A Falsa Princesa e o Dragão Amaldiçoado escrita por Costa


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Fala pessoal! História nova chegando aí. Eu não sei exatamente quando isso começou, mas essa ideia está girando em minha cabeça durante meses e finalmente comecei a colocar isso no papel. Espero que gostem :)



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Larster não era um dragão qualquer, ele era um dragão inteligente. Com quase cinco metros de altura e quase oito de comprimento, desde a ponta do nariz até a ponta da calda, ele era uma criatura esguia. Talvez não tão ameaçador a primeira vista, mas ele poderia causar destruição se quisesse. Era um bonito dragão com escamas que tinham cores de musgo em sua maioria com algumas manchas negras, mas, se algumas vezes o sol batesse no ângulo certo, ele poderia brilhar como em uma cor dourada, quase como se fosse feito de ouro. Também tinha duas asas que abertas poderiam tornar ele um pouco ameaçador. Ele viveu mais tempo do que se lembrava em seu grande castelo no alto da colina. Era pacífico e ele não gostava de se misturar ao povoado ou de devorar pessoas Prezava pela paz que ele cultivou lá e caçava apenas cervos e outros pequenos animais na floresta para se alimentar. Algumas vezes, sacrificaria alguma ovelha do rebanho que ele mantinha quando a caçada se tornava infrutífera e a fome começava a atormentar a criatura, mas nunca iria recorrer aos animais que fossem de propriedade alheia. Ele apenas não entendia o motivo de, nas últimas semanas, vários cavalheiros e príncipes baterem a sua porta procurando por uma princesa que ele desconhecia.

— Inferno! O dragão falou em uma voz rouca com um forte rugido que estremeceu toda a estrutura do castelo antes de voar pela larga abertura que ele fez no telhado e pousar logo acima do portão. Olhando para baixo onde mais um cavaleiro de armadura prateada empunhava uma espada em direção a ele.

— Dragão, eu o desafio! Deixe de ser uma criatura vil e liberte a pobre donzela que mantém cativa sob o seu poder. — O cavaleiro gritou.

— Mas que princesa?! Quantas vezes eu terei que falar que não tenho nenhuma princesa, eu vivo sozinho aqui! Será que é pedir muito ser um dragão recluso? Mas que inferno!

— Não minta, vil criatura. Eu, o cavaleiro Rodrix das Terras dos Pantanos, vim resgatar a princesa que está em sua posse.

— Olha, eu não tenho princesa nenhuma aqui. Eu realmente não quero brigar hoje, por favor, vá embora.

— O que fez com a princesa? Você não ousou machucar ela, ousou, criatura? Eu vou matá-lo com a minha espada e fazer de voc...

Antes que o cavaleiro tivesse a chance de terminar a frase, Larster saltou sobre ele e, jogando o homem para cima como se fosse um boneco de pano, o abocanhou no ar antes de deixá-lo deslizar para o chão. O cavalo que estava próximo ali partiu em retirada com a exibição de força e poder do dragão.

— Armadura amassada em vários pontos, — O dragão falou virando o cavaleiro no chão com uma pata. — acho que pelo menos algumas costelas quebradas, talvez um braço. Isso deve segurar você por um tempo.

— Eu vou matar você. — o cavaleiro ameaçou com a voz cheia de dor.

— Eu poderia matar você, mas me sinto benevolente hoje. — falou antes de pegar o cavaleiro na boca e voar com ele para longe, deixando-o perto da estrada que levaria ao povoado.

— Eu vou...

— Vai me matar, eu já sei. Agora faça o favor de calar a boca que os seus gemidos durante a viagem já me encheram.  Espalhe a palavra que eu não tenho nenhuma princesa ou que você resgatou ela, não me importa. Apenas faça com que essa gente pare de me perturbar. — falou com um rosnado antes de soltar uma baforada quente sobre o rosto do cavaleiro e voar para longe.

***

Escondidas em uma moita próxima, estavam duas mulheres com roupas simples de camponesas. Elas olhavam enquanto o poderoso dragão voava para longe, esperando até que ele estivesse longe o suficiente para resgatarem o cavaleiro, que agora estava desmaiado, colocando o pobre homem em um pedaço de tábua para que o arrastassem.

— Eu já te falei que isso é uma péssima ideia, Madra. Esse aqui já é o terceiro apenas nesse mês. — a mulher mais baixa falou com um suspiro cansado.

— Vai dar certo, Caelta, apenas acredite em mim. — a mais alta das duas e esbelta, que tinha o cabelo negro e muito liso respondeu.

— Você já viu o que o dragão fez com ele, não queira pensar o que aquele animal pode fazer com você também quando ele descobrir.

— Ele não vai descobrir isso. Eu só tenho que esperar alguém matar o dragão e depois me infiltrar no castelo sem que ninguém veja. Isso é o plano perfeito.

— Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando aceitei ser parte dessa loucura com você. Ele vai matar a mim, a você, a minha família e a todo o povoado e com razão.

— Ele não vai matar ninguém. Você já viu ele matando algum cavaleiro ou príncipe? Ele deixou a maioria deles aqui na estrada da Vila.

— Isso, agora você falou certo, ele deixou a maioria deitado aqui, mas e os que ele não trouxe? Ele deve ter devorado os pobres homens inocentes. Você não sente um pingo de culpa, Madra?!

— Eu sentirei culpa quando eu sair dessa vida em que estou.  Até lá, não.

— Que os Deuses tenham pena de você.

***

Alguns dias se passaram antes que Madra e Caelta vissem mais um cavaleiro no povoado. Elas trabalhavam na única taberna de lá, o único lugar que poderia oferecer alimento e estadia aos viajantes. Como todas as outras vezes, elas indicaram ao valente cavaleiro onde poderia encontrar o temível dragão que mantinha a princesa cativa.

— Por favor, Caelta. Esse é forte e bonito. Ele irá conseguir, eu tenho certeza. — Madra pediu com desespero para a amiga, saltando um pouco em excitação.

— Você sabe que ele não vai, Madra. O que você vai acabar conseguindo é que o dragão te veja rodando as terras dele e te mate.

— Ele nunca me pegou antes. Eu sei ser discreta. Se esse não conseguir, eu volto para cá. Por favor. Não esqueça aquelas vezes em que eu fiquei no seu lugar enquanto você ia se encontrar escondida com o seu marido.

— Madra...

— Por favor, eu prometo cuidar do seu primeiro filho, quando você tiver um.

— Se ele te pegar, eu irei jurar até minha morte que eu não conheço você.

— Obrigada!

Eu um movimento rápido, Madra retirou o avental e jogou em direção a Caelta enquanto corria pelo meio da floresta, tentando cortar caminho para recuperar o atraso que ela sabia que estava em relação ao cavalo do nobre cavaleiro.  Ela chegou atrás da pedra em que geralmente se escondia totalmente esbaforida, mas ainda foi capaz de escutar o forte rugido do dragão e, logo depois, ver a criatura jogar o cavaleiro para cima em uma cena que ela tinha visto muitas vezes nos últimos meses. Ela abaixou a cabeça em derrota. Ela realmente tinha achado esse homem bonito e esperava que ele fosse capaz de acabar com o dragão. Talvez algo melhor aparecesse para ela. Como sempre, esperou o dragão levantar vôo e aguardou escondida sobre um velho pedaço de árvore antes de sair de lá.  Ela estava quase conseguindo se embrenhar novamente no mato mechado onde o dragão não poderia ver-la quando viu a grande sombra pairando sobre si e o chão tremendo atrás dela. Ela apenas escutou o barulho metálico do dragão soltando o cavaleiro do chão antes de se virar para encarar a criatura.

— E parece que eu tenho um pequeno rato invadindo minhas terras. Comece a se explicar se não quiser morrer aqui e agora. — ele falou com a voz rouca e poderosa enquanto um pequena chama escapava de suas narinas.

Continua.


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Notas finais do capítulo

E parece que o nosso querido dragão pegou uma rata em suas terras, não é? Comentários?

Um imenso abraço e até mais!



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