Witch and Vampire Academy escrita por Luísa Saeger Carvalho


Capítulo 3
Capítulo 1 - Noite das Garotas (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Quanto tempo, não é meus leitores?

Parece até que nem nos vimos a poucos instantes, quando terminou a parte 1 desse capítulo que ainda tem muita história para contar.

Aproveite, boa leitura ♥.



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Passamos algum tempo conversando durante o trajeto da casa da Bel até o shopping. Assuntos como a escola, os professores de lá, os alunos e a vizinhança, comentamos também sobre as casas e apartamentos a venda pela região e Bel até nos deu dicas de casas parecidas com a que queríamos que seu pai tinha a venda em sua empresa de imobiliária.

            Então finalmente chegamos ao shopping, minha mãe custou para encontrar alguma vaga fazia, afinal, sábado de noite e tudo estava lotado, mas um sistema muito interessante de cores em vermelho, azul e verde nos ajudou a encontrar uma vaga vazia – o sistema funcionava assim: vermelho para vagas ocupadas, ou seja, praticamente todas elas, azul para vagas especiais como cadeirantes, idosos, gestantes, etc., e por último o verde para as vazias.

            - Muito bem, querem jantar primeiro? – indagou minha mãe, enquanto fechava o carro com o alarme e as travas de segurança integradas nas portas e no porta-malas.

            - Pode ser – respondeu Giuli, já andando em direção a entrada do shopping.

            - Não se preocupe em pagar, tia Cassandra, meus pais deram quatrocentos reais para o jantar e as compras.

            - E eu me certifiquei de trazer toda a mesada que eu venho acumulando a duas semanas.

            - Só duas semanas, não acha pouco para compras grandes como tínhamos combinado?

            - Meu amor, são vinte reais por dia, cinquenta nos finais de semana, acha pouco quatrocentos reais?

            - Não sou boa em matemática – disse ela, correndo para acompanhar a irmã que já estava bem a frente.

            - Comigo aqui sua vida vai mudar, flor. Nota dez em tudo.

            - Oh, assim eu espero! – exclamou ela enquanto nos aproximávamos.

            Andamos por todo o estacionamento até chegar a entrada do shopping, onde já haviam alguns letreiros e propagandas diversas de lojas, promoções e eventos especiais que o shopping ia receber em alguns dias do mês. Passamos pelas portas de vidro automáticas e seguimos pelas escadas rolantes, então chegando ao segundo andar ficamos perplexas ao ver todas as lojas de roupas femininas ali com peças maravilhosas e lindas na vitrine que eram de dar inveja. Bel e Giuli resmungaram e quase tive de arrasta-las pelo corredor para que não ficassem paradas na frente da vitrine de uma loja babando e desejando as roupas que estavam sendo expostas.

            Seguimos até encontrarmos a praça de alimentação com milhares de mesas e cadeiras, de todos os tamanhos: para duas, quatro, seis e até oito pessoas; restaurantes cercando e rodeando as mesas espalhadas pelo centro do lugar. Chegamos a ficar indecisas quanto ao que comer enquanto procurávamos uma mesa para sentar, muita comida deliciosa e preços baratos que faziam com que até alguém mão-de-vaca quisesse gastar um dinheirinho.

            - Eu me apaixonei de novo – comentou Bel enquanto se sentava em uma das mesas.

            - Quem foi na primeira vez? – indaguei.

            - Esse mesmo lugar – disse Giuli, revirando os olhos. – Ela diz isso toda vez que vem aqui sozinha, sem nossos pais.

            - Só porque eles não deixam a gente vir comer aqui, só tomar um sorvetinho de casquinha pequeno e olhe lá! – retrucou a menina. – Eles dizem que vou engordar e não serei mais uma menina bonita e vou prejudicar a imagem da família.

            - Eles nunca disseram isso – disse novamente a mais nova. – Só dizem que sentem vergonha de comer aqui porque você pede dois Big Mc, duas porções grandes de fritas, um copo enorme de refrigerante, outro de milk-shake de chocolate e ainda pede um cappuccino com um pedaço de brownie e Sunday de sobremesa!

            - Não precisa falar alto. E isso era antes de eu começar a fazer dieta.

            - Dieta de comer só metade daquilo.

            - Eu não sou coelho para comer só cenoura e alface pro resto da vida!

            - Mas não faria mal nenhum comer de vez em quando.

            - Eu como, está bem? Você que nunca percebe.

            - Deu as duas! – exclamei, fazendo com que cessassem sua briga imediatamente. – Vamos todas comer em um chinês hoje, assim agrada todo mundo.

            - Tudo bem! – disseram as irmãs em uníssono, enquanto deixavam as bolsas sobre a cadeira.

            - Podem ir pedir a comida, eu vou ficar esperando aqui com a Giuli – comentou minha mãe enquanto se sentava na cadeira a frente da menina, que estava se sentando também e apoiando o celular sobre a mesa.

            - Certo, vem Bel – falei enquanto a pegava pela mão e ia a puxando pelo caminho.

            - Vai ser ótimo conversar com você, quero te mostrar umas fotos da minha gatinha, ela é linda! – ouvi Giuliane dizer enquanto nos distanciávamos da mesa e seguíamos a procura de um restaurante chinês.

            Caminhamos por entre as pessoas, desviando de uma e se esquivando de outras, passando pela fachada de restaurantes com as filas gigantescas até encontrarmos um restaurante chinês com buffet livre ou com pratos prontos para serem feitos na hora.

            - Já vim aqui antes – lembrou-se Amber. – Deixa que eu peço a comida, sei exatamente quais os melhores pratos daqui.

            - Tudo bem, a gente divide o valor na hora de pagar, beleza?

            - Ok, bom... vejamos... – ela estava admirando cada prato exibido em algumas fotos e pequenos televisores exibindo o cardápio.

            Depois de analisar minuciosamente o cardápio diversas vezes, embora dissesse conhecer tudo ali e estar apenas com dúvida, ela escolheu um combo de vários pratos prontos, bebidas e sobremesa. Dividimos o valor em dinheiro e pegamos uma espécie de placa em pequeno tamanho com um número, que o atendente disse que era o do nosso pedido, para que encontrassem a mesa deveríamos permanecer com a placa em um canto visível da mesa; concordamos e saímos andando de volta para a mesa onde minha mãe e Giuliane ainda conversavam sobre gatos e outros animais de estimação.

            - E essa é a Princesa, nossa Pitbull – disse a menina entregando o celular para minha mãe.

            - Mostrando para ela nossos oito animais de estimação? – indagou a irmã mais velha se sentando ao lado da mais nova.

            - Oito? Me mostrou apenas três até agora! – exclamou minha mãe, surpresa com o número.

            - É melhor se preparar, senhora Black, pelo rosto da Raven, ela não quer menos que isso.

            Todas rimos, embora mamãe me encarasse com seriedade.

            - Qual é, mãe? Eu só vou querer quatro gatos, três gatos e já lhe expliquei como que vai ser, no início só vai ser um ou dois, depois vamos ir adquirindo outros.

            - Por sinal, se precisarem temos o contato de ótimos veterinários e pet shops onde doam animais de estimação e onde tem tudo o que vão precisar, com um preço baixíssimo e de qualidade alta.

            - Agora, ela mostrou o Café ou o Black? E o Thomas?

            - Não, mostrou apenas a Princesa, a Leite e a Party.

            - Pois bem, essas são dela, com exceção da Princesa que também é minha e faltou a White – Bel começou a vasculhar seu celular atrás de fotos dos seus animais de estimação. – Esses são os meus, foto de família atualizada, digamos assim.

            Nós observamos fotos dos animais de estimação das duas e conversamos sobre os cuidados deles, as histórias de cada um e como elas lidavam com todas as responsabilidades tendo a escola e compromissos dos pais, o que deve ter ajudado um pouco minha mãe a absorver a ideia de ter vários animais circulando pela casa inteira. Passados alguns minutos um atendente do restaurante chinês chegou com nossa comida, ele serviu a mesa e entregou o recibo da compra; por sinal, era um dos restaurantes com comida boa mais baratos que já comi.

            Aproveitamos bem nossa refeição e continuamos a conversa agora com outro assunto: escola e vizinhos. Bel nos contou de como a academia que frequentava era perto de sua casa, tão perto que ia a pé todos os dias, e que a maioria dos alunos da turma moravam perto também, aliás, a maioria dos alunos da escola morava perto; ela também comentou sobre ser um lugar reservado apenas para bruxos e vampiros, que eram as raças não humanas predominantes na cidade. Giuli nos explicou como funcionava as aulas, que haviam as obrigatórias e as extra curriculares, que podiam ser escolhidas por cada um conforme quiserem, mas não era obrigado participar de uma, havia também grupos como o time de futebol, basquete, líderes de torcida, dança moderna, ballet, patinação, canto, violão e outros instrumentos, teatro e o grêmio estudantil, que era o mais abrangente e que não tinha limite de vagas.

            Assim que terminamos de comer recolhemos nossas bolsas e saímos em um passeio pelo shopping, a procura de uma vitrine que nos chamasse atenção, é obvio, não demorou muito para que encontrássemos uma que Bel conhecia e possuía um cartão especial. Entramos na tal loja e começamos a procurar algo que nos interessasse, acabamos então nos separando e indo cada uma procurar uma peça de roupa; Bel acabou indo junto comigo pois queria continuar a conversa sobre os alunos e vizinhos da casa dela.

            - Então, sua mãe pareceu interessada em morar próximo a gente – comentou ela enquanto procurava uma blusa entre diversos cabides.

            - Sim, pois são conhecidos e tem uma casa quase na frente da sua à venda, por um preço razoável segundo Giuli, que prometeu pedir um desconto para os seus pais.

            - É verdade, ele vai dar um desconto bem generoso para amigos tão próximos da família.

            - O que acha dessa blusa? – ela colocou a peça de roupa a frente do corpo; era uma camisa simples com tiras para dar um nó em uma das laterais e um gatinho preto desenhado no meio de listras cinzas.

            - Caiu bem em você, já essa calça, ficaria bem em mim? – coloquei ela à frente do meu corpo, assim como ela havia feito; era jeans preta, rasgada e com os detalhes da costura, dos bolsos e cintura em dourado.

            - Perfeita, só precisa ser do seu tamanho e não ficar muito larga, esse tipo fica melhor em alguém encorpada como você só se for justo, realça suas cochas e bunda, principalmente sendo cintura alta como essa.

            - Desde quando eu sou encorpada? – indaguei rindo, colocando a calça em uma sacola.

            - Qualquer um que olhe para você pensa que tem dezesseis ou até mais, mas são apenas quatorze aninhos.

            - Quem me acha uma garota de dezesseis?

            - Ei, moço! – ela chamou a atenção de um atendente. – Quero sua opinião: minha amiga disse que não é uma menina bonita e eu disse que ela está errada. Que idade você acha que ela tem?

            - Alta e bonita desse jeito, se me permite dizer, uns dezessete.

            - Chupa! Eu falei que acham você mais velha. Essa gostosa aqui tem quatorze.

            O homem riu.

            - Não parece – ele sorriu para mim, depois saiu andando por entre os corredores da loja.

            - Você é louca! – exclamei, já enrubescendo de vergonha.

            - Só agora percebeu isso, querida? – ela riu. – Bem, vamos encontrar um cropped bem Tumblr para você.

            Com isso saímos de uma seção da loja e fomos para outra, onde estavam apenas blusas despojadas e do estilo Tumblr, como Bel queria. Encontramos umas sete blusas que serviram em mim só naquela seção, foram mais nove espalhadas pela loja, além de seis calças, dez shorts, quatro saias, cinco vestidos, duas meia calças, um ou dois bonés, uma boina, brincos e colares incontáveis, mais sapatos de outra loja apenas de calçados – sete tênis, uma bota de cano longo e dois coturnos, cinco sandálias, oito saltos e três sapatilhas.

            Minha mãe chegou a brigar comigo por ter gastado quase toda a mesada apenas em roupas, mas ficou feliz em ver que estou me acostumando e me adaptando a nova vida, entrando na moda e estilo de roupas que as pessoas ali usavam. Voltamos para o carro e demos algumas voltas a mais antes de deixar as meninas em casa, até que resolveram parar em uma sorveteria no bairro delas para nos encontrarmos com seus pais e conversarmos sobre casas e outras coisas que poderiam arrumar para nós por um valor generoso, descontos concedidos para amigos íntimos. Mamãe acabou se interessando pela casa que estava a venda na mesma rua em que morava a família da Bel, ela disse que pensaria melhor na proposta e que responderia amanhã qual era sua decisão final.

            De lá, nos separamos, as irmãs voltaram com os pais para casa a pé e eu voltei de carro para o hotel, enquanto discutia com minha mãe sobre todos os pontos positivos para morarmos lá e também para eu estudar na mesma escola que minhas amigas. Como sempre, ela disse que concordava com minha adaptação e que adorava a ideia de estar perto de pessoas que eu conhecia e que me ajudariam nessa nova fase da minha vida, porém, sua resposta também foi “vou pensar nisso melhor, lhe repondo com certeza amanhã”. Não reclamei, pois aquilo queria dizer que tinha algum tempo para convence-la de fato a concordar com aquilo.

            No hotel, tomei banho e guardei as novas roupas em minha mala, pois se mamãe concordasse em comprar a casa, sairíamos ali em muito pouco tempo e não queria ter de arrumar todos os meus pertences as pressas. Por mais que quisesse assistir alguns episódios de Riverdale, uma série que descobri enquanto procurava no catalogo da Netflix, que minha mãe, por sua vez, havia assinado a pouco tempo, porém, o sono e o cansaço venceram e fui direto para cama, apenas li um capítulo do meu livro, A Seleção, para dar um pouco mais de sono e não perder o hábito que tinha sido criado a pouco tempo. Naquela noite sonhei com Bel, Giuli e eu nos divertindo, correndo e pulando na piscina da nova casa, na companhia da minha mãe e meus cachorros e gatos. Esse sonho será real um dia, disse para mim mesma, um dia muito próximo.

            Mal sabia eu que o sonho na verdade era um aviso do que aconteceria no dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido, agora, só amanhã!

O capítulo 2 sai às 16 horas, já o 3 será no dia 23/10 às 20 horas.

Espero vocês, até lá, Raven viverá muitas aventuras... ♥



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