– Summer, você tem de parar com isso mais cedo ou mais tarde...

– Parar com o quê?! – Virei-me, assustada.

– Parar de me provocar... Você anda com todos esses seus amigos como se nós não fôssemos.. – Pausou.

– Não fôssemos... ?

– Sum, nós somos praticamente namorados. – Disse ele, envergonhado.

– Nós não somos namorados, John! V-você está com ciúmes, é isso?

– E se eu estiver? – Olhou para seus pés, tímido. - Sabe o que eu acho? Você tem medo. Medo de se entregar. – Pela primeira vez, olhou seriamente em meus olhos.

– Por que eu teria medo disso? – Soltei uma risada freneticamente nervosa. - Somos amigos, John. – Por final, falei, enfurecida.

– AMIGOS? – Irritou-se – Sabe o que eu vejo assim abro os olhos de manhã? VOCÊ! E adivinha quem está no chuveiro enquanto escovo os dentes? VOCÊ! Quem será que toma café comigo? Ah, VOCÊ! – Parou para respirar, sufocado pelas palavras. - Sinceramente. Não acho que seja assim que se trata um amigo. Nós não somos amigos, Summer. Somos praticamente.. Sei lá, casados.

– Do que você está falando?!

– Eu quero ficar com você, Summer! – Berrou, exasperado. – Eu quero ficar com você pra sempre!

– Pra sempre do quê?!

– Summer, eu estou lhe entregando a minha alma e tudo o que você faz é pisar nela como se fosse um pano de chão velho!

– Pare de ser dramático!

Ele esgueirou-se para perto de mim e tomou as minhas mãos, trêmulo. Seus olhos escuros percorriam o meu rosto, como se precisasse guardar cada milímetro dele. Ele suspirou, deixando o ar entrar em seus pulmões mais uma vez.

– Summer.. Eu não acredito que estou pedindo a você uma coisa dessas..

Aproximei-me dele, encostei a minha testa na dele, e num sussurro arrependido e tristonho, soltei:

– Eu não quero nada sério, por favor. – Murmurei. – E nós não temos nada sério.

– Querendo você, ou não, nós temos. – Desafiou-me John, afastando-se e olhando-me nos olhos. Seu nariz a centímetros do meu. – Porque eu estou lhe pedindo para namorar comigo neste exato momento. – Fechou os olhos, quase instantaneamente, como se fosse levar um soco no rosto – Você quer namorar comigo?

Estremeci.

– Eu... Eu preciso pensar.

– Summer, você sabe muito bem que não precisa pensar! Qual é, você só está fazendo tipinho. Vou ter de implorá-la? Melhor eu desistir.

E então ele soltou aquele olhar de ultimato. Ah, pelo amor de Drácula, por que ele faz isso comigo? Por que ele me deixa assim, com o coração na mão e olhos grudados nele?

– Não, não, não! – Agarrei-me em seus ombros, desabando. – Eu aceito! Prometo que não o farei ficar com ciúmes novamente! Mas, por favor, fique comigo!

Ele olhou por sobre os ombros, me viu agarrada a ele. Virou-se de frente para mim e abriu um sorriso, triunfante e cansado. Afagou os meus cabelos e beijou o meu rosto. Soltou um longo suspiro.

– Já estava na hora.