Better Days escrita por oicarool


Capítulo 19
Capítulo 19




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Elisabeta precisava admitir que Darcy estava se esforçando, e muito, em suas tarefas de pai. Passava a maior parte dos dias com Tom, e sempre estavam planejando alguma novidade. A última delas, naquele domingo, uma semana depois de sua noite de paixão, era a construção de uma baia para Tufão, ao lado da de Tornado. Darcy passara o sábado inteiro fazendo medidas e planos, e agora ele e Tom começavam a separar os materiais.

Ela apenas os observava, grata pela sombra que cobria sua cabeça, perto do sol escaldante que já brilhava no céu. Após uma semana inteira de chuva e temperaturas baixas, era bom novamente ter sol e calor. Pelo menos foi o que Elisabeta pensou, antes dos trabalhos de Darcy e Tom começarem.

Como era de se esperar, Tom apenas palpitava, enquanto Darcy fazia todo o trabalho. Martelava as tábuas, posicionava as estruturas, e não demorou muito para que seu corpo estivesse coberto de suor. E então se tornou imensamente difícil para Elisabeta pensar atenção em qualquer outra coisa que não fossem os braços de Darcy, expostos por uma regata. Os suspensórios soltos davam a ele um ar rebelde.

E ela não deveria pensar sobre aquilo, e muito menos observar Darcy daquela forma, mas precisava admitir que passar uma noite com ele havia sido insuficiente. Por causa disso, após seu pequeno jantar em família dias antes, Elisabeta evitara passar muito tempo com Darcy. Deixava que ele e Tom passeassem pelo Vale do Café, mas não tivera mais nenhum momento sozinha com ele.

Agradecia por isso, pois observando Darcy agora, tentando construir aquela estrutura, sentia-se quase sufocada. Sua mente desviava rapidamente para pensamentos proibidos, e sentiu seu corpo incendiar. Darcy, de repente, sentiu os olhos de Elisabeta nele e desviou sua atenção para ela. Precisou conter um suspiro ao ver sua expressão, que ele conhecia tão bem.

Mas logo Darcy abriu um sorriso de lado, ansioso por provocá-la. Era assim entre eles, e Darcy sentia falta disso. Sentia falta de quando eram mais espontâneos e leves, de quando não existia aquele esforço enorme para que se mantivessem afastados. Sentia vontade de beijar Elisabeta, tocá-la, dividir suas noites com ela.

Sabia que deveriam ter evitado o primeiro beijo, a primeira noite. Era a única forma que tinham de não despertar o que sempre foi intenso entre eles. Mas era tarde demais, e agora os dois sentiam ainda mais forte aquela força que parecia puxá-los um para o outro. E era difícil resistir, principalmente assim, quando o corpo de Darcy arrancava o ar de Elisabeta, e o olhar dela fazia Darcy perder a cabeça.

Foram interrompidos pelo barulho das motos de Mariana e Brandão, e logo todos os Benedito se encontravam em casa. As crianças rapidamente se distraíram, enquanto os homens juntaram-se à Darcy na construção da nova moradia de Tufão. E logo não havia apenas uma Benedito distraída com a visão, mas cinco delas.

— Eles não deveriam fazer isso. – Mariana disse, sem tirar os olhos do marido.

— De forma alguma. – Cecília também estava distraída.

— Camilo não leva o menor jeito. – Jane mantinha a boca aberta.

— Pois eu estou achando ótimo. Posso me deliciar não só com a visão de Ranran, mas desses lindos cunhados que tenho. – Lídia, como sempre a mais sincera.

— Lindos. – Mariana concordou. – É impressionante como as vezes as crianças nos distraem desses... detalhes.

— Ainda bem, não é? – Jane riu, contida. – Se Camilo resolvesse construir coisas por nossa casa, acho que não faria mais nada.

Darcy virou-se para as Benedito, seus olhos encontrando os de Elisabeta rapidamente, antes dele passar a mão pelo rosto e sorrir.

— Mas parece que uma de nós está ainda mais impactada. – Lídia cutucou Cecília, apontando para Elisabeta.

— É verdade. – Cecília sorriu, misteriosa.

— Eu não a julgo. Poderia ficar observando Darcy o dia inteiro. – Jane disse, contendo uma risada.

— Com certeza. Um homem como esse. Não acha, Elisa? – Mariana piscou para as outras.

Elisabeta sequer ouvia o que as irmãs falavam. Seus olhos não conseguiam desviar de Darcy e do movimento de seu corpo, da forma como sua regata deixava a mostra parte de seu abdome toda vez que ele levantava os braços.

— Meu Deus, Elisabeta! – Mariana a cutucou, fazendo Elisabeta assustar-se. – Não o trate como um pedaço de carne.

— O que? – ela revirou os olhos.

— Você não consegue tirar os olhos de Darcy. – Jane riu.

— Como se fosse o último homem existente na terra. – Cecília abriu um grande sorriso.

— E sinceramente, eu não a julgo, depois de tanto tempo... – Lídia começou a falar.

— Lídia! – as quatro impediram a irmã de continuar com seu raciocínio.

— Eu não estava fazendo isso. – Elisabeta mentiu.

— Você é uma péssima mentirosa. – Mariana revirou os olhos. – Aposto que se Darcy a beijasse agora, esqueceria que nós estamos aqui, que as crianças estão brincando.

A menção de Darcy beija-la foi suficiente para fazer Elisabeta engolir em seco.

— É claro que não. – bufou, recostando-se na cadeira.

— Eu esqueceria, se Rômulo me beijasse. – Cecília disse, distraída.

— Cecília! – todas as outras riram, fazendo a irmã corar.

##

Já era final da tarde quando o trabalho finalmente terminou. A baia de Tufão estava pronta, e Tom já estava ansioso para trazer o cavalo para sua nova casa. Mas, após tanto esforço, Dona Ofélia fez questão de oferecer aos genros – e à Darcy, um reforçado café da tarde. Montou uma mesa no jardim com muitos quitutes, e nenhum deles conseguiu resistir.

Elisabeta sequer se atrevia a chegar perto de Darcy. Seus hormônios estavam ativos e seu corpo tomado por calores, e não confiava em qualquer reação se ele estivesse ao alcance de suas mãos. Apenas observava Tom e Darcy divertirem-se um com o outro, e logo, como era de costume, todos os netos de Dona Ofélia corriam pelo jardim.

— Preciso ficar sozinha com Darcy. – Elisabeta disse, de repente, para Cecília, que estava a seu lado.

— Você o que? – Cecília cobriu a boca para evitar uma gargalhada.

— Não ria. – Elisa suspirou. – Parece que eu vou explodir.

— Elisabeta! – a irmã deixou escapar a risada.

— Pare, Cecília. Eu preciso de ajuda.

— Para ficar sozinha com Darcy? – Cecília ergueu a sobrancelha.

— É claro que não! – Elisabeta respondeu, indignada. – Para não pensar nele.

— Elisa, a quem você quer enganar? Eu mesma não vejo a hora das crianças dormirem para atacar Rômulo e...

— Cecília! – Elisabeta ralhou. – Você precisa me ajudar.

— Eu não sei como. – Cecília olhou para os lados. – Mariana! Mariana!

— O que foi? – Mariana se aproximou com pressa.

— Elisa precisa de ajuda para ficar sozinha com Darcy.

— O que? – Mariana teve a mesma reação de Cecília.

— Não é isso! – Elisa revirou os olhos. – Eu preciso parar de pensar em ficar sozinha com Darcy.

— Ora, Elisa, fique logo sozinha com Darcy. – Mariana abriu um sorriso sugestivo. – Bem sabemos que você deve estar precisando.

— Quando foi que perdemos o respeito nessa família? – Elisabeta cruzou os braços.

Nesse momento Darcy levantou Tom e o colocou nos ombros, fazendo Elisabeta suspirar.

— Qual é o problema? Não é como se nunca tivesse acontecido. – Mariana deu de ombros.

Cecília olhou para Elisabeta, com um olhar cúmplice.

— O que foi? O que estão escondendo? – Mariana cutucou as duas. – Não me diga que... Sua tratante!

— Cecília! – Elisabeta reclamou. – Você não pode sabe ser discreta?

— Eu não disse nada! – a mais nova defendeu-se.

— Eu estou cansada de vocês. – Elisa bufou.

— Não está, não. – as duas a abraçaram.

— Ei, eu também quero! – Jane surgiu em suas costas, abraçando-as também.

— E euzinha! – Lídia se juntou às irmãs.

##

Não era uma boa ideia. Era uma péssima ideia, na realidade. Mas aos poucos a casa dos Benedito foi esvaziando, e toda vez que Darcy tentava ir embora, Tom o impedia. Suas irmãs já estavam todas a caminho de casa, e Tom ainda argumentava com Darcy para que ele ficasse mais um pouco. E era uma péssima ideia a que estava passando por sua cabeça. Uma ideia completamente louca.

— Filho, eu preciso ir embora. – Darcy disse, sério. – Amanhã nós podemos passar mais tempo juntos.

— Por que você tem sempre que ir embora? – o garoto reclamou.

— Porque eu moro em outra casa. – Darcy deu de ombros. – E está tarde. Nós dois precisamos tomar banho e descansar.

— Tom, e se... – Elisabeta respirou fundo, condenando-se pelo que estava prestes a fazer. – E se eu for com seu pai buscar Tufão? Enquanto isso você toma banho e...

— Ora, não é necessário. – Darcy revirou os olhos.

— Dessa forma Tom não precisa ficar chateado por você ir embora. – Elisabeta olhou para Darcy.

— Mas eu posso trazer Tufão amanhã.

— Darcy, eu vou buscar o cavalo com você. – Elisabeta disse, mais ríspida que o normal.

E então a realidade atingiu Darcy, que abriu um sorriso malicioso, antes de se virar para o filho.

— Então estamos combinados. – bagunçou os cabelos de Tom.

— Eu não falei que concordava. – o menino cruzou os braços.

— É o melhor acordo que você vai ter. – Elisabeta o imitou. – Caso contrário, o seu pai vai embora e Tufão dorme com ele.

— Tá bom. – Tom franziu o nariz, contrariado.

Darcy despediu-se do filho, e Elisabeta garantiu que retornaria em pouco tempo. Assim que Tom entrou em casa, Darcy virou-se para ela, com a sobrancelha erguida e um sorriso de lado.

— Tufão? – ele cruzou os braços.

— Fique quieto. – ela tentou manter-se séria, mas abriu um sorriso também.

— Espero que esteja pronta para montar em Brisa.

Elisabeta montou em Brisa, e Darcy rapidamente subiu na égua, encostando seu corpo no dela. O contato fez com que os dois estremecessem, depois daquele dia inteiro tentando evitar seus instintos. Darcy afundou o nariz nos cabelos dela, inalando profundamente, enquanto passou seus braços pela cintura de Elisabeta, segurando as rédeas.

— Não sei se aguento chegar em casa. – ele sussurrou no ouvido dela, beijando seu pescoço.

— Você precisa. – Elisabeta respirou fundo. – Eu preciso trazer o maldito cavalo.

Darcy gargalhou contra a pele dela, e saiu em disparada rumo a sua casa. O movimento do galope não ajudava nenhum dos dois, uma vez que exigia que ficassem colados. Darcy tentou manter suas mãos paradas, mas o cheiro de Elisabeta o deixava inebriado. E ela sentia-o em suas costas, cada centímetro do corpo de Darcy como uma provocação.

Menos de vinte minutos depois, entraram no estábulo da Fazenda Ouro Verde. Darcy saltou de Brisa e ajudou Elisabeta a descer. Levou menos de um minuto para colocar a égua em sua baia, e então a boca de Elisabeta estava na sua, faminta, urgente, exigente. Ela o encostou contra a cerca de madeira, já abrindo os botões da camisa que Darcy insistira em recolocar.

Darcy riu contra a boca de Elisabeta, apertando-a contra ele. Gostava daquela urgência, de quando Elisabeta não negava o que queria, quando não negava seu desejo por ele. As mãos frias dela entraram por baixo de sua regata, a tirando de seu corpo. Darcy sentiu a ausência da boca de Elisabeta, que já mordia seu peitoral, suas unhas provocando-o.

— Elisa... – ele sussurrou o nome dela, ao sentir Elisabeta acariciar sua ereção.

— O que foi? – ela o mordeu mais uma vez, e então afastou-se apenas um pouco, sua mão ainda em volta dele.

— Não estou reclamando. – Darcy sorriu, aproveitando a distração para puxá-la novamente contra ele.

— É bom mesmo. – Elisabeta beijou o pescoço de Darcy. – A culpa é sua.

— Minha? – Darcy desceu as mãos pelo corpo dela. – Posso saber o que eu fiz?

— Passou o dia me provocando. – ela segurou os cabelos dele. – Não tente negar.

— Não estou tentando negar. – Darcy virou as posições deles, sem dificuldade. – Estou feliz que deu certo.

A boca dele grudou na de Elisabeta, e foi a vez dele explorar. Puxou a saia sem dificuldade, quase certo de que havia estourando algum botão. Uma de suas mãos puxou a blusa que Elisabeta usava para baixo, expondo seus seios, e a boca de Darcy rapidamente chegou ao local. A outra mão já explorava a combinação de Elisabeta, e ela a retirou sem que ele precisasse pedir.

Ainda havia uma boa camada de roupas, mas Elisabeta sussurrou seu nome, e Darcy não foi capaz de resistir. A puxou para seu colo, fazendo-a enrolar suas pernas nele. Abriu os botões de sua calça de qualquer jeito, e quando finalmente os dois estavam livres, Darcy a beijou novamente, e a penetrou sem dificuldade.

Foi intenso e urgente, com movimentos pouco sincronizados, muitos sussurros e desespero. Mas a expectativa de um dia inteiro era suficiente para acendê-los, e por isso não demorou para que Elisabeta chegasse ao prazer, e levasse Darcy com ela. Os dois continuaram tentando respirar, ao mesmo tempo em que tentavam manter um beijo, e nenhuma das duas tarefas era realizada com perfeição.

Mas não importava. Os dois tinham sorrisos no rosto quando, pouco tempo depois, Elisabeta saiu em disparada montada em Tufão. E nenhum dos dois tinha a menor ideia do que estava fazendo.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi um pequeno mimo para as leitoras tristonhas com o fim de Orgulho e Paixão.