Gêmeas que Atormentam - o Retorno escrita por Janus, Lexas


Capítulo 4
Capítulo 4




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     - Procurando companhia, senhorita?
     - Pode ser... se ela estiver a altura - a mesma sorria para o rapaz de cabelos negros diante dela.
     - Se ele não estiver, ele está livre para procurar outra moça?
     - Se ele não se preocupar em apanhar um pouco de uma moça nada ciumenta, sabe...
     - Ah... mas será que ela consegue bater nele?
     - Ela é bastante forte...eu não duvidaria...
     - Mas ele é bem rápido.
     - É... concordo. Mas as vezes ele sabe ser bem lento...
     Mako-chan não suporta mais e o abraça, desejosa de estar com ele, de sentir o seu calor, seus braços ao redor dela, seus lábios tocando os seus.
     - Hmmm... hmmmm....
     - Hmmmm... linda....hmmm... lindinha... hmmm... e seus...hhhh... avós?
     - Continuam os mesmos de sempre. Como vocês ousam cortar nosso elo e nos deixar carentes?
     - Nos deixar? Não seria eu te deixar?
     - Minha irmã é cabeça-dura, ela ficou sentindo falta do Josh.
     - É?
     - E eu também, engraçadinho! Não andaram nos traindo nesse tempo, andaram?
     - Bom, estava falando com o acompanhante da moça mais gata desta época...
     - QUEM?!
     - Uma certa albina, sabe?
     - Ah.... espera... acompanhante?
     - Meu pai, ou melhor, meu futuro pai.
     - Puxa! E ela realmente usa roupas mais exageradas que as minhas?
     - Bom - ele olhava para o seu corpo e sorria divertido pelo fato de sua namorada estar querendo disputar logo com sua... com Anne - ela estava com a roupa de escola. Só que uns dois números menores que o dela.. daí...
     - MAS COMO EU NUNCA PENSEI NISSO?! - bufou a morena de cabelos espetados - é a primeira providência que vou tomar quando voltarmos ao nosso tempo. Encolher um pouco a minha roupa para me realçar mais!
     - Para que?
     - Para você ficar com ciúmes, lindinho... só isso. Mas estou brincando. E você também está, não é?
     - Mas ou menos. Ela é uma garota realmente escultural. Na verdade, acho que é mais alta que você, mesmo que agora tenham a mesma idade...
     - Hum.. - ela se concentra, sentindo a presença de Tony e de Anne na direção do parque do lago - eu quero ir ve-los. Vamos no lago?
     - Claro e - ele olha a moça de alto a baixo, sorrindo - meu amor, não que eu esteja reclamando, longe disso, mas... está com frio?
     - Por que?
     - É que, sei lá... essa roupa... não se parece em nada com as que você usa.
     - É da minha tia!
     - Sabia que ficaram bem em você? Sabe, está bastante elegante, juro.
     - Está querendo me dar alguma indireta?
     - Só estou te elogiando - desculpou-se - apenas isso. Mas você está mesmo mordida, heim? O que foi?
     - Ah.... minha irmã. Ela adora o Josh, mas não quer admitir.
     - Vem dizer isso para mim, é? Meu pai e meu tio sabem disso, lembra? Mas não podemos força-la, e ele também não vai querer uma resposta forçada dela.
     - Não é isso! Ah... esquece. Vamos passear, vai. Agora! Quero flagrar os... aqueles dois no flagra.
     - Flagrar os dois no flagra...
     - Nem comece! Você me entendeu. Vamos!
     - Olha... acabei de topar com eles agora e acho que vão ficar desconfiados se me verem novamente.
     - Topou, é? - ela colocava as mãos na cintura - confesse! Você foi é falar com ele, isso sim!
     - Bem... é, eu fui. Desculpe, não resisti.
     - Que vergonha... - ela maneava a cabeça de um lado para o outro - que decepção! Você, o mais certinho dos rapazes, o mais responsável, o mais educado, gentil, bom partido, e que foi o único que não puxou a cauda do Luath...
     - Foi o Josh quem ainda não fez isso... - interrompeu ele.
     - Que seja! O quase rapaz perfeito me aponta uma destas? Agora sim eu quero ir ver eles.
     - Não sei... acho melhor deixar para outra hora. Vai que a gente atrapalha eles e ela fica tão irritada, que quando voltarmos para nosso tempo, descobrimos que eu mudei de mãe?
     - É? Me parece que você não quer que eu vá.
     - Imagina. Querida... vamos, para que ir até lá? Já foi visitar seu pai no passado, eu acabei de fazer o mesmo com o meu... que tal darmos um basta a esse círculo vicioso?
     - Mas eu não visitei meu futuro sogro ainda! - disse ela com as mãos na cintura.
     - já vi que não vou te convencer do contrário, não é? Ok, ok, vamos lá, mas nada de gracinhas, ok?
     - Claro! - ela o pega pelo braço e o arrasta.
     Não demorou nem dez minutos para encontrá-los, tendo em vista as capacidades do casal. Mako-chan parou na hora ao ver aqueles dois, embora ainda assim se mantivesse afastada o suficiente para não ser percebida.
     Anne estava deitada de costas em cima de Tony, e este parecia acariciar seus cabelos. Interessante... nunca pensou que eles eram tão românticos assim.
     - Vai ficar vigiando eles ou me dar atenção?
     - Bobinho... - sorriu ela o observando e se sentindo como se estivesse apaixonada pela primeira vez. a mesma lhe dá um abraço, estalando seus ossos por completo, enquanto ele sorri. Certas coisas nunca mudavam.
     - Quer me aleijar, é?
     - Bem, veja dessa forma... se isso acontecer, vou ter que ficar cuidando de você, dando comida, banho...
     - Pensei que jovianos tivessem regras claras quando a relacionamentos afetuosos...
     - E temos... mas papai nos conhece e... bem - ela sorria maliciosamente para ele - se quiser, quando voltarmos pode desafiar o papai pelo direito de se casar comigo.
     - Hmmm... melhor deixar para depois, sabe. deixa eu te curtir mais alguns anos para morrer feliz.
     - Seu bobo - ela lhe dá um tapa no ombro, sorrindo - não prestou atenção nas aulas da historia de Júpiter? O teste joviano consiste em amor pela família. Você teria que enfrentar o papai, mas não precisa vence-lo, apenas dar tudo de si, dar o seu melhor em uma luta pela sua amada, numa representação de que você vai sempre se esforçar para preservar a unidade familiar com unhas e dentes.
     - Mas... e se eu não quiser dar tudo? Eu não gosto de lutar, sabe disto.
     - É só fazer igualzinho a um treino. Simples. Ele não vai exigir o máximo. Claro que se fosse um joviano ai sim você estaria com no mínimo a obrigação de usar tudo. Mas como não é... Mas se quer saber, você é um dos que tem mais chances de vence-lo um dia.
     - Jura?
     - Claro!
     - Sei não... acho que minha prima tem mais chances do que eu...ainda mais que ela tem um respeito enorme pelos dois, que são seus padrinhos. E por falar nela, estou preocupado. Muito.
     - Ela tem juízo, e os que estão com ela, também. Aonde quer que tenham ido parar, sei que não vão agir, devem estar agora tentando entrar em contato com Maya ou com a sailor plutão da época.
     - Os que estão com ela tem juízo?
     - Tanto quanto eu!
     - Agora eu concordo.
     - Como é?!
     - Bem, claro que...
     - Eí, olha só o que você fez! Eles foram embora!!!
     - Hã? - ele olha ao redor. E Tony e Anne realmente sumiram. Se concentra por alguns instantes e percebe o rastro de suas auras. Hum... se dirigiram para o parque da canção.
     - Bem, então vamos, já está ficando tarde e...
     - Nem pensar! Você vai ter que se redimir por ter feito isso!
     - E o que sugere?
     - Vai comigo fazer inveja paras minhas tias, isso sim!
     - Inveja? - ele ergueu os lábios, imaginando o que ela iria querer.
     - Isso mesmo. Quero ver as três babando por você, e eu falar na cara dura que podem babar, mas sou eu que sou a sua namorada!
     - Mas... mas...
     - Nada de mas, anda!
    

-x-

 

     Setsuna entrou na sala de estar e se espreguiçou um pouco. Parou um instante para observar as coisas. Ali. Sua vida particular, seu retiro.
     Seu reino...
     No sofá havia um vestido que ela tinha começado a fazer para a pequena dama. Mesmo depois dela ter crescido, não perdera o hábito de lhe fazer roupas. Ate que era estranho... por muito tempo considerou a pequena como a filha que jamais teria. Filha de um pai que ela desejou ardentemente que pudesse ser seu companheiro.
     O tempo cura tudo mesmo. Hoje, ela finalmente podia afirmar que tinha superado suas amarras do coração. Não mais via o rei como alguém a amar platonicamente até o fim de seus dias. Hoje era seu soberano e amigo. Nada mais.
     Mas, mesmo assim, ele era uma graça...
     - Puxa tia... já nem lembrava como era sua casa nesta época.
     - Não acho que tenha mudado muito... e você não andou me visitando muito nos últimos séculos, não é?
     - Nem a senhora... podia pelo menos visitar sua irmã mais vezes, não?
     - Eu estava ocupada, criança...
     - Sei! Estava era se aprisionando pelo rei.
     - Maya!!!
     - Foi a senhora mesma quem me disse isso, lembra? Ou será que vai me dizer ainda?
     - Não... isso foi há muito tempo, querida. Muito tempo. Aceitei o destino, o compromisso que ele já tinha... mas cometi o erro de achar que eu não tinha o direito de me envolver.
     - Tia... - ela colocou a mão no seu ombro - pare com isso, está bem? A senhora, quer dizer, a senhorita vai ser muito feliz, e vai realizar muitos de seus sonhos ainda.
     - Maya...
     - É crime eu lhe contar isso? Se for, ótimo! Sou culpada. Orion é uma gracinha e um tio que me alegra muito, especialmente pelo que fez pelo minha tia.
     - Só espero que a sucessora do manto de senshi do tempo siga esse mesmo conselho e não se feche para o mundo.
     - Eu me fechar? - ela deu um sorriso de confidência - a segunda em comando da turminha da lua? Pois sim! Eu só perdia para Sakura para arrumar paqueras, lembra? Claro, isso foi antes da Chi-chan entrar na disputa e acabar com a gente.
     - Pensei que tinha sido a "Cerejinha"... sabe, é engraçado lembrar disso agora, justamente com as lunares por ai. Quando as senshis imaginavam que já tinham passado por tal experiência, surgem as lunares. Lembro-me que elas perdiam a cabeça com as coisas que vocês faziam. Você, Seiza, Sakura... todas vocês.
     - Quem mandou fazerem uma nova edição? Bom, vamos ao que interessa. Eu pretendo abrir uma brecha no tempo assim que me recuperar, mas preciso de segurança para fazer isso. Ou seja, a senhora precisa me ajudar nisto, pois a senshi guardiã do tempo aqui é você.
     - Segurança? Maya, do que você...
     - Ok, ok... vamos ir direto ao ponto, tia. Sei muito bem que há um perigo bem grande em abrir o limbo NESTA época, algo que não havia nas outras. E por precaução, não quero que esse perigo se espalhe, concorda comigo?
     - Perigo... como? - ela espalmou sua mão na testa - ah que cabeça minha! Você é a senshi do tempo, claro que sabe das criaturas aprisionadas no limbo. Tem razão. Precisamos agir com cautela para abrir esta passagem, ou seja, você precisa estar plenamente capacitada para não permitir que ocorram desvios da brecha que vai abrir.
     - Sei disso. Houve um grande problema quando um incidente desse tipo ocorreu.
     - Ocorreu? Maya, o que...
     - Esquece, tia. Já foi resolvido. Há muito tempo atrás, vamos nos ocupar em assuntos mais urgentes
     - Como?
     - Como... hã... - ai, será que devia falar? Não quis falar antes para não preocupa-la sem necessidade, mas agora, quanto mais pensava no assunto, mas sentia que deveria falar com ela - bem... nada, não.
     Mas sua tia não se lembrava... o que era estranho, muito estranho...
     - Bem, e seus amigos?
     - Eles sabem se cuidar, Roger e Josh são bastante maduros.
     - Refiro-me as moças.
     - Elas não vão causar problemas e...
     [[Josh? Roger? Mako-chan? Haru-chan? ]]
     Mas que hora para Josh resolver contar o elo, pensava. Uma coisa não saia da sua cabeça: estavam aprontando alguma coisa.
     - E...? - chamou Setsuna, esperando ela completar a frase.
     - E.... elas não vão fazer nada. Com certeza vão se comportar. Afinal, esta viagem foi para mostrar a ambas o perigo de viajar no tempo por diversão.
     - E até eu acabei entrando nessa, não é? Diga-me, como foi que ele me convenceu a dar aulas extras para elas?
     - A senhora sabe muito bem que o líder da minha linhagem sabe ser convincente, do contrário, não teria conseguido falar com Chaz. Mas elas irão se comportar... ao menos, enquanto Roger e Josh estiverem com elas, espero.
     - Líder da... sua linhagem?
     - Somos primos, lembra?
     - É mesmo...
     - Pois bem. Como eu disse, ele é bem convincente. Ainda mais casado com a mulher que é a líder da linhagem de Chaz.... opa!
     - Ele... - Setsuna olha impressionada para Maya - aquelas duas...
     - Tia... sem perguntas, tá?
     - Mas... mas... aquela garota... aquela moça, ela... ela... deve ter sido uma surpresa... talvez um choque descobrir que justamente ela era parente daquele homem...
     - Eu pedi para não perguntar - Maya sorriu de forma reprovadora - bem, qual o local que a senhora considera mais seguro para abrir esta passagem?
     - Na sala de reunião das sailors. É um dos melhores.
     - Certo, vamos até lá. Quero verificar algumas coisas antes de mais nada.
    
  

   -x-

     
     Que tonta que ela havia sido. Tinha ido com tanta pressa até o palácio procurando por Maya, que nem prestou atenção se ela estaria lá. E pelo visto, a mesma estava na casa de Setsuna. Teria poupado um tempo enorme se ela tivesse localizado-a antes.
     - Oi, Haru-chan. Passeando pelo palácio?
     - Josh - ela balançava a cabeça. Definitivamente, sua irmã havia conseguido tirá-la do sério, a ponto dela estar totalmente desatenta - o que faz aqui?
     - Vim atrás de Maya, achei que ela pudesse precisar de ajuda, e quando percebi que você estava aqui, achei que nós dois podíamos ajudá-la. Só não entendi o que você está fazendo aqui, se ela está na casa da tia.
     - Eu me enganei, está bom? Me enganei, me confundi, E VOCÊ ME DEIXOU FORA DO ELO!!!!
     - Ei, calminha - ele ergue os braços em sinal de defesa - apenas lhes dei um pouco de privacidade para com seus avós.
     [[Já restabeleci o elo, satisfeita?]]
     [[Assim está melhor]]
     - Como foi com seus avós?
     - Vovô não estava, mas vovó, sim. E em carga máxima, nunca a vi assim antes. Queria por que queria saber o meu nome completo e o de Roger, e ainda por cima queria saber quem eram os nossos pais. Tivemos que dizer que íamos dar uma volta, do contrário ela iria ficar no nosso pé o tempo todo.
     - Ora... - ela sorria - quer dizer que o charme de vocês vitimou a vovó Minako? Essa eu queria ter visto!
     - Não! Não foi nada disso - disse ele ficando ruborizado - ela... ela sabe que sou neto dela e... e...
     - Não precisa se explicar. Mas eu queria ter visto, ou... ouvido.... por isso cortou o elo, não foi?
     - Bem... sim. - ele detestava mentir para ela, mas era isso ou ouvir um monte depois.- não sei o que deu nela. Imaginei qual seria a reação, mas... ela tentou até usar seu poder empático em Roger, e por pouco ele não escapa. Bem, e agora, o que faremos? Quer ir atrás de Maya?
     - Primeiro eu pensei que sim... era atrás dela que eu estava. Mas... - ela o olha com um olhar de desejo - já que você está aqui... que tal darmos uma volta?
     Ah, não! Ela vai querer passear no lago. E era bem possível que uma certa loira resolvesse procura-lo por lá...
     Ele lhe estende o braço, mas como previsto, ela o enlaça na cintura, e ambos vão caminhando pelos corredores do palácio.
     - Estão aproveitando a estadia?
     Ambos olham para o lado, vendo justamente quem esperavam encontrar, a rainha.
     - Claro! - disse Haru-chan sorridente e o amordaçando com um beijo - especialmente com este gatão aqui! E o que é melhor... - ela sorria ainda daquele jeito - sem nenhum pai ou mãe para ficar em cima.
     - Mas eles nunca...
     - QUIETO! - ela pôs o dedo na sua boca - não me contrarie agora.
     Mas o que deu nela? Um ataque de "vamos curtir um pouco?"
     - Só um instante, vocês dois. Josh e...
     - Haru-chan.
     - Certo. Escutem, eu já havia dito isso antes, mas não quero saber de vocês dois se exaltando, entenderam? E se por algum acaso vocês toparem com algum incidente que só suas habilidades possam resolver...não o façam, temos as senshis para resolver isso, entenderam?
     - A senhora está falando para não usarmos nossas capacidades se foram a única saída?
     - Não mocinha... - ela olhou feio para Haru-chan - estou falando para NÃO IREM ATRÁS DE PROBLEMAS, fui clara? - a última parte ela completou falando docemente.
     - E por que iríamos? - respondia  ela com um sorriso - afinal, sou apenas uma universitária, não sou uma de suas senshis, tampouco estou em meu tempo para procurar problema, se acontecer, será por que aconteceu, não por que procuramos.
     A rainha cruzou os braços e olhou passivamente para a moça. Josh sentiu uma certa coceira na nuca. Sua soberana estava mais intimidadora do que jamais tinha visto, e era bom Haru-chan se controlar um pouco mais.
     - Minha cara, o que eu estou dizendo, é que você não deve fazer nada para interferir neste tempo, mesmo que quem você ame esteja ameaçado de vida. Apenas isso.
     - Majestade - agora Josh se pronunciava  - não é e nunca foi de nosso objetivo interferir na linha do tempo, e nossos pais sempre foram sinceros conosco, nunca omitiram fatos de seu passado, pois sabiam que se algo assim acontecesse conosco, poderíamos acabar causando uma mudança na linha do tempo por causa de um fato desconhecido, mas que ocorreu e foi omitido de nós.
     - O tempo não é sagrado, Josh. É flexível e se dobra a quem quiser toca-lo. Independente de saberem ou não o que fazer, a presença de vocês aqui não estava escrita, e não existe destino senão o que nós fazemos. Por mais que lhe tenham dito o que já houve, existem milhares de coisas aos quais seus pais não sabem, assim como há coisas que eu não sei e nunca saberei. E se esse seu comentário de omissão for algum tipo de indireta, eu lhe jogo na sua cara que há muitas coisas que você já deve ter feito e não tem interesse de comentar com seus futuros filhos ou netos, como o que almoçou no mês passado.
     Caramba! Como ela estava afiada agora! No seu tempo era bem mais compreensiva e tolerante. Melhor se comportar se não quiser uma senhora aula de como dar um sermão em engraçadinhos que acham que podem soltar picuinhas.
     - será mesmo, majestade? Bom, quanto a isso, só o tempo dirá, não é mesmo? Mas eu não a culpo.Na verdade, tenho até que agradece-la, sabe. Afinal,  é graças a senhora que eu estou vivo, mas deixa para lá.
     - Josh!
     - Calma, Haruka. Ela já percebeu quem eu sou mesmo. De certa forma, não devemos tudo a isso, a essa omissão, ao trabalho bem feito que fizeram ao esconderem seu passado? Mas deixa para lá, quem sou eu para julgar vocês pelo que fizeram e ocultaram, não é mesmo? Se me dá licença, majestade, mas eu tenho uma bela moça para acompanhar, com sua licença...
     Haruka segue pelo corredor praticamente puxada por Josh. Várias vezes põe a cabeça para trás, apenas para ver a rainha de braços cruzados e com um sorriso no rosto. Mas... mas o que foi que deu no Josh para falar daquele jeito com ela?
     - Todos cometemos erros Josh - disse ela quando estavam quase para entrar em uma curva do corredor - mas não nos considere como sabendo o que fazemos. Assim como você estará eternamente aprendendo a viver sua vida, também estamos fazendo isso.
     - Não me considero, majestade - dizia, parando poucos passos do portão - como posso saber, não é mesmo? Afinal,  nem nasci ainda. É muito fácil eu achar que  só por que me contaram sobre o que todos fizeram no passado, sei o  que faziam e o que sentiam. Afinal, por mais que me digam, não serão minhas experiências, mas as de outras pessoas. E não se pode viver da vida de outras, mas podemos toma-las como exemplos para o futuro, não? Estou fadado a cometer erros. Todos nós. Até mesmo os grandes mestres erram, pois se não errassem, não seriam mestres,  não  é mesmo? De qualquer forma, foi bom conversar com a senhora, majestade.Com sua licença - ele segue seu caminho, atravessando o portão junto com Haru-chan.
     - Posso saber que parte de não interferir com o tempo você não entendeu?
     - Eu não interferi em nada...
     - Não? - ela pos as mãos na cintura e olhou assustada para ele - vai me dizer que falar isso para a rainha não pode lhe dar uma maneira diferente de ver e fazer as coisas agora?
     - Bem... - ele começou a tremer um pouco. Talvez tivesse passado da conta, afinal...
     - Acho que você passou um pouco da conta, sabe....
     - É...
     - E se isso agora afetar nosso tempo? E se não nascermos por causa disso?
     - Duvido. Embora parecesse, eu e ela não estávamos discutindo. Estávamos conversando, sabe. A rainha é muito sábia. Muito mais do que nós possamos imaginar. Ela tem convicção de suas decisões, e não chegou a elas por puro acaso.
     - E porque você falou tudo aquilo?
     - Senti vontade - ele sorriu - vamos indo?
     - Sabe, Josh... as vezes acho...
     - Que eu devia me controlar mais, não é mesmo? Eu sei, mas é esse o meu problema, sou sincero demais. Se bem que Não consigo me sentir mal por isso, sabe.
         


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