A primeira vez longe de casa;
O primeiro abraço;
O primeiro beijo;
A primeira festa de aniversário;
O primeiro joelho ralado;
O primeiro coração partido;
A primeira sensação de liberdade...

Nem todas as primeiras vezes são boas ou tão maravilhosas como esperamos que elas sejam; às vezes é necessário uma segunda ou terceira tentativa para fazer as coisaa valerem a pena. Mas uma coisa que não se pode negar, é que toda primeira vez é inesquecível. E assim estava sendo minha partida do Rio de Janeiro.

Meu pai me acompanhava na entrada da fila de check in no aeroporto, e só Deus podia dizer o quanto eu estava nervosa. Não era com frequência que eu pegava um avião, além do mais um com mais de 12 horas de voô. A sensação de ansiedade e esperança era grande, misturada com uma grande dúvida do que me esperava atras daquela faixa protetora do ponto de embarque do aeroporto.

Enquanto meu pai se afastava com a desculpa de que ia ao banheiro, eu fornecia minhas informações para a mulher de longos cabelos loiros presos num coque apertado a minha frente. Despachei minha mala grande, levando comigo apenas a bagagem de mão, e olhando uma ultima vez para o lencinho laranja amarrado na alça esquerda antes de desperdir me temporariamente de minha bagagem.

Acordo do meu transe quando vejo meu pai a minha frente segurando dois copos do Starbucks e com uma expressão de desentendido. Dou um pequeno suspiro seguido enquanto me recupero do repentino susto e em seguida ele me entrega um dos copos.

Sorrio ao ver o nome escrito atras: Hope.

Sempre que meu pai e eu iamos ao Starbucks ou qualquer outro café, gostavamos de inventar nomes falsos para dar aos atendentes. Quase sempre ele era o estranho Esqueleto e eu a doce Esperança.

Meu pai havia escolhido seu nome falso por causa de um vilão de um desenho animado dos anos 80, e eu Esperança pois gostava de acreditar num mundo onde tudo era possivel.

Mas os atendentes já não acreditavam mais em nossos nomes então colocamos em inglês para ficarem mais convincentes, e olha que funcionou! Só que agora meu pai era um detetive da série Bones e eu membro do BTS (continuei amando o nome do mesmo jeito).

Ouço o número do meu voo ser anunciado avisando o embarque imediato.

◇Trilha Sonora: Fly Away - Good Day

Olho para meu pai que sorri com ternura, depois para o copo, e abraço ele com lagrimas no rosto. Depois de mais alguns segundos colados, ele bagunça meu cabelo dizendo:

— Você é meu maior orgulho, nunca se esqueça disso.
Eu concordo enquanto algumas lágrimas caem do meu rosto e saio correndo em direção a area de embarque, acenando para o meu pai com um sorriso no rosto enquanto via ele desaparecer pouco a pouco.
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Eu admirava o céu escuro pela janela do avião com certa sonolencia; seriam muitas horas de voo até chegarmos até Seul, capital da Coreia do Seul. Já havia maratonado tantas séries e doramas a ponto de colocar minha lista em dia e estava prestes a terminar Sonata em Punk Rock da Babi Dewet, mas acabei adormecendo antes de poder ler Valentina em sua apresentação de Rock...
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