Miranda: Coven escrita por wickedfroot, mandyziens, HappyCookies


Capítulo 3
Matryoshka




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Minkis Mackenzie

Ainda estava um pouco chocada com tudo isso, e com motivos, pois há alguns minutos atrás, estávamos na caverna juntos, e com a companhia de Marc, e agora estávamos em uma torre.  Parando para pensar um pouco, bem que a bruxa que nos prendeu poderia ter deixado algo para nós, não? Algo comestível, digo, pois, objetos não faltam nesse local tão pequeno.  A variedade de livros é enorme, e ainda por cima tem uma mesa com algumas coisas em cima que não consegui identificar por conta da distância.

Tentava procurar algum objeto que podia nos ajudar na saída da torre, nem que fosse um pano de prato ou um objeto mágico, era necessário sair do local o mais rápido possível, precisávamos procurar uma alternativa de descobrir onde Juan estava e claro, sem esquecer nosso objetivo principal, derrotar as bruxas.

E para melhorar, a bruxa aparece novamente, ela não se cansa? Quando ela pisa no solo empoeirado do lugar, anda e fica no meio, de frente para nós.

— O que vocês acham de um incentivo? Se vocês não conseguirem sair da torre antes das sete da noite, diversos pinguins irão morrer, não é maravilhosamente perverso? — e em seguida, desaparece.

Entramos em total desespero, eu não queria me sentir culpada pela morte de pinguins, e imagino que Grenny e Thay também não. Formamos uma roda no meio da torre, com o objetivo de discutir o que iriamos fazer, a responsabilidade estava entre nossas nadadeiras e a culpa pela futura morte dos pinguins na minha cabeça, participando da maioria dos meus pensamentos.

— E agora? O que iremos fazer? — Thay pergunta, visivelmente assustada.

— Nossa única alternativa é procurar nos livros. — Responde Greeny.

Viro minha cabeça em direção a estante que se encontrava próxima de nós, e minha mente virou uma bagunça, com vários pensamentos passando entre eles. São muitos livros! Seria difícil descobrir uma maneira de sair de lá, ainda por cima em um curto período de tempo, como era a situação.

— Mas são muitos! E além disso, não sabemos que horas são, nesse exato momento pode estar faltando meia hora para as sete ou até mesmo dez minutos, não temos como saber!  — Eu disse.

Greeny olhou para o teto empoeirado do local, como se estivesse procurando uma nova possibilidade de sair do local entre os azulejos empoeirados e sujos, ou o pinguim apenas necessitava de um ponto fixo para colocar seus pensamentos em ordem, tentando ao máximo encontrar uma nova resposta.

Por fim, o pinguim respirou fundo e liberou o ar pelo seu bico, e em seguida olhou pra mim, fechando os olhos e balançando a cabeça para os lados em sequência, de direita para a esquerda, fazendo um movimento de negação

— Vamos ter que contar com a sorte.  

Estava aflita, o nervosismo estava tomando conta de mim. Minhas nadadeiras estavam suando, uma multidão de sentimentos estava correndo dentro de mim, como se estivessem em uma competição de corrida, para ver quem era o vencedor.

Não foi necessário separar quem iria ler tal livro, cada um foi em direção a um diferente. Fui em direção a um livro grosso, a capa era de couro com a cor avermelhada, não conseguia identificar o nome do livro, talvez pois estava escrito em outra língua.

Não sabia o que procurar, por isso esperava que o meu instinto estivesse correto e conseguisse achar a tão esperada maneira de sair do local e claro, não matar todos aqueles pinguins. Abri o livro e comecei a ler as primeiras páginas, claramente não iria ler o livro inteiro, mesmo tendo uma leitura rápida por questão de hábito, o livro era enorme, e como disse anteriormente, não sabia quanto tempo restava para dar sete horas noite. Após ler quatro folhas aproximadamente, resolvi procurar no final do livro, em algumas histórias era comum as partes importantes estarem perto do fim, mas depois de ler cerca de seis páginas, nada que meu instinto considerasse suspeito foi encontrado. E então, fui para o meio, a minha última esperança, se não, teria que torcer para os outros terem pego o livro correto. E por cerca da terceira página, encontrei algumas palavras suspeitas que estavam escritas em latim. Porque um livro escrito em outra língua (que claramente não era latim) continha palavras em outro idioma? No momento que li as duas palavras, gritei um “achei!”, porém não esperava que Greeny e Thay gritassem o mesmo. Nos juntamos rapidamente e abrimos o livro, apontando para as palavras que achamos, e por coincidência, eram as mesmas! As palavras “Memento mori” e “Amicus curiae” se repetiam nos três livros. Nossos olhares se encontraram, e transmitiam a mesma coisa, o sentimento de certeza. Não era possível! Só se a bruxa fez de propósito, mas isso não se passou na nossa cabeça naquele momento, e se tivesse passado, o que custava tentar? Era aquilo ou nada.

Juntos, falamos lentamente as palavras, e escutamos um barulho mágico vindo da mesa que se encontrava do outro lado da torre. Quando olhamos, percebemos que uma das bonecas russas havia se separado do restante, e no mesmo instante minha mente estralou, havia percebido. Falei para repetirmos de acordo com a quantidade de bonecas que iam saindo, e assim fizemos, repetimos as palavras até a última ficar ali, parada, dando o total de sete bonecas saindo uma das outras. 

Respirei aliviada, mas não totalmente. Não sabia se havia passado do horário combinado, e então, para esclarecer minhas dúvidas, a bruxa surgiu, novamente.

— Uh! Acho que realmente isso serviu de incentivo para vocês.

Ela disse, revirando os olhos, e batendo as nadadeiras, fazendo que um relógio digital apareça em uma das suas nadadeiras. O objeto marcava sete horas em ponto, nos fazendo comemorar, porém, nossa felicidade durou pouco, sendo interrompida por uma risada.

— Isso é sério? Foi tão engraçado, vocês tinham que ver! Vocês acharam mesmo que iriam conseguir?

E em seguida, a pinguim tocou com sua outra nadadeira no relógio, fazendo o horário mudar para sete e um. A torre começou a desmoronar, os tijolos caiam ao meu lado, a poeira cobria nossas roupas e rostos aos poucos, me fazendo tossir. A queda não durou muito tempo, e nossos corpos se chocaram contra o chão, estava menos frio, a nevasca havia parado pelo menos. Levantei-me lentamente, sentindo minha nadadeira direita doer e quando fiquei totalmente em pé, tentava achar Greeny e Thay, mas estava impossível! A quantidade de pinguins andando era imensa, pensei em gritar para conseguir localizar meus amigos. Coloquei minhas nadadeiras próximas ao meu bico, na tentativa de fazer meu grito ser mais alto, e quando fui gritar, todos os pinguins caíram no chão, pareciam mortos. Olhei para minha direita e nela, estava Thay, e quando olhei para a frente, estava Greeny. Meu bico se abriu imediatamente, e dessa vez não era para emitir som, e sim para mostrar o quão assustada estava. Não acredito que aquela pinguim foi capaz disso! Ela matou diversos pinguins pois simplesmente teve vontade? Mesmo depois de termos encontrado a saída da torre no horário?

Fechei os meus olhos, controlando minha raiva, mais foi em vão. Abri meus olhos e corri em direção à bruxa, que estava na minha esquerda, porém, ao perceber que estava me aproximando, abriu um sorriso e bateu palmas, nos fazendo entrar em uma nuvem roxa, não acredito que ela havia nos teletransportado de novo!

— É sua última chance. Vocês têm uma hora para trazer esses ratos de rua de volta. — A bruxa disse dando um sorriso insano e assustador e em seguida se teletransportou.


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