Duet escrita por oicarool


Capítulo 9
Capítulo 9




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Quando Darcy Williamson entrou naquela casa, poucos meses antes, Elisabeta Benedito não esperava se apaixonar por ele. Não esperava que aquele homem fosse capaz de despertar tantas coisas boas nela. Que fosse como a peça que faltava em sua vida, que fosse como a estabilidade que buscara por tanto tempo. Mas, Darcy era tudo isso, e muito mais. Era o motivo de seus sorrisos e seus sonhos. E mal conseguia conter suas reações ao dividir aquela mesa com ele, na manhã seguinte.

E, quando minutos depois, foi pega de surpresa antes de entrar em seu quarto e puxada levemente para a sala de música, onde Darcy tomou seus lábios com paixão, Elisabeta cogitou estar vivendo um sonho. Um sonho doce, apaixonado, e quente. Que nublava seus sentidos e trazia novas sensações ao seu mundo. Darcy se afastou em um sorriso tímido, segurando as mãos de Elisabeta.

— Me desculpe, eu não pude resistir. – ele piscou apenas um dos olhos, cúmplice.

— Não peça desculpas, não por isso. – Elisabeta também sorriu, aproximando-se novamente dele. – Eu também não consigo parar de pensar naquele beijo.

— Elisabeta, Elisabeta. Você é como um furacão que invadiu meu coração, Elisabeta. – Darcy sorriu, a puxando para mais um beijo.

— E você invadiu o meu, Darcy Williamson. Sem aviso prévio, sem pedir licença. – Elisabeta afastou-se, acariciando o rosto dele.

— Eu quero convidá-la para um passeio. Sei que não costuma sair tanto de casa, mas o dia está lindo, e gostaria que conhecesse um lugar. – Darcy pediu, esperançoso.

— Acho que não existe um lugar em que eu não iria com você, Darcy. – Elisabeta sorriu.

E era aquele sorriso, tão dele, tão singular, especial, raro. Sentia-se orgulhoso de si mesmo, de ser capaz de gerar algo tão belo, de ser o responsável pelo brilho no olhar de Elisabeta. Ela a cada dia desabrochava, mostrava um lado novo e ainda mais encantador. E Darcy sentia como se toda a sua vida o levasse para aquele único momento, ali, com Elisabeta.

Saíram pela porta dos fundos, sem serem vistos, sem querer levantar suspeitas ou perguntas. Haveria tempo para contar para cada uma das Benedito, para convencer Ofélia, pedir a mão de Elisabeta para Felisberto. Haveria tempo para celebrar aquela felicidade com as pessoas que amavam, mas naquele momento, naquele singular momento, queriam guardar tudo para si mesmos.

De mãos dadas com Darcy, o Vale do Café tinha outros tons, outra beleza, outra paisagem. Aqueles imensos campos, que eram refúgio em tantos momentos, agora brilhavam em promessas de um futuro. E quando paravam, lado a lado, trocavam olhares incrédulos, incapazes de crer em tamanha felicidade, em tamanha sorte. Caminharam pouco, até chegarem ao que, parecia óbvio, eram as obras da mina de Darcy.

Inesperado, como ele. Elisabeta jamais imaginaria que entre tantos lugares, Darcy Williamson o levaria justamente para aquele. Poucos trabalhadores estavam no local, e os cumprimentaram com acenos de longe. Darcy a guiou até a entrada da montanha, onde uma grande passagem já havia sido aberta. E, sem pestanejar, a guiou para dentro daquele local.

Ali, caminharam mais um pouco. O calor era grande, e Elisabeta sentia o suor cobrir a testa. Mas estava curiosa, surpresa, encantada com os rumos daquele passeio. E então, seus olhos avistaram o lugar mais belo que já havia visto. Abaixo deles, um lago cristalino, iluminando pelas pequenas passagens de luz entre as pedras. Era de tirar o fôlego, e Elisabeta sentiu seus olhos arderem com lágrimas inesperadas.

— Eu venho aqui todos os dias. – Darcy disse, em uma voz grave e baixa. – Todos os dias das últimas semanas, eu sento naquela pedra, e penso em você. Na sua música, nos seus olhos. E eu jurei que a traria aqui assim que pudesse.

— É lindo, Darcy. É simplesmente fantástico.

— Como você. – ele a virou levemente para ele. – Elisabeta, quando eu vim para o Vale do Café, eu jamais imaginaria que encontraria o amor. E me desculpe se soar apressado, mas desde que a vi pela primeira vez, eu senti que algo havia mudado em mim.

Elisabeta ficou em silêncio, um sorriso bobo brotando em seus lábios.

— Eu precisava saber quem você era, desvendar você. E eu me apaixonei a cada descoberta. A cada nota no piano, a cada vez que a vi fingir ser forte, e a cada momento em que você me deixou entrar na sua vida.

Uma lágrima correu pelo rosto dela, e Darcy rapidamente a secou com o polegar.

— Eu me apaixonei por você, Elisabeta. Por tudo em você. Suas qualidades e inseguranças. Me apaixonei pela mulher fantástica que você é.

— Eu também me apaixonei por você, Darcy Williamson. Por sua generosidade e delicadeza, sua forma de estar presente, mesmo sem estar. Por você conseguir ver o que mais ninguém viu, e me fazer sentir segura.

— Elisa, eu vou entender se você recusar, se você achar que é cedo demais, mas eu preciso fazer isso.

E, com esse rompante, Darcy ajoelhou-se, retirando uma pequena caixa do bolso. A abriu em mãos trêmulas, e dentro havia um delicado anel, com um diamante delicado. Elisabeta levou as mãos a boca, em surpresa, antes de deixar sua mão direita livre, e Darcy a segurou.

— Elisabeta Benedito, você me daria a honra de ser minha esposa?

— Sim. – ela disse, sem notar as palavras. – É tudo o que eu mais quero.

Darcy deslizou o anel pelo dedo de Elisabeta, antes de levantar-se, com ela em seus braços. Suas bocas se colaram em um beijo apaixonado, em uma felicidade extrema.

E, por causa disso, nenhum deles notou a explosão.


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Notas finais do capítulo

Sim, sim, eu fiz isso.
Esse capítulo é curto, de transição, e espero que vocês embarquem comigo nessa louca ideia.