garotos para levar.

— Hey vocês dois, aquele ali é o guardião da ilha. – Disse um dos moradores apontando para Guilty.

Os dois homens inicialmente se assustam com a aparência de Guilty, que era um homem bem alto e por ele não usar camisa, era possível ver que seu corpo, ainda que musculoso, era completamente coberto de horríveis cicatrizes. Mas talvez o que mais chamou atenção foi à máscara Rangda¹ que ele usava. E de fato, Guilty parecia demônio.

Mesmo com certo receio daquela figura assombrosa, os dois homens de terno vão em direção de Guilty.

— É você o responsável pelo treinamento dos cavaleiros nesta ilha? - Perguntou um dos homens.

Guilty: O que tipos como vocês estão fazendo por aqui? E como sabem sobre os cavaleiros?

— Nós não temos porque respon… derrr… - A fala foi interrompida por Guilty que em um piscar de olhos apareceu segurando a garganta do estranho de terno.

— Mas que diabos… - Disse o outro homem enquanto tentava pegar a sua arma que estava escondida dentro do seu terno, entretanto Guilty o chuta no braço, lançando-o para longe. Ele caiu no chão e foi arrastado por vários metros, até que parou e ficou imóvel.

— O que tipos como vocês estão fazendo aqui e como sabem sobre os cavaleiros... - Falou Guilty afrouxando um pouco a mão.

— Vo-ocê matou ele? - Perguntou o estranho olhando para seu companheiro que estava imóvel no chão.

Guilty olha na mesma direção e fica observando aquele corpo imóvel por alguns segundos. - Não, ele quebrou o braço e mais duas ou três costelas, mas ele ainda está vivo. Vou perguntar só mais uma vez… quem são vocês?

Eu-u não vou dize-er de nada… - Respondeu o homem.

— Já que é assim, vamos forçar um pouco as coisas, espero que você não morra antes de me revelar a verdade... - Guilty coloca o seu dedo indicador na testa do estranho - Golpe Fantasma!

Algum tempo depois Guilty chega ao pequeno porto da ilha carregando nos ombros os dois homens de terno. No porto havia uma grande embarcação usada normalmente usada para transporte de cargas e no cais havia outro homem de terno e ao seu lado uma criança.

Ao perceber que aquele estranho mascarado que se aproximava estava carregando os seus dois companheiros, o homem no cais sacou a sua arma - Hey você! O que houve com eles?

Mas Guilty não respondeu e continuou andando na direção do cais.

— Pare agora mesmo ou eu vou atirar! - Gritou o homem.

Mas Guilty não parou.

— O que está acontecendo? - Perguntou o garoto.

— Eu vou atirar! É melhor parar agora mesmo! - Gritou ele, engatilhando a pistola e ignorando completamente o garoto.

Guilty não respondia, só continuava avançando.

Ao ver a aparência demoníaca de Guilty ficar mais perto, o homem de terno fica desesperado e começa a disparar contra Guilty. Instintivamente o garoto dá alguns passos para trás na tentativa de se proteger. As poucas pessoas que estavam próximas começam a correr.

As balas pareciam atravessar o corpo de Guilty como se ele fosse um fantasma. Mas na verdade Guilty estava apenas se desviando dos tiros, mas olhos normais não conseguiam acompanhar a velocidade dele.

— Que tipo de demônio é você? - Gritava o homem de terno ainda apertando o gatilho, mesmo que todas as balas já tivessem acabado.

— Qual o verdadeiro objetivo de Mitsumasa Kido em querer transformar essas crianças em cavaleiros? - Disse Guilty jogando os corpos dos dois homens no cais. Os corpos acabam caindo bem próximo do homem de terno e do garoto.

— O quê? Como você sabe disso… - Perguntou o homem assustado olhando para os corpos dos seus companheiros.

— Esses dois me contaram tudo o que sabiam. Entretanto, ainda não consegui entender o que de fato está acontecendo, talvez você também possa me contar. - Respondeu Guilty.

— Eles estão…

Guilty: Sim... estão mortos. Eles não suportaram o interrogatório…

— E-ele quer fazer um grande torneio, quer fazer com que os órfãos que retornarem como cavaleiros lutarem entre si. Ele quer transformar isso num grande show... é tudo que eu sei... – Respondeu o homem de terno.

— Nós cavaleiros somos proibidos de lutar por interesses próprios e a punição de quem quebra essa regra é a morte. – Respondeu Guilty.

— O problema não é meu… eu vou embora, mas o garoto fica! - Ele virou e agarrou o garoto pela camisa e o lançou, depois sai correndo pra dentro do barco.

O garoto acaba caindo em cima dos corpos. Ele fica assustado e começa a se debater tentando levantar-se. O barco começa a zarpar, Guilty dá as costas e começa a ir embora.

— E-espere, por favor. - Grita o garoto correndo na direção de Guilty.

Guilty: O que você quer garoto?

— Eu quero… não… eu preciso me tornar um cavaleiro – Respondeu chegando mais perto de Guilty.

— Idiota! Você não sabe onde está se metendo. Você provavelmente vai morrer no primeiro mês, então desista. – Guilty dá uma mãozada no garoto, que cai no chão.

Com dificuldade o garoto se levanta – Não! Eu preciso me tornar um cavaleiro, eu não tenho outra escolha.

Guilty: Você não ia durar uma semana… além do mais está sendo...

— Eu sei! – Interrompeu o garoto – todos os órfãos sabem disso. Estamos sendo forçados a realizar os caprichos daquele velho maldito, mas essa é a única forma para que eu consiga rever meu irmão. Então eu farei tudo o que for preciso!

Guilty fica observando-o por alguns instantes – Se você está mesmo disposto a arriscar a sua vida para ficar forte, então eu serei o seu mestre.

— Obriga… 

— Não me agradeça! - Interrompeu Guilty - Você não faz ideia de onde está se metendo. Agora me diga, qual é o seu nome?

— E-eu me chamo Ikki. – Diz o garoto fazendo reverência. 

Guilty: Vamos indo.

— Ma-as... e aqueles dois... – Disse Ikki apontando para os corpos no cais.

— Essa é a sua primeira lição Ikki. Nesta ilha os fracos não tem vez. – Guilty estende a mão em direção dos corpos e lança uma rajada de fogo que atinge os corpos lançando-os no mar. E apesar do que poderia parecer óbvio as chamas não apagaram, os corpos continuaram queimando mesmo depois de submergir no mar.

 {Ilha da Rainha da Morte - Três anos depois}

Os treinamentos que Guilty impôs a Ikki eram infernais e desumanos, ele sempre ficava todo machucado, com várias escoriações e cortes pelo corpo e quando o treinamento acabava Ikki sempre desmaiava de exaustão. E naquele dia não foi diferente, depois do fim do treinamento Ikki voltou para o seu “quarto” e desabou. 

Na verdade o “quarto” de Ikki era uma antiga cela, que segundo Guilty, era usada para prender os cavaleiros negros e outros tipos de intrusos. Por isso ela era cheia de esqueletos, correntes e etc. Guilty também havia contado para Ikki que por causa dos constantes combates contra os cavaleiros negros as construções da ilha foram aos poucos sendo destruídas até sobrar quase nada.

Enquanto Ikki “descansava” em seu quarto, Guilty fazia uma ronda para se certificar que nenhum cavaleiro negro estava pelo perímetro, não era incomum acontecer ataques noturnos. O sol estava começando a se pôr quando Guilty percebeu uma movimentação intensa de cosmos vindo da área do vulcão.

— Então eles finalmente estão se movendo, já faz algum tempo que esses vermes estavam quietos. O que será que eles pretendem!?

Guilty avança em direção da aglomeração de cosmos e ao se aproximar percebe que os cosmos se dividiram em dois grupos, mas apenas um estava indo em sua direção. Guilty então decide esperar pelo grupo que ia em sua direção, já que nenhum cavaleiro negro conseguiria deixar a ilha enquanto ele estivesse vivo, então uma hora ou outra o outro grupo iria aparecer. Depois de esperar por alguns instantes, um vulto surge diante de Guilty.

— Decidiu esperar por mim? AHhaehaheahe, Quanto honra. Eu sou Jango, o senhor dos cavaleiros negros!

Guilty: Você acha mesmo que ser o líder de um bando de vermes é algo grandioso?

Jango: Não despreze o poder dos cavaleiros negros! Pois hoje conquistaremos a nossa liberdade! Vamos cavaleiros negros, ataquem!

Dos vários cavaleiros negros que estavam acompanhando Jango um grupo com pelo menos uma dúzia de cavaleiros parte pra cima de Guilty – Vocês acham mesmo que podem me vencer? Chamas da Rainha da Morte! — Guilty concentra o seu cosmo e dispara uma gigantesca espiral flamejante que prende o inimigo e o queima até a morte.

A técnica de Guilty conseguiu prender todos os cavaleiros negros dentro da espiral flamejante, eles gritavam enquanto eram queimados vivos. Alguns tentavam romper as chamas mais era inútil. O Sol já tinha se posto e a escuridão já tomava conta da ilha, mas no campo de batalha a escuridão era subjugada pelas chamas de Guilty que consumiam a vida e os corpos dos cavaleiros negros.

Jango: Hahaha, você realmente é poderoso como me falaram, mas isso só foi um teste...

— Chega de besteira! – Interrompeu Guilty – Esse seu plano infantil de ganhar tempo enquanto o outro grupo rouba a armadura é estúpido. Você acha mesmo que isso nunca aconteceu antes? Vermes como vocês nunca conseguiriam usar a armadura de Fênix! 

Guilty avança contra Jango passando por dentro da espiral de chamas que explode assim que ele entra nela. Os corpos queimados e sem vida dos cavaleiros negros são lançados em várias direções.

—  Tsc... seu desgraçado! – Jango também sai correndo na direção de Guilty lançando uma sequência de socos, mas Guilty desvia de todos e acerta uma joelhada no estômago de Jango que cai no chão agonizando. 

Guilty: Isso é tudo o que você tem!? Como alguém assim conseguiu o posto de líder dos cavaleiros negros!?

Jango ainda no chão começa a gritar de frustração. Furioso, Jango levanta, explode o seu cosmo e salta para trás – Inferno da Rainha da Morte!— Jango acumula cosmo e dispara inúmeros socos, gerando bolas de fogo que são produzidas pelo atrito de seus punhos lançando-as sobre o seu inimigo, reduzindo-o a cinzas.

— Você acha mesmo que com esse nível de poder vai causar algum dano em mim? Não me faça rir! – Guilty estica a palma da mão e detém facilmente o golpe de Jango anulando o golpe.

Guilty então avança e acerta um soco no rosto de Jango, em seguida o punho de Guilty explode em chamas e joga Jango para longe. Ele foi arremessado por vários metros até atingir uma pequena formação rochosa que interrompeu o seu trajeto fazendo-o parar.

O rosto de Jango estava pegando fogo, ele gritava desesperado enquanto tentava apagar o fogo de todas as formas, mas cada tentativa era inútil. Quando ele finalmente conseguiu apagar as chamas, boa parte do lado direito do seu rosto estava queimada.

Guilty: Você é incapaz de me vencer... todos vocês são perecerão hoje!

— Não deixaremos! - Cristais de gelo negros começam a cair sobre todo campo de batalha e aos poucos vai apagando as chamas que ainda queimavam os corpos dos cavaleiros negros derrotados por Guilty. - Quatro sombras aparecem atrás de Jango.

Guilty: Então finalmente vocês apareceram… Vejo que conseguiram achar a Urna da Sagrada Armadura…

— Sim! Hahahaha, foi muito fácil roubá-la… - Disse um cavaleiro negro jogando a urna de Fênix na frente de Jango e colocando o pé sobre ela. Ele parecia usar uma cópia da armadura de Pegasus.

— Senhor Jango vamos nos juntar e acabar com ele agora! - Disse uma das três sombras que ainda estavam atrás de Jango.

— Não! Já conseguimos o queríamos. Apenas com um poderoso exercito de cavaleiros negros teríamos alguma chance contra esse desgraçado. - Disse Jango levantando-se com uma mão no rosto e usando a outra para pegar a urna.

Guilty: Idiotas, o que vocês vão fazer com essa armadura? Nenhum de vocês é digno dela.

Jango: É o que veremos… Cisne Negro!

— Sim senhor! - Uma das sombras salta para frente, revelando ser um  cavaleiro negro que usava uma cópia da armadura de Cisne - Black Blizzard!— Todos os cristais de negros que ainda estavam caindo começam a se mover rapidamente em direção de Guilty, em poucos segundos uma Tempestade se forma e começa a congelar o guardião da ilha.

Jango e os outros quatro batem em retirada, enquanto o resto dos cavaleiros negros partem pra cima de Guilty que estava imobilizado por causa da Black Blizzard, ou ao menos era isso que eles pensavam. Chamas começam a rodopiar em volta de Guilty queimando tudo ao seu redor e facilmente o liberando do gelo negro.

— Conheçam o verdadeiro poder do Inferno da Rainha da Morte!— Guilty eleva o cosmo e derrete as pedras e a terra ao seu redor misturando-as com as suas chamas e assim criando uma espécie de lava que ela lança contra seus inimigos, queimando-os até virar cinzas.

Guilty consegue eliminar todos os cavaleiros negros de uma só vez, rapidamente suas armaduras negras e corpos foram consumidos pelas chamas incandescentes, em questão de minutos eles queimaram até virarem cinzas.

— Tsc… Como imaginava, esse tal de Jango está tentando formar um exército de cavaleiros negros e no estado atual Ikki não irá conseguir vencer essa batalha. Eu preciso pressionar ainda mais o Ikki, enquanto ele não despertar o verdadeiro ódio em seu cosmo, ele jamais despertará as chamas de Fênix e continuará sofrendo. - Pensou Guilty.