Better Days escrita por oicarool


Capítulo 18
Capítulo 18




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Elisabeta acordou cedo, no dia seguinte. O dia ainda ameaçava nascer, e teve um pouco de dificuldade em lembrar onde estava. Isso até sentir os braços fortes envolvendo seu corpo, o calor de Darcy às suas costas, a respiração pesada, a mão dele caprichosamente segurando um de seus seios.

Seu corpo estava dolorido e relaxado ao mesmo tempo, e não poderia ter dormido mais do que duas ou três horas. Já era madrugada quando suas irmãs foram embora, e ainda passara um longo tempo acordada com Darcy, perdendo-se em Darcy. Mas não parecia suficiente, nunca seria suficiente.

Ela sentiu ele mexer-se, e não levou mais do que alguns segundos para sentir a boca de Darcy em seu ombro, dando pequenos beijos e mordidas. Elisabeta virou-se para ele, e na penumbra podia ver seus olhos. Darcy sorriu, preguiçoso, e acariciou o rosto dela. Elisabeta fez o mesmo com ele.

– Eu poderia acordar assim todos os dias. - ela disse, com um sorriso.

– Eu prefiro acordar de outro jeito. - Darcy deu um sorriso malicioso.

Não deu tempo para que ela reagisse, puxando-a pela cintura contra seu corpo. Tomou a boca de Elisabeta com a sua em um beijo lento, sua mão descendo um pouco para as nádegas dela, pressionando-a contra sua ereção que já estava viva. Ela passou uma das pernas pela cintura dele.

Darcy deitou-se novamente, trazendo Elisabeta para cima dele. Sentou-se um pouco, apenas para facilitar suas posições, e respirou fundo quando Elisabeta encaixou seus corpos sem dificuldade. Quase pensou que havia sido uma péssima ideia, quando ela iniciou com movimentos tão lentos que pareciam tortura.

Mas ela quebrou o beijo, e manteve seu olhar no dele. Darcy sentiu-se dominado, entregue, realizado por Elisabeta ser tão dele, quanto ele era dela. Suas mãos começaram a passear pelo corpo dela, causando arrepios. Seus próprios quadris ganharam vida, apenas para tornar tudo ainda mais completo.

Ela o beijou, sentindo Darcy atingi-la em um ponto sensível. A mão dele a estimulava ao mesmo tempo, e quando o prazer a invadiu, Elisabeta mal afastou a boca da dele. Mas o gemido baixo dela, acompanhado de seu nome, foi suficiente para que Darcy se deixasse levar, e bastaram poucos movimentos para que ele fizesse o mesmo caminho.

Não se afastaram, e continuaram trocando beijos e carinhos preguiçosos. Pareciam incapazes de quebrar aquela mágica, aquele momento em que se permitiam viver tudo o que sentiam. O momento em que as inseguranças e prudência ainda estavam em algum lugar da noite anterior.

– Eu preciso ir. - Elisabeta disse, quando o sol já invadia plenamente o quarto.

– Fica aqui comigo. - Darcy a abraçou com braços e pernas, fazendo-a rir.

– Seu filho já está acordado a esta hora. - ela escondeu o rosto na curva do pescoço dele. - Com alguma sorte minha mãe ainda não percebeu que não estou em casa.

– Se ela perceber, diga que estava aqui. Pegue suas coisas, traga Tom. - ele beijou o topo da cabeça dela.

– E no primeiro desentendimento estaríamos jogando aquelas cartas na cara um do outro. - ela riu.

– Mas valeria a pena por todas as noites que teríamos antes disso. - Darcy deu de ombros.

– É o que você pensa. - Elisabeta soltou-se dele, olhando em seus olhos.

Ela depositou um beijo nos lábios dele, levantando-se. Procurou suas roupas pelo quarto, e quando estava completamente vestida, aproximou-se de Darcy novamente. Ele a observava com um sorriso, e Elisabeta não resistiu à beijá-lo novamente, arrumando os cabelos dele com as mãos.

– Foi uma noite inesquecível. - ela disse, ao separar-se dele.

– E agora voltamos a ser pais responsáveis. - ele sorriu.

– Pais responsáveis. - Elisabeta confirmou.

Mas Darcy a puxou novamente para a cama, beijando-a com paixão. As mãos dela rapidamente foram para o peito de Darcy, enquanto ele passou uma das mãos por todo o corpo dela. Era um beijo de promessas, e não de despedida. Elisabeta o afastou, suspirando.

E não disse mais nada ao sair do quarto, com um sorriso no rosto.

##

Elisabeta pulou a janela do quarto, como fizera tantas vezes quando mais nova. Suspirou aliviada por conseguir desviar dos olhares das crianças, que naquela hora já brincavam pelo jardim. Mas não ficou surpresa ao encontrar Cecília e Mariana sentadas em sua cama, com sorrisos maliciosos no rosto.

– Bom dia. - Cecília riu.

– Isso são horas? - Mariana conteve um sorriso. - Você se perdeu no caminho para casa?

– Bom dia, queridas irmãs. - Elisabeta tinha um sorriso aberto. - Posso saber a que devo tal honra?

– Pois devia nos agradecer. - Cecília atirou uma almofada em Elisabeta.

– Estamos desde cedo distraindo mamãe, para que ela não perceba que não dormiu em casa.

– O mínimo que merecemos é saber o que aconteceu.

– Não aconteceu nada demais. - Elisabeta mentiu. - Darcy achou que seria perigoso eu voltar sozinha, e me ofereceu o quarto de hóspedes.

Os sorrisos de suas irmãs murcharam. Elisabeta não sabia exatamente porque não queria contar o que havia acontecido. Já imaginava que as irmãs pressionariam por um relacionamento com Darcy, mas estavam seguindo o tempo deles, seguindo o que acreditavam ser certo.

– Só? - foi Cecília a perguntar.

– E o que vocês achavam que ia acontecer? - Elisabeta revirou os olhos. - Que Darcy ia me seduzir e viveríamos uma noite de loucura?

– Bem, sim... - Mariana sorriu. - Era o que deveriam ter feito.

– Mariana! - Elisabeta ralhou. - As coisas não funcionam assim.

– E como funcionam? - Cecília perguntou. - Porque é óbvio que Darcy é louco por você, e você é louca por ele.

– E somos ainda mais loucos por Tom. - ela sorriu, se aproximando das irmãs. - Sei que querem a minha felicidade, e a de Darcy. Mas nada vai acontecer enquanto não estivermos prontos.

– Está bem. - Mariana revirou os olhos. - Se querem perder tempo, é problema de vocês.

Antes de sair ela beijou a bochecha de Cecília e de Elisabeta, resmungando que levaria as meninas para casa.

– Sabe, Elisa... - Cecília conteve um sorriso. - Os seus olhos estão um pouco mais brilhantes hoje. E se eu fosse você tentaria esconder essa... alergia. - apontou para o próprio pescoço.

Elisabeta riu, olhando-se no espelho. Darcy havia deixado uma marca vermelha em seu pescoço.

– As vezes eu odeio que você seja tão observadora. - Elisabeta respondeu.

– Fico feliz de vê-la novamente com esse sorriso que chega à seus olhos. - Cecília se aproximou, abraçando a irmã. - E sei que estão fazendo o melhor para vocês e para Tom.

##

O dia que amanheceu ensolarado aos poucos tornou-se nublado. Cada uma das Benedito passou pela casa de Ofélia e Felisberto para buscar os filhos, e quando, ao final da tarde, a chuva finalmente castigou o Vale do Café, apenas os moradores da casa estavam no local.

Tom estava deitado no sofá, no colo de Elisabeta, que lia um livro. Felisberto fazia o mesmo em outra poltrona, enquanto Ofélia tricotava e reclamava do tempo. A chuva começara há pouco, mas os trovões aumentavam cada vez mais, e o vento batia nas janelas, fazendo Tom dar sobressaltos a cada novo barulho.

Foram interrompidos pela batida forte na porta, e os três adultos olharam um para o outro, sem entender o que estava acontecendo. Ofélia correu para abrir a porta, encontrando um Darcy completamente molhado esperando do lado de fora. O homem abriu um sorriso constrangido.

– Dona Ofélia, boa tarde.

– Darcy, o que faz aqui nessa chuva? - ela abriu espaço para que ele entrasse.

– Pai? - Tom levantou-se com um pulo, correndo até a porta.

– Oi, Tom. - Darcy acenou, não querendo molhar o filho. - Me desculpem chegar assim, sem avisar. Eu estava voltando para casa, vindo da ferrovia, quando a chuva começou. Este era o local mais perto.

– Ara, você é sempre bem-vindo. - Ofélia disse.

Os olhos de Darcy encontraram os de Elisabeta, e ela sorriu, mas rapidamente seus olhos foram atraídos para as roupas molhadas de Darcy, grudadas em seu corpo. Afastou aquele pensamento rapidamente.

– Eu vou buscar uma toalha. - anunciou.

– Uma toalha não vai adiantar. - Ofélia resmungou. - Eu vou buscar umas roupas do Felisberto.

– Não é necessário. - Darcy tentou dizer, mas um espirro o interrompeu.

– Darcy não vai caber em minhas roupas, Ofélia. - Felisberto riu.

– Sempre tem alguma coisa que sirva. - a matriarca foi até seu quarto.

Elisabeta logo voltou com a toalha, e a entregou à Darcy. Ele pediu desculpas em voz baixa, enquanto Tom tagarelava sobre a chuva, e perguntava sobre a ferrovia.

– Estamos ampliando a ferrovia. - Darcy explicou. - O trem irá até outros estados.

– Eu nunca andei de trem. - o menino reclamou.

– É só planejarmos a viagem. Podemos ir até São Paulo. - Darcy deu de ombros.

– Verdade? - arregalou os olhos.

– Se sua mãe deixar, é claro. - ele sorriu para Elisabeta.

– Tom nunca saiu do Vale do Café. - ela retribuiu, sentando-se novamente.

– Então podemos planejar. - Darcy piscou para Tom.

Nesse momento, Ofélia voltou com algumas camisas de Felisberto que, de fato, pareciam muito grandes para o pai de Elisabeta. Também trazia algumas calças maiores.

– Alguma dessas deve servir. - entregou à Darcy.

Não demorou para que ele voltasse, com uma camisa um pouco mais apertada do que estava acostumada, e calças pelos tornozelos. Elisabeta e Tom não contiveram as risadas ao ver Darcy vestido daquele jeito.

– É melhor que estar molhado. - ele respondeu, sentando-se na outra ponta do sofá, e colocando os pés do filho em seu colo.

Ofélia colocou as roupas de Darcy para secar, e logo estavam os cinco conversando sobre o Vale do Café, seus moradores, e os negócios de Darcy.

– Esse assunto é muito chato. - Ofélia reclamou. - Me conte, Darcy, sobre o jantar de ontem.

– Foi maravilhoso, dona Ofélia. - disse, sem pestanejar. - Suas filhas são encantadoras.

– Minha mãe é a mais bonita. - Tom disse, distraído. - Vovó acha que é tia Jane, mas eu prefiro minha mãe.

– Eu também prefiro sua mãe. - Darcy piscou novamente para o filho, e sorriu para Elisabeta.

– Vocês poderiam se casar. - o garoto disse, de supetão. - É isso que os pais fazem, não é?

Elisabeta engoliu em seco, enquanto Darcy coçou a cabeça. Ofélia olhou encantada para o neto.

– Você não nega que é neto de Dona Ofélia. - Felisberto comentou, sorrindo.

– Mas por que não? - o garoto olhou para o pai.

– Porque as coisas não funcionam assim, mocinho. - foi Elisabeta quem respondeu. - Nem todos os pais são casados.

– Todos os que eu conheço são casados. - ele deu de ombros. - E poderíamos morar na casa de Darcy.

– Menino ingrato. - Ofélia resmungou. - E não adianta, meu neto, sua mãe nunca quis falar sobre casamento.

– Mamãe, eu apenas não estava pronta. - ela respondeu.

– Eu estava. - Darcy sorriu. - E casaria com sua mãe a qualquer momento, Tom.

– Ótimo, podemos planejar a data. - Ofélia bateu palmas.

– Mamãe, é claro que não. E Darcy, pare de alimentar fantasias. - ela sorriu para Darcy. - Você pode tirar essas ideias da sua cabeça, Tom.

– Tudo bem. - ele resmungou. - Mas seria bom morar na casa de Darcy.

– Você pode dormir na minha casa quando quiser, Tom. - Darcy sorriu. - Precisamos mesmo montar o seu quarto na Fazenda Ouro Verde.

– Eu tenho um quarto? Legal! Podemos, mamãe?

– Vocês dois juntos me dão muito trabalho. - Elisabeta reclamou. - Eu vou preparar o jantar, enquanto vocês fazem os planos.

Elisabeta saiu do cômodo, e Tom e Darcy trocaram um sorriso cúmplice. Logo estavam atrás dela, na cozinha.

– Nós viemos ajudar. - Tom anunciou.

– O que precisa que a gente faça? - Darcy piscou para ela.

– Menos bagunça. - Elisa gargalhou. - E você pode cortar os vegetais. Você, Tom, pode voltar para a sala.

O garoto resmungou, e tão logo saiu da cozinha, Darcy puxou Elisabeta para junto de seu corpo.

– Não tire minhas esperanças de casamento. - ele falou, com um sorriso.

– Não alimente as fantasias dele. - Elisabeta riu. - Nunca mais vai parar de falar sobre nos casarmos.

– Vai acontecer cedo ou tarde. - Darcy roubou um beijo rápido.

– Vamos fazer o jantar. - ela o empurrou, com um sorriso.

E cozinharam juntos, em meio a risos e implicâncias. Tom não demorou a voltar à cozinha, e os três passaram aquele momento juntos. Era bom ter a família reunida, e cada vez mais parecia que um complementava o outro. Quando Darcy se despediu, mais tarde, Elisabeta imaginou como seria se ele nunca mais tivesse que deixa-los. E aquela ideia pareceu maravilhosa


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