— Oi meu filho!!! - falou com o mais lindo dos sorrisos e tocou seus pezinhos que estavam com o sapatinho que ele tinha lhe dado. - Aguenta firme que papai logo vai vir buscar vocês!!! - ouviu que Maria voltava e o encheu de beijos e ele soltou uma risada alta.

Maria ouviu o riso do filho e veio rápido para ver se tinha alguém com ele e estranhou o vazio daquela cozinha e estranhou mais ainda o chamado na sala e não ter ninguém.

— Do que está rindo em? - o beijou e aquele cheiro que sentiu no filho era inconfundível. - Estevão... - chamou buscando por ele ali e saiu de dentro da casa com o coração acelerado, seria coisa de sua imaginação ou ele estaria por perto? Seu coração se encheu de esperança e ao longe ele sorriu por saber que ela sabia ou sentia que ele estava por perto.

Maria voltou para dentro e foi ao filho e o pegou cheirando e ele riu achando graça, ela sorriu de volta para ele e Geraldo apareceu ali a vendo com o filho, ela estava linda naquela roupa e ele sentiu saudades dos tempos em que faziam amor loucamente.

— O que está fazendo que não me ouve te chamar? - olhou todo o ambiente.

Maria respirou fundo e colocou o filho de volta na cadeirinha dele para poder terminar sua comida.

— Então foi você quem me chamou? - o olhou.

— Sim e como sempre você não apareceu!!! - bufou.

— Eu fui sim, mas quando cheguei a sala não tinha ninguém!!! - voltou as panelas.

— O que está fazendo? - se aproximou do filho.

— Não é obvio? - falou sem vontade, seu coração ainda batia acelerado por sentir o cheiro de seu amor.

— Temos empregada para isso e também, você nem sabe cozinhar!! - debochou.

Maria sorriu para ele.

— A muitas coisas que você desconhece nessa nova Maria!!!

Geraldo sentiu como um tiro em sua cara e de imediato foi a ela e a puxou para seus braços e a encarou, era tão perfeita que ele a beijou a força, Maria se debateu e virou o rosto, mas ele seguiu beijando onde seus lábios alcançavam.

— Me solta Geraldo! - se debateu, mas ele estava empenhado em tê-la naquele momento.

Maria se desesperou e o filho começou a chorar pelos gritos dela e sua única reação foi chutá-lo no meio das pernas e ele gemeu se afastando de imediato dela. Ela pegou o filho de imediato nos braços e com os olhos cheios de lágrimas gritou.

— Eu tenho nojo de você!!!

— Maldita vaca!!! - gemeu as palavras.

— Você é um porco e se voltar a me tocar, você vai ver só!!! - saiu quase que correndo dali e foi para o lado de fora. - Mandem trazer o carro agora mesmo!!! - gritou com um dos seguranças que ia recusar. - Eu estou mandando e se não quiser perder o emprego é melhor que vá!!!

Ele se viu sem saída, mas sabia das regras e mesmo assim foi atrás do carro, pediu que o motorista a levasse onde quisesse, mas que não tirasse os olhos dela, ele assentiu e foi com o carro até Maria que entrou e pediu que o homem a levasse para qualquer lugar. Maria deitou o filho em seu colo e deu o seio a ele que mamou forte suspirando, já não chorava, mas tinha os olhinhos molhados e ela deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto.

Um lenço foi estendido para ela que pegou tentando controlar as lágrimas, Geraldo não merecia se quer isso, mas sabia que ele estava disposto a tudo e ela não iria pagar pra ver e ser destruída por ele ao ser tocada sem seu consentimento. O carro andou por mais ou menos vinte minutos e ela o viu parar, estavam de frente ao mar e por fim ela olhou para o motorista, mas não o identificou.

— Você é novo aqui? - perguntou.

— Sim senhora!!! - a voz era rouca.

— Então fique longe porque eu não o quero me vigiando!! - foi rude e saiu do carro antes que ele falasse algo.

A praia estava vazia e ela caminhou com o filho adormecido em seus braços, foi para a areia e sentou em uma cadeira que tinha ali e olhou seu bebê, mas o que queria mesmo naquele momento eram os braços de Estevão a amparando e a protegendo de seus próprios pensamentos. Maria se perdeu em seus pensamentos por longos minutos que nem percebeu que já não estava sozinha e a voz soou.

— Espero que esteja aproveitando a vista!!!

Maria sentiu seu corpo todo tremer e de imediato virou para trás e seus olhos voltaram a inundar de lágrimas e ele sorriu tão lindo que o ar chegou a faltar nela, ele que estava sentado se levantou e foi até ela, ajoelho na frente dela e tocou seu rosto. Maria deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto e o beijou rapidamente, Estevão a segurou em seus braços e desfrutou daqueles lábios que ele tanto amava.

— Meu amor... - separou seus lábios dos dele para respirar. - Você me achou.

Ele sorriu tocando o rosto dela.

— Eu não iria deixar o meu amor por ai!!! - a beijou mais uma vez.

— Eu te amo!!! - o apertou em seus braços com cuidado para não machucar o filho.

— Eu te amo muito mais!!! - era quase impossível parar de beijar seus lábios. - Foi difícil, mas consegui chegar até você!! - tinha o coração acelerado.

Estevão tinha planejado se mostrar a ela em alguns dias, mas ao vê-la daquele modo não podia deixar seu amor sozinha, Maria era tudo para ele e não permitiria que ela sofresse sozinha e ali estava ele mudando tudo para que ela se sentisse segura. Maria o olhava e seu coração estava desesperado para ficar com ele e ela disse rapidamente.

— Vamos embora daqui, eu não quero mais ficar um segundo sem você!!! - limpou as lágrimas.

— Meu amor, nós precisamos de calma...

— Não, eu não vou voltar mais para aquela casa!!! - o cortou.

— Meu amor, eu estive analisando Geraldo nesses meses e eu não quero que nada de ruim aconteça com você ou com nosso filho!!! - tocou os cabelinhos dele com um sorriso no rosto. - Ele está tão lindo e cresceu tanto!!! - seus olhos se enchiam de emoção só de olhar para o seu menino.

— Estevão, eu não quero mais ficar naquela casa!! - suspirou.

— E nem eu quero que você fique lá, mas precisamos de um pouco de paciência!!! - beijou seus lábios. - Vamos voltar para casa que está ventando para ele. - falou todo cuidadoso.

— Como pode querer que eu volte para aquela casa? - falou com desespero.

— Eu não quero, mas é preciso por enquanto!!! - a olhava nos olhos. - Você confia em mim?

— Sim!! - respondeu rapidamente.

— Então sabe que eu tenho razão!!! - a beijou mais uma vez e a fez ficar de pé para irem ao carro. - Vamos resolver com calma e mais cedo do que pensa estará saindo daquela casa.

Maria suspirou e caminhou com ele para o carro e ele abriu a porta para que ela entrasse e ela entrou pelo vento que batia em seu pequeno, Estevão entrou na frente e virou a olhando.

— Vai dar tudo certo!!! - sorriu.

— Eu quero que me leve para fazer amor antes de voltar para aquela casa!!! - foi direta e ele sentiu até uma pontada em seu coração.

— Maria...

— Eu não quero desculpas!! - estava bem seria.

Estevão sorriu e virou para ligar o carro, não seria sacrifício algum fazer amor com ela e ele saiu com o carro...