Extreme Elite escrita por Gothic Princess


Capítulo 2
Capítulo I - Triângulo Vermelho


Notas iniciais do capítulo

Okay, esse é o primeiro capítulo e eu nem consigo acreditar que finalmente tô postando ele!! Me digam o que acharam depois que lerem, adoro receber feedback e críticas construtivas :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/768641/chapter/2

Estocolmo, Suécia

12 de Julho, 2044

 

Seung sempre se lembrava da sua primeira missão quando visitava Estocolmo, não só pela memória em si, mas porque sua irmã não calava a boca sobre como ele quase havia morrido, e como ela havia salvado seu traseiro no último segundo. Na época, ele precisava desarmar uma bomba que estava debaixo do palco da Ópera Real Sueca e havia falhado. Jung conseguiu resolver tudo do local de onde estava, sem nem tocar na bomba, porém hackeando os controles dela e criando um sistema remoto em um minuto que a desarmou.

— Se lembra de como você me ligou desesperado naquele dia? — Jung deu um sorriso de canto, jogando algo em seu holophone e ignorando completamente a mulher cantando a ópera no palco. — Aposto que ia chorar se eu não tivesse atendido.

— Não mesmo — ele mentiu, se inclinando sobre o braço de sua cadeira e prestando atenção na apresentação.

— Eu nem estava aqui e salvei você, pode falar que sou a melhor irmã do mundo.

— A mais irritante, com certeza é.

— Continua sendo malvado comigo e vai encontrar todas as suas coisas que estão na base dentro do triturador de lixo quando voltar — ela se virou para ele quando o mais velho olhou em sua direção com uma sobrancelha arqueada. — Você sabe que eu sou maluca e faço mesmo.

— Às vezes me pergunto por que ainda te trago em missões comigo.

— Porque eu sou muito boa no meu trabalho, e preciso estar aqui pra te ajudar quando fizer alguma burrice — ela voltou a jogar, parecendo tranquila até demais. — Eles já levaram a melhor contra nós duas vezes, se rolar de novo não sei se a minha autoestima vai aguentar.

Seung concordava com ela que ser feito de idiota pelos terroristas duas vezes era frustrante, por isso havia conversado com Amari para darem um fim naquilo de uma forma não tão convencional para a Extreme Elite. Há quatro meses eles haviam iniciado um plano bem arriscado, mas necessário para conseguirem derrubar o grupo terrorista Triângulo Vermelho. Eles eram conhecidos por serem assassinos profissionais de Evolutioners, e já vinham causando problemas para a Extreme Elite há mais tempo do que qualquer outra organização criminosa.

Seung tinha certeza de que se conseguissem fazer aquela missão dar certo, teriam uma boa chance de acabar com eles. Precisavam de informações, e ninguém melhor para lhes dar elas do que um membro da equipe de mercenários. Eles só precisavam de um deles, o desafio seria pegá-lo.

— Vamos conseguir. Eles não sabem que armamos esse assassinato.

— Não deveria subestimá-los. Da última vez em que nos encontramos o Freefall derrubou a Amari e conseguiu atirar no Harlan, isso não é pouca coisa.

Ele se lembrava muito bem do caos que havia sido a missão no Nepal em que eles haviam tido uma das piores falhas até hoje. Aquela foi a primeira vez em que encontraram o Triângulo Vermelho, e o líder deles, Freefall, que havia vencido todos eles em questão de minutos. Agora, no entanto, duvida que seria tão fácil. Eles estavam mais treinados e bem mais determinados a pará-lo.

— Não pretendo subestimá-lo de novo, pode ficar tranquila quanto a isso — ele a viu virar seu holophone em sua direção, mostrando a imagem de uma das câmeras de segurança.

— Ótimo, porque eles chegaram.

Os dois estavam na porta da cabine vip do teatro em menos de dois segundos, Seung abrindo a porta para que Jung pudesse passar com seu pequeno dispositivo que flutuava na sua frente,

A oriental viu nas imagens das câmeras que haviam seis membros do Triângulo Vermelho saindo de um helicóptero, que havia pousado no telhado de forma extremamente discreta, já que nenhum deles havia ouvido o som das hélices e do motor. Todos eles trajavam roupas pretas, com coletes a prova de balas, seus rostos cobertos por um visor negro e segurando armas de uso militar. Viu que eles foram até as escadas, quando as câmeras começaram a falhar e desligaram por completo.

— Eles têm brinquedinhos novos — Jung comentou, enquanto os dois andavam pelo corredor até a área comum. — Os otários acham que eu não teria um plano B.  

Ela guardou seu holophone e abriu uma tela holográfica usando sua mão direita, onde havia uma luva fina transparente com as pontas dos dedos roxas. Agora conseguia ver as imagens de suas próprias câmeras, que havia pedido para seu irmão instalar há dois dias. Viu que eles desciam pela área de serviço do local e iam em direção aos bastidores.

— Dois minutos até eles chegarem nos fundos do palco, melhor avisar para os seus minions antes que o nosso alvo falso realmente leve um tiro — ela avisou e Seung assentiu, removendo seu paletó e o jogando no chão sem cerimônia.

— Eles chegaram. Sigma, proteja o embaixador Jones. Zeta, nos encontre atrás do palco — ele disse pelo comunicador e recebeu uma confirmação dos outros dois agentes.

— Você vai arruinar o terno que te dei com tanto amor — Jung disse quando ele parou ao lado da entrada do palco para poder destravar sua pistola.

— Você nunca usou o vestido que eu te dei.

— Estou usando agora — ela apontou para o vestido longo preto que quase brilhava naquela luz.

— Nunca o usou de verdade — ele enfatizou a última parte e ela deu um sorriso maroto.

— Se eu o usasse pra ficar sentada na cama o dia todo enquanto como meus salgadinhos, você ficaria puto, então só aceita que meu holograma use ele — ela o viu revirar os olhos e entrar.

A ópera ainda acontecia normalmente, e a equipe nos fundos do palco pareciam não se importar com Seung e Jung quando os dois passaram por eles e subiram até a passarela alta que lhes dava visão de todos os espectadores. O espião conseguia ver o embaixador americano Kevin Jones sentado em uma das cabines na área vip, Paul Krug, ou agente Sigma, de pé não muito atrás dele.

Eles precisavam esperar até o momento certo para tirar o alvo dali sem comprometer a missão, e ele confiava que Paul faria tudo no tempo certo. Ele era frio e calculista, algo muito bom quando estavam no ramo da espionagem. Daquela distância, os mercenários iriam precisar de um sniper para acertá-lo, ou tentariam algo mais ousado, como invadir a cabine e atirar nele à queima roupa.

Seung viu um movimento com sua visão periférica e olhou para o lado, vendo alguém subindo as escadas para uma plataforma de metal um pouco acima da em que eles estavam. Pela silhueta, ele percebeu que era uma mulher, e que ela carregava um fuzil de precisão.

— Zeta, sniper subindo pela ala leste — ele avisou pelo comunicador.

— Deixa comigo — Hannah respondeu, já tirando seu salto e subindo as escadas na direção que Seung apontou.

Ela sabia que precisaria lutar, então havia simplesmente ido com um vestido especial que poderia ter a parte longa removida, e era muito mais prático na hora de lutar. Arrancou a parte de baixo, ficando com ele um pouco acima dos joelhos, e como era bem solto, teria mais liberdade de movimentar as pernas.

Quando chegou a plataforma mais alta, viu a mulher agachada, já mirando o fuzil na direção de Kevin. Ela não pensou duas vezes e andou até a outra da forma mais discreta possível, e quando foi vista, já estava ao lado dela e já havia chutado a arma para o lado. Um tiro foi disparado, sem som por causa do silenciador, porém acertando a parede perto da cabine do embaixador.

Hannah viu Paul puxar o alvo no segundo em que viu o tiro, parecendo ter sido o único a notá-lo, e praticamente o arrastou para fora dali. Ela, então, precisou se afastar quando a mulher sacou um facão e tentou cortá-la na barriga. A mercenária se levantou e avançou, tentando várias investidas com o facão, perdendo para os reflexos da espiã, que permitiam que ela sempre se esquivasse no último segundo.

Quando conseguiu uma abertura, a ruiva segurou o pulso da outra e a puxou para mais perto, acertando uma joelhada em seu queixo de baixo para cima. A mercenária cambaleou para trás e se segurou no corrimão para recuperar o equilíbrio, mal tendo tempo de fazer isso quando Hannah acertou outro chute, dessa vez em seu peito e tirou parte do seu ar.

Aproveitando que ela estava levemente desnorteada, a espiã segurou a parte de trás do pescoço dele e bateu com seu rosto com força contra o corrimão, quebrando o visor e deixando que ela disse parte do rosto da mulher. Ela era branca com olhos escuros, e seu cabelo era metade vermelho, metade preto. A descrição batia com uma mercenária que ela conhecia bem. Que havia matado alguns de seus colegas.

— Você é a Decker, certo? É um prazer te dar uma surra — a agente acertou mais uma vez o rosto dela contra o corrimão de metal, em seguida a empurrando para o lado.  

Marcela removeu seu visor, ignorando a dor em seu rosto de alguns cacos de vidro que havia perfurado sua bochecha, e se colocando de pé.

— Não sei quem você é, mas mal posso esperar para te matar.

— Você pode tentar — Hannah ficou em posição de ataque e deu um leve sorriso de canto.

Decker sacou outro facão e avançou novamente, dessa vez conseguindo chegar perto para fazer um pequeno corte no braço da espiã, e dando uma cotovelada forte na clavícula dela quando a ruiva tentou segurar seu pulso. A mercenária a empurrou para se afastar e abaixou a mão para pegar sua submetralhadora, só então percebendo que a mesma estava na mão de Hannah.

— Procurando alguma coisa? — a ruiva apontou a arma para Decker, que permaneceu parada.

No andar de baixo, Seung via a briga e ficou satisfeito por Hannah ter conseguido deixar a situação sob controle. Ele então recebeu uma mensagem de Paul dizendo que quatro mercenários haviam tentado segui-los, e que ele já estava bem longe do teatro.

— Jung, escaneie a área por outros dispositivos que eles possam ter implantado aqui. Só por garantia — ele disse, pegando sua arma e se preparando para subir e ajudar Hannah a levar Decker.

— Não tão rápido — eles ouviram uma voz de um homem com um leve sotaque latino. Olharam para o lado e viram quem Seung assumia ser o mercenário Martinez apontando uma arma na direção de Jung. — Que tal você me passar sua arma e talvez eu não atire nela.

Jung não poderia estar menos impressionada, e o suspiro de aborrecimento que ela deixou escapar mostrou isso muito bem.

— Pode atirar — Seung disse, se inclinando sobre o corrimão da plataforma casualmente.

— Irmão! — Jung olhou para ele, agora indignada.

— Ela destruiu minha moto brincando de GTA semana passada, eu sinceramente quero atirar nela nesse momento — ele continuou e ela lhe mostrou o dedo do meio. Martinez ficou confuso, mas não apreciou a brincadeira e puxou o gatilho.

O som do tiro não foi ouvido por causa do silenciador na arma, mas Jung continuou de pé depois que a bala atravessou sua cabeça. Ele precisou atirar de novo para ver que a bala estava literalmente atravessando a hacker, aquilo era um holograma.

— Que fofo, ele achou mesmo que eu estava aqui — ela comentou, com um leve sorriso.

Antes que Martinez pudesse reagir, Seung aproveitou a distração para avançar e agarrá-lo pelo tronco, o jogando com toda força para trás. Os dois caíram no chão da plataforma estreita e começaram uma luta corpo a corpo ali, com o mercenário por baixo tentando empurrá-lo para o lado e o espião desferindo alguns socos no rosto dele.

A imagem do holograma de Jung desapareceu e o dispositivo flutuante foi até a frente do palco e escaneou toda a sala, voltando em alguns segundos e voltando a projetar a forma da oriental ao lado de onde os dois ainda brigavam.

— Vai lá, Seung, uhuul! — ela torceu, em seguida fazendo um leve som de dor quando Martinez acertou uma bela porrada no rosto do espião e o jogou para o lado, quase o fazendo cair da plataforma.

Ela abriu outra tela holográfica para ver o que seu computador havia detectado nos scanners, e notou dispositivos que funcionavam por sinais de rádio estrategicamente colocados dentro do chão da cabine em que Jones estava.

— Ah, olha, eles têm bombas. Que surpresa — ela digitou algo rapidamente no painel holográfico e alguns códigos apareceram. — Quer tentar desarmar essa, irmão?

Ela olhou para o lado e Seung havia levado mais alguns golpes desde que ela começou a ignorá-los, mas havia conseguido prender Martinez em uma chave de braço e lutava para mantê-lo ali, enquanto o outro se debatia e desferia algumas cotoveladas na coxa do espião.

— Jung! — ele gritou quando ela ficou esperando pela resposta dele.

— Não precisa se estressar, já está feito! — a oriental só precisou clicar em mais um dos botões para a mensagem de que as bombas foram desarmadas aparecer em sua tela.

Eles ouviram, então, o som de tiros na plataforma de cima e viram Decker pular em cima de uma parte do cenário no palco, assustando alguns atores no processo. Hannah parou de atirar quando ela correu para o meio da plateia e desapareceu ali, já que não arriscaria acertar um civil.

Quando viu que a havia perdido, a ruiva desceu novamente e parou ao lado de Seung e Martinez, que ainda lutavam no chão. Ela acertou um chute no rosto do mercenário de forma que ele fosse nocauteado, e para a sorte dele estava sem salto. Ela, então, ajudou seu colega de equipe a se levantar e olhou para o holograma de Jung.

— Precisamos nos movimentar antes que eles mandem reforços. A Decker escapou — a ruiva olhou para Martinez, desacordado no chão ao lado deles. — Sem sinal do Freefall. Talvez ele soubesse que era uma armadilha.

— Não duvido, ele não é idiota.

— Então por que mandar uma parte da equipe dele se sabia que seriam emboscados? — Seung limpou um pouco de sangue que havia no canto de sua boca e também olhou para Martinez.

— Para ter certeza, talvez? Não faço ideia, mas acho que ele pode saber de algo. Paul e eu vamos cuidar do interrogatório, logo ele vai estar falando tudo o que queremos saber.

— Façam isso na Exodus — o comentário fez a agente olhar na direção dele com o cenho franzido. Exodus era o nome da base principal da Extreme Elite, e certamente não era o melhor lugar para interrogarem um terrorista.

— O Esquadrão Gamma opera na Citadel, Omega. Não gostamos dos outros heróis questionando nossos métodos.

— Não é seguro mantê-lo em Washington, teremos mais gente para ficar de olho nele em Viena. Vou falar com a Dimensionist, ninguém vai interferir com o que precisarem fazer para ele falar — Seung viu o holograma de sua irmã aparecer ao seu lado.

— A Amari vai adorar isso. Boa sorte trazendo ele até aqui, vamos estar esperando — e com isso, o holograma dela sumiu e o dispositivo foi desligado, parando imediatamente de flutuar e caindo na mão de Seung.

— Ok, agora precisamos achar um jeito de sair com um homem nocauteado sem levantar suspeitas — Seung olhou para Hannah, esperando alguma sugestão.

— Boa sorte descobrindo como fazer isso. Tenho que me livrar das armas — ela deu um sorriso fechado e pegou a arma de Martinez.

— Não vai nem me dar uma ajuda?

— Foi mal, não tô ouvindo, a música tá alta! — ela gritou, desaparecendo atrás de algumas cortinas.

Seung suspirou e colocou as mãos na cintura, olhando para Martinez. Seu rosto começava a doer conforme sua adrenalina abaixava, suas costelas também doíam, e ele precisava carregar um corpo. Aquele dia poderia ter sido melhor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pra quem ainda não sabe, a fic tem um tumblr onde além de eu responder as perguntas que vocês mandam para os personagens, também posto diálogos, edições e capítulos bônus, então deem uma olhada lá se estiverem interessados:

— https://extremeeliteheroes.tumblr.com/

Obrigada por lerem e até a próxima!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Extreme Elite" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.