I like me better when I'm with you escrita por Sereny Kyle
Notas iniciais do capítulo
O capítulo de hoje teve uma inspiração muito fofinha nesse vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=H3PMx6LV7OQ&t=212s
Se vocês quiserem ver como seria a Carol e o Taka na cozinha e como o bolo ficou *gargalhando*
Muito obrigada a todas as leituras e todas as reviews! Uau!
Ny-chan
Eu gostaria de dizer que não levei a sério o convite dele pra me refugiar em sua casa, mas começou timidamente até o momento em que eu estava completamente à vontade lá e as barreiras que delimitavam as formalidades de nosso relacionamento estavam bem difíceis de distinguir naquele ponto.
Cheguei na porta dele, cheia de sacolas e apertei a campainha, entusiasmada, já ouvindo o latido alegre de Koron.
— Hey — ele abriu a porta, sorrindo lindamente. — Onde é a festa? — ele brincou, indicando minhas sacolas e fazendo um gesto pra que eu as passasse para ele e eu o fiz, agradecendo a ajuda.
— É aniversário da minha irmã e eu quero fazer um bolo de surpresa — expliquei e nós dois fomos até a cozinha. Antes, eu me abaixei pra receber a festa de Koron e lhe fazer carinho. — Oi, bebê! Tudo bem com você?
— Eu estou bem e você, querida? — Takanori respondeu de brincadeira e eu dei risada, me aproximando dele.
— Own! Você quer que eu comece a te chamar de “bebê”, quer? — fiz cosquinha nele e Takanori se virou de frente pra mim, segurando minha cintura e nos deixando bem próximos um do outro.
— Não… — ele respondeu, sem jeito, me fazendo rir. — Eu não sei fazer bolo, mas, se eu puder te ajudar em alguma coisa, estou a sua disposição!
— Eu também não sei muito fazer bolo, então, acho que sua ajuda vai ser bem vinda — mordi meu lábio inferior, brincando com o tecido de sua camiseta, enquanto ainda estávamos colados um ao outro e eu não queria que nos soltássemos.
— Então, por onde começamos? — ele parecia animado e eu ficava realmente feliz por vê-lo assim.
— Você pode fazer a cobertura e eu faço a massa? — sugeri e ele pareceu um pouco aliviado.
— Eu vou com certeza fazer a cobertura!
Nós arrumamos tudo sobre a mesa da cozinha dele e eu deixei no meio o que os dois usariam e em lados opostos o que seria específico de cada um. Do meu lado tinha bem mais ingredientes, é claro, mas parecia ainda mais divertido do que eu tinha imaginado que seria.
— Falando sobre aniversários… — ele disse, tentando entender o que ele tinha de fazer. — Quando é o seu? — eu o encarei, culpada. — O quê?
— Foi… Há três dias… — ele me olhou e eu não sabia decodificar o que ele estava pensando. — Desculpa não ter falado nada… Eu não queria que você achasse que eu estava cobrando nada! Desculpa, desculpa, desculpa!
— Não. Não vou te perdoar — ele disse, mas o sorriso torto dele me dizia que eu estava menos encrencada do que ele faria parecer. — Como você não conta sobre seu aniversário pro seu namorado? Eu não sei como posso te perdoar — eu fiz um beicinho e ele quebrou um pouco sua atuação. — Não faça isso!
— Isso o quê? — continuei e ele fechou os olhos e sacudiu a cabeça.
— Não faça isso… — ele abaixou a cabeça. — Você é como kryptonita! — eu ri.
— Eu sei que eu consigo te fazer me perdoar!
— Com seu “super poder”? Isso é jogo baixo, sabia? Achei que nós íamos fazer um bolo!
— Ok, vamos trabalhar!
— Mas eu quero fazer alguma coisa especial, só nós dois, pra comemorar seu aniversário, mesmo atrasado, está bem? - senti meu rosto corado de novo e assenti, tentando me fixar na receita que tinha de seguir.
Era um bolo amarelo e precisava ficar aerado e esponjoso, tinha de fazer direitinho, mas estava difícil de me concentrar com Takanori fazendo besteira do outro lado da mesa, tentando me ajudar, sendo mais adorável que o possível.
— Você já fez algum tipo de cobertura alguma vez, bebê? — provoquei, rindo.
— Primeiro, você não me conta do seu aniversário e agora questiona minha habilidades culinárias… — eu gargalhei gostosamente. — É claro que eu… Já fiz cobertura de bolo… Um monte de vezes…
— Ah, claro, um monte de vezes! Mal posso esperar então pra experimentar! — ele gargalhou também.
Misturei os ingredientes e despejei na forma, colocando dentro do forno, marcando no timer meia hora.
— Pode me explicar, senhor especialista em coberturas, como é que eu tinha mais coisas pra fazer e terminei primeiro? — parei atrás dele e prendi meus braços em sua cintura, ficando na ponta dos pés pra apoiar meu queixo em seu ombro.
— Você me distrai — ele respondeu, soltando um suspiro prolongado que me deixou muito satisfeita, sentindo um arrepio. — Mas é só levar isso para o fogo agora. Eu espero — não tive certeza se eu devia ter ouvido a última parte.
Fiquei admirando-o mexer a mistura compenetrado, enquanto eu brincava com Koron no chão. Eu estava me acostumando demais àquela vida e tentava não pensar que era tudo mentira e acabaria tão logo nossos propósitos fossem alcançados. O que eu faria comigo mesma quando tivesse de enfrentar sozinha a verdade?
— Será que está no ponto certo? — ele perguntou e eu tornei a me aproximar. — Acha que ficou muito grossa?
— A gente só vai ter certeza na hora de espalhar sobre o bolo… — o timer apitou e eu retirei do forno e tentei desenformá-lo, mas ele caiu mais destruído do que devia. — Essa não…
Takanori me ajudou a remontar, como um quebra-cabeça sobre o prato.
— A cobertura vai colar — ele tentou me confortar e eu assenti. Jogamos a cobertura que ele fez e estava realmente muito grossa. — Que droga…
— A gente tenta manter inteiro e coloca marzipan por cima — eu peguei na sacola e nós dois tentamos de tudo para que se parecesse com um bolo, mas não deu certo. — Eu devia ter comprado um bolo numa doceria ao invés de pensar que eu podia fazer um…
— Eu acho que deve estar gostoso — ele tentou me animar e cortou um pedaço.
— Não come isso não — eu dei risada, mas ele já estava colocando uma garfada na boca.
— Tá gostoso! — ele disse, de boca cheia, alegremente, pegando outra garfada e oferecendo pra mim.
Gostoso realmente estava. Só não estava visualmente bonito… O que eu talvez pudesse lidar!
— Depois a gente sai pra comprar um pra sua irmã — ele disse, me puxando pra sentar no chão e continuar comendo.
Como grande parte tinha sido destruída no processo, o que sobrou era pouco e nós comemos tudo daquele jeito, rindo juntos, com Koron correndo de um lado para o outro a nossa volta.
O que é que eu faria comigo mesma depois que tudo acabasse?
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