Gêmeas que Atormentam - o Retorno escrita por Janus, Lexas


Capítulo 5
Capítulo 5




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     - Eí, para onde estamos indo?
     - para qualquer lugar, minha linda.Qualquer lugar.
     - Mesmo? que tal para lá? - ela aponta para a sua esquerda.
     - Melhor não... é muito perigoso, Haru-chan.
     - É, por que? Tem alguém que você não quer encontrar lá?
     - Quem, eu? Claro que não!
     - Então, por que ficou envergonhado?
     - Bom... é que... bem...
     - Hmmm... por que eu sinto que você fez arte?
     - NAO FIZ ARTE! É ELA QUE ESTÁ NA MINHA COLA! NAO ME DEIXA EM PAZ DESDE HOJE CEDO!
     - Quem não te deixa em paz?
     - Rita.
     - Mas justo ela?
     - Eu tive que inventar uma desculpa, do contrário ela não iria me deixar em paz. Mas ela está aqui perto, naquela direção, como se soubesse onde eu estou!
     - Bom... ela só perde mesmo para o seu pai para rastrear uma aura...
     - Mas ela não sabe fazer isso agora - ele olha em direção a onde sentia sua presença e sente um calafrio - pelo menos, acho que não...
     - Está com medo de uma garota? - ela sorria - eu não acredito!
     - Qual é o problema? Você ficou com medo da cara que a sua mãe fez quando eu e Roger fomos na casa da sua tia convidar as duas para sair e descobrimos que estavam de castigo, lembra?
     - Isso foi diferente - ela cruzou os braços e virou-lhe as costas - minha mãe é uma verdadeira gata selvagem as vezes. E naquele dia estava pior que um tigre. Só porque fizemos uma artezinha. Até parece que ela nunca foi adolescente.
     - Retiro o que disse, gata - ele a segura pelos ombros, a mesma ainda de costas para ele - você é tão expontânea e imprevisível que as vezes me assusta.
     - Eu que sou expontânea e imprevisível, é?
     - Sim. Mais que eu. Certo, sou expontâneo, mas não imprevisível. Na verdade, é a característica que puxou dos seus pais que mais me agrada.
     - Pensei que era o corpo de miss, a inteligência de gênia, e a quase falta de vergonha... - ela sorriu para ele.
     - Tudo isso e essas outras características, ou se esqueceu que o quarteto "computador ambulante" tem dois rapazes do mesmo porte, lindinha?
     - Nossas bundas fazem mais sucesso que as suas!
     - É...nisso é verdade. E o seu jeito... sua personalidade... seu ímpeto... - ele acaricia seus cabelos, enquanto ambos dividiam  um gostoso abraço - seus  lábios - a mesma á sentia a respiração dele bem próxima, devido a distancia que seus lábios se encontravam.
     - Josh - murmurou ela, enebriada com seus lábios - eu... lembra quando me pediu em namoro?
     - Sim... - ele continua a aproximar a cabeça dela, até os lábios se tocarem.
     Trocaram um doce, melado e gostoso beijo, enquanto se abraçavam. A mesma se deliciava com os lábios e a língua do loiro, e ele, com a simples presença dela. Ficaram ali,  parados, abraçados por cinco minutos.
     Ela se separa com uma expressa única.
     - Josh, eu...
     - Shhh. Não desça desse pedestal no qual eu te coloquei. Ainda não - ele a fita, segurando seu queixo por alguns instantes - ok, pode descer.
     Ele a abraça mais e mais, e ambos vão caminhando para o lago.
     - Haru-chan... que tal um passeio de barco?
     - Adoraria!
     - Ele entra no barco, apoiando-a para entrar, mas...
     - Aham....
     - Já sei, já sei - ela aperta um botão em seu bracelete e depois no outro. - satisfeito?
     - Muito.- ele a toma pela cintura e a conduz para dentro a balsa, aonde ele assume os remos e vai se dirigindo para o único local aonde Rita não poderia incomodá-lo: o meio do lago.
     Pelo menos, ele acreditava nisto.
     A distância, ele percebeu Roger e Mako-chan se aproximando. Só faltava uma nova edição da corrida de gôndolas que eles faziam. Mas ali, naquele momento, não queria mais nada além dela, somente ela.
     Agradável era sua presença, estar ao lado da mesma.
     No fim, até que serviu para algo mais essa visita ao passado. Estavam descansando das ultimas confusões de sua vida, e o que é melhor, ninguém estava pressionando-a, para variar.
     Ele se encosta na outra extremidade do barco, quando percebe que ela estava mexendo sua língua para ele. Estava chamando-o, mexendo sua língua de uma forma que ele nunca vira outra moça fazer igual. Sem se fazer de rogado ele avança, enlaçando a cintura da moça ao passo que realiza um nó lingüístico com ele. E pensar que nem era de noite ainda...
     Bom, não era a toa que os pais de todos recomendavam aquele lago para passear com um par. E, pelo que se lembrava, fora neste mesmo lago que a antiga senshi do tempo acabou mudando de vez sua personalidade.
     E, curiosamente, fora o mesmo local em que o pai de Roger conquistou a mãe dele por completo, o tio dele reassumiu seu romance com a tia... E também, foi justamente aonde os pais de Josh fizeram suas juras de amor eterno.
     Que coisa.
     Devia ter algo especial por ali. Afinal, era chamado de parque do lago, não lago do amor. Embora mesmo antes deste tempo atual, ele já fosse conhecido por tal efeito meio mágico nas pessoas. Como se o mesmo tivesse sido tocado por algo muito especial, que podia espalhar amor e reconciliar corações. Claro, contanto que o sentimento fosse verdadeiro.
     - Josh - começou ela se alinhando no seus braços - que tal remar um pouco?
     - Me acompanha?
     Hum... ela sorriu levemente para ele. Que sem vergonha! Estava imitando exatamente o que os pais dele fizeram na mesma situação. E ela adorou a idéia. Deviam passear naquele lago mais vezes...
     Ela encosta gostoso suas coisas no peito dele, e ambos vão remando sedutoramente até o meio do lago e dando voltas e voltas por ele, ao passo que ela sente a respiração dele passeando pelo seu cangote.
     - Se continuar assim, vai me conquistar de vez - murmurou ela, alegre com o calor de sua respiração próxima de si.
     - Bem, sendo assim, então é melhor eu me esforçar mais ainda - ele lhe cruza seus braços, unindo-os em torno da barriga dela e em cima dos braços desta, massageando-a, enquanto lhe dava um gostoso abraço. Ela apenas se aconchega melhor sobre o seu corpo, e sorri alegre observando o espelho d’água quebrado levemente por ondulações da gôndola em que estavam.
     - Este local deve ser mágico...
     - E é. Eu soube que há muitas eras atrás aqui havia uma fonte, que alimentava um lindo jardim de rosas. Tal jardim era mantido por uma bela e doce deusa celestial venusiana. Por séculos ela criou suas flores e espalhou seu amor sobre estas, de forma que as mesmas "contaminaram"  o solo com esse amor. Com o tempo, tudo se foi, as flores, a fonte, tudo! Vieram as cidades, as guerras, os períodos de paz. Por fim, surgiu nossa cidade. E a rainha, percebendo como era especial este local, ordenou que fizessem um lago para os apaixonados se divertirem, pois mesmo hoje o solo está impregnado com o amor daquela deusa que antes cuidava de um lindo jardim.
     -  Inventou tudo isso agora ou estava arquitetando esta história faz tempo?
     - Faz diferença? - ele a apertou mais em seu abraço, aproveitando para roçar o nariz levemente em sua nuca.
     - Não...
     Eles não disseram mais nada. Permaneceram ali, a gôndola sendo levada docemente por um vento sussurrante, um nos braços do outro, compartilhando o carinho, o momento, e um evento que pertencia apenas a ambos.
     E a um par que estava um pouco distante.
     - Aham - uma voz que ele não queria ouvir se manifesta - desculpe, mas... não tínhamos um encontro, lindinho?
     Ele abre os olhos e a vê - pelo seu ponto de vista, estava de cabeça para baixo - quando desvia o olhar, acaba cruzando com o de Haru-chan, que olhava para ele de forma bem desconfiada.
     - Eu...
     - E já está me traindo? Por acaso não lhe ensinaram a paquerar com apenas uma linda e sedutora moça por vez?
     - Ai...olha, agora não. De todas as vezes que você podia pegar no meu pé, agora não, por favor!
     - E porque não? Me deixou feita uma tonta te esperando, disse para confiar em você, e é assim que me trata? Não senhor! A única forma de se desculpar é dispensar ela e sair comigo, A-GO-RA!
     - Sabe, Rita... nunca te ensinaram o significado de um "não", correto?
     - Você não me disse não - ela batia o pé e estava de baços cruzados - disse que ia me encontrar em uma hora, e sumiu com o cristal. Se queria dizer não, devia ter dito de cara.
     - E você ia ouvir?
     - Claro que não. Só se tivesse compromisso. Vocês tem compromisso? - Ela olhou diretamente para Haru-chan, e esta, que até então estava se divertindo com a falta de jeito de Josh, começou a suar frio.
     E agora? Se dissesse que não, a mesma o agarraria e nem com toda a sua habilidade ele poderia faze-la "querer" ficar desinteressada nele. Rita tinha uma resistência enorme a manipulação empática, e isso desde menina. Claro que a culpa era de Minako, que sempre tentava dar um freio na menina com suas saídas, mas só conseguiu lhe dar resistência a isso.
     E se dissesse que sim... ela... ele ficaria super feliz, mas a mesma não estaria sendo sincera. Ela ainda não queria um compromisso mais sério. Ainda não....
     Mas a situação não estava muito boa, isso era verdade.
     Mako-chan, Roger... vovô, vovó... alguém, por favor, apareça!
     No entanto, a reação fora diferente do que ela esperava.
     Josh segurou sua mão e a puxou para fora da gôndola, andando ao seu lado e ignorando por completo a presença de Rita.
     - EI!!!! - gritou ela - É assim? Vai me ignorar? Nenhuma satisfação?
     Ele não respondeu, apenas continuou se afastando.
     - Eu devia saber - continuou ela falando sozinha - nenhuma educação, gentileza, cortesia... apenas mais um rosto bonito que adora aparecer e seduzir as moças, usando-as a vontade.
     Josh parou. Parou e apertou os punhos com força. Não pelo que ela disse, mas porque era, ao menos naquele instante, verdade.
     - Josh... - murmurou Haru-chan, percebendo que ele estava se roendo por dentro - não fique assim. Olha... sai com ela, vai. Pelo menos não vai ficar travado entre suas convicções e suas necessidades.
     Ele a observa, incrédulo pelo que disse. Sabia que estava sendo sincera, e sabia que ela estava dizendo isso por ele. Mas... porque isso tinha que acontecer logo agora?
     - Não posso... não quero...nem ao menos seria uma boa companhia, pois só estaria pensando em você. - ele se vira para Rita - me desculpe, Rita. Me desculpe, mesmo... mas eu não vou sair com você, e me desculpe pelo bolo.
     - BOLO? Você não me deu bolo nenhum! Nem mesmo um beijinho....
     Ai... como era o termo mesmo? Bom, deixa para lá.
     Ele se vira e se afasta da loira, se amaldiçoando por dentro por não ter falado um não logo de cara para ela. Teria evitado esta situação, bem como uma longa seção de tortura pessoal por permitir-se mentir daquela forma tão descarada, brincando com os sentimentos dela.
     - snif... snif...
     Ah, não...
     - Josh... vai lá...
     - Ela está fingindo. Sei que está.
     - Mas ela é sua... pelo menos...
     - Ai... tá bom.
     Ele se aproxima dela, parando diante da mesma.
     - Me desculpe...
     - Tudo bem - disse ela esfregando as mãos nos olhos - você apenas achou uma moça mais bonita que eu e foi atrás dela... tudo bem... não é a primeira vez não. É que eu nunca abandono um encontro marcado... pensei que todos tinham respeito para pelo menos avisar antes que perderam o interesse.
     - Eu... eu... olha, Rita... me desculpe, não foi a minha intenção... mas você apareceu de repente, me deixou sem saída, e parecia que não iria me largar de jeito nenhum... desculpe.
     - Era só ter falado que tinha outra garota na cabeça, ora - ela pos os braços na cintura - é o que qualquer rapaz decente e gentil diria. Mas você realmente não é assim... tudo bem. Tchau, pode se divertir com sua amiga... eu vou procurar alguém para me levantar a moral....
     Ela se vira e começa a se afastar dele. Ela... ela não estava fingindo. Estava realmente muito chateada com o que houve. Como se sentia mal por isso.
     - Espera - ele coloca a mão no seu ombro - aquele encontro ainda está de pé?
     - De pé? - ela o olhava incrédula - mas... que tipo de rapaz é você? E sua amiga? Como fica?  Acha que eu sou do tipo que se diverte tirando a paquera dos outros? Acorda!
     - Não mesmo, tenho certeza que não. Mas quero me redimir pelo que fiz, ok? E... bem, ela me conhece, sabe que não tem motivos para ter ciúmes de mim.
     - Agora?! Josh.. é o seu nome, certo? Bem. Termine o que ia fazer com ela. Eu é que não vou me sentir bem se a largar para sair comigo.
     - Que seja, mas ainda assim, quero me redimir. Hoje a noite apareço na sua casa levando flores, ok? E também não aceito um não como resposta. E se me dá licença...
     Ele se afasta dela, voltando para a sua companhia atual.
     - E seu eu tiver compromisso?
     - Não tenha, a noite serei todo seu. É uma promessa!
     - Igual a que vez quando ia se encontrar comigo? Desculpe... - ela ficou incrivelmente séria e... e... madura? - eu posso ser meio aérea, mas para estes assuntos não.
     - Nesse caso - ele se vira, sorrindo seriamente - então seus pais vão receber um buque de flores. Até mais.
     - Bom - murmurou ela observando o par se afastar - pelo menos que sejam margaridas.... os dois gostam desta planta.
     - E agora, aonde vamos?
     - Hmmm... sabe que eu não sei? Fiquei um pouco chateado pela Rita, sabe. Não queria ter feito isso com ela.
     - Não se culpe. Você tomou uma decisão, seria apenas uma questão de tempo até um dos dois se magoar, ou ambos.
     - Eu sei, bem...alguma sugestão do que poderíamos fazer agora?
     - Que tal irmos jantar no Tóquio Café?
     - Bem... prometi para Rita que iria entregar flores para os pais dela, se é que me entende... mas temos algumas horas para aproveitar, e quero desfrutá-las ao seu lado.
    

-x-

 

     - Deixa eu ver se eu entendi, querida... está dizendo que hoje de manhã um rapaz esteve aqui e ele era nosso neto?
     - Exatamente!
     - E... tem alguma coisa que prove isso, só para constar?
     - Tsc, tsc,tsc - ela balançava o rosto - por acaso não acredita em mim? Ele é nosso neto e ponto final! Pena que Não pode ver a aura dele, do contrário notaria a semelhança com a de Rita.
     - cof, cof, cof...
     - Está passando bem?
     - Nada não, apenas uma tosse. Cof, cof, cof, cofacredito, cof, cof, cof.
     - Não venha com gracinhas não! A Rita.. - ela se vira na direção da porta e fica muda por alguns instantes - ela está chegando. Bico calado, entendeu?
     - E o que você quer que eu diga? "Oi, Rita, adivinha que esteve aqui hoje de tarde?".
     - Engraçadinho! Oi, filhota!
     - Oi mãe.. pai.. - ela passou cabisbaixa pela porta e seguiu até a geladeira, pegando um suco de frutas. Minako sentiu a grande desolação que assombrava a filha.
     - Filha... tudo bem?
     - Só um fora que levei... um rapaz lindo me deixou esperando a tarde e saiu com outra... nada demais...
     - O que? Mas quem foi o canalha?
     - Aham...
     - Afonso, ouviu isso? não se fazem mais cavalheiros como antigamente! Ah, se fosse comigo, esse rapaz iria levar uma surra bem dada pra aprender a ser gentil com as mulheres!
     - Deixa para lá, mãe.  Já foi. Mas ele ainda teve a cara de pau de largar a outra só para compensar a gafe... é um inconseqüente mesmo.
     - Calma, minha filha, calma. Tenho certeza de que vai encontrar alguém que seja mais gentil e... querida, estão batendo na porta.
     Ele olha, percebendo que Minako fazia movimentos inaudíveis com a boca. Isso significava...
     - Boa noite - ela abria a porta para Josh, o qual carregava dois buques de flores.
     - Hã,... - ele olha surpreso para o rapaz loiro ali. Realmente, era parecido com Rita.
     - É ele! O sem vergonha - disse Rita apontando - não acredito que ele falou a verdade desta vez....
     - Boa noite de novo - ele dá um beijo na bochecha de Minako, um abraço em Afonso - entregando-lhe as flores - e um beijo na testa de Rita, entregando-lhe as outras flores. - desculpem a demora, vou tomar uma ducha e já desço par me unir a vocês, ok? - ele segue, entrando no banheiro e deixando-os para trás.
     Minako olhava arregalada para Rita, e Afonso apenas suprimia a vontade de rir. Rita,.... ela....
     - Rita... você... era este o rapaz?
     - Sim! Um gatão, e me deixou esperando. Mas... - ela olha para as flores e sorri muito feliz - acho que posso perdoá-lo. Mas quer dizer que vocês já se conheciam, é? E essas flores? Anda se divertindo por ai, é?
     - Rita!
     - Brincadeirinha!
     - Rita - começou seu pai - o rapaz é um convidado de sua mãe. Ele vai ficar hospedado aqui por um curto período de tempo e..
     - JURA?! Ele pode dormir no meu quarto?
     - No seu... RITA ELE É SEU... - ela ficou muda de repente. Não era uma boa hora para dizer isso. Pensando bem, era melhor nunca falar isso.
     - Meu o que?
     - Amigo... - murmurou ela - convidado, quero dizer convidado...
     - Então, meu convidado vai dormir no meu quarto comigo.
     - Ah, mas não vai, mesmo! Nunca! Jamais! Nem pensar! Você dorme no seu quarto, e ele dorme no quarto do...
     - Do...?
     - Do... de hospedes!
     - Tudo bem. Fica do lado do meu e posso visita-lo a noite.
     Ela sobe as escadas correndo, antes mesmo de sua mãe ficar horrorizada com o que ouviu. Mas uma coisa ela tinha que reconhecer.
     Rita estava radiante agora.
     Era como se...bem... como se algo no seu neto despertasse uma alegria nela.
     Muito mais do que o desejo, como se algo nele fosse bastante familiar nela.
     - Bem simpático o nosso neto... Joshua, certo?
     - É, ou Josh, se preferir. E anda, nada de piadinhas, entendeu?
     - Como assim piadinhas? - ele a olha divertido - até sei quem é o pai...
     - SE ELE É O PAI, RITA NUNCA PODERIA SER A MÃE!!!!
     - E porque seria?
     - Bem, porque.. porque... porque... porque não, oras.
     - Querida... estava achando que Rita era a mãe dele, certo?
     - Passou pela minha cabeça... se parecem tanto... o brilho das auras... na verdade... nunca pude comparar esse brilho que Rita tem na adolescência com o dele. Tenho uma idéia, tenho a marca, mas comparar, um de frente para o outro...
     - Deve ser por isso que ela está tão alegre. há pouco estava arrasada, e agora...
     - Como assim?
     - Querida... - ele a olhou de forma compreensiva - posso não ser um venusiano, mas sempre notei como ambos eram ligados. Um sempre sabia o que o outro sentia.
     - Vamos continuar com isso depois, eles estão descendo.
     Ela observa as escadas com certo temor. E quando ambos descem estas, o temor vira horror! Eles.. eles estavam andando de mãos dadas, como se fossem namorados.
     - RITA!!!
     - Mas como a senhora está assustada hoje... - respondeu ela a olhando de forma curiosa - desse jeito, como vai reagir se eu trouxer um namorado de verdade para casa? Vai desmaiar?
     - Querida... mais um pouco e você vai ter um enfarte. Bem, Josh... boa noite, então.
     - boa noite, senhor Afonso.
     [[Vejo que o senhor continua o mesmo, vovô]]
     Ele arregala os olhos e observa o rapaz ali, completamente aturdido com isso. Não esperava que ele tivesse capacidades telepáticas. Não mesmo. Espera um pouco... como ele entrou no seu elo com Sume?
     [[Eu pedi licença, não se preocupe]]
     [[Estou impressionado. Mas Sohar e os outros...]]
     [[Estão filtrados, não se preocupe. Posso dividir os elos. Mamãe me ensinou.]]
     [[Sua mãe?]]
     [[É a mais poderosa telepata entre os senshis, ocasionalmente superando sailor Marte. Mas boa parte desta minha capacidade é do meu visor que me ajuda a separar os elos. Ninguém mais está nos "ouvindo"]]
     [[Impressionante. Espere um pouco... Sailor Marte. hmmm... de quem estamos falando?]]
     [[Da mesma pessoa que o senhor está pensando. Ela era a sucessora, lembra? ]]
     [[Imaginei algo do tipo. Bem, seja bem vindo, Josh. Se divertiu muito hoje de tarde?]]
     [[Foi uma das melhores da minha vida, vovô.]]
     - Vão ficar quietos? - Minako olhava para eles, que não tinha dito mais nada, mas se observavam diretamente.
     - Desculpe, eu estava apenas observando a semelhança dele.
     - Somos parecidos com o que queremos ser, senhor Afonso, nada mais, nada menos do que isso. Posso ser alegre, posso ser triste, posso ser belo... se assim me sentir bem, é o que serei.
     - Adoro isso num homem - murmurou Rita o abraçando e praticamente sentando no seu colo.
     - RI... - ela olhou para Afonso que fez cara feia e completou em voz baixa - ta! Você não acha que está um pouco desrespeitosa?
     - Mas.. - ela não entendia - só estou sendo eu mesma. Algo errado nisto?
     - Não minha filha, nada.
     - AFONSO!!!
     - Querida... será que já esqueceu que Rita é assim mesmo? Ela adora uma paquera, e você já me disse que não ia mais ficar muito irritada por causa disto.
     - Eu sei, mas... é diferente agora.
     [[Não se preocupe vovô, eu seguro as pontas]]
     [[Acha que consegue? Ela é muito pegajosa as vezes]]
     [[Vamos por assim. Ou eu consigo, ou causo o maior paradoxo temporal que se poderia imaginar]]
     [[Hmmm... prefiro não arriscar. Afinal, sabendo quem você é e como minha filha é... o resultado pode ser imprevisível]]
     - Sabia que você é uma graça?
     - Obrigado, mamãe diz a mesma coisa de mim todos os dias.
     - Filha, isso lá é jeito de falar com as visitas?
     - Mãe, a senhora acha que quando eu trouxer um namorado para casa, vou ficar paradinha namorando na sala e diante dos olhos de vocês dois?
     - Não vai?
     Rita olhou para sua mãe com uma expressão impagável. Ela não acreditou no que tinha ouvido. Por acaso pensava que era uma santa?
     - Paradinha eu não vou ficar mesmo!
     - Eu tenho uma pergunta... por que com "alguns" é "Minha jóia"- ele fazia uma perfeita expressão de Minako, com direito a voz e cara de alegria - e com "outras" é RIIITAAAAA?
     - Jóia? - perguntou Rita estranhando.
     - Eu também queria saber - afirmou Afonso.
     - Hã... - Minako se sentia muito quente - apenas um hábito...
     - Não tem nada a ver por Rita ser mulher, certo?
     - Josh... onde quer chegar? Acha que eu considero Rita diferente por ser mulher?
     - Eu tenho certeza disto.
     - Afonso, fique de fora, tá bom?
     - Ela é minha filha também.
     - ELA É UMA IRRESPONSÁVEL! - desabafou a senshi - está sempre me deixando maluca. Qualquer dia eu descubro que foi a primeira a perder a virgindade.
     - Ela é uma venusiana, vo... senhora Minako. E isso é normal para ela, assim como para sua "jóia".
     - É? - ela franze o cenho e se apoia na mesa, aproximando o rosto dele - e você? Também acha isso normal? Vai me dizer que...
     - Mas o que é isso, senhora Minako... sou um rapaz puro e inocente, não é o tipo de pergunta que se faça para um "donzelo" - ele abriu o maior sorriso que pode naquele momento.
     - Você não é donzelo não - disse Rita apertando os olhos e olhando feio para ele.
     - Não? - Ele sorria divertido - como sabe?
     - Bom... "donzelo" é quem nunca beijou na boca.
     - E como sabe que eu já beijei alguém na bo... mmmmmmmmm!
     Minako quase caiu da cadeira, e Afonso apenas observou a cena impressionado. Rita cravou a boca nos lábios dele e lhe arrancou um beijo estupendo. Na verdade, bem parecido com o que a mãe dela fazia com ele as vezes...
     - Viu só? Se era donzelo, não é mais. Ai que boca gostosa!!!!
     Minako olha para Afonso, que apenas dá de ombros e encara Josh. Este ficou um pouco constrangido. Rita estava muito mais expontânea do que no seu tempo. Bom, porque não estaria? Ali não tinha compromisso, era linda, e nem usava seus dotes especiais...
     - Rita por favor... não faça isso. Você mal o conhece...
     - A senhora também não, e á o está hospedando em casa. Por falar nisso... você não ronca, não é mesmo? Detesto dormir com alguém que ronca.
     - Dormir? - Agora sim, Josh estava assustado - como.. como assim?
     - Dormindo horas. Você em um lado, e eu no outro. Simples.
     - Mas...
     - Eu disse dormir! No que está pensando?
     Sem o menor pudor, josh se aproximou de Rita e cochichou bem baixo o que havia passado pela sua cabeça.
     - Mais hein? Que assanhadinho, hein! E logo na primeira noite...
     - Pois é, portanto...
     - Bom, se você for competente, talvez possamos ir até o fim
     Minako engasga com a comida, e Afonso dá um tapa telecinético nas suas costas, fazendo-a desengasgar.
     - Ok, Rita. Já chega. Se me dá licença, eu vou dar um pulo no Tóquio Café encontrar alguns amigos.
     - No Tóquio café? Tenho amigas que trabalham lá! Deixa eu ir junto!
     - Hmmm... - ele a observa. Sabia o motivo, ela deveria estar querendo causar inveja nas amigas - ok, mas com uma condição... tem uma moça lá que me interessa e muito, então eu não quero NENHUMA gracinha, entendeu?
     - Snif....
     - Ah não, por favor...
     - Você disse que ia sair comigo, lembra?
     - Eu sei... eu sei... mas eu não quero lamear meu cristal na frente dela.Por favor?
     - Certo... serei uma perfeita acompanhante educada. Não vou sentar no seu colo.
     Afonso pensou que sua esposa ia acabar tendo um infarto. Mas o que ela esperava? Rita sempre disse o que tinha na cabeça, não importando o quando isto fosse vergonhoso.
     - Certo... então vamos. Até daqui há pouco, senhora Minako, senhor Afonso...
     [[Até mais, vovô]]
     [[Até...]]
     Afonso os observa partir, e também o olhar de donzela que viu um monstro babão de Minako. Se isto continuar, ela vai ter que fazer terapia.
     Não que qualquer um dos lados estivesse errado. Minako simplesmente escolheu seguir uma vida humana, mas não pode decidir isso pela filha. Ela, aparentemente, estava agindo como uma venusiana... se é que isso era tudo de uma venusiana. Ele não conhecia a cultura, os hábitos, nem a história.
     O que seria uma pena, pois se a filha continuasse com isso, seria ótimo para ela conhecer a história e cultura de seu povo. Coisa que nem sua esposa nem sua cunhada poderiam trazer para sua filha.
    


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