Sua mãe decidira começar outra vida, mas ela nunca aceitou o novo padrasto, não que ele fosse chato, mas o que ela não suportava era que alguém tentasse mandar nela. Logo ela, a menina independente, que nunca precisou da ajuda de ninguém... A não ser dele.

 

 

 

 

 

Detestava lembrar do pai, isso sempre lhe trazia lembranças que ela, em tentativas frustradas, tentava enterrar. Mas era impossível esquecê-lo, tudo naquela casa o lembrava, os móveis, a pintura, o cheiro...

 

 

 

 

 

- Até no cheiro você está presente... Por que é tão difícil te deixar no passado, apenas como uma lembrança? – Se questionava enquanto tomava seu café.

 

 

 

 

 

 

- De novo inerte em seus pensamentos maninha?

 

 

 

 

 

 

- Me deixa em paz Kankuro!

 

 

 

 

 

- Tá de TPM de novo? Ah! Lembrei! Você foi expulsa... Tadinha de você – disse ironicamente

 

 

 

 

 

- Cala a boca ou enfio esse pão na sua goela. Se você morrer melhor pra mim!

 

 

 

 

 

- Para com isso vocês dois, toda manhã é a mesma coisa, que saco!

 

 

 

 

 

- Tá de TPM também Temari?

 

 

 

 

 

Era insuportável ter de conviver com a família Sabaku, mas tinha um lado bom nisso... Gaara. Realmente ele era a melhor coisa que lhe acontecera nos últimos anos. Era um refúgio pra ela, uma fortaleza que a protegia, mas sabia que ele era o fruto proibido, se caísse em uma tentação mais forte, os dois eram expulsos de casa, sabia disso, mas era irresistível!

 

 

 

 

 

 

 - Terminem logo o café, já está na hora de irem para a escola! Sakura, você vem comigo, já vou matricular todos no Colégio Konoha, e que esta seja a última vez que eu tenha que mudar alguém de escola, viu? – disse a mãe da cerejeira.

 

 

 

 

 

 

Verde-água e esmeraldas se cruzaram, conseguiam se entender apenas com um olhar. Até quando teriam de esconder a paixão que existia entre os dois? Até quando teriam de fazer tudo às escondidas? Talvez pra sempre... Ninguém aceitaria a relação entre irmãos, mesmo que o sangue que corresse na veia de cada um não fosse o mesmo. Moravam juntos, isso já era o bastante para que a história de amor jamais progredisse. Jamais!

 

 

 

 

 

 

Não demorou muito para que saíssem daquela hipnose do encontro de olhares. Como almas tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão próximas poderiam se apaixonar?

 

 

 

 

 

 

 

- Tão próximas... Por que nada na vida é facilmente conquistado?Por que nossas almas se entrelaçaram nessa situação? Se fosse antes de nossos pais se casarem...

 

 

 

 

 

 

- Sakura – a despertou dos pensamentos – estamos atrasados...

 

 

 

 

 

- Ah! Claro, como sempre... Que dia não estamos atrasados, hein?

 

 

 

 

 

- Quando a gente perde a noção do tempo é assim mesmo, tudo parece passar tão rápido... Principalmente quando fazemos algo agradável – a puxou para perto de si e sussurrou – como nas nossas noites, não acha?

 

 

 

 

 

- Deixa de ser bobo Gaara, se alguém escuta...

 

 

 

 

 

- Qual o problema de alguém escutar? Amor não é um sentimento para ser guardado a sete chaves...

 

 

 

 

 

- Mas quando amor envolve família, as coisas mudam de rumo, concorda?

 

 

 

 

 

- Infelizmente essa é a única opção que me resta... Agora vamos, senão perdemos a primeira aula!

 

 

 

 

 

- Vamos nada, fui expulsa, lembra?

 

 

 

 

 

- Isso quer dizer que fiquei aqui te esperando à toa e ainda vou perder a primeira aula?

 

 

 

 

 

- Acho que sim – deu risada – mas foi bom passar esse tempinho, a sós, com você!

 

 

 

 

 

- Também achei – lhe deu um beijo – te amo!

 

 

 

 

 

 

- Também! – e ele se foi

 

 

 

 

- - - - - - -

 

 

 

 

Era terrivelmente tedioso ter de acompanhar sua mãe para conhecer sua nova escola. Não via motivo pra isso, mas a maior autoridade ainda não era ela...

 

 

 

 

- Só por enquanto...

 

 

 

 

- Chegamos – disse a Sra. Sabaku

 

 

 

 

 

- Nossa que legal, estou super feliz com o novo colégio! – respondeu ironicamente

 

 

 

 

 

- Vou fingir que não escutei isso pra não estragar meu humor... Vamos, saia do carro, coloca um sorriso no rosto e o mais importante...

 

 

 

 

 

- Tá eu sei! “Não fale nada, deixe que a mamãe fale por você”. Agora vamos logo que isso tá me estressando!

 

 

 

 

 

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- Você ouviu os comentários? Tão dizendo que os Sabaku vão se mudar pro colégio e que tem uma que tá visitando o colégio hoje! Não quer dar uma passadinha na diretoria não?

 

 

 

 

- Francamente, tenho mais o que fazer do que ir ver essa problemáticazinha.

 

 

 

 

 

- Problemática por quê? Você nem a conhece...

 

 

 

 

- Como se precisasse Kiba seu burro! Não conhece seu amigo? Pra ele, todas são problemáticas...

 

 

 

 

- Concordo com você Naruto, o Kiba não me conhece... E todas são problemáticas!

 

 

 

 

 

- Afe, então eu vou sozinho conferir a carne... E você Sasuke, não vem?

 

 

 

 

- Quem sabe?

 

 

 

 

- Então vamos – disse já se levantando

 

 

 

 

- Não to a fim de assistir aula mesmo, vamos lá! – e saíram do refeitório

 

 

 

- - - - - - -

 

 

 

- Onde o Sasuke está indo?

 

 

 

 

- Pra perto de você é que não é!

 

 

 

 

- Não cansa minha beleza logo de manhã, TenTen.

 

 

 

 

- Que beleza sua ruiva falsa?

 

 

 

 

- Tá assim só porque o Neji não te dá atenção, assim como o Sasukezinho me dá!

 

 

 

 

- Se toca Karin, que atenção ele te dá?

 

 

 

 

- Total atenção, sua mal-amada. E ai, tá tudo certo pra festinha nesse fim de semana?

 

 

 

 

 

- Por mim, sim! Mas duvido que o Sasuke vá!

 

 

 

 

 

- Para de jogar praga Ino, você sabe que o único motivo pelo qual vou fazer essa festa é pra surpreender o Sasuke!

 

 

 

 

- Tá bom, mas depois não venha chorar porque o Sasuke faltou a sua festinha.

 

 

 

 

 

- Quem vai chorar é você, por perder o Sasuke pra mim!

 

 

 

 

 

- CALA A BOCA, SENÃO...

 

 

 

 

 

- SENÃO O QUE?

 

 

 

 

- Calma gente, vocês não vão brigar por causa de um homem, né?

 

 

 

 

 

- Tem razão Hinata, não posso me rebaixar ao nível da Karin.

 

 

 

 

 

- Digo o mesmo pra você – retrucou a ruiva.

 

 

 

 

- - - - - - -

 

 

 

 

Estavam na porta da diretoria, algo os atraía para aquele lugar, o doce sabor do perigo, mas não ligavam para o perigo, propriamente dito, mas para o perigo de serem pegos tentando ver a nova estudante que ingressaria no Colégio Konoha.

 

 

 

 

 

Sasuke não sabia o que fazia lá, mas a curiosidade o atiçava e ia ficando cada vez mais forte, uma curiosidade um pouco curiosa, já que o Uchiha nunca tivera esse sentimento pulsando fortemente por todo seu corpo.

 

 

 

 

 

Mas aquele momento era como se ele fosse encontrar a sua mãe, ou encontrar o caminho da felicidade, do amor... Se é que isso realmente existia nele, mesmo que estivesse adormecido, ele sabia que não se encontraria novamente com esse sentimento, que só existiu quando sua mãe ainda estava viva...

 

 

 

 

 

- Não saia daqui, ouviu bem?

 

 

 

 

- Ai mãe, me esquece, eu sei me cuidar!

 

 

 

 

- E se comporte – e entrou na sala do diretor

 

 

 

 

Despertou de seus pensamentos, mas acabou repousando seus olhos na menina a sua frente. Ela era muito linda: Olhos verdes, pele sedosa, corpo bem esculpido e tinha... CABELOS ROSA? Que espécie de menina era aquela?  Só podia ser uma rebelada da vida. Afinal quem pintaria os cabelos de rosa?

 

 

 

 

- E ai, o que diz dela? – Kiba o tirou de seus pensamentos.

 

 

 

 

- É... Até que é bonitinha.

 

 

 

 

 

- Até que é bonitinha? Francamente, ela é linda!

 

 

 

 

 

- Vai lá averiguar a carne, então, seu cachorro.

 

 

 

 

 

- Vou mesmo. – e se foi.

 

 

 

 

 

Sakura não era de conversar com estranhos, isso não seria diferente com Kiba, não tinha motivos para falar com ele, mas podia ter motivos para bater nele.

 

 

 

 

 

- Não acredito que aquele moleque tá vindo pra cá, só pode ser ilusão, bem que o Gaara poderia estar aqui para me proteger! Kami! Por favor, me ajuda!

 

 

 

 

 

- Hei mocinhos, o que fazem aqui? Vieram fazer uma visitinha pro diretor tão cedo? Pena que ele está ocupado agora... – disse ironicamente o inspetor Genma.

 

 

 

 

 

- Não, na verdade só viemos aqui pra... pra...

 

 

 

 

 

- Ficou sem resposta Sr. Inuzuka?

 

 

 

 

 

- É...

 

 

 

 

- Na verdade viemos aqui para dizer que está acontecendo o maior holocausto no refeitório, é isso. – tentou inventar qualquer mentira

 

 

 

 

- Holocausto, que tipo de holocausto? – perguntou desconfiado

 

 

 

 

- Aqueles que deixam todo o refeitório sujo... Guerra de comida, dãr!

 

 

 

 

- COMO? – e saiu correndo pra lá

 

 

 

 

- Caiu feito um patinho na história – deu risada – agora, o objetivo, não vem Sasuke?

 

 

 

 

- Tô bem aqui, assim vou poder assistir o toco de camarote!

 

 

 

 

- Não vai ter toco nenhum, pode ter certeza... – e foi andando em direção a cerejeira

 

 

 

- Só posso estar sonhando, ele não está vindo pra cá... Kami! Pensei que me ajudaria...

 

 

 

 

- E ai? Como é seu nome?

 

 

 

- Nada que te interesse...

 

 

 

- Essa menina tem personalidade – pensou Sasuke que observava tudo de longe

 

 

 

- Ok então... Quando precisar tô aqui, a sua disposição...

 

 

 

- Hum... E eu com isso?

 

 

 

- Tá bom então... – e saiu de perto da rosada – sua vez de domar a fera, Sasuke

 

 

 

 

- Olhe e aprenda como ser um galanteador...

 

 

 

 

 

 

Sakura posou seus olhos sobre a figura masculina a sua frente. Um rapaz alto, forte, com olhos ônix misteriosos, algo que atiçava sua curiosidade... Mas havia algo a mais ali, não era apenas atração física, era algo que a encantava, algo inexplicável, que a fez sair daquele transe com a voz aveludada dele.

 

 

 

 

 

- Oi, posso me sentar?

 

 

 

- O banco não é meu... Então acho que pode...

 

 

 

Mesmo sendo grosseira, Sasuke se sentou, sentia que havia algo ali, talvez a atração de dois corpos, apenas isso... Tinha que ser apenas isso, afinal, era impossível o Uchiha amar qualquer pessoa que fosse...

 

 

 

Esmeraldas e ônix se cruzaram. O encontro de olhares que foi mais fundo que qualquer outro, atingiu o coração, a emoção e não chegou ao cérebro, a razão. Foram fundo um no outro, se descobriram pelo olhar, puderem se tocar por ele. Não sabiam quanto tempo mais duraria aquele transe, só sabiam que parecia eterno, pela primeira vez deixaram que os sentimentos falassem por eles.

 

 

 

 

 

Os olhares intensos revelavam segredos jamais revelados. Dores impossíveis de serem sentidas. Sentimentos inexistentes. E ali se descobria o mais intenso amor!

 

 

 

Quem pode entender o amor?

Nem a dor,

Nem o coração

Nem ninguém,

Apenas o amor!