Oneshots Criminal Minds Parte 2 escrita por Any Sciuto


Capítulo 100
Olhos no oceano


Notas iniciais do capítulo

Oneshot 100 merece capitulo especial.
Inspirado por uma cena da série "Supernatural"



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Penelope estava em um mundo de alegrias. Rossi finalmente tinha pedido Krystall em casamento e seu próprio coração aceitou que ela sentia amor pelo novato da equipe.

Colocando as compras no carro, Penelope se virou e sentiu um soco cruzar seu rosto, a jogando para o chão. Ela caiu e apagou no mesmo segundo.

Olhando para sua vítima, o unsub pegou o corpo de Garcia do chão e colocou no seu próprio carro, deixando apenas o celular dela. Onde ela iria, não pegava de qualquer jeito.

Colocando a técnica em um caixote de metal, ele a colocou em seu barco e foi para algum lugar que ele sabia que equipe a encontraria. Ele sabia quem ela era e foi exatamente por isso que ele a escolheu. Porque ela era da mesma equipe que estava caçando ele.

Emily suspirou quando o celular de Pen foi outra vez para a caixa de mensagens. Ela não era assim e poderia realmente estar em algum tipo de problema.

— Aqui é Penelope Garcia, gatinho tecnológico da BAU. No momento estou salvando o mundo com meus unicórnios... – A mensagem de Penelope atendeu.

— Ainda caindo na caixa de mensagens? – A voz preocupada de Rossi ecoou da porta. – Sabe que isso não é normal.

— Eu estou com medo. – Emily ligou para alguém na piscina tecnológica. – Kelly, eu preciso que rastreie o telefone de Garcia. Algo está errado.

— Agente Prentiss... – Kelly digitou algumas teclas. – O último sinal de celular de Pen foi no mercado há dez minutos dali. Ela usou seu cartão de crédito.

— Você pode puxar a filmagem? – Emily correu para a sala da mesa redonda. – Jogue na tela da sala.

— Agora mesmo. – Kelly ouviu vozes. – Todos os da equipe estão por aí?

— Sim Kelly. – Emily continuou assistindo. – Oh deus!

Emily cobriu os olhos quando a imagem de Penelope sendo sequestrada enfim surgiu na tela.

— Desgraçado. – Luke saiu da sala.

— Obrigado Kelly. – Emily fechou os olhos. – Pobre Pen.

— Não deveríamos ter deixado Garcia sair. – Emily tentou gritar, mas não conseguiu. – Se ele manter o padrão, ela vai estar em algum lugar com água.

Todos se olharam. As duas primeiras estavam mortas há dias quando eles as encontraram. Haviam uma expressão de dor quando o ar finalmente havia acabado. Penelope não seria adicionada a essa lista. Era uma promessa.

— Luke! – Reid gritou, indo atrás do amigo. – Alvez, por favor.

— Não Spencer. Agora não. – Luke se ajoelhou no chão. – Eu não consigo respirar.

— Você está tendo um ataque de pânico. – Reid o fez se sentar. – Respire Luke.

— Não consigo. – Luke começou a chorar. - Não dá.

— Emily! Dave! – Reid resolveu pedir ajuda. – Precisamos de ajuda e rápido.

— Alvez. – Rossi se ajoelhou na frente dele. – Penelope precisa de você.

Luke olhou para cima e rapidamente voltou a respirar. Ele conseguiu recuperar sua sanidade quando o nome de Penelope veio seguido de ”precisa de ajuda”.

— Rossi, leve Luke para a enfermaria. – Emily ordenou. – Faça ele descansar a cabeça.

Luke retomou as rédeas da situação. Olhando para Matt e Tara, ela sabia o que precisava fazer.

— Quero um inventário completo de Tessa Cleveland. – Emily passou o arquivo. – Ela é a dona do carro onde Garcia foi jogada durante a fuga.

Emily correu para sua sala e suspirou. Ela nem queria imaginar no que Pen estava pensando ou o que ela passava.

Penelope abriu os olhos e sentiu a cabeça latejando. Um pouco de sangue em suas mãos e ela deu um grito de dor logo que sua cabeça bateu contra o metal.

— Droga! – Pen alisou a batida. – Que merda é essa? Ei! Alguém aí? Socorro!

 Então ela se lembrou. Ela podia sentir algo molhado e pegou o celular para iluminar o chão embaixo dela. Ela estava em um caixote e seu pânico aumentou o suficiente para ela entrar em desespero.

Tentando a todo custo um pouco de sinal, ela esperava que suas tentativas frustradas dessem certo.

Olhando para o sinal de ligação de emergência, ela resolveu arriscar. Ela não morreria como aquelas garotas.

— 911, qual sua emergência? – A operadora da emergência achou estranho a ligação estar sendo feita de um rio em Maryland.

— Penelope Garcia BAU. Eu preciso de ajuda. Eu fui raptada. – Ela sabia que o tempo acabaria. – Emily Prentiss.

A ligação caiu no mento que o sobrenome de Emily saiu de seus lábios.

— Não, por favor! – Ela desistiu e tentou pensar. – Calma, respire devagar. Guarde o ar.

Eu não quero morrer aqui...

Emily correu quando a ligação em seu telefone acabou. Ela precisava sair e chegar a Garcia o mais rápido possível. O unsub poderia esperar. Sua amiga não.

— Calem-se e escutem. – Emily disse severa. – A emergência recebeu uma ligação de Garcia em um rio em Maryland. São duas horas de carro e quatro de avião. Todo mundo, peguem agora seus distintivos, armas e celulares e vamos.

Houve uma corrida através das escadas e alarmes de SUV'S em sequência. Luke correu para um com Rossi, Reid e Matt e pediu silenciosamente por um bom transito.

Sirenes foram acionadas, freios não foram poupados. Eles precisavam correr se queriam Penelope vivo.

— Isso não pode acabar aqui. – Pen suspirou.

Seus dedos já machucados de tanto tentar sair daquela caixa. Ela estaria fraca demais para nadar e se fosse profundo demais, ela morreria no meio.

Ela aceitou o fim de seus minutos que se transformariam em horas.

Penelope não teria chance de dizer a Luke sobre o quanto ela o amava ou dar a Henry um dinossauro novo. Ela faltaria ao casamento de Rossi e Matt perderia uma irmã. Spencer seria assombrado pela única coisa que iriam recolher.

Tara não sorriria mais. Ela e Pen se tornaram boas amigas. E Emily se martirizaria como chefe. Ela nunca mais veria Derek ou Hank. E ninguém saberia que ela estava viva até aquele momento.

— Spencer! – Emily gritou no SUV vizinho. – Se Penelope está presa em um caixote no mar, lago ou oceano. Qual as chances de encontrar ela viva?

— Remotas, mas não impossíveis. – Reid fez as contas. – Ela tem doze horas de ar, mas deve estar lá há pelo menos dez.

— Merda! – Rossi pisou fundo no acelerador.

Eles estavam em tempo limitado agora. Ninguém deixaria Penelope Garcia morrer.

Dois helicópteros foram mandados pelo ar em uma busca frenética pela agente.

— Luke. – Rossi tentou chamar o amigo. – Ela vai ficar bem.

— Eu a amo. – Era uma confissão. – Eu a amo e ela está morrendo sozinha, em um caixote embaixo de uma merda de lago.

— Soubemos tarde que ela estava lá. – Reid suspirou. – Mas falta meia hora apenas.

— Queriam que fossem dois minutos. – Luke colocou as mãos no rosto. – Eu preciso que ela esteja bem.

— Todos precisamos, Luke. – Matt disse. – Todos precisamos.

Ela fechou os olhos e sentiu o silêncio de onde ela estava. Suas mãos suavam e seu rosto encolhido com a falta de ar em seus pulmões.

Foi então que ela ouviu. O som de um helicóptero se aproximando e descendo. Seria possível?

— Formem duas equipes de buscas subaquáticas! – O agente Mendoza gritou. – Penelope está em algum lugar. Temos que trazer ela de volta.

— Como sabemos que Penelope está viva? – Alguém ousou perguntar.

 - Apenas procure! – Mendoza não queria perder tempo.

Vendo as SUV's parando e Emily saindo com todos das três SUV's paradas, ele finalmente conseguiu algum reforço.   

— Mendoza! – Emily literalmente gritou. – Onde ela está?

— Ainda não conseguimos localizar o contêiner. – Ele viu Luke se sentar. – Por favor, estamos fazendo de tudo, mas isso é grande.

Penelope sentiu seu corpo começar a desligar aos poucos. Seus braços pareciam com vida em um momento e sem vida em outro, deixando o celular descarregado cair e se quebrar.

Um pouco mais de água entrou no caixote metálico e ela entrou em pânico. Suas pernas aos poucos perdendo a força, seus lábios separados e seu coração bombeando o ar lentamente.

Dizem que sua vida passa na sua frente e a da Penelope Garcia literalmente passou diante de seus olhos.

Do primeiro dia no FBI, Derek a chamando de Baby Girl, Gideon trabalhando com ela em seu escritório, Reid e ela brincando, Derek sendo preso injustamente por assassinato.

Reid sendo sequestrado, Frank, Henry Grace, Foyet, Scratch. Jack sendo apresentado a todos na agência, Haley Hotchner morrendo, o primeiro corpo que ela achou, seu próprio tiro, Kevin, Sam, Battle, Shane.

Reid no hospital, uma arma em suas mãos. Um tiro em alguém que tentava matar Reid. Ela tendo pesadelos, a visita ao condenado, a execução, sendo alvo dos doze sujos, Rossi em perigo, Reid preso, Luke e ela no elevador.

Quando as memorias com Luke chegaram, elas pareciam em câmera lenta. Ela nunca chegou a dizer o quanto era apaixonada pelo agente. O primeiro sorriso, Roxy correndo para ela, Luke e ela trocando animosidades, Luke a consolando quando Spencer fora preso.

Luke em seu escritório a consolando quando ela visitou Reid na cadeia. O pequeno gatinho de borracha que ela ganhou dele. Memorias bonitas e que agora não seriam nada mais.

Ela fechou os olhos quando a falta de ar se tornou forte. Virando a cabeça, ela respirava fracamente agora.

Era tarde demais.

E ninguém poderia fazer absolutamente nada. Ela estava morrendo. Ela falhou.

Luke andava pela borda do rio em que as buscas eram feitas. Ele foi proibido de participar por medo de que causasse mais estragos. Ele parou quando seus pés acertaram algo duro sob eles.

Se agachando, ele viu o que era. Eram as chaves de Penelope. Ele pegou o celular e fez a ligação que poderia salvar sua mulher de lá embaixo.

— Emily. – Ele começou quando a amiga atendeu. – Eu encontrei as chaves de Pen, não faço idéia a que distância do ponto de onde vocês estão, mas precisamos...

— Estou mandando uma equipe ali agora. – Emily parecia abatida ao celular. – Se puder esperar...

— Você sabe que ela não tem tempo. – Luke suspirou. – Eu não posso esperar muito.

Ele desligou o celular e começou a tirar as próprias chaves, depois o celular, sapatos e qualquer coisa, menos um alicate de cadeados.

Entrando no lago, sem equipamento de mergulho, ele sabia que era arriscado, ainda mais a noite.

— Qual é o seu problema? – Rossi gritou. – Você quer se matar?

— Eu quero achar Pen! – Luke gritou. – Eu não vou viver sem ela.

— Se os dois morrerem, ninguém fica com ninguém. – Rossi empurrou Luke para se sentar. – Eu estou mandando pessoas especializadas. Matt está mergulhando também.

Ela não tem tempo! – Luke finalmente explodiu. – Que merda! Eu preciso dela viva.

Vendo a troca, Matt mergulhou. Eles estavam tão perto esse tempo todo? Ele não se perdoaria caso Garcia estivesse presa lá embaixo sozinha.

Ele iluminou uma parte do percurso com sua lanterna e seu coração poderia ter parado. O caixote estava lá.

Ele pegou o alicate, mas percebeu que poderia matar Garcia se a tirasse de lá tão cru.

Ele subiu e apenas resolveu gritar.

— Eu a encontrei! – Matt gritava tão alto quanto podia. – Preciso de uma corda. Precisamos puxar o caixote para cima agora!

Rossi pegou o walkie talkie. A frequência salva foi aberta e todos que escutavam podiam ouvir.

— Nós encontramos o caixote. – Rossi suspirou. – Precisamos de um guindaste grande ou uma equipe de mergulho com um tanque de ar.

Um helicóptero chegou e jogou uma corda de aço e Matt mergulhou até o caixote. Prendendo a corda e puxando para dar o sinal, o caixote começou a subir.

Luke correu o mais rápido até onde o helicóptero estava descendo. Seu coração perdendo batidas. Seu rosto em uma confusão nunca vista.

Macas e equipe de resgate a postos. Luke chegou correndo e se jogou ao lado do caixote.

— Abra de uma vez! – Luke pegou o colar de nossa senhora em seu pescoço. – Não desista agora, Pen.

O cadeado foi cortado e eles começaram a abrir a porta. Luke a olhou e então....

Ela apenas o olhou e fechou os olhos, parando completamente de respirar na sua frente.

JJ foi afastada quando começou a tremer entre soluços. Emily virou-se para Mendoza e enterrou a cabeça em seu peito. Reid fechou os punhos e se sentou. Ele não estava bem.

Rossi e Matt viraram o rosto. Eles não queriam acreditar no que estavam vendo. Tara tentou ficar calma, mas perdeu completamente quando viu Luke pular sobre Pen.

— Vamos Penelope. – Luke tirou seu corpo do caixote e pôs no chão.

 Ele começou a fazer massagens cardíacas, beijar seus lábios e tocar seu cabelo. Pás do desfibrilador foram dadas e Luke desceu e como sabia operar aquele tipo de equipamento, os usou.

— Agente Alvez. – Um enfermeiro colocou a mão no ombro de Luke. – Senhor? Ela morreu. Eu sinto muito.

— Ela não morreu! – Luke gritou. – Por favor, não me deixe. Eu tenho tanto para te contar Pen.

— Luke, por favor. – Rossi pediu. – Você precisa deixar ela ir.

— Não! – Ele saltou sobre ela. – Venha, abra esses olhos. Me chame de seu novato.

Foram os cinco minutos mais angustiantes de todos, mas quando o monitor começou a apitar com o coração de Pen claramente batendo de novo, todos foram levados a outra onda de emoções, onde JJ e Emily caíram no chão de chorar.

— Chegue a pulsação e traga oxigênio. – O paramédico, ainda sem entender pediu. – Eu não sei como fez, mas ela está voltando.

— Qual a condição dela? – Rossi assumiu o papel de pai. – Ela vai ficar bem?

— É até um milagre ela estar viva, se você quiser saber. – O paramédico respondeu. – Mas sim, ela vai ficar bem. Ela tem uma boa luta por adiante, mas estamos confiantes.

Luke apenas ficou olhando para uma Penelope sendo levada de helicóptero para o hospital.

Emily fechou o olhar. Com Penelope a salvo era hora de partir para a ofensiva contra o unsub que quase tirou Pen deles.

— Eu quero que procurem uma pista em tudo o que esse inferno fez com as vítimas. – Emily olhou para uma foto de Pen. – Precisamos descobrir por que Penelope.

De volta a BAU., Reid traçava perfis em sua mente. A vida de Pen dois dias antes de seu sequestro e quase morte o fizeram ver algo. Os mercados e lojas baratas eram os lugares onde o unsub costumava caçar.

Todas loiras, curvilíneas e na casa dos quarenta. Algo cheirava a vingança. Mas poderia ser?

— Ele estava atrás de Garcia o tempo todo! – Reid literalmente gritou. – Filho de uma vadia desgraçada.

Ganhando olhares assustados, ele jogou o livro no corredor, através da porta aberta. Correndo feito o vento, ele entrou assustando Emily Prentiss e Rossi.

— Perfilamos que esse cara tinha uma mulher, alguém que o deixou tão puto na vida que ele queria se vingar delas. – Reid nem ao menos respirava. – E se a vítima que ele quisesse fosse Penelope Garcia? Pense, curvilínea, independente e comprometida com seu trabalho.

— Respire Spencer. – Rossi deu ao garoto um pouco de água. – Comece do começo.

— Penelope Garcia é uma agente federal, que quase não sai do escritório. – Reid sabia que a história faria sentido. – Ela ficou sob as câmeras no caso das mulheres loiras sequestradas e tratadas como se fossem divas dos anos cinquentas. Rhett Walden.

— Mas ele está preso. – Rossi tentou discutir. – Prisão perpetua.

— Agora me diga algo. – Reid deu a eles uma página de jornal. – Ele fugiu cinco semanas atrás. Na mesma semana que Debora Wilson foi sequestrada. Heather Cruise foi levada uma semana depois que Debora foi encontrada no Potomac.

Reid jogou outro par de fotos na mesa e deixou a bomba cair e estourar.

— Temos um endereço? – Emily perguntou. – Diga que temos.

— A antiga casa de crimes. – Reid mostrou. – Foi transformada em uma casa de festas, mas há quatro dias, uma bomba de mau cheiro foi largada e o Lugar está fechado.

— Casa de dança na antiga casa de um psicopata? – Rossi suspirou. – Isso que eu chamo de comunhão com os psicopatas.

— Pegue JJ e Tara. – Emily pegou uma foto de Pen e pôs em seu colete. – Isso é por você, amiga.

Luke e Matt foram com Garcia para o hospital. Ela precisou ser entubada por algumas horas, até que seu corpo conseguisse viver e respirar sozinha.

Luke entrou, se sentou em uma cadeira e sorriu para ela.

— Eu não vou a lugar algum. – Ele apertou a mão dela. – Você descansa o quanto precisar.

Ele fechou os olhos quando ela deu um aperto em sua mão. Matt observava da entrada a troca entre os dois.

Ele sabia que a imagem de Penelope em um corpo sem vida o perseguiria e droga, talvez ele a levasse para morar com ele depois disso. Ele não podia viver se algo assim acontecesse de novo.

Pen fechou os olhos e dormiu. Ela não podia falar por causa do tubo em sua boca. Era assustador dormindo, mas caramba, ela podia sentir aquilo ao redor de seus lábios e isso a frustrou.

Quando seus olhos se fecharam, ela sentiu a mão de Luke sob seus cabelos e assim conseguiu saber que ela havia vivido o tempo suficiente para ver ele outra vez.

E se ela contasse para ele o que sentia e ele apenas.... Risse da possibilidade de estar apaixonada por ele.  

— Eu te amo. – Ela o ouviu começar a declarar seu amor. – Deve ser a primeira vez que eu digo a alguém. E logo para a rainha do gelo. Desde a primeira vez que te vi naquele elevador, eu sabia que eu poderia ter quantas eu quisesse, sempre seria você. Sempre será você.

— Sinto muito. – O médico interrompeu. – Tenho os resultados da senhorita Garcia.

— Certo. – Luke limpou as lágrimas e a garganta. – Ela está bem?

— Não saberemos o quanto a falta de ar a atingiu até que ela acorde novamente. – O médico puxou uma cadeira. – Sem traumas sexuais, sem machucados graves.... Ela tem um machucado em suas coxas e eu acho que ele tentou estuprar ela, mas não seguiu em frente.

— Quando vocês vão tirar esse coiso dela? – Luke se referiu ao respirador. – Eu acho que ela está sofrendo.

— Entendo que você esteja com medo pelo respirador. – O médico falou. – Na verdade, tudo o que ela precisa agora é do respirador. Ela ficou quase dez minutos, tecnicamente morta. Ela precisa de tanto ar quanto pode.

Luke se sentou com as mãos no colo. Matt ficou olhando também com curiosidade. Ele apenas estava pronto para segurar Luke caso ele o agredisse.

— Certo. – Luke parecia com vontade de bater. – Eu posso esperar.

O médico se levantou e saiu, com certeza sabendo que Luke poderia tentar algo.

— Eu gostei de ver. – Matt riu. – Sem bater no médico.

— Eu não podia deixar Pen no meio disso. – Luke olhou para sua mulher na cama. – Tudo o que eu quero agora é que ela fique calma.

— Se você ficar calmo, ela vai. – Matt sentiu o celular vibrar. – A equipe descobriu o nome do Unsub, eles vão prender ele agora.

— Se quiser ir, você pode. – Luke pegou a mão de Pen. – Eu vou ficar aqui.

— Estou bem aqui também. – Matt sentiu sua força vacilar. – Eu tive medo de perder ela hoje.

— Todos tivemos. – Luke acariciou os cabelos dela. – Eu vou casar com ela.

— Disso eu não duvido. – Matt sorriu. – Só a faça feliz.

Luke assentiu e deixou o silêncio invadir o quarto, apenas as máquinas que monitoravam Pen faziam barulhos.

Dave, Emily, Reid, JJ e Tara chegaram ao endereço de Rhett. Emily se lembrou do caso onde Pen foi usada como uma distração e provavelmente, ele sabia que era uma agente.

Rhett correu de cima para baixo de volta. Ele sabia que havia acabado. Ele sabia também que Penelope havia sido resgatada do fundo do lago segundos antes de morrer.

Ele sabia que estava morto.

Arrombando a fechadura da casa, Rossi literalmente quebrou a porta. Ele mandaria demolir essa porcaria e fazer uma casa melhor no lugar, livre da lembrança das mortes.

Ele encontrou dois corpos. O de uma mulher e de um homem. Os donos da casa. Avançando para outro quarto, outro corpo, o da filha.

Emily se viu frente a frente com Rhett e nenhuma palavra foi trocada enquanto o homem pegava a arma em seu bolso.

— Rhett Walden! – Emily gritou alto. – FBI. Mãos onde eu possa ver.

— Você não pode me matar, agente. – Rhett estava procurando algo aqui. – Não quando a sua amiga quase morreu e você quer que eu pague por isso.

— Eu não vou repetir, Rhett. – Emily recebeu apoio de Spencer. – Reid, tente conversar com ele.

— Não vai adiantar, agente. – O homem começou a rir. – Você quer me matar também, agente?

— Por que matar aquelas mulheres? – Reid precisava saber. – Como encontrou Garcia?

— Eu saí há dois anos. – Rhett começou a sorrir. – Mas tomei coragem e quase matei sua amiga. Fácil.

Aconteceu tão rápido que poderia até ser uma farsa. Rhett sacou a arma para Emily e Reid atirou e empurrou ambos para o chão.

O tiro passou tão perto da cabeça de Spencer que ele soltou um gemido quando a bala quebrou a parede.

Rhett havia morrido no mesmo segundo. Reid nunca considerou matar alguém, a menos que fosse muito necessário. Essas tinha sido uma delas.

— Você está bem? – Reid ajudou Emily a se levantar. – Tudo bem?

— Apenas tonta. – Emily se sentou uma cadeira e olhou para cima. – Spence...

Reid olhou para cima e seu sangue gelou. Mechas de cabelo pendiam pelo teto, colocadas perfeitamente, que eles se perguntaram se Penelope tinha sido apenas a terceira vítima.

— Pode haver mais vítimas. – Spencer foi no óbvio. – Precisamos recolher e fazer DNA.

— Deixe para o CSI. – Emily suspirou. – Eu quero ver minha amiga e dizer que seu sequestrador está morto. É um pequeno consolo, mesmo assim ela ainda terá pesadelos a noite.

Todos recolheram suas armas e esperaram até os corpos serem levados. Rossi e JJ notificaram os outros dois filhos do casal e irmãos da moça.

Rossi marcou para o dia seguinte uma demolição da casa. Tudo o que ele queria era apagar a história daquele lugar.

Todo mundo entrou no hospital, em direção ao quarto de Penelope. Eles ficaram na porta quando Matt os calou com um dedo nos lábios.

Luke dormia com a cabeça na cama de Pen e a mão dela pousada diretamente sob sua cabeça.

— Acho que você deveria dar o casamento a eles, Dave. – Emily sussurrou. – E não vai demorar.

— Deixe apenas eles oficializarem. – David se virou e mandou todos para o corredor. – Alguém quer café? Eu pago.

— Estamos todos com fome. – Emily riu. – Ainda mais se você pagar.

Foram duas semanas até Penelope sair do hospital. O dano em seus pulmões exigiu um tempo a mais lá. Mas eles estavam gratos por ela estar bem, na medida dos possíveis.

Ela e Luke começaram a namorar assim que o tudo caiu fora. Tudo o que eles queriam era se casar. Eles perderam tempo demais.

Rossi planejou com JJ e Emily um casamento surpresa para ambos. Na sua mansão espaçosa e com Hotch e Derek.

Luke pediu para Pen se ela desejava se casar naquele dia. Do nada. Ela tudo o que ela queria.

Rossi levou Pen para o altar. Todos estavam felizes quando eles começaram a trocar os votos.

— Penelope. – Luke começou a ler o dele. – Quem diria que um encontro no elevador seria suficiente para começar a amar alguém como você. Você já passou por coisas que não é treinada e mesmo assim, está aqui, de pé. Dizer eu te amo todos os dias ainda não será suficiente até a morte.

Penelope suspirou e uma lágrima escapou de seus olhos. Luke a limpou e a bebeu.

— Luke. – Era a vez dela. – Eu nunca ouvi você reclamar de ser chamado de novato. Eu fui meia rude com você e sei disso. Eu só não queria deixar meu coração se quebrar com algo que eu nunca poderia ter.

Todos suspiraram. Era curto mais revelava muito o que ela sentia.

— Se alguém tem algo contra esse casamento, que fale agora ou cala-se para sempre. – O padre esperou um tempo. – Eu os declaro Marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Luke trouxe Penelope para seus braços e a beijou tão forte que tirou todo o ar dela e mesmo assim ela ainda queria mais.

— Por que demoramos tanto? – Luke perguntou enquanto pétalas de rosas eram jogadas. – Eu poderia ter te beijado todos os dias assim.

— Eu também. – Penelope sorriu.

Eles foram felizes no final. E era tudo o que importava para todos. A felicidade e os olhos no oceano.


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