Delirium escrita por Karina A de Souza


Capítulo 25
“Dr. Mikaelson”


Notas iniciais do capítulo

Olá. Me distraí ontem com um bando de coisa aleatória esqueci totalmente de postar o capítulo.



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Achei que o pesadelo tinha terminado, mas estava longe disso.

Às vezes, de repente, eu me sentia como se estivesse presa num espaço apertado de novo, sem conseguir me mexer. Era agoniante, e geralmente acontecia quando eu estava pegando no sono. Parece que o placar estava Klaus 3 x 1 Ludmille.

Naquele dia, Damon insistiu para que eu descesse. Disse que alguém queria falar comigo.

Depois de me arrumar para ficar pelo menos apresentável, fui até a sala descobrir quem estava sendo tão misterioso. E, bem... Eu não esperava que fosse ele.

—Elijah? Parece que não tem mais uma adaga no seu coração. -Sorriu. -Não esperava você.

—Imagino que não.

—Klaus te mandou?

—Não. Eu sei o que ele planeja para você e definitivamente não faço parte disso. Meu irmão precisa conhecer a palavra “livre arbítrio”. Damon me contou sobre o que está acontecendo. Achei que podia ajudar. -Cruzei os braços. -Entendo que não confie em mim, mas poderia me dar uma chance.

—Como pode me ajudar?

—Por que não vem comigo? Eu te explico enquanto caminhamos.

***

—Há quanto tempo essas supostas crises acontecem?-Elijah perguntou.

—Me transformo na Noiva de Sangue desde que me tornei vampira. Nunca consegui controlar. -Chutei uma pedra que estava no caminho.

—E os delírios? Você passou a ver Robert e seus pais aí também?

—Não. Isso começou quando voltei à Mystic Falls, meses atrás. Nunca tinha acontecido antes. Por que acha que isso acontece?-Fixei meu olhar nele. -Acha que eu sou... Louca?

—Não. Eu não acho. Você pensa na morte deles?

—Tento evitar, mas... Sim, penso.

—E o que pensa sobre isso?

—Penso que... Eles mereceram. Eles foram ruins comigo. Meus pais fingiam não ver que eu estava sofrendo. Fingiam não ver o que Robert estava fazendo comigo.

—Os pais às vezes cometem erros, Ludmille. Você nunca se arrependeu?

—Não. Eu não... -Tirei o olhar de Elijah e percebi onde estávamos. O antigo cemitério de Mystic Falls. O túmulo do Louise e Franco Morgan estava bem na minha frente.

—Mesmo assim, eles eram seus pais. Eles amavam você e você os amou. A culpa pela morte deles está corroendo você, e vai continuar até que se perdoe. -Balancei a cabeça negativamente.

—Não. Não. Eles tiveram o que mereceram. Me abandonaram com aquele monstro, sabendo o que estava acontecendo.

—Ludmille...

—A culpa foi deles, de todos eles! Não minha, eu fui a vítima!-Comecei a chorar. -Eu fui a vítima, Elijah. Eu estava gritando, enquanto eles se faziam de surdos.

—Você sente culpa. Não há nada de errado nisso. Só queria que seus pais te entendessem, que ajudassem você. E eles não podem fazer isso estando mortos.

—Louise e Franco Morgan tiveram o fim que mereceram. Ouviu? Ele mereceram!

Me virei e saí correndo. Elijah chamou meu nome, mas não veio atrás de mim.

***

—Pequeno Gilbert, eu não quero te matar de novo, me deixa em paz. -Mandei, o empurrado pela quinta vez. -Sai daqui. Vá fazer alguma coisa produtiva. Sair com a Bonnie. Jogar futebol americano. Fumar maconha. Sei lá, me deixa quieta.

—Eu vou sair, depois que te deixar em casa. Você está aqui bebendo faz horas.

—E daí? Mutt, me serve!

—Não. Chega. Vamos embora. -Tentou me puxar mais uma vez.

—Jeremy, me larga. Por que você se importa?

—Por que você mata descontroladamente. E quando bebe muito, piora. Chega de mortes. -Larguei o copo, fiquei de pé e ajeitei minha roupa.

—Tudo bem, garoto. Você está certo. Tchau, Mutt!-Ele apenas acenou de longe.

Fora do Grill, as ruas estavam cheias. Franzi a testa. O que estava acontecendo?

—É por causa dos mortos. -Jeremy disse. -As pessoas saem com velas, consolam umas às outras... Esse tipo de coisa.

Olhei em volta. Havia algumas fotos de pessoas que haviam morrido... Pessoas que eu matei.

—Droga... -Murmurei. Era impressão minha ou todo mundo estava me encarando?-É como se eles soubessem.

—O que?

—Por que estão olhando pra mim?

—Ludmille, ninguém está olhando pra você.

—Talvez eles sintam a culpa...

—Você não está fazendo sentido. -O encarei.

—Então está insinuando que eu sou louca?

—Não. Só que... Talvez esteja bêbada. Bom... Não só “talvez”. Acho que vou ligar para Stefan. -Agarrei o pulso dele, impedindo-o de pegar o celular. -Ludmille.

—Eu estou ótima, garoto. Ótima. Talvez um pouco paranoica, mas bem.

—Se você diz... -Deu de ombros. -Agora pode me soltar? Está quase quebrando meu pulso.

—Ah, foi mal. -O soltei.

—Como estão indo os encontros com Elijah? Estão tendo algum progresso?

—Pergunte ao “Dr. Mikaelson”. -Bufei. -Ele se acha um terapeuta de primeira linha.

—Ele quer ajudar.

—E de repente todo mundo confia nele. -Revirei os olhos.

—Mas você não confia.

—Lógico que não. O cara quer que eu fale dos meus medos, das minhas inseguranças... Rá! Como se eu fosse dar munição ao inimigo.

—Talvez ele realmente queira ajudar.

—Ou talvez ele queira contar meus segredos pro irmão dele. Use esse seu cérebro, pequeno Gilbert. -Segurou uma risada.

—Tudo bem.

***

—O que estamos comemorando?-Gritei por cima da música. -Damon! O que aconteceu?

—Klaus saiu da cidade. -Me entregou um copo cheio. -Estamos livres!

—Você não devia dar mais bebida à ela. -Esse foi Jeremy. -Acabei de tirá-la do Grill, ela está bêbada.

—Parece que não o suficiente. -Comentei. -Agora cale a boca e comemore. -Ele apenas revirou os olhos e saiu da sala.

A comemoração durou horas, com muita bebida e som alto. Se Stefan não tivesse aparecido, teríamos continuado com a “festinha” até a manhã seguinte.

—Eu entendo que vocês estão felizes e querem comemorar. Mas são três da manhã, e há pessoas com super audição tentando dormir.

—Ops, desculpe. -Pedi, descendo da mesa. -A gente vai parar.

—Ótimo. Obrigado. -E saiu.

—Comemoração encerrada. -Declarei.

—A gente pode continuar. -Damon sugeriu. -Talvez seja uma comemoração menos barulhenta...

—Eu não faço ideia do que está falando. -Ri. -Acho que vou dormir. Boa noite... Ou já é bom dia?-Dei de ombros. -Tanto faz.

***

—Ludmille?-Ergui a cabeça lentamente, confusa.

—Eu fiz de novo?-Sussurrei. Damon se abaixou ao meu lado.

—Fez. -Olhei para minhas mãos, cobertas de sangue.

—Eu não queria machucar ninguém.

—Eu sei. -Elijah se aproximou, Damon me ajudou a levantar.

—Se você se descontrolar agora, vai desligar de novo. -O Original disse.

—Não consigo me controlar. -Avisei. -É como se pudesse sentir o monstro despertando.

—Então me deixe ajudar. -Assenti. -Durma.


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Notas finais do capítulo

E o fim se aproxima...



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