Sem Truques no Amor escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 6
Tutti-frutti




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/768068/chapter/6

 

É raiva. Com certeza é isso que estou sentindo por Gabriel agora. O que mais seria?

Não é arrependimento por ter sido um pouco rude com ele. Não é preocupação por deixá-lo sozinho no bunker, sendo que ainda não se encontra em plenos poderes celestiais e pode representar um risco para si mesmo... Droga!

É apenas raiva! Só isso! Por ele ter me espionado no banho e, como se a situação já não fosse embaraçosa o bastante, por ter lançado flertes no ar e insinuado que eu gostei de vê-lo naquele momento.

Não importa que uma parte do meu corpo tenha mesmo correspondido ao seu olhar admirado e de cobiça. Não importa que o meu coração tenha errado uma batida naquele instante também. Não importa que, desde que me enfiei no Impala e deixei o bunker para trás, um vazio estranho tenha se alastrado dentro de mim.

Justamente um vazio que havia sido milagrosamente preenchido quando o arcanjo brincalhão — e muito sem noção — voltou da morte.

É apenas raiva e ponto final.

Piso fundo no acelerador e me afasto o mais rápido que consigo do Kansas. Uma nuvem de poeira se ergue no retrovisor à medida em que os pneus protestam.

Duas semanas depois

Eu devia revirar o mundo inteiro até encontrar Dean, mas parece que, mais uma vez, estou decepcionando o meu irmão. Vai ver esse é o meu destino. Melhor, o meu dom. Decepcioná-lo sempre, no fim das contas. Assim como desapontei o nosso pai tantas vezes.

Claro que quero Dean de volta, mas depois de tanto tempo sem notícias ou sinal do seu paradeiro é difícil manter a esperança acesa. Na incapacidade de descobrir aonde ele foi parar, ando esperando por um milagre que sei que não virá.

Se ele não me procurou por conta própria, Miguel ainda se encontra no comando do seu corpo e de suas ações. O que por si só é um péssimo sinal.

Castiel e Jack também andam perdidos na busca. Porém, ao menos eles continuam procurando. Eu meio que desisti. Minha esperança era que, uma vez totalmente recuperado, Gabriel pudesse rastrear Miguel e, com isso, encontrar o meu irmão no banco do passageiro.

Agora, nem isso...

Saí do bunker há duas semanas e o meu orgulho não permitiu que eu sequer ligasse para saber se o arcanjo está bem, se teve alguma evolução em relação aos poderes, coisas do tipo.

O pior é que, ao mesmo tempo, me sinto péssimo por tê-lo abandonado também.

Breaking news! Tudo indica que eu, Sam Winchester, sou mesmo um egoísta nato!

Bom, pelo menos um egoísta útil para alguma coisa, já que estou focando a minha raiva e desesperança em caçar. Foram um espírito vingativo, um demônio imundo enviado de volta ao andar de baixo e um ninho de vampiros dizimado em três pontos diferentes do país.

Exausto do último trabalho, paro numa espelunca em Ohio, tomo um banho demorado para me livrar de alguns respingos de sangue e me arrasto rumo à cama. Ela tem uma colcha puída por cima e um travesseiro tão baixo que só posso concluir que muitas cabeças descansaram aqui.

O quarto — o último disponível — tem ainda outra cama de solteiro. Paralela à minha, como um lembrete de Dean e de quantas vezes dividimos quartos baratos como esse.

A tristeza me abate, me sinto um péssimo irmãol por tê-lo perdido de novo e me resignado com a situação.

— Idiota... — murmuro, baixinho.

Fecho os olhos e imagino que até o chão seria mais confortável do que esse colchão duro no qual me estiquei. No entanto, estou tão cansado que desisto de tirar a prova e fico por aqui mesmo.

O sono ameaça me levar para as profundezas e eu permito, me desligando sem qualquer relutância. Até que um ruído muito familiar soa ao longe — ou muito perto, não sei direito — e eu abro os olhos na mesma hora.

Assustado com o farfalhar de asas que ainda ressoa nos meus ouvidos e sentindo um arrepio em resposta à brisa que se espalhou pelo quarto, sento na cama rapidamente, atingindo a cabeceira com as costas de maneira desajeitada.

Num impulso, penso em puxar a arma sob o travesseiro, porém desisto ao dar de cara com Gabriel sentado na outra cama. Ele acena um oi com a mão.

Numa reação que não entendo muito bem, meu coração erra aquela maldita batida de novo. E o vazio que venho sentindo há dias é subitamente preenchido pela sua presença celestial.

— Que diabos...

À meia-luz, iluminado apenas pela fraca luz do abajur entre as camas, Gabriel tira um pirulito da boca e corrige com certo deboche:

— Eu sou um arcanjo, na verdade. Já esqueceu de mim, meu chapa?

— Não — respondo. Talvez um pouco rápido demais, admito. Ah, que se dane. Quem eu estou querendo enganar? — Claro que não.

Pensei que quando reencontrasse Gabriel, sentiria aquela mesma raiva de novo. Em toda a sua glória. Para minha surpresa, no entanto, o que sinto é... felicidade. Uma felicidade genuína, irresistível e perturbadora ao mesmo tempo.

Ainda assim, fico incomodado com essa situação. É impossível não me lembrar do flagrante no chuveiro, das cantadas de Gabriel depois daquilo, dos olhares e leves insinuações antes daquele fatídico dia e da maneira abrupta como saí do bunker.

A verdade é que eu estava fugindo quando entrei no Impala. Só não sei se de Gabriel ou de mim mesmo. De um jeito ou de outro, é difícil estar frente a frente com ele agora.

O que me leva a limpar a garganta e perguntar de uma vez:

— O que você está fazendo aqui?

— Eu poderia responder que senti saudade, mas como sei que isso te faria surtar de novo, digamos que estou apenas fazendo um teste.

Respiro fundo, com raiva, e nego entredentes:

— Eu não surtei. — Ignoro que Gabriel dá uma demorada lambida no pirulito e emendo em reconhecimento: — Já consegue se transportar a longa distância, isso é bom, sinal de que a sua graça está quase cem por cento.

— Sim, eu estou melhorando. Dia após dia, se ainda te interessa saber.

Não sou idiota, capto o ressentimento em suas palavras e, engolindo meu orgulho, começo a me desculpar por ter ido embora daquele jeito:

— Gabriel, eu... Olha, sinto muito se...

Entretanto, ele me interrompe e revela:

— Uma pequena correção, Sam, eu não estou aqui de verdade. Quero dizer, não fisicamente nesse quarto, mas nesse sonho sim.

A surpresa me atinge. Tudo parece tão real. É difícil acreditar que...

— Eu estou dormindo?

Ele revira os olhos diante da dedução óbvia.

— Bingo!  — Enquanto brinca com o pirulito entre os dedos, girando a pequena haste, acrescenta visivelmente introspetivo: — Me chame de nostálgico, se quiser, mas antigamente era assim que os anjos preferiam contatar os humanos. Hoje em dia, temos as Testemunhas de Jeová e televisores para mandar um hello, mas sonhos são tão mais intimistas... Tudo bem, eu ando nostálgico mesmo, não espalha.

Com certo pânico, engulo em seco.

— Você está na minha cabeça?

Com um meio sorriso muito do cretino, Gabriel me tranquiliza:

— Não se preocupe, Sam. Só na superfície, o suficiente para me infiltrar nesse sonho. Não vou mergulhar nos seus pensamentos impróprios sobre mim.

Ou tenta me tranquilizar.

Movido por um instinto, fecho a cara e esclareço de imediato:

— Eu não tenho pensamentos impróprios com você.

Uma parte de mim, no entanto, sabe que não está sendo totalmente sincera. No mínimo, ando pensando muito em Gabriel nos últimos dias. Desde aquele dia, para ser mais específico.

— Pensando bem, não seriam impróprios mesmo. — Ele dá de ombros. — Isso dá a entender que seria errado, mas não é errado, Sam. Eu já entendi isso, sempre fui do tipo liberal mesmo. Você devia tentar.

Enquanto luto para não entender o que acho que ele quis dizer com essa insinuação, Gabriel leva o pirulito em formato de coração à boca. Com o olhar cravado em mim, chupa o doce devagar, fechando os olhos em dado momento, soltando um gemido baixo no final.

Deliciado, torna a me encarar e tira o pirulito da boca para dizer:

— Tutti-frutti. É meu favorito.

Engulo em seco. O coração estranhamente acelerado. A presença de Gabriel me desconcerta. Não sei por que, não quero pensar e descobrir, não sei o que está acontecendo aqui, mas não gosto nenhum pouco.

Ou talvez eu goste e esse seja o real problema... Não!

Irritado, deito na cama, virando de costas para ele e dispensando do jeito mais seco que consigo:

— Você disse que veio fazer um teste. Já fez, agora vai embora.

Gabriel ri. O desgraçado ri e ainda tem coragem de alimentar essa insanidade:

— Não precisa fugir de novo, Sammy. Esse nosso lance é uma novidade para mim também.

— Eu não estou fugindo, não sei do que você está falando e não existe lance nenhum.

Por um momento, quase comemoro o silêncio que se instala. Quase imagino que Gabriel foi embora, derrotado, mesmo eu não tendo ouvido o farfalhar característico das asas em movimento.

Então ele recomeça:

— Eu andei pensando sobre a minha milagrosa ressurreição, sabe? E acho que já sei por que voltei para o show.

E por mais curioso que o comentário me deixe, reluto porque não quero alimentar a conversa.

— Não estou interessado. Vai embora, Gabriel. Me deixa em paz.

O arcanjo não dá a mínima e continua falando:

— Só tem uma explicação, na verdade. Eu voltei porque alguém, vulgo o todo poderoso Chuck, percebeu que a minha missão por aqui não tinha acabado.

— Que profundo.

— Por mais piegas que possa soar, foi Deus que me tirou daquele Vazio sem fim. Somente Ele ou o filho do capeta poderiam. Como Jack não está sabendo de nada, por eliminação sobre o papai soberano e Seus misteriosos planos...

Gabriel para de falar e logo entendo por quê. Ele voltou a chupar o maldito pirulito. Demoradamente. Profundamente. Espalhando ruídos indecentes com o movimento de sucção contínuo da boca faminta.

Droga... Por que estou tão incomodado com isso? E por que raios imagino a boca de Gabriel fazendo esse movimento enlouquecedor em outra coisa?

Sentindo um calor impróprio, apresso-me em dizer alguma coisa:

— Eu não dou a mínima se foi Deus que te trouxe de volta. E não estou interessado no motivo também.

— Engraçado porque tudo indica que você é o motivo, Sam. Em outras palavras, parece que você é a minha missão.

Acabo rindo de tamanho absurdo. Gabriel só pode estar bêbado. Supondo que arcanjos respondam assim ao efeito de boas doses de álcool.

— Isso é ridículo.

— Eu vim para te ajudar, quer você acredite ou não.

— Está fazendo um péssimo trabalho, obrigado.

Gabriel fica em silêncio por um instante e quase — quase — me arrependo de ter sido tão rude.

Não demora muito e ele se recompõe, voltando a despejar asneiras:

— Não só para lutar contra o Miguelito e recuperar seu precioso Deanno quando eu estiver em plenas condições, mas para ficar do seu lado, babaca. Mesmo que você não admita, ainda, que é exatamente o que quer. Um anjo como eu ao seu lado.

Há um tom insinuativo na frase final. Um tom que — maldição! — intensifica o calor no quarto e me arrepia ao mesmo tempo.

Tentando sufocar essa sensação, não me importo em ser um pouco grosseiro dessa vez:

— Você não ajudou em nada até agora. Se quer saber, não acredito que possa fazer alguma coisa. Sabe o que você é, Gabriel? Só um arcanjo com as asas quebradas que não me serve para nada.

Só para me perturbar de mil maneiras. Penso em acrescentar, mas acho melhor não ir por esse caminho.

Também me arrependo por ter dito algo tão idiota só para feri-lo e mandá-lo embora. Estou quase pedindo sinceras desculpas e confessando como ando confuso com a nossa proximidade nos últimos tempos, quando Gabriel questiona num irritante tom de desafio:

— Se eu sou apenas isso pra você, por que está fugindo tanto de mim?

E, sem pestanejar, me sento na cama, olho para ele e retruco na lata:

— Eu já disse que não estou fugindo, estou caçando. Tentando manter a mente ocupada para não pensar em... — você — no Dean!

O arcanjo me encara de volta como se soubesse que isso é apenas uma mentira deslavada. Eu estou mesmo fugindo dele. Porque não entendo o que estou sentindo. Porque tenho medo de descobrir que é algo valioso e, do dia para noite, perder isso.

O fato de Gabriel não ser uma mulher não é o que me assusta. Claro, estou surpreso por me sentir atraído por ele sendo que, até hoje, só me relacionei com o sexo oposto. Mas o que realmente me assusta é o meu carma de perder aqueles que amo. O meu maior medo é me deixar levar, permitir que Gabriel se aproxime de mim de verdade e, no fim, perdê-lo para alguma desgraça sobrenatural.

Ainda estou remoendo essa sensação horrível de que daria tudo errado e só haveria sofrimento no final, quando um canto do seu lábio superior se ergue.

— Volte para o bunker, covarde. Eu não mordo. Bom, na verdade...

— Ok, já chega — interrompo-o, achando que a conversa está indo longe demais. — O que eu preciso fazer para você ir embora de uma vez, sair da minha cabeça e me deixar dormir em paz? — proponho, exalando impaciência.

Não sei por que, mas algo me diz que eu não devia ter feito tal pergunta. O brilho travesso que surge nos olhos do arcanjo e a lâmpada invisível que se acende em cima da cabeça dele não podem ser bons sinais.

— Um beijo — Gabriel pede pura e simplesmente.

Surpreso, respondo embasbacado:

— Você só pode estar brincando.

— Bem, por mais que o meu coração de Trickster ainda esteja aqui firme e forte, dessa vez estou falando muito sério. Um beijo, Sam.

— De jeito nenhum.

Gabriel leva o pirulito à boca de novo. Prefiro não ficar olhando. É torturante de todo jeito.

— Prometo que você não vai lembrar dessa parte quando acordar. Só vai lembrar quando se sentir pronto.

Percebendo que ele tirou o pirulito da boca para poder falar, torno a erguer o olhar em sua direção e, intrigado, rebato:

— Pronto para o quê?

Gabriel arqueia as sobrancelhas de um jeito sugestivo. Um sorriso atrevido brinca em seus lábios.

— Para os próximos beijos.

A proposta me tenta. E me perturba. Minha reação é apenas uma. Fugir.

— Gabriel! Dá o fora daqui! — ordeno, apontando a porta do quarto e lembrando, logo depois, que ele não precisa disso para sair.

— Não. Ainda não — ele diz. A voz ainda mais insinuante. O brilho mais intenso em seu olhar divertido. — Você lamentou a minha morte de verdade, foi a pessoa que mais sentiu a perda, você rezou por mim. Talvez, inconscientemente, pediu que eu voltasse. Alguém ouviu sua prece, Sam. Chuck atendeu o seu desejo.

— Eu não sei do que você está falando...

Para o meu desespero, Gabriel abandona a outra cama e se senta na minha, bem perto de mim. Por instinto, recuo contra a cabeceira, mas já estou no limite.

— Não me venha com dá o fora daqui, Sam. Não é isso que você quer. Você quer que eu fique. Você quer o meu beijo tanto quanto eu quero provar desses lábios de mel aqui...

Gabriel tem o atrevimento de deslizar um dedo pela minha boca. E, nesse momento, sinto minha resistência ruir. Ele tem razão, eu quero esse beijo.

Zonzo com a proximidade mínima entre nós dois, com a conversa, com a sua presença e com o desejo que não consigo sufocar nesse momento, engulo em seco e acuso baixinho:

— Você disse que não ia entrar na minha cabeça.

Gabriel sorri. Um meio sorriso de pura satisfação. A mão que não segura o pirulito sortudo alcança o meu rosto.

— Eu não entrei.

Que Chuck me ajude, mas não tento escapar quando Gabriel encaixa os lábios macios na minha boca entreaberta. Ao contrário, passado um breve choque, me entrego ao momento. Convencido de que um único beijo durante um sonho não tem tanto problema assim, correspondo ao seu movimento suave e provocativo pouco a pouco. E, admito, é muito bom.

Quando a língua úmida exige espaço, abro mais a boca, dando-lhe passagem de bom grado, enquanto envolvo o rosto do arcanjo entre as mãos, temendo que ele me escape.

Ele não me escapa e eu devoro Gabriel com um beijo cheio de ardor. Um beijo que leva o calor que sinto ao limite da sanidade. Um beijo que também me devora.

O movimento quente de línguas e lábios faz o meu coração errar não só uma, mas todas as batidas possíveis, para depois disparar numa velocidade impressionante.

Nossas mãos buscam o rosto um do outro, o corpo um do outro, agarram-se às roupas, exploram a pele quente por baixo do tecido, tudo de forma contínua e sôfrega.

É enlouquecedor.

Nunca imaginei que ficaria assim com Gabriel. Muito menos que seria tão bom. Tão delicioso estar em seus braços e me sentindo tão refém do beijo doce que toma conta do meu paladar.

É assustador. Estou apaixonado por ele e isso me assusta.

Não estou pronto para repetir a dose. Muito menos para ir além. Por mais que eu queira.

Preciso de um tempo. E de fôlego. Mas não agora.

Ciente de que vou esquecer desse momento tão logo acorde, faço o beijo durar o máximo possível, satisfeito por perceber que Gabriel também não quer que ele acabe tão cedo. E muito orgulhoso por deixar um poderoso arcanjo tão desconcertado quanto eu.

[...]

Abro os olhos devagar e observo o quarto parcialmente iluminado pelo sol fraco da manhã. Uma sensação reconfortante envolve meu corpo. Um tipo de dormência na verdade e um calor pulsante no... Bem, lá embaixo.

Sentindo meu coração aos pulos, levo um dedo aos lábios. Há um formigamento intenso neles também. Na língua, o sabor doce e inexplicável de tutti-frutti.

Sou um caçador. Alguém acostumado a toda série de esquisitices e perigos, mas nada me perturba mais do que esse sabor doce que parece impregnado em mim.

De onde veio isso?

Tudo que me lembro é de ter sonhado com Gabriel. Não um sonho qualquer, mas real de um jeito sobrenatural, ele estava mesmo lá. Aqui, melhor dizendo, nesse quarto e era um sonho.

O arcanjo contou sobre a evolução da sua graça. Depois de insinuações sobre como me sinto por ele, como ele se sente por mim e que sou o motivo para o seu retorno afinal, Gabriel me acusou de estar fugindo dele, de ser um covarde por isso. Bateu asas e foi embora sem dizer mais nada.

Inquieto, principalmente por ter sido chamado de covarde, respiro fundo, afasto o cobertor com raiva e vou tomar um banho. Frio e demorado, para ver se aplaco o estranho calor que insiste em dominar o meu corpo enquanto penso no infeliz.

Convencido de que é hora de voltar para o bunker, e provar que Gabriel está errado na acusação pretensiosa, encerro a conta na espelunca. Pago a breve estadia com um dos cartões de crédito falsos e pego a estrada rumo ao Kansas minutos depois.

Não há melhor lugar do que o nosso lar afinal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eita nóis ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sem Truques no Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.