Witch and Vampire Academy escrita por Luísa Saeger Carvalho


Capítulo 2
Capítulo 1 - Noite das Garotas (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Olá, de novo, leitor!

Como prometido, aqui está o início da história e da aventura de Raven. Não se esqueça de que além dessa primeira parte ainda tem outra lhe esperando para ler, então bora aproveitar a leitura?



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Berlim, Alemanha – 18h00, terça-feira.

            Minha mãe estava dirigindo seu novo carro pela avenida, ela havia saído da concessionária a uns 15 minutos e já estava se achando por ter tirado carteira de motorista e por comprar um carro zero – por sinal, um dos melhores modelos que havia na loja. Esse era um dos defeitos nela, qualquer coisa que para ela era um máximo, para uma pessoa comum não era, por isso ela vivia pedindo ajuda para a minha amiga Amber – carinhosamente apelidada de Bel - , que já vivia no mundo humano há alguns anos e, no momento, era a nossa guia para nos adaptarmos a essa nova realidade.

            Enquanto minha mãe tentava dirigir perfeitamente pela avenida, eu estava segurando meu celular e conversando com minha amiga, que já estava ansiosa, pensando em tudo o faríamos juntas. O carro estava em completo silêncio, até que minha mãe resolveu falar alguma coisa:

            - O que acha desse carro? – ela indagou, animada pela resposta.

            Era um modelo zero, ou seja, estava novinho em folha, os bancos de couro eram macios, assim como os cintos de segurança, que não apertavam nem pinicavam igual aos do carro que estávamos alugando até mamãe comprar esse. Ele era todo branco por fora, era um pouco pequeno, quando se trata de comprimento, mas era bem espaçoso por dentro, além de ter um porta malas enorme, que poderia ser ampliado movendo os bancos de trás e os ajeitando em uma posição especifica, algo que obviamente não faríamos muito, apenas eu viagens talvez – era muita tecnologia para mamãe, provavelmente não conseguiria fazer direito, nem mesmo com o manual.

            - É confortável, o ar-condicionado funciona muito bem, o cinto não pinica nem aperta... – comentei, distraída por conta da conversa com Bel no celular.

            - Isso é um “Uau mãe, adorei o carro” ou um “É legal mãe, tanto faz”?

            - É, tanto faz... – continuei distraída – As duas respostas são positivas, não?

            - Sim, mas uma diz que você está animada e a outra mostra que você está entediada porque eu não sou moderna que nem as pessoas daqui e, por ventura, acabo te fazendo passar vergonha às vezes.

            - Que isso mãe, eu não te acho entediante e eu me viro por nós duas na parte do “ser moderna” – por alguns instantes concentrei minha atenção na minha mãe, depois, voltei para o celular.

            - Está conversando com a Bel?

            - Sim, ela já está querendo marcar encontro com algumas amigas dela.

            - Isso seria ótimo, assim você conhece pessoas novas, não é? – ela me encarou e percebeu que eu estava distraída.

            - É sim.

            - Vou te deixar conversar em paz. – ela ligou o rádio em volume baixo, estava tocando Shake It Off da cantora Taylor Swith, o que me fez cantarolar enquanto mandava mensagens para Bel.

= Chat Privado: Bel =

 

[18h17]

Bel: Você vai amar conhecer minhas amigas, elas são maravilhosas!

[18h17]

Eu: Creio que sim.

[18h18]

Bel: Ah, mas é claro que vai! Senão eu vou te torturar e te sequestrar.

[18h19]

Eu: Uau, nem um pouco de medo.

[18h19]

Bel: Relaxa, o máximo que vou fazer é te bater.

[18h20]

Eu: Mas é claro.

[18h21]

Bel: Enfim, sua mãe deixaria se eu te convidasse pra saídas assim?

[18h22]

Eu: Ela acabou de dizer que seria ótimo eu conhecer pessoas novas... Só que não.

[18h22]

Bel: Por que?

[18h23]

Eu: Olha para minha cara de quem quer conhecer pessoas novas.

            Enviei uma foto para ela, eu estava desanimada e sonolenta, claro, foi apenas uma brincadeira, mas por dentro eu me sentia assim mesmo.

            [18h25]

            Bel: Não tá tão ruim assim, até que tá feliz.

            [18h25]

            Eu: Em que mundo isso é estar feliz?

 

            [18h25]

            Bel: Hora, vamos. Não está animada com tudo o que tem acontecido?

            Ela tinha razão, pois eu de fato estava feliz com toda essa mudança de realidade, saindo de um mundo mágico e perigoso para entrar em um normal, moderno e o melhor: sem magia. Porém, como tudo nessa vida sempre tem um lado ruim, comigo não foi diferente. Era difícil se adaptar assim a esse mundo, por mais que eu já tivesse vivido nele por dois anos e depois voltado ao mundo mágico e agora voltando para esse de novo, eu ainda me sentia estranha por dentro, conhecia os costumes daqui, conhecia a história desse mundo, mas ainda era como se tudo fosse desconhecido para mim.

            [18h27]

            Bel: Alô! Planeta Terra chamando Raven. Responda Raven!

 

            [18h27]

            Eu: Raven está aqui, na escuta, câmbio?

 

            [18h28]

            Bel: O que vai fazer agora de noite?

 

            [18h29]

            Eu: Não sei.

 

            [18h29]

            Bel: Meus pais vão sair para um jantar do comércio do meu pai, eu e a Giuli íamos pedir pizza ou ir no shopping jantar e aproveitar para comprar alguma coisa. A gente podia se encontrar lá.

 

            [18h30]

            Eu: Boa ideia, vou perguntar para mim mãe se ela quer ir.

 

            [18h30]

            Bel: Ok. Vou ajudar a Giuli a arrumar a mesa da sala e já volto. Vou demorar uns 10 minutos.

 

            Não respondi a ela, apenas visualizei e ela pareceu entender isso como um “tudo bem, falo contigo depois”, porque ficou offline.

            Minha mãe estava concentrada no trânsito, mas não era pouco concentrada, ela estava prestando muita atenção aos carros, sinais vermelhos, amarelos e verdes, pedestres e ciclistas. Me senti culpada por interrompe-la a atrapalha-la, já que estava de fato se dedicando aquilo, mas tentei ser a mais carinhosa e respeitosa que pude.

            - Mãe, desculpe lhe atrapalhar, mas quero te perguntar algo.

            - Pode falar – disse ela sem tirar os olhos da avenida.

            - A Bel e a Giuli estão sozinhas em casa e estavam pensando em nos encontrar para jantar e fazer compras no shopping. Nós podemos...

            Não precisei terminar a frase pois ela já respondeu, me interrompendo.

            - Vai ser ótimo encontra-las, elas querem carona? Podem nos mostrar onde fica esse shopping em que elas querem ir, pois tem vários nessa região.

            - Ela vai ficar fora por dez minutos, mas eu lhe pergunto quando der o tempo.

            - Tudo bem – disse minha mãe, freiando o carro no sinal vermelho e me encarando por alguns segundos. – Já que comentei nessa região daqui, o que acha de ajudar a mamãe aqui e pesquisar casas a venda próximas a casa da Bel e a sua escola nova?

            - Está bem, mas com algumas condições...

            - Lá vem! – exclamou ela, rindo.

            - Precisa ter dois andares no mínimo, nossos quartos com banheiro e closet, quarto de hóspedes, jardim enorme, piscina grande, churrasqueira, uma escada com armário embaixo ou então um armário embutido na parede do primeiro andar para guardar ração, guias, brinquedos, roupinhas e outras coisas de cachorro e gato, fora um pequeno cômodo para ser o quarto deles e o mais importante...

            - Espere – minha mãe me interrompeu enquanto avançava no sinal verde – por que tanta coisa de gato e cachorro sendo que não temos nenhum? E por que pátio grande também? Você não é mais criança pra ficar correndo por ali e eu não pretendo ter outra filha, fora que uma casa enorme assim só para nós duas?

            - Era isso que eu ia falar agora, então posso continuar?

            - Se não envolver uma cobertura com ateliê inteiro de janelas de vidro, tudo bem, pois isso é caro demais.

            - Não vai envolver isso, mas vai envolver sacadas nos nossos quartos, varandas na frente da casa e sala de televisão ou estar com aquelas portas todas de vidro que dão para uma varandinha nos fundos da casa e o mais importante é que eu já tenho quatorze anos, estou na oitava série, arrumo todo o meu quarto, faço o café da manhã nos sábados e domingos, faço o lanche da tarde e ajudo no almoço e jantar quando você pede, varro o quintal da frente, a calçada, cuido do canteiro de flores e fazia compras sozinha no mercadinho da esquina, quando existia um, eu sou uma filha exemplar e extremamente responsável, fora que meu boletim é inteiro nota dez, fora o de geografia pois eu perdi um décimo de ponto em uma questão onde eu troquei um termo técnico por...

            - Deu! – ela me interrompeu novamente. – Aonde quer chegar com tudo isso?

            - Então... – eu a encarei, sorridente. – Eu queria ter um cachorro ou um gato ou se você deixar os dois, serão apenas um ou dois, se você deixar um de cada e eu levarei eles para passear, menos o gato, que vai apenas ficar solto pelo jardim, vou limpar toda a bagunça que fizerem, vou dar banho, vou alimentar, eu compro a ração com minha própria mesada, educo eles, brinco com eles para não gastarem as energias mordendo e destruindo a casa e se precisar ainda de ajuda financeira para bancar as despesas deles eu trabalho em casa mesmo, fazendo o dobro das tarefas diárias para ganhar o dobro da mesada e se ainda não for o suficiente eu vou na casa da Bel pedir emprego para os pais dela na limpeza da casa e se ainda não for o suficiente eu vou pedir emprego para...

            - Tudo bem! – ela exclamou, em seguida suspirou, aliviada por eu ter parado de falar, provavelmente. – Você vai poder ter os dois, mas com duas condições, a primeira é que você terá de organizar direito sua agenda, pois eu não quero ter fazer suas tarefas quanto a eles por ter algum outro evento importante e você vai ter de se lembrar que apesar de eu ajudar a cuidar deles, a responsabilidade é toda sua, eu ajudarei mais com a parte financeira e a cuidar deles quando estiver na escola e em outro lugar, mas apenas quando me avisar com antecedência e...

            - Deu mãe! – exclamei, a interrompendo e deixando-a assustada com tal atitude repentina. – Desculpe, mas é que eu já entendi. Agora descobri porque falo demais.

            - Tal mãe, tal filha – ela riu e eu a acompanhei.

            - Acho que a Bel já terminou, vira aqui nessa rua a direita, vamos ir para a casa delas.

            - Eu sei onde fica a casa delas, pode se concentrar aí sem preocupações – disse ela enquanto virava na rua a direita, assim como havia pedido.

            [18h35]

            Bel: Foi mais rápido que achei que seria.

 

 

            [18h36]

            Eu: Certo, minha mãe deixou, estamos indo aí buscar vocês, pois não sabemos qual dos shoppings dessa região vocês querem ir, pois eu sei que tem um favorito, mas não lembro o nome nem onde fica.

 

            [18h38]

            Bel: De boas, vamos esperar vocês na frente de casa, mas talvez nos atrasemos um pouco porque a Giuli recém saiu do banho e ela decidiu começar a se maquiar para sair de casa, igual a mim, afinal, tem 13 anos, é só um ano mais nova e eu não vejo problemas nisso, mas ela escolhe umas maquiagens na internet para se inspirar ou tentar copiar e não são básicas, são um reboco pesado. Pra ti ter noção, a última maquiagem que ela copiou e se dedicou pra valer mesmo, fazendo com bastante calma e cuidado, demorou UMA FUCKING HORA pra fazer. UMA FUCKING HORA! Mas quando é pra ir rápido, ela demora uns dez minutos no mínimo, não melhora tanto, mas né.

 

            [18h43]

            Eu: Jesus! Nem eu demoro uma hora pra fazer maquiagem pesada, mas também depende, se for pesada e com um nível de dificuldade alto, aí demora uma hora mesmo, ainda mais pra ela, que começou a pouco a fazer isso. A mais demorada pra mim foi de duas horas e meia, que foi para a festa de quinze anos de uma prima minha, aquela foi nível hardcore.

 

            [18h45]

            Bel: Mano eu lembro! A gente se maquiou junta, mas o meu deu errado, então a gente se atrasou uma hora pois teve que refazer tudo correndo a minha, daí nós fomos as últimas das quinze a chegar, mas ainda bem que não interferiu na festa.

 

            [18h46]

            Eu: Sim mano. Tu tem foto dessa maquiagem que a Giuli tentou fazer que demorou uma hora? Quero ver por curiosidade e talvez, quando eu for me arrumar três horas antes de algum evento, eu tente fazer ela.

            [18h47]

            Bel: Uhum, sei. Já te mando, vou achar ela primeiro.

 

            [18h47]

            Eu: Ok.

 

            [18h48]

            Bel: Aqui.

            Ela enviou uma foto de uma maquiagem completa no tema arco-íris com tons pastéis e outros não. O olho era todo decorado com essas cores, começando pelo roxo, no canto interno do olho e seguindo na ordem contrária até o vermelho, no final da pálpebra, algumas estrelas estavam desenhadas em preto. A boca era em tons pastéis, mesclando-se um no outro, cada tom parecia ainda mais claro com as bolinhas brancas espalhadas por todo o lábio, contrastando com o contorno também nas cores do arco-íris que começava no maxilar e seguia até a testa.

            [18h50]

            Eu: Era uma maquiagem artística?

 

            [18h50]

            Bel: Pior que não, era para o dia da Parada LGBT, que uns amigos nossos nos convidaram pra ir e ela saiu assim na rua, depois foi no shopping, jantou assim num restaurante caro. Como se fosse nossa maquiagem do dia-a-dia, mas coloridíssima!

 

            [18h51]

            Eu: Uau! Mas ficou lindo, valeu a pena a uma hora gasta nisso.

 

            [18h51]

            Bel: Né? Então, ela está só fazendo a maquiagem agora, já vamos ir aqui pra frente de casa.

 

            [18h52]

            Eu: Certo, já estamos chegando.

 

            Ela ficou offline novamente e eu também desliguei o celular, minha mãe dobrou em mais uma rua e então foi reduzindo a velocidade, quando me dei conta, já estávamos na rua da casa da Bel e sua irmã e ela nos esperavam na frente da casa, as duas muito bem arrumadas e, como havia me falado, Bel não exagerou quando disse que Giuliane estava fazendo um reboco pesado para sair de casa.

            Minha mãe buzinou e estacionou o carro. Giuliane abriu a porta traseira direita do carro e entrou nela, sentando-se no banco e logo colocando o cinto.

            - Oi Raven, quando tempo.

            - Oi Giuli, é bom te ver – me virei para trás e a encarei, estava linda com aquela maquiagem em tons de marrom e com o vestido preto.

            - Igualmente – disse ela, terminando de afivelar o cinto.

            Bel havia dado toda a volta pela frente do carro e estava abrindo a porta traseira esquerda quando começou a falar.

            - Olá meu povo, quanto tempo e é bom ver vocês – ela disse se sentando e fechando a porta. Giuli, que quase havia esquecido de fechar a sua, o fez naquele momento.

            - Oi Amber – cumprimentou minha mãe.

            - Tia Cassandra! Está linda e que belo carro novo – continuou ela, apertando o cinto agora.

            - Muito obrigada – respondeu minha mãe, sorridente. – Então, bora ou não ir no shopping?

            - Bora! – gritamos em uníssono, enquanto ela acelerava o carro pelo rua e seguia em direção ao shopping.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?

Não tenham medo de comentar, eu não mordo rsrs.

Já tem a parte dois te esperando, enquanto o próximo capítulo sai amanhã, 21/10, às 16 horas. ♥



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