Novos Rumos escrita por nrodlobato


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Preparadas pra saber o que o Darcy foi fazer indo a biblioteca?
Boa leitura!



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Por Darcy

Hoje já iniciei meu dia com certa expectativa, já havia decidido ir atrás de Elisabeta. Minha vontade mesmo era ter ido atrás dela assim que consegui expulsar Briana de casa, mas era melhor deixar ela pensar um pouco e esfriar a cabeça. Afinal, queria me entender com ela e com nossos ânimos a flor da pele só conseguiríamos mais uma discussão na nossa história.

Sai de casa rumo a biblioteca, procurei por ela mas não conseguindo encontrá-la perguntei a uma funcionária que me indicou o corredor onde ela se encontrava.

Quando a avistei caminhei na sua direção. Em certo momento ela pareceu perceber minha presença, seu olhar pra mim era um misto de medo e receio, ela parecia assustada em me ver. Será que isso tinha a ver com o que ela queria me falar? Não havia por que essa reação.

Quando não havia mais nada nos distanciando, eu via a sua preocupação de perto através da ruga que se formava no meio da sua testa e no seu rosto pálido, mas decidi ir direto ao assunto:

— Elisabeta, eu preciso conversar com você. - falei firme.

— Darcy.. eu ia .. não sabia como.. - eu nunca a vi gaguejar daquele jeito, do que ela estava falando?

— Elisa, você está bem? Aconteceu alguma coisa? - olhei fundo nos seus olhos, demonstrando toda minha preocupação com seu estado.

— Não.. não aconteceu, eu só.. é, eu só me assustei com a sua chegada. O que você queria conversar? - ela parecia se recuperar, eu gostaria de questionar a sua reação, entendê-la, mas ela me dava abertura para uma conversa, achei melhor não desperdiçar.

— Queria falar sobre o nosso almoço, mais especificamente sobre o fim dele.

— Darcy, não precisa, eu entendi tudo. - ela estava estranha.

— Entendeu tudo o que? - eu estava confuso.

— Eu entendo que se passaram anos.. você tem direito de se relacionar com quem quiser.. você não precisa.. - eu a interrompi

— Não, não Elisa. Você entendeu tudo errado, eu não tenho absolutamente nada com Briana, eu sinto muito se passei essa imagem pra você, eu não queria que você fosse embora, e te ver saindo daquele jeito.. eu não queria te magoar mais uma vez.

— Tudo bem, Darcy. Eu não estou magoada com você. - ela não me olhava e parecia irritada.

— Não é o que parece - disse simples.

— Quer saber Darcy, eu fiquei irritada sim. Nós estávamos tendo uma conversa importante, e aquela mulher invadiu sua casa como se morasse nela, sem pedir licença, como se já estivesse acostumada a fazer isso, vestida de maneira sedutora, te oferecendo vinho em plena luz do dia. Você queria que eu pensasse o que Darcy? E tudo isso logo agora que eu pensei que tudo iria se acertar.. eu estava até reconsiderando.. - ela deixou as palavra perdidas no ar.

— Reconsiderando? - perguntei com certa expectativa, e a esperança queimando no meu coração. Aquela velha esperança sobre nós dois, a mesma que carreguei comigo durante anos enquanto procurava por ela incansavelmente. Perceber que ela também pensava em nós fez meu coração saltar, desde que nos reencontramos ela não me deu abertura, estava sempre fechada, com um muro erguido entre nós dois, mas agora ela se abria comigo, sobre o que estava sentindo, ela estava reconsiderando e também parecia sentir ciúmes, eu precisava saber mais.

— Esquece, tudo não passou de uma ilusão da minha cabeça. Você não me deve satisfações da sua vida, você pode ficar com quem quiser e onde quiser. - ela dizia ofegante, e tentava sem sucesso reerguer aquele muro entre nós. Eu me aproximei dela. A uma distância onde já conseguia sentir seu cheiro. Olhei pros seus lábios rosados. Ela era uma mulher completamente enlouquecedora, eu não conseguia me conter.

— Elisa, não foi ilusão, eu não tenho nada com Briana. Acredite em mim. Na minha vida só há você, só você, meu amor!

Eu olhei novamente pra ela, pro seus lábios e não consegui mais resistir. Coloquei uma mão na sua nuca e a trouxe para mim. A beijei com toda a saudade que havia acumulada em mim. Com a outra mão enlacei a sua cintura e grudei, literalmente, o corpo dela ao meu. Guiei os nossos corpos em linha reta até encostarmos na parede, e continuamos naquela dança. O beijo dela tinha o mesmo gosto, era o melhor beijo do mundo. Nossas línguas pareciam se entender bem, e eu não conseguia desgrudar dela, poderia beijá-la pra sempre. Minha mão direita passeava pelo seu corpo, enquanto a esquerda se mantinha no seu rosto guiando o nosso beijo. Era tão bom sentir seus lábios quentes e molhados, se dependesse de mim nós ficaríamos assim eternamente.

Mas depois de algum tempo ela descolou seus lábios do meu e falou arfando:

— Darcy, isso.. isso não está certo - eu ainda mantinha meus braços envolta dela a prendendo próxima a mim.

— Porque não? Eu te amo, Elisa. Eu.. eu quero você! Você não me quer? - falei com dificuldade de respirar e totalmente rendido a ela, cheirando e beijando o seu pescoço.

— Não é isso.. eu também te amo, mas .. - não deixei que ela terminasse, capturei novamente os seus lábios.

Depois de alguns segundos ela novamente interrompeu nosso beijo e dessa vez se afastou conseguindo escapar dos meus braços. Colocou sua mão estendida entre nós e disse:

— Fica.. aí.. senão isso não acaba nunca!

— Tá bom, ficarei aqui.. longe da senhorita - disse rindo e ela sorriu também, estávamos os dois ofegantes.

— Aqui é meu local de trabalho, não é lugar pra esse tipo de conversar e nem pra esse.. tipo de coisa.

— Entendo, me perdoe. Mas a culpa é toda sua, a senhorita é uma mulher irresistível - eu gargalhei e ela também, eu estava feliz demais.

— Assim fica difícil mas.. aqui não, vá!

— Tá bom, eu vou, mas acho que nós merecemos uma chance, pelo menos uma conversa, não acha?

— Eu não sei Darcy.

— Eu só vou sair daqui se você aceitar conversar comigo.

— Tudo bem, quando eu sair da biblioteca passo na sua casa.

— Promete?

— Prometo.

— Ficarei esperando.. ansiosamente. - me aproximei dela sem que ela tivesse tempo de recuar e roubei um beijo rápido e sai com um sorriso bobo nos lábios.

No caminho de volta pra casa eu mal podia me conter de tanta felicidade, queria correr, dançar, pular, não me sentia assim há tempos, mas me segurei, já que se fizesse pareceria um maluco. Pra falar a verdade eu estava louco mesmo, louco de amor, louco de esperança, eu era completamente louco e rendido por Elisabeta. E esse era um efeito que só ela poderia causar em mim. Com o sorriso que eu não conseguia retirar dos lábios adentrei no escritório, me sentei na poltrona mais próxima e fechei meus olhos, revivendo o momento que passei a pouco com Elisabeta.

— Boa tarde, Darcy! - abri meus olhos quando ouvi a voz de Camilo me chamando.

— Boa tarde, Camilo! - disse sem conseguir parar de sorrir.

— Você me parece tão feliz, meu amigo, talvez eu devesse voltar em outra hora. - ele parecia sério.

— Não - me endireitei na cadeira - Pode falar. Algum problema? - falei tentando mostrar seriedade.

— Não é exatamente um problema. Mas não sei como te contar..e.. também, se devo te contar.. talvez não seja o momento.. - ele parecia confuso.

— Fala logo Camilo, você está me deixando curioso, e pior, preocupado. Anda, diga de uma vez.

— Eu vi Elisabeta ontem. - aquilo me chamou a atenção.

— E o que tem isso? Ela está linda, não está? - falei empolgado como alguém que revela o seu maior sonho.

— Sim, está… é que… - ele gaguejava - ela estava com o filho.

— FILHO? Que filho? Seu filho? - eu estava louco ou era ele?

— Não, Darcy. Não era o meu filho. Ela tem um filho, um garotinho. Estava ela, o filho e o pai. - quando ele terminou parecia que eu havia sido atingido por um bomba.

— Um filho? O pai.. o pai do garoto? - eu não podia acreditar.

— Desculpe, me expressei mal. Estava ela, o filho e o pai dela, Seu Felisberto.

— Um filho. Como assim, Camilo? Desde quando? Como é o garoto? - eu estava arrasado e não conseguia pensar direito.

— Como, só ela poderá te falar, foi um encontro muito rápido, até então eu nem sabia que ela já estava de volta, e não consegui ver bem o garoto, ele estava dormindo no seu colo. Mas era loiro, devia ter por volta de 3, 4 anos, não sei…

— Então era isso que ela queria me contar.. acabou meu amigo. Ela esteve com outro, foi de outro.. só de pensar.. - a raiva e a decepção eram tamanhas que me faltavam palavras pra expressar.

— Calma Darcy, converse com ela, talvez ela possa te explicar tudo.. mas tente aceitar, vocês estavam separados. Converse com ela.

— Não Camilo! Me deixe sozinho por favor, preciso pensar.

— Você tem certeza?

— Sim, é melhor!

Quando Camilo saiu eu não consegui mais me conter, deixei que minhas lágrimas caíssem sem qualquer cerimônia. A raiva que me dominava me fez jogar tudo o que estava sobre a mesa ao chão, não conseguia pensar naquela ideia. Quem me dera fosse apenas uma ideia, mas não era, era realidade e doía.

Imaginei Elisabeta feliz, esquecendo de mim, beijando outro homem, se entregando a outro. Como ela conseguiu? Como ela pôde fazer isso? Imaginava outro a beijando, tocando naquele corpo que fora meu. Não!

Por alguns instantes cheguei a cogitar que esse filho poderia ser meu, afinal, nós já havíamos nos amado, poderia acontecer. Mas descartei a ideia logo em seguida. Elisabeta sabia o que eu pensava sobre ser pai, ela não me esconderia se fosse meu. O meu pai havia sido um tanto ausente na minha criação mas eu disse a ela que quando tivéssemos o nosso filho eu seria o pai mais babão e presente do mundo. Ela sabia. Imaginá-la dando o filho que tanto sonhei a outro, doía profundamente no meu coração.

Será que estavam juntos? Não, ela havia dito que não estava envolvida com ninguém. Mas isso não importava mais. Ela me esqueceu e se entregou a outro, deu o filho que deveria ser meu, a ele. Era o fim.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?



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