True Love escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 6
O Lobo




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P.O.V. Luke.

Eu estava no Jade Wolf depois de um exaustivo dia de trabalho quando um carro estacionou na frente do restaurante.

Era um carro blindado, com vidros á prova de mísseis e lataria á prova de tanques.

A matilha saiu e a motorista desceu do veículo com as mãos pra cima.

—Estou procurando Luke Garroway.

—Sou eu. Quem é você e o que você quer?

—Meu nome é Renesmee Mikaelson. E eu sei que você é o alfa da alcateia de Nova York, preciso da sua ajuda.

—E porque eu ajudaria você?

—Não disse que a ajuda era pra mim. Há uma guerra se formando, os Shadowhunters estão atrás da minha filha, porque ela é mais forte e mais especial do que qualquer um poderia se quer imaginar. Se quer saber, a semelhança não é apenas física. É ela. É a alma dela.

—A alma dela?

A garota abriu a porta traseira.

—Pode sair querida.

Quando a pessoa saiu do carro, eu quase tive uma epifania.

—Clary?

—Não. Eu sou a Jean. Será que já nos vimos antes, em algum lugar?

—Talvez numa outra vida. O nome Jocelyn Fray te diz alguma coisa?

—Na verdade não. Mas, a minha mãe me disse que caso algo dê errado você ai me proteger.

—É. Onde está a sua mãe?

—Ali.

—Você é a mãe dela?!

—Sou. Se não se importa, gostaria de lhe falar em particular.

—Claro.

Ela me mostrou tudo. A gestação, os sonhos de Jean, como o anjo lhe falou que elas eram a mesma alma, mas não a mesma pessoa. Como Jean por ser de alguma maneira parte bruxa, parte vampira, parte shadowhunter poderia fazer mudanças significativas no submundo. Unificar as facções.

A história da linhagem dela, da do marido dela. Como Jean confessou que se sentia inexplicavelmente atraída por Jace.

—Nossa!

—Eu sei.

Decidi conversar com Clary, quer dizer Jean.

—Oi. Eu sou Luke Garroway.

—Jean Mikaelson. Nossa! Eu fico tendo essa sensação de que te conheço de algum lugar. É esquisito.

—Como você está?

—Nesse momento, me sinto a Elena de Troia. Porque essa gente quer me matar? Eu nunca fiz nada com ninguém.

—É complicado.

—Não dá pra descomplicar?

—Você sendo quem e o que você é, é uma ameaça ao poder da Clave.

—O que é essa Clave afinal? São tipo, os vampiros nazistas que tentaram me matar?

—Vampiros nazistas?

—É. É um grupo de vampiros radicais que não gosta de híbridos. Acham que somos abominações.

Ela bebeu da sua garrafa vermelha e toda vez que bebia fazia uma careta.

—O que é isso ai? Sinto cheiro de wolfsbane e um cheiro que não consigo identificar.

—É verbena. Queima os vampiros e protege os mortais do controle mental. Também pode funcionar como sedativo. Eu bebo desde sempre, assim o meu corpo desenvolveu tolerância.

—Imunidade?

—Não. Tolerância. Se algum maluco me injetar verbena eu não fico apagada por muito tempo.

—E porque a wolfsbane?

—Se eu for mordida por um lobisomem, a wolfsbane vai matar o veneno e me impedir de ter uma morte horrível.

—Não sabia que mata-lobos fazia isso.

—A maioria das pessoas não sabe.

—Mas, se verbena queima os vampiros não...

—Dói? Dói. É como engolir lâminas de barbear, mas me mantém segura.

—Gostei do seu estilo. Você parece gostar de moda.

—Gosto. Minha tia Alice é estilista. Ela sempre ganha presentes dos estilistas famosos, peças de coleções que ainda nem saíram nas lojas, me leva aos desfiles e aos eventos. Sabia que existem vários tons de azul?

—Bom, agora eu sei.

—Eu sei que você é um lobisomem, mas não um filho da lua.

—Quantos anos você tem Jean?

—Três dias e meio.

—Três dias?

—Ser parte vampira tem suas desvantagens. Eu cresci rápido demais.

—Você sabe quem é Clary Fairchild Morgenstern?

—Não. Mas, as pessoas continuam me chamando de Clary. Os caras das tatuagens, runas ou sei lá... eles me chamaram de Clary que nem você e o loiro Jace, disse que eu parecia com a namorada dele que morreu.

—É. Parece mesmo.

—Sabe, antes de eu ser lobo, eu era shadowhunter.

—Então, isso te torna parte lobo, parte Shadowhunter?

—Não. Quando virei lobisomem, deixei de ser shadowhunter.

—Sinto muito.

—Eu me acostumei. Agora eu sou um submundano.

—Mas, shadowhunters não são submundanos também?

—Não.

—Mas, eles fazem parte do submundo tanto quanto vampiros e lobos e lobisomens e metamorfos e todos os outros seres sobrenaturais, então... porque os shadowhunters não são considerados submundanos?

P.O.V. Jace.

Eu fui até o Jade Wolf pedir conselhos para o Luke e ouvi Jean dizer algo que nunca ninguém havia dito:

—Mas, eles fazem parte do submundo tanto quanto vampiros e lobos e lobisomens e metamorfos e todos os outros seres sobrenaturais, então... porque os shadowhunters não são considerados submundanos?

Ela meio que tinha razão.

—Porque eles tem sangue de anjo. São os defensores do submundo.

—Mas, eles fazem parte do submundo. Eles se colocaram num pedestal só por causa da droga do sangue de anjo? Eu tenho sangue de anjo, mas eu sou submundana também. Quer dizer, minha mãe é parte bruxa, parte vampira e o meu pai é um Original. Isso não torna eles superiores ou inferiores.

—É mais complicado que isso Clary.

—É Jean!

—Desculpe.

—Não, não é mais complicado. É simples. Os shadowhunters são submundanos e precisam dos submundanos mais do que imaginam. Quer dizer, sem um feiticeiro poderoso para fazer alas de proteção, o lugar onde eles vivem ficaria totalmente desprotegido, sem as bruxas para manter o equilíbrio a natureza iria pro buraco, sem os lobisomens haveria uma superpopulação de vampiros, sem os vampiros haveria uma superpopulação de lobisomens e sem os shadowhunters haveria o caos. Estamos mais ligados do que imagina.

—Olhando por esse ângulo...

—Onde fica o banheiro?

—Segunda porta a esquerda.

—Obrigado.

P.O.V. Jean.

Eu estava lavando as minhas mãos quando vejo o cara refletido no espelho. Ele me acerta com um dardo. Sinto minha visão começar a embaçar.

—Shadowhunter.

É a última coisa que consigo dizer antes de apagar.

P.O.V. Luke.

Do nada, o Jace começa a passar mal.

—Minha visão. Está embaçada.

Então ele desmaia. Sem saber o que fazer, eu levo ele para o Instituto.

—O que houve?

—Eu não sei. Ele simplesmente desmaiou. Disse que sentiu uma fisgada no pescoço, eu verifiquei e tem um pouco de sangue.

Então outro Shadowhunter vem carregando uma Jean inconsciente.

—Ótimo. Leve-a para a sala de interrogatório. Amarre-a com força.

—Porque está fazendo isso?

—A lei é dura, mas é a lei.

—Não. Isso não é por causa da lei. É porque está com medo.

—Com medo?

—É. Uma criança que é submundana e shadowhunter ao mesmo tempo pode mudar tudo.

P.O.V. Imogen.

Eu comecei o interrogatório.

—Bem vinda de volta.

—Quem é você? O que você quer?

—Eu sou a juíza Herondale.

—Juíza é? E posso saber de que crime estou sendo acusada?

—Traição contra a Clave e violação dos acordos.

—Não sei quem é a Clave e nunca fiz acordo nenhum.

Eu comecei a torturar a abominação. Então, uma Isabelle Lightwood desesperada invade a sala de interrogatório.

—Pare! Está machucando o Jace. Tudo o que está fazendo com ela está machucando o Jace.

—O que?

—Mamãe sabe mais. A minha mãe é foda.

—O que quer dizer?

—Sua juíza idiota. A minha mãe fez um feitiço, ela me ligou ao neto da juíza. Caso vocês me pegassem, tudo o que fizessem comigo, estariam fazendo com ele também. Pedi pra ela me desligar da minha prima, mas me manter ligada á quem quer que fosse o seu neto.

Ela se soltou e pegou a minha adaga serafim e a colocou na própria garganta.

—O que vai fazer?

—Se não me deixar ir embora, se não deixar a mim e a minha família em paz... vou cortar a minha garganta. Eu vou voltar a viver, mas o seu neto não.

—Você não faria isso.

Só para contrariar ela começou a abrir um talho na garganta.

—Tudo bem! Tudo bem, pode ir. 

—É melhor você nos deixar em paz ou vou cortar minha garganta e matar o seu netinho.

O ferimento no pescoço dela fechou instantaneamente. Mas, ela continuava com a faca apontada para o próprio pescoço.

Os guerreiros apontaram as lâminas para ela.

—Deixem ela passar!

—E mais uma coisa.

—O que?

Ela avançou sob mim, colocou a faca na minha garganta.

—Vai pro inferno, sua vadia!

Num movimento rápido senti os dentes dela no meu pescoço.

P.O.V. Alec.

Ela mordeu a avó do Jace, drenou o sangue dela e para fechar com chave de ouro bateu com a cabeça dela numa mesa de aço.

—Desgraçada. Tudo isso por que tinha um pingo de sangue de anjo.

—Pelo Anjo!

—Atirem em mim, enfiem as suas lâminas brilhantes em mim. E ele morre.

Disse a híbrida apontando a lâmina serafim para o Jace.

—É?

Perguntou uma das shadowhunters e a resposta dela foi cortar a própria mão e quando ela cortou, um ferimento igualzinho se abriu na mão esquerda do Jace.

—É. Ele e eu estamos ligados.

A cópia da Clary olhou para o Jace.

—Não é nada pessoal. É só... autopreservação. E ela não tá morta, mas tá quase lá.

Disse a cópia olhando para Imogen. Tínhamos que escolher, ou salvávamos Imogen ou perseguíamos a híbrida.

E o Jace escolheu salvar a avó. Ativamos a runa de cura e apesar de ter demorado um pouco, a Juíza se recuperou.

P.O.V. Jean.

Quando eu cheguei em casa parecia um campo de batalha. Os shadowhunters estavam tentando matar a minha família.

—Mamãe.

—Só, pegue a Hope e corra!

E foi o que eu fiz. Peguei a minha priminha que chorava á plenos pulmões, a bolsa de bebê dela, minha bolsa e saí pela janela.

 


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