Novos Rumos escrita por nrodlobato


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Dois capítulos no mesmo dia porque hoje eu to inspirada hahah. Desde já peço desculpa por qualquer erro, postei pelo celular :)

Boa leitura!



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“A vida é arte do encontro. Embora haja tanto desencontro pela vida”

Samba da Bênção - Vinicius de Moraes

Por Elisabeta

Darcy já havia saído daqui há alguns minutos, mas eu continuava paralisada olhando para a saída do corredor com um sorriso bobo nos lábios. Ele sempre causava isso em mim, eu ficava completamente boba ao seu lado. Passados os primeiros minutos de encantamento eu voltei às minhas atividades, mas não conseguia deixar de pensar no que tinha acabado de acontecer aqui.

Quando vi Darcy se aproximando de mim fui invadida pelo medo. Pensei que Camilo havia contado sobre o nosso filho e já imaginava o pior. Mas ele não contou e eu consegui disfarçar o meu temor.

Ele veio atrás de mim, nós discutimos e no fim acabamos nos beijando. Era sempre assim conosco, desde a primeira vez. Me pego recordando o nosso primeiro beijo, fora também em um corredor, nós estávamos discutindo e de repente nos beijamos. Tudo aconteceu praticamente na mesma ordem e em lugares parecidos. Esse paralelo que nos cerca me deixa zonza e esperançosa ao mesmo tempo.

Aquele dia no corredor da fazenda de Dona Julieta representou o início da nossa história de amor, quem sabe hoje, aqui nesse corredor, possa representar o recomeço dessa história que foi perdida no tempo. Afinal, a vida é a arte do encontro, embora exista tanto desencontro nessa vida.

Eu e Darcy temos nossas diferenças, nossos embates, nossos adeus, mas no final é pros braços um do outro que corremos. Sempre foi assim. Parece o curso natural das nossas vidas. Não importa o que aconteça, no fim, seremos nós dois contra o mundo.

Eu ainda tinha vivo em mim os momentos anteriores, o seu beijo tinha o mesmo gosto, suas mãos sabiam onde tocar, sabiam o caminho que me levaria à perdição. Eu me rendi completamente e não sei até onde iriamos se não estivessemos no meu local de trabalho. E foi lembrando desse pequeno detalhe que decidi encerrar o beijo, mas talvez.. se não estivéssemos aqui.. me repreendo pelo curso que meus pensamentos estavam tomando, se Ema me ouvisse certamente me chamaria de despudorada, me pego rindo com a ideia. Mas era a verdade, meu peito foi invadido por vários sentimentos, algo tão bom, que eu não sentia há tempo e escondia de mim mesmo o quanto sentia saudade. Mergulhei completamente naquelas sensações.

Ele se foi e eu prometi que iria até lá para conversarmos. No meu horário de almoço aproveitei para matricular meu menino na sua nova escola e passei em casa para vê-lo. Fiquei alguns minutos conversando com minha irmã, contei por alto a ela tudo o que estava acontecendo e claro, ela ficou muito animada e confiante de que iríamos nos acertar. Avisei a ela que chegaria um pouco mais tarde já que iria até a casa de Darcy, ela entendeu e disse que cuidaria de Thomas.

Quando saí do trabalho me dirigi até a casa de Darcy, durante o caminho pensei em outras questões. Camilo já sabia sobre Thomas e apesar de não comentar nada com Jane, talvez ele falasse para Darcy. Mesmo que eu não quisesse contar a ele sobre o nosso filho, talvez hoje seja a única maneira de ele saber por mim, de termos uma conversa tranquila. Não era a situação ideal como eu imaginava, mas os acontecimentos me pressionavam a não adiar mais. Eu temia a reação de Darcy, isso provavelmente traria dificuldades a nossa relação e a questão de reatarmos, mas eu estava decidida. Eu contaria a ele sobre o nosso filho.

Quando cheguei Dolores me recebeu e me informou que Darcy estava no escritório. Entrei com um sorriso no rosto, estava ansiosa por vê-lo novamente, mas estranhei o que vi. O itens da sua mesa estavam todos no chão e ele estava debruçado sobre a mesa. Meu sorriso desapareceu quando ele se levantou, e vi seu rosto vermelho e seu olhar nervoso. Obviamente ele estava chorando.

— Darcy, o que aconteceu?

— O que aconteceu? O que aconteceu Elisabeta? - ele me respondia com rispidez, estava furioso - aconteceu que você tem um  filho e.. - foi então que meu maior medo virou realidade, eu fiquei sem chão, mal consegui falar.

— Eu.. eu ia te contar.. - falava com a voz embargada, já sentia o choro vindo.

— Ah você ia me contar? Quando, Elisabeta? Hein? E também falaria sobre o pai dele, o homem com quem você.. quando você ia me contar que teve outro? que estava apenas brincando comigo? - ele gritava e se levantou se aproximando de mim.

— Não, Darcy! Você não entendeu - ele achou que eu o havia enganado, que tinha outro, estava fora de si, e aquilo me desnorteou.

— Não entendi o que? Que tudo não passou de uma vingança sua? Pra fazer eu me sentir assim.. imaginando você com outro, beijando.. amando.. outro! Você conseguiu Elisabeta!

Eu estava assustada e fiquei muda, o olho dele era de ódio. Ele andava na minha direção me fazendo caminhar para trás, até encostar na parede, só que ele continuou vindo de modo que me pressionava contra ela.

— Responde Elisabeta! Fala alguma coisa! - ele gritava tão próximo que cheguei a sentir o seu hálito, cheguei a pensar que ele me bateria.

Ele repentinamente se virou e começou a caminhar na direção oposta. Então eu pude me recompor voltando a realidade, quem ele pensa que era? porque achava que podia agir desse modo? falar comigo desse jeito?

— Darcy o que você pensa que eu sou? Eu não sou uma mercadoria sua! Na verdade, não sou mais nada pra você. Você não tem o direito de falar assim comigo. Eu posso fazer o que eu quiser, não te devo satisfação alguma. Se quisesse ter outros homens eu teria, mas se te consola, não, eu não tenho ninguém. E o que eu fiz ou deixei de fazer durante esses anos é algo que compete somente a mim. Não dá pra conversar com você. Não dá e não quero conversar com você! - respondi exaltada também, sai batendo a porta e fui embora.

Quando saí pude ouvir um barulho vindo do escritório, Darcy provavelmente havia quebrado ou jogado algo. Saí com vontade de chorar, estava decepcionada, ofendida e com o coração despedaçado, mas segui firme. Eu cresço na dor.

Eu poderia ter falado que nunca tive homem algum além dele. Que o filho não era só meu, era nosso, fruto do nosso amor. Mas não iria massagear o seu ego. Ele agiu de modo assustador, possessivo e imaturo. Não estava pronto para saber a verdade. Algum dia ele saberia mas por hora o segredo permaneceria.

 


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Notas finais do capítulo

Ih gente, e esse surto do Darcy hein? Será que esses dois vão conseguir se acertar?



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